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TRAUMA PÉLVICO EPIDEMIOLOGIA • 9% dos traumas contusos o Desde traumas leves até lesões ameaçadoras à vida o A pelve pode acumular 4L de sangue • 6% de mortalidade no trauma de pelve o 39% em sangramento não controlados (principal fator para mortalidade) • Qual o problema? É o osso? → não isso é meramente o arcabouço/proteção, o que ocorre é a alta associação com lesão vascular (plexo venoso) MECANISMOS DE TRAUMA E CLASSIFICAÇÃO Os quatro padrões de força que causam fraturas pélvicas incluem: (1) compressão anteroposterior, (2) compressão lateral, (3) cisalhamento vertical e (4) padrões complexos (combinação). COMPRESSÃO ANTEROPOSTERIOR (lesão em livro aberto): pode ser causada por colisões de motocicletas, atropelamentos, esmagamento direto da pelve ou queda de alturas superiores a 3,6 metros. Concomitante à disjunção da sínfise púbica, muitas vezes, existe a ruptura de ligamentos ósseos posteriores, representada por uma fratura e/ou luxação sacroilíaca ou fratura sacral. A abertura do anel pélvico pode acarretar hemorragia oriunda do complexo venoso pélvico posterior e, ocasionalmente, de ramos da artéria ilíaca interna. • Subdividido em: tipo 1, tipo 2, tipo 3 • O mais famoso, mas não o que acontece mais COMPRESSÃO LATEROLATERAL: muitas vezes, resultam de colisões automobilísticas e levam à rotação interna da hemi-pelve envolvida. O volume pélvico é comprimido nessas lesões e, portanto, hemorragias com risco para a vida são incomuns. • Mais comum/prevalente COMPRESÃO AXIAL – LESÃO DE CISALHAMENTO: grande energia aplicada num plano vertical através das faces anterior e posterior do anel pélvico resulta na ruptura dos ligamentos sacroespinhosos e sacrotuberosos, provocando instabilidade pélvica, geralmente como resultado de uma queda • Caída de altura AVALIAÇÃO DA PELVE Achados de exame físico sugestivos de fratura pélvica incluem a evidência de ruptura de uretra (próstata deslocada cranialmente, hematoma escrotal ou sangue no meato uretral), de discrepância entre o comprimento dos membros ou de uma deformidade rotacional da perna sem fratura óbvia. Nesses doentes, a manipulação manual da pelve pode ser prejudicial, uma vez que pode desalojar um coágulo já formado, precipitando assim hemorragia adicional. AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE PÉLVICA: Se houver necessidade, a instabilidade mecânica do anel pélvico pode ser testada pela manipulação da pelve. Este procedimento deve ser realizado apenas uma vez durante o exame físico, pois pode agravar a hemorragia, e deve ser evitado em doentes em choque ou com fratura pélvica óbvia. Como a pelve instável sofre rotação externa, a pelve pode ser fechada manualmente, empurrando as cristas ilíacas no nível das espinhas , ilíacas anterossuperiores. É possível sentir o movimento se as cristas ilíacas são pegas e a hemi-pelve instável é girada para dentro (internamente) e, em seguida, para fora (externamente), o que se chama de manobra de distração e compressão. Com o rompimento dos ligamentos posteriores, a hemi-pelve envolvida pode ser empurrada cranialmente e também puxada caudalmente. Esse cisalhamento vertical pode ser sentido pela palpação da espinha ilíaca posterior e do tubérculo, enquanto a hemi-pelve instável é empurrada e puxada. • Crista ilíaca ântero-superior bilateral e “fecha” a pelve >> tenta “abrir”, compressão ântero-posterior gentilmente • Exame por médico experiente • Interromper se instabilidade PALPAÇÃO DE TODA A PELVE: paciente sentiu dor? INSPEÇÃO PERINEAL E TOQUE RETAL S/N : Trauma urogenital e retal MANEJO Como doentes com fraturas pélvicas e hipotensão têm uma alta taxa de mortalidade, qualquer tomada de decisão é fundamental. • Ultrassom é ótimo para ver peritônio, mas pelve é retroperitoneal, logo não é bom para sua avaliação. • LPD não é bom também porque não pega o retroperitônio. • Instabilidade hemodinâmica + FAST/LPD negativo + pelve instável = sangrando para dentro da pelve O tratamento inicial de uma fratura pélvica grave associada à hemorragia requer tanto o controle da hemorragia quanto a reanimação com líquidos. O controle da hemorragia é conseguido por meio de estabilização mecânica do anel pélvico e contrapressão externa. FAZER REPOSIÇÃO VOLÊMICA HEMOSTÁTICA : • Ringer lactato aquecido a 39°C até 1000 mL • Hemocomponentes 1:1:1 • Ácido tranexâmico (quando indicado) – choque hipovolêmico hemorrágico com pressão arterial sistólica (PAS) < 90 mmHg e/ou frequência cardíaca (FC) > 110 bpm e com menos de 3 horas da ocorrência do trauma) • Considerar hipotensão permissiva (atentar para TCE) FECHAMENTO EXTERNO DA PELVE E DOS PÉS: • Diversas estratégias (sem diferença significativa) podem ser feitas para estabilizar a pelve antes de transferir o doente → o mais precoce possível (no APH e não após imagem) • Avaliar tipo de fratura e indicação (open book) • Um lençol, cinta pélvica ou outro dispositivo pode ser aplicado no nível dos trocânteres maiores dos fêmures para estabilizar a pelve instável • Passagem sutil por lordose lombar ou fossa poplítea • Fechamento com força necessária somente (sem excesso) → é preciso tomar cuidado, pois quando muito apertados podem causar ruptura da pele e ulceração sobre as proeminências ósseas • Estratégia imperfeita e temporária FIXAÇÃO EXTERNA DA PELVE: Tanto na fase aguda de reanimação ou tardiamente no manejo definitivo. É uma opção tática para interromper e tornar a Angioembolização mais efetiva ANGIOEMBOLIZAÇÃO/ RADIOINTERVENÇÃO: • Não existe indicação precisa na literatura, apesar de ser um método frequentemente indicado para o controle de hemorragia pélvica de origem arterial secundária a fraturas pélvicas em doentes instáveis • O paciente não pode ter instabilidade hemodinâmica importante • TC de pelve contrastada com blush + labilidade hemodinâmica PACKING/ TAMPONAMENTO PRÉ-PERITONEAL (DAMAGE CONTROL): é o método alternativo para controlar hemorragia pélvica quando a Angioembolização é retardada ou indisponível. Feito em sangramento venoso. • Consiste de uma incisão mediana de 6 a 8 cm a partir da sínfise púbica seguida de empacotamento pré-peritoneal com compressas cirúrgicas locadas junto ao anel pélvico, em cada lado da bexiga FIXAÇÃO DEFINITIVA (posteriormente): Para o tratamento definitivo dos doentes com alterações hemodinâmicas, é necessária uma equipe composta de um cirurgião de trauma, um cirurgião ortopédico e um radiologista intervencionista, se disponível. AVALIAÇÃO DA RADIOGRAFIA PÉLVICA MNEMÔNICO SATAN: S: sínfise púbica sacroilíaca A: anel maior T: trocanteres An: anéis menores – anel pélvico e forame obturador
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