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Neoplasias: Proliferação Celular Anormal

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Maysa Veiga – Odontologia - UFPE 
Uma das características principais das 
neoplasias é justamente proliferação celular 
descontrolada. Quanto mais avançado é o 
estado de diferenciação, mais baixa é a taxa de 
reprodução. Assim se entende que, em 
neoplasias, em geral ocorre, paralelamente ao 
aumento da proliferação, perda da 
diferenciação celular. Como resultado de tudo 
isso, as células neoplásicas progressivamente 
sofrem perda de diferenciação e tornam-se 
atípicas. Proliferação celular em condições 
normais é atividade complexa que depende da 
atuação coordenada de produtos de vários 
genes, os quais controlam o processo em 
resposta a estímulos internos e externos. A 
célula neoplásica sofre alteração nos seus 
mecanismos regulatórios de multiplicação, 
adquire autonomia de crescimento e torna-se 
independente de estímulos fisiológicos. 
Neoplasia pode ser entendida como a lesão 
constituída por proliferação celular anormal, 
descontrolada e autônoma, em geral com perda 
ou redução de diferenciação, em consequência 
de alterações em genes e proteínas que regulam 
a multiplicação e a diferenciação das células. 
Destarte, o que diferencia uma neoplasia de 
urna displasia e hiperplasia é exatamente a 
autonomia de proliferação. Quando ocorre em 
um órgão sólido, o maior número de células de 
uma neoplasia forma um tumor. 
As neoplasias podem ser divididas em 
dois grupos: benignas as quais geralmente não 
são letais nem causam sérios transtornos para o 
hospedeiro; por isso mesmo, podem evoluir 
durante muito tempo e não colocam em risco a 
vida de seu portador. As malignas, ao contrário, 
em geral têm crescimento rápido, e muitas 
provocam perturbações homeostáticas graves 
que acabam levando o indivíduo à morte. Na 
grande maioria dos casos, as características 
macro e microscópicas das neoplasias 
permitem que sejam separadas em benignas e 
malignas. As neoplasias benignas e malignas 
têm dois componentes: (1) células neoplásicas 
(parênquima}; (2) estroma conjuntivovascular. 
As propriedades biológicas das neoplasias 
dependem das características desses 
componentes e das interações entre eles. 
 
TUMOR: AUMENTO DE VOLUME TECIDUAL 
NEOPLASIA: DIFERENCIAÇÃO X 
PROLIFERAÇÃO CELULAR = AUTONOMIA 
DE CRESCIMENTO 
CÂNCER: NEOPLASIA MALIGNA = 
CAPACIDADE DE METÁSTASE 
 
CLASSIFICAÇÃO E NOMECLATURA 
Os tumores podem ser classificados de acordo 
com vários critérios: 
(1) pelo comportamento clínico (benignos ou 
malignos}; 
(2) pelo aspecto microscópico (critério 
histormorfológico}; 
(3) pela origem da neoplasia (critério 
histogenético). 
Nem sempre esses elementos são usados na 
denominação da lesão, sendo comuns alguns 
epônirnos, corno tumor de Wilms, linfoma de 
Hodgkin, tumor de Burkitt. 
Na forma mais usual de denominar um tumor, 
toma-se o nome da célula, do tecido ou do 
órgão reproduzido e acrescentam-se os sufixos 
-oma, -sarcoma ou -carcinoma: lipoma (tumor 
benigno que reproduz lipócitos); hemangioma 
(tumor que reproduz vasos sanguíneos); 
condrossarcoma (tumor maligno que forma 
cartilagem). 
Maysa Veiga – Odontologia - UFPE 
 
 
NEOPLASIAS BENIGNAS 
Os tumores benignos têm grande 
interesse prático por sua frequência e pelas 
consequências que podem trazer. Seja por seu 
volume, seja por sua localização ou outras 
propriedades, tumores benignos podem causar 
vários transtornos para o paciente (obstrução 
de órgãos ou estruturas ocas, compressão de 
órgãos, produção de substâncias em maior 
quantidade etc.), inclusive sua morte. Nesse 
sentido, o termo "benigno" deve ser entendido 
com reservas. Em geral possui uma boa 
diferencial celular e o tumor reproduz bem o 
tecido que lhe deu origem, possui uma taxa de 
divisão celular pequena (baixo índice mitótico) 
e seu tumor tem crescimento lento. Em 
tumores benignos, as células crescem unidas 
entre si, não se infiltram nos tecidos vizinhos e 
formam uma massa geralmente esférica. Esse 
crescimento é do tipo expansivo e provoca 
compressão de estruturas adjacentes, que 
podem sofrer hipotrofia. Com frequência, 
forma-se uma cápsula fibrosa em torno do 
tumor, resultante de compressão do estroma 
adjacente. Por isso mesmo, a neoplasia fica 
mais ou menos bem delimitada e pode ser 
completamente removida por cirurgia. 
Em geral, tumores benignos não 
recidivam após ressecção cirúrgica. O 
crescimento lento do tumor permite o 
desenvolvimento adequado de vasos 
sanguíneos, assegurando boa nutrição das 
células. Desse modo, degenerações, necroses e 
hemorragias são pouco comuns. Por essa razão 
e pelo fato de não se infiltrar nem destruir 
tecidos vizinhos, o tumor benigno não leva a 
ulceração. Além disso, não compromete a 
nutrição do hospedeiro e nem produz 
substâncias que podem produzir anemia ou 
caquexia. Lógico que se tratando de neoplasias 
podem haver exceções, como o adenoma 
pleomórfico de glândulas salivares. Por outro 
lado, células de tumores benignos não se 
disseminam espontaneamente, mas podem ser 
levadas a distância. Por traumatismos ou por 
grande aumento da pressão intracavitária, 
cistadenomas papilíferos do ovário podem 
romper-se e liberar células ou papilas na 
cavidade peritoneal. Por tudo isso, essas 
neoplasias não podem ser classificadas como 
benignas ou malignas apenas por seus aspectos 
morfológicos; componentes da biologia da 
lesão, seu componente clínico e suas formas de 
evolução são também muitas vezes 
indispensáveis para se rotular um tumor como 
benigno ou maligno. 
 
ASPECTOS MORFOLÓGICOS 
 
Cistadenoma seroso do ovário, lesão cística 
volumosa de parede delgada e bem vascularizada. 
Maysa Veiga – Odontologia - UFPE 
Os tumores benignos são geralmente bem 
delimitados dos tecidos adjacentes e 
frequentemente apresentam uma cápsula de 
tecido conjuntivo. Exceções existem, como 
alguns gliomas (tumores do sistema nervoso) e 
tumores vasculares, que têm limites pouco 
precisos e não possuem cápsula. 
 
Adenocarcinoma nodular do rim. Apesar de 
parcialmente encapsulado, o tumor infiltra-se no 
parênquima renal. 
Os tumores malignos, em geral, são pouco 
delimitados e comumente invadem os tecidos e 
estruturas vizinhos. Os tumores sólidos 
apresentam-se macroscopicamente sob quatro 
tipos, cujo conhecimento é útil para os 
diagnósticos anatômico, por imagens 
(radiologia, ultrassonografia, tomografia etc.) e 
clínico. 
➔ Nodular: tumor forma uma massa 
expansiva que tende a ser esférica. Esse 
tipo é visto caracteristicamente em 
tumores benignos (como na imagem 
abaixo que são pólipos no intestino 
grosso) e em malignos originados em 
órgãos compactos. 
 
 
➔ Vegentante: é encontrado em tumores 
benignos ou malignos que crescem em 
superfície (pele ou mucosas). Forma-se 
uma massa de crescimento exofítico, 
que pode assumir vários tipos: poliposo, 
papilomatoso ou em couve-flor (como 
na imagem abaixo Tumor vegetante e 
papilífero do reto). As neoplasias 
vegetantes tendem a ulcerar-se 
precocemente. 
 
 
➔ Infiltrativo: é praticamente exclusivo de 
tumores malignos. Embora em todos os 
cânceres haja infiltração de tecidos 
vizinhos (o tumor não respeita limites), 
o tipo infiltrativo é assim chamado para 
ressaltar o aspecto macroscópico 
predominante da lesão. Nele ocorre 
infiltração maciça da região acometida, 
mas sem formar nódulos ou vegetações. 
Por isso, o órgão torna-se espessado, 
mas fica menos deformado do que nas 
outras formas. Quando se origina em 
órgãos ocos, e especialmente quando é 
do tipo anular (que compromete toda a 
circunferência do órgão), provoca 
estenose (como na imagem abaixo de 
um Adenocarcinoma infiltrativo do 
cólon do tipo anular e estenosante). 
Uma variedade do tipo infiltrativo é o 
câncer cirroso, no qual há formação de 
grande quantidade de estroma 
conjuntivo, como acontece no câncer da 
mama. 
Maysa Veiga – Odontologia - UFPE 
 
 
➔ Ulcerado:é aquele que sofre ulceração 
precoce; é quase exclusivo de neoplasias 
malignas. A lesão cresce infiltrando-se 
nos tecidos adjacentes e ulcera-se no 
centro, formando uma cratera que 
geralmente tem bordas endurecidas, 
elevadas e irregulares. Em muitos casos, 
especialmente em tumores malignos, 
observam-se combinações desses tipos, 
como, por exemplo, neoplasia 
ulcerovegetante, etc. 
 
Todo tumor é formado por dois 
componentes: clones de células neoplásicas 
propriamente ditas (parênquima tumoral) e 
estroma conjuntivovascular. No início, só 
existem células neoplásicas; à medida que a 
lesão cresce, surge o componente estromático 
(vasos sanguíneos e tecido conjuntivo que 
nutrem esse clone de células neoplásicas). 
Tumores com até 1 a 2 mm não possuem vasos; 
a partir desse tamanho, formam-se vasos 
sanguíneos na neoplasia (angiogênese). As 
neoplasias não possuem inervação. A dor 
sentida pelos pacientes cancerosos é devida a 
infiltração ou compressão de terminações 
nervosas existentes em tecidos vizinhos. 
O câncer no panorama brasileiro é a 
segunda maior causa de morte, o qual mostra 
uma importância de medidas de prevenção 
primária (os fatores que estão envolvidos com 
essa carcinogênese) e a importância de um 
diagnóstico precoce para um prognóstico com 
maior chance de sobrevivência. 
O processo de transformação neoplásica 
envolve muitas etapas sendo um fenômeno 
complexo pois envolve alterações no DNA e 
alterações em mecanismos que controlam a 
expressão gênica. 
É um processo complexo, multifásico e 
dependente de fenômenos genéticos e 
epigenéticos (resultante do acúmulo de 
mutações) que culminam com o surgimento de 
clones de células imortalizadas com capacidade 
de se multiplicar autonomamente, de invadir 
tecidos vizinhos e de realizar metástases. 
Essas células tem como característica a 
imortalidade pois não respondem aos fatores 
de crescimento, não entram em um estado de 
senescência e secretam estímulos para realizar 
mitoses. Não sofre envelhecimento pois não 
respondem os fatores que as guiariam para a via 
apoptótica. 
O aparecimento dessas neoplasias malignas 
tem como fatores = geográficos e ambientais 
além de culturais também (fumo invertido na 
Índia). Idade na maioria das vezes acima de 55 
anos (depende da exposição crônica aos fatores 
carcinogênicos). Predisposição genética ao 
câncer. Condições predisponentes não 
hereditárias (inflamação crônica e condição 
potencialmente maligna). 
 
MECANISMOS DE AÇÃO DOS 
CARCINÓGENOS 
Maysa Veiga – Odontologia - UFPE 
Ação direta = radiações, vírus e substâncias 
químicas X Ação indireta = radicais livres, 
produtos da dieta, substâncias químicas. 
 
 
RESUMÃO DE COMO ACONTECE A 
EXPANSÃO CLONAL/CARCINOGÊNESE 
➔ Depende de uma sequência de falhas 
primeiro no reparo do DNA que sofreu 
um dano químico, físico ou biológico, 
depois mutações no genoma das células 
somáticas causando 3 grandes fatores 
que influenciam de forma direta = 
Ativação de proto-oncogenes (genes que 
controlam a proliferação celular) + 
Inativação dos genes supressores de 
tumor + Alterações em genes que 
regulam a apoptose. Isso vai gerar uma 
proliferação celular desregulada e uma 
diminuição do apoptose levando a uma 
expansão clonal. Após a expansão clonal 
ocorrerá a angiogênese, mutações 
adicionais e evasão do sistema imune 
para gerar a progressão tumoral pois 
uma neoplasia maligna tem capacidade 
de aumentar seu tamanho sendo 
conferido apenas a ela a capacidade de 
invadir outros tecidos e de metástase. 
 
 
 
 
 
BASE MOLECULAR 
Dano genético não letal 
Expansão clonal 
Proto-oncogenes, genes supressores de tumor, 
genes que regulam a apoptose e genes de reparo 
do DNA 
Processo de múltiplas etapas 
➔ Carcinogênese viral 
Vírus de RNA = HTLV1 (Leucemia de 
células T do adulto), VHC (Carcinoma 
Hepatocelular) 
 
Vírus de DNA = HPV (Colo de útero), 
EBV (Linfoma de Hodgkin), VHB 
(Carcinoma Hepatocelular) 
 
➔ Carcinogênese Química 
Tabaco e Aflatoxinas produzem 
mutações no gene p53 
 
➔ Carcinogênese Física 
Radiação ionizantes (leucemias) 
 
MUTAÇÃO 
Modificação súbita e hereditária no conjunto 
gênico de um organismo não explicável pela 
recombinação da variabilidade genética pré-
existente. Uma alteração em uma proteína. 
Nem todas as mutações vão estar relacionadas 
com o surgimento das neoplasias. 
 
“A célula neoplásica maligna vai assumir 
características marcantes = autonomia nos seus 
Maysa Veiga – Odontologia - UFPE 
sinais de crescimento porque ela super expressa 
os genes que secretam fatores de crescimento 
que fazem uma estimulação autócrina. Se 
comunicam com o parênquima para que ocorra 
a angiogênese, não respondem aos fatores 
inibidores de crescimento, evadem da 
apoptose, células sempre jovem, fazem invasão 
e metástase.” 
 
ONCOGENES 
Genes cuja expressão seria responsável pelo 
aparecimento das neoplasias proto-oncogenes. 
Em estado natural comando a divisão celular de 
maneira ordenada e fisiológica (controle do 
ciclo celular). Quando sofrem mutações, 
rearranjos, translocações ou alterações que 
alterem a sua expressão passam a ser 
oncogenes. Ex.: genes produtores da ciclina os 
quais comandam a entrada da célula no ciclo 
celular. Crescimento celular desordenado. 
 
 
GENES SUPRESSORES DE TUMOR 
p53 → atua no checkpoint do ciclo celular vai 
ser um gene guardião do genoma pois ele está 
tanto envolvido com a supressão do tumor 
quanto com a via apoptótica. Ele para a célula 
para que exista o reparo do DNA e se não for 
reparado em G1 ele vai encaminhar para a 
apoptose. Defeitos no gene p53 são 
seguramente a forma mais comum de alteração 
genética em tumores humanos (pelo menos 
50% das neoplasias humanas têm alguma 
alteração no gene p53). Além de se associarem 
à origem de várias neoplasias, alterações no p53 
atuam também na progressão tumoral, pois são 
mais comuns em cânceres avançados e/ou já 
com metástases do que naqueles em estádio 
inicial. 
RB → diminuição do ciclo celular quando 
tivermos o aumento da expressão do RB. O RB 
vai estar ligado a um fator de crescimento e ele 
não deixa essa célula fazer transcrição. Quando 
o RB estiver fosforilado ele vai se soltar do fator 
de crescimento essa célula vai se multiplicar. 
Quando o RB sofre mutação existe uma atuação 
parecida com essa fosforilação ocorrendo esse 
desenvolvimento tumoral. Proteína que se liga 
ao fator de transcrição E2F, inibindo-o 
NF1 → envolvido com o desenvolvimento de 
neoplasias de origem neural. 
PTCH 
WT1 
 
GENES DE REPARO DO DNA 
Vão ser sinalizados pelo p53 e ter os 
pareamentos adequados de toda sequencia de 
nucleotídeos para serem corrigidos de maneira 
correta. Se existe uma mutação, vai acontecer 
uma falha 
São genes que codificam moléculas que 
participam do reconhecimento e do reparo de 
lesões no DNA, o câncer da mama apresenta 
Maysa Veiga – Odontologia - UFPE 
instabilidade genômica em regiões repetitivas 
do DNA chamadas microssatélites A 
instabilidade deve-se a falhas no sistema que 
mantém a fidelidade genômica durante a 
replicação celular e manifesta-se nas células 
cancerosas pela presença de alelos com 
pequenas variações de tamanho 
 
GENES DA APOPTOSE 
Estão envolvidos tanto com a via intrínseca 
quanto extrínseca. A apoptose é essencial para 
regular a população celular normal em um 
indivíduo. A apoptose resulta de estímulos 
variados, fisiológicos ou patológicos, internos 
ou externos às células. Numerosos genes 
regulam a apoptose, cujos produtos a inibem 
ou a favorecem. Em uma neoplasia, o maior 
número de células pode ser devido a redução da 
apoptose. Em alguns tumores, alterações nos 
genes antiapoptóticos são o principal 
mecanismo oncogênico. Em muitos tumores 
humanos ocorrem modificações em genes de 
proteínas pró- ou antiapoptóticas, resultando 
emredução da apoptose. Mutações no gene p53 
também resultam em diminuição da apoptose, 
por reduzirem a expressão de genes pró-
apoptóticos, como o BAX. 
 
ETAPAS DA CARCINOGÊNESE 
Iniciação → A iniciação corresponde à 
transformação celular, ou seja, as mudanças 
induzidas por cancerígenos físicos, químicos ou 
biológicos que causam modificações genômicas 
nas células e alteram suas respostas ao 
microambiente, tornando-as potencialmente 
capazes de multiplicar-se de modo autônomo. 
Uma célula iniciada torna-se menos responsiva 
a fatores que inibem a proliferação celular, a 
indutores de diferenciação celular ou à 
apoptose. No entanto, uma célula apenas 
iniciada não origina tumor. (DANO 
GENÉTICO) 
Promoção → A promoção consiste em 
proliferação ou expansão das células iniciadas. 
A multiplicação das células iniciadas é 
fenômeno indispensável para a "fixação" da 
alteração genômica e para o aparecimento da 
neoplasia. Ao lado disso, a multiplicação celular 
aumenta a probabilidade de novas mutações. 
Ao contrário da iniciação, a promoção é um 
processo demorado. A ação do promotor é 
reversível, pois, caso sua aplicação seja 
interrompida antes de completada a promoção, 
o efeito não se manifesta. Os agentes 
promotores atuam pelo tempo de exposição e 
pela intensidade das reações teciduais que 
provocam. Os promotores são substâncias que 
têm em comum a propriedade de irritar tecidos 
e de provocar reações inflamatória e 
proliferativa. (PROLIFERAÇÃO CELULAR) 
Progressão → Após seu surgimento, um câncer 
sofre, com frequência, modificações biológicas 
que o tornam, em geral, cada vez mais agressivo 
e mais maligno. Esse fenômeno é chamado 
progressão tumoral. Entre outros fatores, a 
progressão tumoral também depende de 
mutações sucessivas nas células, as quais 
resultam na aquisição de propriedades mais 
agressivas. O câncer é formado por células 
heterogêneas. Numerosas evidências indicam 
que, com o tempo, vão surgindo 
continuamente populações celulares diferentes 
dentro da massa neoplásica (MANIFESTAÇÃO 
CLÍNICA DA DOENÇA) 
Disseminação → Primeiro a célula se destaca 
do tumor primário, adere membrana basal e 
matriz extracelular secretando enzimas que 
degradam essa matriz para passar entre a 
mesma até que faça adesão em uma nova 
membrana basal de um vaso seja ele linfático 
ou sanguíneo caindo dentro do mesmo, e caso 
haja presença de células do sistema 
imunológico ele precisa sobreviver a ação 
dessas células, sobrevivendo a essas células, ele 
irá fazer adesão em um novo órgão a distância 
estimulando assim a neoformação a distância e 
assim criar um tumor metastático neste novo 
órgão. (INVASÃO E METÁSTASE) 
Maysa Veiga – Odontologia - UFPE 
 
 
AGENTES INICIADORES X PROMOTORES 
 
 
Iniciadores = físicos, químicos e biológicos. 
Promotores = Os promotores são substâncias 
que têm em comum a propriedade de irritar 
tecidos e de provocar reações inflamatória e 
proliferativa. 
 
INVASÃO E METÁSTASE 
Formação de uma nova lesão tumoral a partir 
da primeira, mas sem continuidade entre as 
duas. 
 
➔ Via linfática: principal via de 
disseminação, o primeiro sítio das 
metástases é o linfonodo mais próximo 
na via de drenagem do tumor, alteração 
do volume. 
É a principal via de disseminação inicial 
de carcinomas. Como regra, o primeiro 
sítio das metástases é o primeiro 
linfonodo na via de drenagem linfática 
do tumor, chamado linfonodo sentinela. 
Por isso mesmo, as primeiras metástases 
linfonodais de um câncer do pulmão 
aparecem nos linfonodos do hilo 
pulmonar, enquanto as do câncer do 
quadrante superior externo da mama 
surgem primeiro nos linfonodos 
axilares. Após comprometimento da 
cadeia linfonodal mais próxima, outros 
linfonodos situados imediatamente 
adiante podem ser acometidos. Algumas 
vezes, no entanto, as metástases 
"saltam" o primeiro linfonodo e 
aparecem no seguinte ou surgem em 
linfonodos não relacionados 
topograficamente com a sede do tumor. 
É o caso, por exemplo, de metástases 
supraclaviculares de um câncer gástrico. 
Os linfonodos com metástases em geral 
encontram-se aumentados de volume e 
às vezes se tornam confluentes, 
formando massas volumosas; 
linfonodos ou massas podem ser 
palpados se estiverem localizados em 
cadeias superficiais ou ser detectados 
por exames de imagens (radiografia, 
ultrassonografia, tomografia etc.) 
quando em cadeias profundas. Nem 
toda linfadenomegalia próxima de um 
câncer significa metástase 
 
➔ Via sanguínea: anatomia, propriedades 
das células tumorais. 
Células cancerosas que penetram na 
corrente sanguínea podem ser levadas a 
qualquer parte do corpo. Embora o 
processo de metastatização não seja 
aleatório nem determinado somente 
pela anatomia da circulação, tumores de 
órgãos tributários do sistema porta dão 
metástases inicialmente no fígado. Em 
cânceres localizados próximo da coluna 
vertebral (p. ex., da tireoide), as células 
malignas podem ganhar o plexo venoso 
paravertebral e originar metástases nas 
vértebras. No entanto, só o critério 
anatômico não explica a localização 
Maysa Veiga – Odontologia - UFPE 
preferencial de metástases, pois, como já 
foi comentado, estas dependem de 
fatores ligados às células malignas e ao 
nicho pré-metastático. O número de 
células malignas que conseguem 
penetrar em um vaso sanguíneo é muito 
maior do que o número daquelas que 
originam metástases. Aliás, a presença 
de células malignas na circulação não 
indica obrigatoriamente a formação de 
metástase. De acordo com estudos 
experimentais, a imensa maioria (>99%) 
das células cancerosas na circulação 
morre por fatores diversos, 
principalmente por apoptose, resposta 
imunitária do hospedeiro, defesa não 
imunitária (macrófagos, células NK) e 
choque mecânico que sofrem com a 
parede vascular. A sobrevivência das 
células nos vasos é, pois, um elemento 
importante no aparecimento de 
metástases. 
 
➔ Outras vias: O transporte de células 
neoplásicas pode ser feito também por 
canais, duetos ou cavidades naturais; os 
movimentos das vísceras ou dos líquidos 
dessas cavidades deslocam as células 
para diferentes sítios, onde podem 
implantar-se. Quando atingem a pleura 
ou o peritônio, por exemplo, células 
neoplásicas podem originar metástases 
na serosa e nos órgãos subjacentes. 
Quando as metástases de carcinomas 
são difusas no peritônio, fala-se em 
carcinomatose peritoneal. Células de 
tumores mucossecretores dos ovários ou 
do apêndice cecal podem cair na 
cavidade peritoneal, implantar-se na 
serosa e produzir grande quantidade de 
material gelatinoso, formando o 
chamado pseudomixoma peritoneal. 
Outro tipo particular de disseminação 
por via peritoneal é o tumor de 
Krukenberg, no qual se formam 
metástases bilaterais nos ovários a partir 
de cânceres de órgãos abdominais. 
Metástases podem implantar-se no 
trajeto de feridas cirúrgicas ou de 
agulhas utilizadas para punções-
biópsias. Felizmente, essa complicação 
de biópsias por punção com agulha fina 
ou grossa é pouco frequente, não 
invalidando seu uso como método 
prático e eficaz para diagnóstico de 
muitos tumores. 
 
➔ Metástase: é a formação de uma nova 
lesão tumoral a partir da primeira, mas 
sem continuidade entre as duas. A 
formação de metástases é um processo 
complexo que depende de inúmeras 
interações entre células malignas e 
componentes dos tecidos normais, 
especialmente do estroma. A formação 
de metástases envolve: 
 
(a) destacamento das células da massa 
tumoral original; 
(b) deslocamento dessas células através 
da matriz extracelular (MEC); 
(c) invasão de vasos linfáticos ou 
sanguíneos; 
(d) sobrevivência das células na 
circulação; 
(e) adesão ao endotélio vascular no 
órgão em que irão se instalar; 
(f) saída dos vasos nesse órgão 
(diapedese); 
(g) proliferação no órgão invadido; 
(h) induçãode vasos para o suprimento 
sanguíneo da nova colônia. 
 
Esses processos ou etapas dependem de 
alterações na expressão de vários genes 
e de sinais gerados no estroma, não só 
do tumor como também do órgão em 
que a metástase se forma. A princípio, 
tais eventos foram considerados 
aleatórios, ou seja, qualquer célula que 
se destacasse do tumor poderia migrar, 
cair na circulação e instalar-se ao acaso 
em qualquer órgão. No entanto, 
Maysa Veiga – Odontologia - UFPE 
observações em autópsias, feitas ainda 
no século XIX, mostraram que certas 
neoplasias formam metástases 
preferencialmente em alguns órgãos, 
enquanto outros, como baço, estômago 
e músculos esqueléticos, são sedes 
pouco comuns de metástases. O 
destacamento dessas células se dá 
muitas vezes de profundas modificações 
na expressão de moléculas de adesão: 
perda de algumas caderinas (caderina 
E), expressão de caderinas N e R e 
mudança na expressão de integrinas, 
com inibição daquelas que mantêm as 
junções entre as células e expressão 
daquelas que aumentam a ancoragem 
das células à matriz extracelular, 
favorecendo a emissão de pseudópodes 
para deslocamento. 
 
Nicho pré-metástatico: em modelos 
experimentais e em alguns tumores 
humanos, verificou-se que o tumor 
primitivo induz em órgãos a distância 
alterações que os preparam para receber 
a metástase, antes de as células tumorais 
circulantes a eles chegarem. Em modelo 
de inoculação subcutânea de células do 
carcinoma de Lewis (que forma 
metástases pulmonares), observou-se 
que, antes da proliferação de células 
malignas nos pulmões, nos locais das 
futuras metástases existe colonização 
por células mieloides VEGFRl +. 
 
ESTADIAMENTO TUMORAL 
Os parâmetros de estadiamento devem incluir 
os fatores relacionados ao tumor e ao 
hospedeiro quais sejam: 
1. Órgão e tecido de origem do tumor; 
2. Classificação histopatológica do tumor; 
3. Extensão do tumor primário: tamanho 
ou volume; invasão de tecidos 
adjacentes; comprometimento de 
nervos, vasos ou sistema linfático; 
4. Locais das metástases detectadas; 
5. Dosagem de marcadores tumorais; 
6. Estado funcional do paciente. 
 
SISTEMA DE ESTADIAMENTO TUMORAL 
(TNM) 
Em sua evolução natural, o câncer tende a 
invadir primeiro o órgão em que se originou, 
depois as estruturas adjacentes e, finalmente, 
sítios a distância. O estadiamento clínico visa 
estabelecer o grau de desenvolvimento e 
disseminação de um câncer no indivíduo, a fim 
de sobretudo orientar as medidas terapêuticas 
e estabelecer seu prognóstico. Alguns 
procedimentos são utilizados para se fazer o 
estadiamento de uma neoplasia. O sistema 
mais empregado no estadiamento de 
neoplasias é o TNM, no qual T indica o 
tamanho do tumor (p. ex., em centímetros), N 
significa a existência de metástases em 
linfonodos e M refere-se à presença de 
metástases em outros órgãos. T0 é usado para 
carcinoma in situ; T1 a T4 significam tumores 
com dimensões crescentes. NO indica ausência 
de metástases em linfonodos; quando 
presentes e de acordo com as cadeias 
comprometidas, são representadas por Nl a N3. 
Quando não há metástases em outros órgãos, 
fala-se em MO; quando presentes, indica-se por 
Ml. A avaliação desses parâmetros baseia-se em 
dados clínicos, em achados de exames por 
imagens (radiografia, tomografia etc.) e em 
exploração cirúrgica. A combinação desses 
critérios forma a base para o estadiamento 
clínico do câncer. Para muitas neoplasias 
(tumor de Wilms, linfomas, câncer do útero 
etc.), existem critérios particulares para se 
estabelecer o estadiamento clínico. 
T – CARACTERÍSTICAS DO TUMOR 
PRIMÁRIO 
N – CARACTERÍSTICAS DOS LINFONODOS 
DAS CADEIAS DE DRENAGEM LINFÁTICA 
DO ÓRGÃO EM QUE O TUMOR SE 
LOCALIZA 
Maysa Veiga – Odontologia - UFPE 
M- PRESENÇA OU AUSÊNCIA DE 
METÁSTASES A DISTÂNCIA