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Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo A neurofibromatose tipo I (doença cutânea de Von Recklinghausen) é uma doença neurocutânea hereditária determinada por um gene dominante com estimativa de ocorrência de 1 para cada 3000 nascimentos. Caracteriza-se pela presença de múltiplos tumores nervosos (neurofibromas) em diversas regiôes do corpo. Pode apresentar também manchas pigmentadas na pele, com coloração café com leite, problemas esqueléticos, mentais, oculares e defeitos congênitos. A Síndrome de Von Reclinghausen é uma patologia autossômica dominante simples que causa manifestações neurológicas, cutâneas e, algumas vezes, de tecidos moles e ósseas. Esta doença é resultante de herença ou de uma nova mitação no gene. O gene para a NF1 está localizado na banda 17 e codifica a síntese da neurofibrina ( regula a Ras – proteínas envolvida no crescimento e diferenciação celular; Mais de 1.000 mutações foram identificadas. Embora seja uma doença autossômica dominante, 20 a 50% dos casos são provocados por uma mutação de células germinativas de novo. Pelo menos dois dos seguintes aspectos devem estar presentes para a realização do diagnóstico: Pelo menos 6 manchas café com leite, com diâmetro no ponto mais largo de > 5 mm em pacientes pré- púberes e > 15 mm em pacientes pós-púberes; Pelo menos 2 neurofibromas de qualquer tipo ou 1 neurofibroma plexiforme; Sardas nas regiões axilares e inguinais; Glioma óptico; Pelo menos 2 nódulos de Lisch (hamartomas da íris); Lesões ósseas características (p. ex., aplasia esfenoidal, afilamento da cortical dos ossos longos), com ou sem pseudoartrose; Pai ou irmão com diagnóstico de neurofibromatose tipo 1; Em mais de 90%, as lesões de pele características estão presentes ao nascimento ou se desenvolvem na infância. Estas lesões são castanhas (café com leite), máculas semelhantes a sardas, geralmente distribuídas pelo tronco, pela pelve e pelas Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo dobras flexoras dos cotovelos e dos joelhos. Durante a infância, surgem tumores cutâneos avermelhados de vários tamanhos e formatos em número que varia entre alguns e centenas. Raramente desenvolvem-se neuromas plexiformes, provocando espessamento irregular e estruturas distorcidas com deformidades grotescas. Os sintomas neurológicos variam, mas estão relacionados com a localização e o número de neurofibromas. As anomalias do esqueleto incluem: displasia fibrosa, cistos ósseos subperiostais, pedículos vertebrais, escoliose, adelgaçamento do córtex dos ossos longos, pseudoartrose, ausência da grande asa do osso esfenoide (parede orbital posterior), com consequente exoftalmia pulsátil. Alguns pacientes apresentam glioma óptico e nódulos de Lisch (hamartomas da íris). Alterações das paredes arteriais podem provocar a doença de Moyamoya ou aneurismas arteriais intracranianos. Algumas crianças apresentam problemas de aprendizado e macrocefalia discreta. Crianças e adolescentes com NF1 podem ter leucemia crônica mielomonocítica infantil (leucemia mielomonocítica juvenil) e rabdomiossarcoma. Feocromocitomas podem ocorrer em qualquer idade. Podem aparecer tumores malignos, incluindo gliomas estaminais supratentoriais ou de tronco encefálico e transformação de neurofibromas plexiformes em tumores malignos da bainha dos nervos periféricos. Atualmente não existe cura para a Síndrome de Von Reclinkghausen. O tratamento da NF1 consiste na remoção cirúrgica das lesões e posterior correção das maloclusões, se presentes, por cirurgia ortognática e/ou tratamento ortodôntico. Cirurgias plásticas podem ser realizadas, uma vez que em diversos casos o comprometimento estético é bastante severo. Não há tratamento específico para esta afecção, porém a abordagem cirúrgica deve ser sempre considerada naqueles casos em que existe comprometimento funcional ou compressão de estruturas importantes, como a medula e o tronco. O aconselhamento genético deve sempre ser considerado.
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