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Princípios e Direitos Básicos do Consumidor • Pessoa física → é a pessoa natural, é o ser humano. • Pessoa jurídica → grupo humano, criado na forma da lei, com personalidade jurídica própria, para a realização de determinados fins. • Nacional → criada no Brasil, sob a égide das leis brasileiras, com sede no Brasil. • Estrangeiras → criadas em outros países, que tenha ou não sede no Brasil. • Pública → são os órgão públicos, de maneira geral. • Privada → são, por exemplo, os comércios e as empresas particulares. • Entes despersonalizados→ são os ambulantes, “camelôs”. • Habitualidade → é a principal característica do fornecedor. Fornecer produto ou serviço deve ser uma atividade habitual da pessoa. Assim, quem vende de forma eventual NÃO é considerado fornecedor. Analisemos as seguintes situações... Exemplo 1 • “Se uma loja de eletroeletrônicos vende uma TV, ela é fornecedora, pois faz isso com habitualidade, ou seja, esta é sua atividade”. Exemplo 2 • “Se uma pessoa vende um aparelho de TV, que tem em casa, a um amigo, porque adquiriu um aparelho novo, não está caracterizada a habitualidade, pois esta não é uma atividade de comércio que pratica com frequência”. OBS: Caso o aparelho apresente defeito, a proteção é dada pelo Código Civil, não haverá aplicação do CDC. OBS: Caso o aparelho apresente vício ou defeito o consumidor estará protegido pelas normas do CDC. Pessoa jurídica como consumidora • Para que a pessoa jurídica possa gozar da posição de consumidora, deverá ostentar da mesma característica da vulnerabilidade, marcante do consumidor pessoa física. Além da característica da vulnerabilidade, será preciso que os bens ou serviços sejam considerados bens de consumo, cuja destinação econômica se esgote na pessoa jurídica, ou seja, que não sejam empregados em seus processos produtivos – sem vinculação alguma com sua atividade produtiva ou empresarial. Consumidor por equiparação (ou bystanders) • Nas situações mais triviais do mercado, não existe dúvida sobre quem é o consumidor: o comprador de um produto ou o usuário de um serviço. Para a legislação, consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatária final. Mas não só. • O CDC prevê possibilidades ampliadas de reconhecimento da figura do consumidor, a exemplo dos chamados consumidores por equiparação, ou bystanders. • Conforme se destacam no parágrafo único do art. 2º e nos arts. 17 e 29 do CDC, se aplicam as disposições do Código para aqueles que efetivamente não adquiriram produto ou serviço, mas os utilizaram ou simplesmente foram expostos a estes. • Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento. Conforme o dispositivo, responsabilidade do fornecedor não se limita ao consumidor direto, ou seja, aquele que adquiriu o produto ou serviço, mais sim, a todas outras pessoas afetadas pelo bem de consumo. • Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas. Decifrando o art. 17 do CDC • Para fins de tutela diante de acidente de consumo, o CDC amplia o conceito de consumidor para abranger qualquer vítima, mesmo que ela nunca tenha contratado ou mantido relação com o fornecedor do produto ou serviço. Exemplo: Piso molhado Recurso originado de ação de reparação movida por um idoso contra o município e um posto de gasolina (AREsp 1.076.833). O autor sofreu uma queda e fraturou três costelas ao passar pela calçada do posto, pois o piso estava molhado. Havia uma mangueira no interior do estabelecimento que escoava água, porém não existia qualquer sinalização que alertasse para o perigo no local. - O idoso alegou negligência do posto por ter deixado escoar água sem providenciar a sinalização adequada. Também sustentou haver falta de fiscalização dos passeios públicos por parte do município. - O posto afirmou a não incidência da lei consumerista no caso, já que não havia fornecido qualquer produto ou serviço ao autor da ação. Disse que a culpa era exclusiva da vítima e que se tratava de caso fortuito e de força maior. - O estabelecimento foi condenado a pagar R$ 6.780,00 por danos morais. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) entendeu que incidiam as normas do CDC, já que houve defeito no serviço, pois o posto não ofereceu a segurança que o consumidor deveria esperar. - Segundo o ministro Salomão, o entendimento da corte estadual está em conformidade com a jurisprudência do STJ no sentido da proteção conferida pelo CDC a todos aqueles que, mesmo sem participar diretamente da relação de consumo, sofrem as consequências do dano, tendo sua segurança física e psíquica colocada em risco. Exemplo: Explosão de bueiro • O caso teve origem em uma ação indenizatória contra a L. Serviços de Eletricidade S.A. após a explosão em um bueiro em Copacabana, no Rio de Janeiro. Os autores pediram ressarcimento pelos danos materiais, morais e estéticos, porém a L. alegou que não seria possível a aplicação do CDC ao caso por não haver relação de consumo a ser tutelada. • O entendimento unânime da Terceira Turma foi no sentido de que o acórdão do tribunal estadual estava em perfeita harmonia com a jurisprudência do STJ de que “equipara-se à qualidade de consumidor, para os efeitos legais, aquele que, embora não tenha participado diretamente da relação de consumo, sofre as consequências do evento danoso decorrente do defeito exterior que ultrapassa o objeto e provoca lesões, gerando risco à sua segurança física e psíquica”, conforme exposto pelo ministro João Otávio de Noronha no REsp 1.000.329. Exemplo: Cacos de vidro na via Uma criança se acidentou ao tentar fugir da colisão com a porta do caminhão de uma distribuidora de cervejas S., fabricadas pela empresa B. K. Indústria de Bebidas Ltda., que transitava na via com as portas abertas. Ao desviar da porta, a criança caiu sobre garrafas de cerveja quebradas que haviam sido deixadas na calçada cinco dias antes pela mesma distribuidora. Ela sofreu cortes graves no pescoço e outras lesões leves. - O tribunal estadual manteve a condenação solidária da fabricante e da distribuidora ao pagamento de danos morais no valor de R$ 15 mil. - Para a ministra Nancy Andrighi, a jurisprudência do STJ é clara no sentido de que “a responsabilidade de todos os integrantes da cadeia de fornecimento é objetiva e solidária, nos termos dos artigos 7º, parágrafo único, 20 e 25 do CDC”, sendo “impossível afastar a legislação consumerista” e a equiparação da criança a consumidor, visto que “o CDC amplia o conceito de consumidor para abranger qualquer vítima, mesmo que nunca tenha contratado ou mantido qualquer relação com o fornecedor”. SERVIÇO • Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito ou securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. (art 2º e 3º do CDC) Quando o CDC trata da remuneração, não quer especificamente dizer a remuneração direta, ou seja, o pagamento direto efetuado pelo consumidor ao fornecedor, mas também a remuneração indireta, aquele benefício comercial indireto fruto da prestação de serviços ou do fornecimento de produtos aparentemente gratuitos. Exemplo 1 • Estacionamento gratuito em shopping center. De gratuito não tem nada, na verdade, é, aparentemente, gratuito, pois o fornecedor lucra com as compras efetuadas e os serviços utilizados pelo consumidor, assim, se houver furto do veículo ou no veículo, o shopping deverá reparar o prejuízo de acordo com as regras do CDC. Exemplo 2 • Nas amostras grátis o pensamento é o mesmo, pois são formas de divulgação do produto. Por isso, se apresentar vício ou defeito, o consumidor estará protegido pelo CDC Princípios Fundamentais do CDC • Protecionismo • Vulnerabildade • Hipossuficiência• Boa-fé objetiva, transparência e confiança Boa-fé objetiva, transparência e confiança Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; (Princ. Da Vulnerabilidade) II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: (Princ. Protecionismo) (...) III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; Art. 6º, III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; • Importância do Princípio da Boa-fé: Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; Princípio da boa-fé • Subjetiva: Ausência de conhecimento do ilícito • Objetiva: É a ética esperada no momento das contratações Boa-fé objetiva, transparência e confiança • Garantem o justo equilíbrio entre as partes na relação contratual. • A vulnerabilidade do consumidor aumentará se esses princípios não forem plenamente atendidos. • Esses deveres devem ser obedecidos em todos os momentos do contrato, desde a oferta pré-contrato, durante o contrato e até mesmo após a extinção contrato. (post factum infinitum). Exemplo de responsabilidade após a extinção contrato (post pactum finitum) • DIREITO DO CONSUMIDOR. OBRIGAÇÃO DE FAZER E DANOS MORAIS. DEMORA NA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA. TEORIA DA ASSERÇÃO. PERTINÊNCIA SUBJETIVA DEMONSTRADA. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA REJEITADA. INTERVENÇÃO DO DISTRITO FEDERAL. PROVIDÊNCIA DESNECESSÁRIA. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS AFASTADA. SUPERVENIENTE ENTREGA DO CERTIFICADO QUE NÃO ESVAZIA A PRETENSÃO REPARATÓRIA. CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM. ATRASO NA EMISSÃO DO CERTIFICADO DE CONCLUSÃO. ALEGAÇÃO DE DIFICULDADES ADMINISTRATIVAS. RISCO DA ATIVIDADE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANO MORAL CONFIGURADO. APELO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1. Dispõe a teoria da asserção que a legitimidade passiva deve ser apreciada à luz das alegações deduzidas pela parte autora na inicial, ou seja, em status assertionis. Nessa esteira, é manifesta a legitimidade do CENACAP para figurar no pólo passivo da ação que tem por objeto a obtenção do diploma de curso técnico por ele fornecido, bem como a reparação dos danos supostamente derivados de sua atuação faltosa, seja durante a fase de execução contratual, ou mesmo à guisa de responsabilidade post pactum finitum. Função social do contrato • Aplicável ao direito do consumidor a partir da teoria do diálogo das fontes – garantia prevista expressamente do art. 421 do CC/02 e implícita para o direito do consumidor; • Mitigação das noções clássicas de autonomia da vontade e do pacta sunt servanda (força obrigatória dos contratos). Direitos Básicos do Consumidor • 1. Direito à proteção da vida, saúde e segurança: A dignidade da pessoa humana – e nesse contexto, diga-se também do consumidor –, é garantia fundamental que ilumina todos os demais princípios e normas que a ela devem respeito dentro do sistema constitucional. Desse modo, a dignidade do caput do art. 4º do CDC está relacionada diretamente àquela estabelecida na Constituição (art. 1º, III, CF). Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: Seguindo assim, a proteção à vida, saúde e segurança são direitos advindos do princípio maior da dignidade, o qual estabelece um piso vital mínimo de existência (mínimo existencial). Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; O legislador enfatiza o princípio para assegurar a sua efetividade, em uma sadia qualidade de vida, preservando a saúde do consumidor e sua segurança, apontando não só o conforto material – resultado do direito de aquisição de produtos/serviços, especialmente os essenciais -, mas também o desfrute ao lazer e ao bem-estar moral ou psicológico, prevendo como direito básico “a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos”. “O Código de Defesa do Consumidor, ao garantir a incolumidade física do consumidor, criou para o fornecedor o dever de segurança. Logo, não basta que os produtos ou serviços sejam adequados aos fins a que se destinam (qualidade-adequação); é preciso que sejam seguros (qualidade- segurança), consoante artigos 12/14 do CDC.” (Grifos do original) (CAVALIERI FILHO, 2011, p. 93). Qualidade – adequação Qualidade – segurança o que diz a doutrina... Observem o binômio: Referência legislativa Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito. Da Proteção à Saúde e Segurança § 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto. § 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensílios utilizados no fornecimento de produtos ou serviços, ou colocados à disposição do consumidor, e informar, de maneira ostensiva e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação. (Lei 13. 486/2017) Referência legislativa Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto. Da Proteção à Saúde e Segurança Referência legislativa Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança. § 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União,os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito. Da Proteção à Saúde e Segurança - Riscos considerados normais e previsíveis, em decorrência da natureza e fruição do produto ou serviço Art. 8º Art. 9º - Produtos ou serviços potencialmente nocivos ou perigosos Art. 10º - Produtos ou serviços com alto grau de nocividade ou periculosidade Exemplo: Medicamentos de tarja vermelha ou preta - informação ostensiva. Exemplos: Tesouras, liquidificadores, etc. = dever de prestar as informações necessárias e adequadas. = exigência de informações ostensivas e adequadas. = o fornecedor não poderá colocá-los no mercado se disso sabia ou deveria saber. OBS: Não há exigência de informação como forma de prevenção, porque a informação já não é remédio; o produto sequer deveria estar no mercado. Ex: Câmaras de bronzeamento artificial. Como diferenciar o art. 9º do art. 10 do CDC? Potencialmente nocivos ou perigosos • Não são proibidos. Apesar de serem perigosos, eles cumprem a sua finalidade. Alto grau de nocividade ou periculosidade • Produtos não podem ser comercializados Ex: medicamentos; cigarros; bebidas alcoólicas; venenos, como os inseticidas, etc. Art. 18. § 6° São impróprios ao uso e consumo: II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; Referência legislativa Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; Vício do produto Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. Referência legislativa Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; Da oferta Art. 36. (...) § 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. Referência legislativa Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; Da Publicidade Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir- lhe seus produtos ou serviços; Referência legislativa Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; Das Práticas Abusivas Art. 55. (...) § 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo, no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se fizerem necessárias. Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; Referência legislativa Das Sanções Administrativas Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança: Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; Referência legislativa Das Infrações Penais Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código poderão propor ação visando compelir o Poder Público competente a proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação distribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à incolumidade pessoal. Referência legislativa Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Serviços O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou à segurança. Se eventualmente o fornecedor colocar no mercado um lote de produtos com vícios capazes de causar risco aos consumidores, ele deverá: (Procurador do Município/Prefeitura De Rosana-SP/Vunesp/2016) a) comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários. b) reparar eventuais prejuízos causados para os consumidores que reclamarem dos vícios, não sendo necessário que se faça qualquer comunicação ao público consumidor. c) noticiar o fato pessoalmente a cada um dos consumidores que adquiriram tal produto, sendo dispensável anúncios publicitários em veículos de comunicação para alertar o público. d) aguardar que algum consumidor realmente tenha prejuízos para, somente após tal fato, analisar a periculosidade e a segurança de seu produto ou serviço. e) manter-se inerte, tendo em vista que responde apenas subjetivamente pelos produtos e serviços que introduz no mercado e, com isso, é o consumidor que deve fazer prova da culpa do fornecedor em eventual evento lesivo. Questão Direitos Básicos do Consumidor • 2. Direito à liberdade de escolha e igualdade nas contratações Art. 6º São direitos básicos do consumidor: II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; - Equidade negocial. - É a vedação da exposição do consumidor à práticas comerciais desproporcionais (cláusulas e práticas abusivas- art. 39 e 51 do CDC)). - A desobediência deste fundamento levará a possibilidade de revisão do contrato ou a anulação do mesmo. Referência legislativa • 2. Direito à liberdade de escolha e igualdade nas contratações Art. 6º São direitos básicos do consumidor: II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; Súmula 532 do STJ: Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação do consumidor, configurando- se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa. Direitos Básicos do Consumidor • 3. Direito à informação adequada e clara Art. 6º São direitos básicos do consumidor: III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; Rotulagem Forma (Ex: Art. 54, § 3º) E a validade? É uma obrigação das empresas dispor essa informação em local visível nas embalagens e sem impedimentos para a leitura. Ela também é a responsável por determinar em quanto tempo um produto deve ser consumido. Alimento vencido na prateleira 1) Avisar o estabelecimento, que terá a obrigação de recolher imediatamente todos os produtos com prazo de validade vencido. 2) De acordo com o artigo 26 do CDC, você tem 30 dias corridos a partir da compra para reclamar de um alimento impróprio para consumo (produtos não duráveis). 3) Tratando-se de vício oculto, o prazo inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. Vender ou mesmo expor à venda produtos vencidos constitui crime contra as relações de consumo, com pena de detenção ou multa. (art. 7º, IX da Lei nº 8.137/1990 e o artigo 18, §6º, I do CDC). Alguns Estados criaram regras próprias. Santa Catarina é um exemplo. A Lei Estadual nº 17.132, de 8 de maio de 2017, assegura ao consumidor que constatar a existência de produto exposto à venda com prazo de validade vencido, o direito a receber, gratuitamente, outro produto idêntico ou similar. Já no estado de São Paulo, o que assegura tal direito é uma medida voluntária da Apas (Associação Paulista de Supermercados), chamada "De olho na validade", criada em outubro de 2011 em conjunto com o Procon-SP. Em Campinas/SP, a Lei 15.830/2019 obriga os estabelecimentos comerciais a colocarem avisos sobre a data de validade de produtos em promoção que estiverem próximos do vencimento. Curiosidades: Direitos Básicos do Consumidor • 4. Direito à proteção contra a publicidade enganosa e abusiva Art. 6º São direitos básicos do consumidor: IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; Princípio da vinculação da publicidade • Princípio da vinculação da publicidade Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. Art. 6º São direitos básicos do consumidor: IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; Publicidade vs. Propaganda INSTITUTOS DISTINTOS INSTITUTOS SINÔNIMOS Antonio Herman Banjamim: “Não se confundem publicidade e propaganda, embora, no dia a dia de mercado, os dois termos sejam utilizados pelo outro. A publicidade tem um objetivo comercial, enquanto a propaganda visa a um fim ideológico, religioso, filosófico, político, econômico ou social. Fora isso, a publicidade, além de paga, identifica sou patrocinador, o que nem sempre ocorre com a propaganda". Rizzato Nunes: Tomado pela etiologia, vê-se que o termo “propaganda” tem origem no latim ‘propaganda, do gerúndio de ‘propagare’, ‘coisas que devem ser propagadas’. Donde afirmar-se que a palavra comporta o sentido de propagação de princípios, ideias, conhecimentos ou teorias. O vocábulo ‘publicidade’, por sua vez, aponta para a qualidade daquilo que é público ou do que é feito em público. Ambos os termos, portanto, seriam bastante adequados para expressar o sentido buscado pelo anunciante de produto e serviço. (...) Logo, os dois vocábulos podem ser usados como sinônimos. Em síntese: tecnicamente, há diferença. PUBLICIDADE • Objetivos comerciais PROPAGANDA • Fins ideológicos, religiosos, filosóficos, políticos, econômicos ou sociais. Na prática, são consideradas expressões sinônimas pela jurisprudência. Direitos Básicos do Consumidor • Direito à modificação e revisão como formas de preservação (implícita) do contrato de consumo. Art. 6º São direitos básicos do consumidor: V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; Art. 51 (...) § 2°: A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes. Direitos Básicos do Consumidor • Direito à efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos - O dever de prevenir danos recai sobre o fornecedor e também sobre o Estado. - Vedada estipulação contratual que exima o fornecedor da responsabilidade de indenizar (art. 25). - São nulas as cláusulas que impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza. (art. 51); Vedado qualquer tipo de tarifação e/ou tabelamento da indenização. Regra Geral: Direitos Básicos do Consumidor • Direito ao acesso à justiça: Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; Ex: PROCONs e Agências Reguladoras Acesso do vulnerável às vias judiciais: - Manutenção de assistência jurídica gratuita; - Criação de delegacias de polícia especializadas nas infrações penais de consumo; - Criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo; Direitos Básicos do Consumidor • Direito à inversão do ônus da prova; Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; Verossimilhança: Plausibilidade de verdade Hipossuficiência: Geralmente relacionada com a fraqueza econômica, mas nada impede que também possa ser constatada a sua fragilidade no aspecto fático ou técnico. VulnerabilidadeHipossuficiência (Iuris tantum) (Juris et jure) Momento adequado para a inversão do ônus da prova Despacho de citação posição minoritária Saneamento posição majoritária no STJ Sentença posição de alguns doutrinadores (VUNESP - 2021 - TJ-SP - Juiz de Direito) Os direitos básicos do consumidor abrangem: a) inversão do ônus da prova de forma automática. b) Os direitos previstos em tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário. c) Os direitos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia e costumes, mas não os que derivem por equidade. d) A responsabilização solidária para reparação dos danos previstos nas normas de consumo apenas nos casos de práticas abusivas de consumo. e) A modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais, mas não a sua revisão em razão de fatos supervenientes. Falso. At. 6º, VIII, CDC Falso. At. 7º, caput, CDC Falso. At. 7º, parágrafo único, CDC Falso. At. 6º, V, CDC Direitos Básicos do Consumidor • Direito ao recebimento de serviços públicos adequados e eficazes Art. 6º São direitos básicos do consumidor: IX - (Vetado); X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral. Novidade legislativa • XI - a garantia de práticas de crédito responsável, de educação financeira e de prevenção e tratamento de situações de superendividamento, preservado o mínimo existencial, nos termos da regulamentação, por meio da revisão e da repactuação da dívida, entre outras medidas; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) • XII - a preservação do mínimo existencial, nostermos da regulamentação, na repactuação de dívidas e na concessão de crédito; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) • XIII - a informação acerca dos preços dos produtos por unidade de medida, tal como por quilo, por litro, por metro ou por outra unidade, conforme o caso (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14181.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14181.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14181.htm#art1 Estacionamentos Matéria de direito civil ou Matéria de direito do consumidor? As leis que previam regras sobre o estacionamento privativo em Manaus foram declaradas inconstitucionais pelo TJAM Fonte: A Critica https://www.acritica.com/channels/manaus/news/tj-derruba-normas-que-asseguravam-tempo-de-carencia-e-precos-justos-em-estacionamentos-privativos-em-manaus O Supremo Tribunal Federal já entendeu que a exploração econômica de estacionamentos privados recai ao ramo do direito civil, competindo privativamente à União legislar sobre o tema (art. 22, I, CF) Fonte: Portal STF http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=428275&ori=1 “Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão virtual, declarou a inconstitucionalidade da Lei 5.853/2017 do Distrito Federal, que assegura ao consumidor a tolerância de 30 minutos para a saída do estacionamento após o pagamento da tarifa. Prevaleceu no julgamento o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, pela procedência da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5792, ajuizada pela Associação Brasileira de Estacionamentos (Abrapark). O relator observou que, conforme a jurisprudência do STF, leis estaduais que tratem da regulamentação de estacionamentos são inconstitucionais por invasão da competência da União para legislar sobre Direito Civil (artigo 22, inciso I, da Constituição Federal). Embora ressalvando seu entendimento de que o tema diz respeito ao Direito do Consumidor, o que atrairia a competência concorrente dos estados para legislar, o ministro, “em respeito ao princípio da colegialidade”, votou pelo reconhecimento de vício formal da lei distrital. Com relação à alegação de vício material (relativo ao conteúdo da lei), o ministro explicou que, ao se examinar norma que pretende aumentar a comodidade ou os serviços prestados aos consumidores, deve-se avaliar se ela atende ao princípio da proporcionalidade. “O acréscimo de 30 minutos, da forma como preceitua a lei questionada, extrapola irrazoavelmente o nível de proteção do consumidor conferido pela Constituição”, constatou. Segundo o relator, a lei distrital, ao permitir que o cliente utilize o tempo adicional de forma gratuita, acaba por interferir direta e indevidamente na dinâmica econômica da atividade empresarial estabelecida pelo proprietário do estacionamento e viola, assim, o princípio da livre iniciativa. Ainda de acordo com o relator, a medida poderia desvirtuar o fim pretendido, “permitindo que o tempo adicional seja utilizado de maneira diversa de sua finalidade”. Ficaram vencidos os ministros Edson Fachin e Marco Aurélio.” Íntegra da notícia Fonte: Portal STF http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=428275&ori=1 “A proteção ao consumidor, em sentido mais amplo, está em sintonia com a proteção à livre iniciativa e à ordem econômica , resguardado o direito fundamental da propriedade e de sua função social, no modelo de Estado Social e Democrático de Direito. Assim sendo, partindo da premissa de que a norma impugnada insere-se no âmbito do Direito do Consumidor, entendo a competência concorrente fixada no art. 24, V e VIII da Constituição Federal, para compreender a legislação local protetiva, ora questionada, como densificação da proteção das relações de consumo e do próprio usuário- consumidor.” • O entendimento, embora majoritário, não é unânime. Alguns ministros entendem que a competência para legislar sobre o tema é concorrente entre a União, Estados e DF. (Trecho do voto do Min. Edson Fachin, na ADIn 5.792 do Distrito Federal.) Notícia de outubro de 2021. Fonte: Câmara Municipal de Manaus https://www.cmm.am.gov.br/cobranca-de-estacionamento-em-shopping-e-discutida-na-camara/ Questão De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, quanto à proteção e segurança, os produtos: (Fiscal tributário/Prefeitura de Portão-RS/Legalle concursos/2016). a) Devem conter todas as informações adequadas e necessárias a seu respeito. b) Devem conter figuras ilustrativas. c) Devem conter selo informativo das empresas públicas. d) Devem ter rótulo com quaisquer informações. e) Devem conter cores pertinentes previstas em lei de acordo com as tabelas.
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