Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cirurgia – Amanda Longo Louzada 1 ISQUEMIA MESENTÉRICA AGUDA ANATOMIA: Irrigação: tronco celíaco, mesentérica superior e inferior Ramos do Tronco Celíaco: artéria gástrica esquerda, hepática comum e esplênica. Arco de Riolan: anastomose da AMS para AMI. É importante porque tem uma compensação... FISIOPATOLOGIA: É resultado de quatro processos principais: (1) embolia arterial (50%) mais comum nos pacientes com infarto prévio do miocárdio e fibrilação atrial; (2) trombose arterial aguda (25%) em pacientes com aterosclerose difusa ou, com menor frequência, com doenças do tecido conectivo; (3) isquemia mesentérica não obstrutiva (20%); e (4) trombose venosa (5%) associada à hipertensão porta, sepse abdominal, estados de hipercoagulabilidade, ou traumatismo. A lesão tecidual causada pelo episódio isquêmico compromete as funções imunológicas e de barreira do intestino delgado, permitindo translocação de bactérias, degradação celular, formação de espécies reativas de oxigênio em caso de reperfusão e trombose intravascular. A liberação desses produtos no sistema porta e na circulação sistêmica dá início a uma cascata de eventos que leva a danos nos órgãos alvo, como pulmões e rins. Mais comum em paciente idoso, com fibrilação atrial, que não faz uso regular de anticoagulantes MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: A apresentação clínica é inespecífica. Dor aguda tipo cólica, difusa, distensão abdominal, náusea, vômito e diarreia Toque Retal: sangue, secreção com aspecto de geleia framboesa EMBOLIA ARTERIAL: Os pacientes com embolia arterial apresentam inicialmente dor abdominal difusa de início súbito que não responde aos opioides À medida que a isquemia se agrava, os pacientes evoluem com náusea e vômitos, diarreia com sangue e, finalmente, peritonite. TROMBOSE ARTERIAL AGUDA Os pacientes com obstrução mesentérica aguda por trombo também se apresentam com dor abdominal intensa, mas geralmente trata-se de dor pós-prandial crônica (angina intestinal) acompanhada por perda de peso Sitofobia: medo de comer Perda de peso Deve-se esperar isquemia em: jejuno, íleo cólon até metade do transverso. ISQUEMIA MESENTÉRICA NÃO OBSTRUTIVA: Ocorre em pacientes críticos Pode ocorrer em choque hipovolêmico ou cardiogênico, fazendo com que haja desvio das circulação mesentérica priorizando o coração e cérebro, fazendo vasoconstrição nos vasos mesentéricos TROMBOSE VENOSA: Os pacientes com trombose venosa comumente se queixam de náusea, vômitos, diarreia e dor abdominal não localizada. Possíveis causas de alteração da tríade se Virchow (lesão endotelial + hipercoagulabilidade + estase sanguínea) DIGNÓSTICO: EXAME DE IMAGEM: As radiografias do abdome não são diagnósticas Radiografia: é possível ver: Pneumatose Intestinal: presença de ar na alça, causada por enterocolite necrosante Aeroportograma Pneumoperitônio Angiografia: padrão ouro Possibilidade terapêutica (trombolíticos, vasodilatador e stent) Angio TC: Preferencial na suspeita de trombose venosa mesentérica Diagnósticos diferenciais Visualização limitada de vasos menos Angioressonância magnética (ARM) USG com doppler EXAME LABORATORIAL: Não há exames laboratoriais que sejam diagnósticos de IMA. Na maioria dos casos, há aumento no número de leucócitos, assim como de ácido láctico, amilase (50% dos casos) e creatinocinase (isoenzimas BB) correlacionado com infarto intestinal. Geralmente há acidose metabólica significativa. Cirurgia – Amanda Longo Louzada 2 ISQUEMIA MESENTÉRICA AGUDA DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Pancreatite aguda, obstrução intestinal, dissecção da aorta e colecistite são as doenças mais frequente cujos quadros clínicos podem ser confundidos com o de pacientes que apresentam IMA. TRATAMENTO: Compensação Clínica: estabiliza o paciente e faz antibiótico empírico Angiografia: diagnóstico e terapêutico Trombose venosa mesentérica crônica: uso de coagulantes Cirúrgico: Laparotomia: Ressecção intestinal do segmento necrosado Embolectomia: acha o vaso acometido e tenta desobstruir o vaso com embolo Bypassa Laparotomia de revisão: em 24 – 48h, para ver se tem mais alças necrosando PROGNÓSTICO: O prognóstico de pacientes com IMA é reservado porque diagnóstico e tratamento frequentemente são tardios, o infarto é extenso e a reconstrução arterial, difícil. As taxas de mortalidade perioperatória variam entre 32 e 69%, e a sobrevida em 5 anos varia entre 18 e 50%. A mortalidade varia substancialmente de acordo com a causa da IMA, sendo menor em casos de trombose venosa em comparação com os de origem arterial. O único modo de reduzir a morbidade e a mortalidade associadas à doença é diagnosticar e tratar precocemente, antes que ocorra necrose. SÍNDROME DO INTESTINO CURTO: ETIOLOGIA: A etiologia mais comum da síndrome do intestino curto é ressecção massiva em quadro de IMA. Volvo: devido à má rotação congênita Neoplasia Traumatismo Doença de Crohn CONSIDERAÇÕES: Adulto normal saudável tem mucosa intestinal em excesso – suporta ressecção limitada com boa tolerância Considerando a importância funcional do duodeno na absorção de ferro e cálcio, e do íleo distal no que se refere à vitamina B12 e aos sais biliares, a resseção dessas regiões específicas tende a não ser bem tolerada Quantidade mínima de intestino delgado necessária para manter a vida é variável, mas, em geral, a sobrevida e ameaçada quando há menos de 60cm de intestino além do duodeno 40% na parte média MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Os pacientes com síndrome do intestino curto apresentam deficiência na absorção de água e de eletrólitos, assim como de todos os nutrientes (gorduras, proteínas, carboidratos e vitaminas). TRATAMENTO: O tratamento inicial envolve manutenção do equilíbrio hidreletrolítico. A nutrição parenteral total frequentemente é indicada e, dependendo da extensão da ressecção, pode ser necessária por toda a vida do paciente. É provável que quantidades ainda que pequenas de nutrição enteral sejam benéficas, porque os nutrientes luminais parecem aumentar a resposta adaptativa do intestino remanescente. Diversos agentes antidiarreicos e formadores de bolo fecal também têm sido usados com alguns benefícios. A hipersecreção gástrica deve ser tratada com bloqueadores H2 ou com inibidores da bomba de prótons.
Compartilhar