ESTUDO DE CASO PSICOPEDAGOGIA

Prévia do material em texto

TÍTULO: ESTUDO DE CASO EM PSICOPEDAGIA INSTITUCIONAL E CLÍNICA
A presente pesquisa tem como objetivo analisar um estudo de caso selecionado para análise onde, a participação do psicopedagogo institucional e clínico, se mostra importante para o desenvolvimento do aluno. A Psicopedagogia surgiu da necessidade de atendimento e orientação a crianças que apresentavam dificuldades ligadas à sua educação, mais especificamente à sua aprendizagem, quer cognitiva, quer de comportamento social (MASINI, 2006).
Identificação 
Nome: Caio Carvalho
Data de nascimento: 21/11/2015 
Sexo: Masculino 
Série que estuda: 1º ano
Escola: Escola da Rede Municipal de Taubaté, estado de São Paulo
Anamnese: Os pais relatam que a gestação e o nascimento ocorreram de modo satisfatório, sem complicações. Os pais trabalham fora e o aluno tem um irmão menor, de 3 anos de idade. Durante os primeiros anos de vida, a mãe já observou um “atraso” no desenvolvimento, principalmente na fala e no entendimento das situações diárias. Foram realizados alguns exames clínicos solicitados pela pediatra, onde os resultados não apontaram questões de saúde. Após três meses do início das atividades escolares, a escola chamou os pais para uma reunião pedagógica, juntamente com a professora da sala e a coordenadora. Na reunião, a professora destacou alguns comportamentos que observou no Caio durante as aulas. O aluno interage pouco, não participa das atividades em grupo, tem muita dificuldade de comunicar-se através da linguagem tradicional oralizada, apresenta pouca socialização com os colegas, além de demonstrar muita dificuldade na assimilação dos conteúdos pedagógicos. Assim, a professora fez um relatório onde essas informações foram registradas, com o objetivo de fornecer dados para possíveis profissionais. Os pais concordaram com as informações observadas pela professora e pela equipe escolar. Sendo assim, a gestão sugeriu aos pais que eles procurassem um neuropediatra, para que um profissional especializado pudesse orientar melhor quanto ao desenvolvimento esperado para essa criança. Na consulta, os pais mostraram ao médico, o relatório da escola e o profissional solicitou a realização de alguns exames específicos, além de encaminhamento para fonoaudióloga, psicóloga e terapeuta ocupacional. Após a realização dos exames, onde foram descartados alguns comprometimentos físicos, e após a junção dos relatórios dos demais profissionais, o neuropediatra forneceu aos pais um laudo de CID 10-F71, de retardo mental moderado. A partir do diagnóstico, o médico orientou que os pais procurassem auxílio psicopedagógico para auxiliar no processo de aprendizagem do aluno.
Processo de Diagnóstico Psicopedagógico 
 O diagnóstico psicopedagógico é o processo investigativo que tem como objetivo embasar uma proposta de ação e analisar o processo de aquisição de conhecimento; buscando verificar quais são representações, conceitos, operações, noções e relações que validam as condições iniciais do sujeito para a construção de novas concepções. O diagnóstico é uma etapa muito importante do trabalho psicopedagógico, viabilizando um planejamento de uma intervenção de acordo com as necessidades de cada sujeito. Durante as sessões de avaliação foram utilizados como instrumentos de avaliação: a anamnese, observação lúdica, sondagem de exercícios, leitura e escrita. Para as sessões interventivas foram realizadas entrevistas devolutivas aos responsáveis, além das próprias atividades interventivas propostas a partir da avaliação.
Pasta alfabética 
Essa pasta contém figuras com sua primeira letra de formação e palavras que englobam todas as letras do alfabeto; posteriormente as palavras são misturadas e solicita-se que a criança as coloque na pasta de acordo com a figura, leia a primeira letra e em seguida a palavra. A proposta é verificar se a criança reconhece o alfabeto. 
Rolos Silábicos: Essa ferramenta consiste em dois rolos silábicos, contendo a possibilidade de formação de quatro palavras em cada rolo. A proposta desse instrumento é construir palavras a partir de uma figura e da utilização de sílabas variadas desorganizadas, ler essas palavras e escrevê-las num papel. Esse instrumento viabiliza a verificação das habilidades de leitura e escrita da criança assim como, focar a atenção a partir do lúdico. 
Vamos Colorir: Essa atividade consiste em uma imagem colorida de personagens e imagens sem cor desses personagens de modo individual. A criança vê a imagem colorida e em seguida, retira-se essa imagem e é pedido para que ela pinte as imagens sem cor de acordo com a colorida. A proposta dessa técnica é trabalhar a atenção e percepção da criança. 
O Dia da Criatividade: É desenvolvido para despertar o saber criativo da criança e, se dá a partir da construção de um objeto que a criança se identifique, por exemplo: a construção de um jogo educativo, avião, um carro, etc. A proposta desse instrumento é evidenciar as potencialidades do aluno a partir de algo que ele tenha afinidade, além de mantê-lo focado no desenvolvimento da atividade e, consequentemente torná-lo mais participativo.
Além de atividades para auxiliar no processo de leitura e escrita, são trabalhadas também atividades de concentração, atenção, percepção visual, noções de tempo e espaço, lateralidade e coordenação motora ampla e fina. O trabalho realizado com o psicopedagogo também auxilia o aluno nas outras terapias com a fonoaudióloga, terapeuta ocupacional e psicóloga, além da escola regular.
Por fim, são entregues aos responsáveis a cada trimestre um relatório com as observações realizadas pelo profissional, juntamente com o portfólio de atividades realizadas pelo aluno.
REFERÊNCIAS
BOSSA, N.A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artmed,2000.
MASINI, E.F. Salzano. Formação profissional em Psicopedagogia: embates e desafios. Revista Psicopedagogia, v. 23, n. 72, p. 248-259, 2006.
MIRANDA, M.I. Psicopedagogia: Trajetória e Perspectivas. Uberlândia: EDUFU,2016.
WEISS, M. L. L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro, DP&A, 2003.