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Caso Clínico para compor a nota de AV1 (50%) – 5,0 pontos Disciplina Terapia de Nutrição Enteral e Parenteral Curso Nutrição Professor Alessandra Frasnelli Período Data entrega 13/05/20 Aluno Laís Aguiar Rodrigues 2015.127.737.94 Nota Paciente: J.T.C. Sexo: Feminino Idade: 55 anos. Escolaridade: 2o grau compl. Profissão: Professora Estado civil: casado Tempo de Internação 11 dias Dados Clínicos Queixa Principal “Na internação, referia cansaço e muita falta de ar” História da Doença Atual Paciente internada para troca de válvula mitral e evoluiu com EAP (edema agudo de pulmão), TVP (trombose venosa profunda) e sepse respiratória, sendo mantida na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pela gravidade e estado comatoso, recebendo tratamento medicamento à base de antibiótico (ceftazidima) e corticóides. História da Doença Pregressa Paciente apresentava valvulopatia cardíaca, dislipidemia e doença aterosclerótica vascular, tendo sido submetida previamente a endarterectomia. História Familiar desconhecida Diagnóstico Clínico Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) secundária a Sepse. Exame Físico Nível de consciência Coma Cabelos Ressecados Olhos e conjuntivas Hipocorados ++/++++ Bola gordurosa de Bichat Depleção Musculatura temporal Depleção Lábios Estomatite angular Língua Glossite Gengivas Sem alterações Dentição Ausente na UTI – usa prótese dentária parcial Fossas Supra e Infraclaviculares proeminentes Perfusão de extremidades preservada Consumo Muscular Interósseo ausente Unhas Sem alterações Pele normocorada, acianótica e anictérica. Abdome Flácido e indolor Peristalse presente, audível. Edema Ausente Hidratação Normohidratado. Sinais Vitais Pressão arterial 130 x 85 mmHg Freq. respiratória 40 irpm (6-20irpm) - taquipnéica Freq. cardíaca 120 bpm (70 – 100bpm) - taquicardia Temperatura corporal 38º C Sintomas Gastrintestinais Náuseas Ausente Vômitos Ausente Diarréia Ausente Constipação Presente – Frequência da evacuação = 1x/semana Disfagia Sem como avaliar no momento pelo coma Odinofagia Sem como avaliar no momento pelo coma Pirose Sem como avaliar no momento pelo coma Flatulência Ausente Dados antropométricos Peso atual (Kg) 45 Peso usual (Kg) Não disponível Estatura (m) 1,60 DCT (mm) 6,2 CB (cm) 17,2 Circunferência cintura (cm) Impossibilidade de mensurar Avaliação Bioquímica Valores Referência Hemáceas 4,0 4 – 5,5 milhões/mm3 Hemoglobina 11 Homens – 13,5 a 18g/dL Mulheres – 11,5 a 16,4g/dL Hematócrito 29% 36 a 50% Leucócitos 14.900 5 a 9 mil/mm3 Linfócitos 2.300 1,3 a 3,4 mil/mm3 CTL - > 1500/mm3 Plaquetas 118.000 200 a 400 mil/mm3 Proteínas totais 5,2 6,5 a 7,7g/mL Albumina 3,0 3,9 a 4,6g/mL Globulina 2,2 2,3 a 3,5g/mL Colesterol Total 300 < 200mg/dL LDL-colesterol 180 <100mg/dL HDL-colesterol 35 > 60mg/dL Triglicerídeos 200 < 150mg/dL Glicose 124 < 100mg/dL Uréia 40 20 a 40mg/mL Creatinina 0,8 1 a 2mg/mL Ácido úrico - Homem: 3,5 a 7.2mg/dL Mulher: 2,6 a 6,0mg/dL AST - 5 a 40 U Karmen/mL ALT - 5 a 35 U Karmen/mL Fosfatase alcalina - 21 a 85 UI PCR 1,2 < 0,5g/dL Pede-se: 1. Estabeleça o Diagnóstico nutricional do paciente segundo os parâmetros antropométricos e clínicos observados. (1,0 ponto) R: Pelos exames físicos é possível observar desnutrição, visto que a há depleção da bola de bichat e da musculatura temporal, e também pelas Fossas Supra e Intraclaviculares proeminentes. Pelos sintomas gastrointestinais, a paciente encontra-se constipada, havendo necessidade de aumentar a fonte de fibras da dieta. Pelos dados antropométricos confirmamos desnutrição leve (IMC = 17,5 kg/m²). 2. Interprete os parâmetros bioquímicos e aponte os parâmetros observados inadequados. R: Pelos parâmetros bioquímicos observamos hemoglobina um pouco baixa resultando em um quadro de anemia, leucócitos elevados (o que é de se esperar já que há uma infecção e inclusive febre de 38°C). Plaquetas, proteínas totais, globulina, albumina baixas, confirmando desnutrição energético-proteica, reafirmando processo infeccioso (pulmonar). Colesterol total e LDL altos, HDL baixo, triglicerídeos alto e glicose alterada. PCR alterada devido o quadro de sepse. 3. Estabeleça o planejamento nutricional: (2,0 ponto) a) Necessidades energéticas (Cálculo do VET): R: Peso atual = 45kg Peso Ideal = 47,36 aprox. 48 kg Tmb (HARRIS BENEDICT) = 655,1 + (9,5X48) + (1,8X160) - (4,7X55) = Tmb = 655,1 + 456 + 288 - 258,5 = 1.140,9 Kcal VET= TMB x FI x FA x FT FI – Sepse + politrauma = 1,6 FA – Acamado = 1,2 FT – Febre de 38°C = 1,1 VET= 1.140,9 x 1,6 x 1,2 x 1,1 = 2.409,5 Kcal b) Distribuição dos macronutrientes: R: CHO - 50% 2.409,5 – 50% = 1.204,75 Kcal 1.204,75/4 = 301,18g de CHO PTN - 20% 2.409,5 – 20% = 481,9 kcal 481,9/4 = 120,47g de PTN LIP - 30% 2.409,5 – 30% = 722,85kcal 722,85/9 = 80,31g de LIP c) Estabeleça as necessidades de micronutrientes mais relevantes e nutrientes imunomoduladores para este caso clínico. R: Zinco, ferro, Selênio, Vitamina C, E, A, Ômega-3, Nucleotídeos. 4. Elabore a prescrição da terapia nutricional enteral: produto a ser utilizado, método de administração, densidade calórica da dieta, volume de dieta a ser administrado e complexidade dos nutrientes. Justifique a sua conduta. (1,5 ponto) R: Tabela 2. Informações nutricionais das fórmulas enterais padrão com fibras disponíveis no mercado brasileiro. Março de 2011. Dieta Enteral Líquida Industrializada em Sistema Fechado (devido ao diagnóstico de sepse), fórmula padrão com fibras, administração contínua, via enteral posição DISTAL a partir do duodeno, densidade de 1,2 Kcal/mL, ou seja, será necessária a quantidade de 2l (sendo interrompida a cada 6/8h para irrigação da sonda com 20 a 30ml de água potável e tendo cuidado com o gotejamento, pois o gotejamento rápido por causar desconforto e distensão abdominal) para conseguirmos chegar em 2.400 kcal (o que é bem próximo a nossa necessidade calorica), além de ser Normocalóricas, Semi-elementar, Levemente Hipertônicas. 5. Calcule a oferta hídrica diária. (0,5 ponto) R: De acordo com a observação dos exames apresentados, ideal que seja administrada pela regra de bolso, segundo Krause, que vem a ser de 30ml pra cada kg de peso atual, totalizando assim, 1350ml. Considerando que na formula já contem 80% água, em média, essa marca já ultrapassaria a necessidade da paciente, sendo assim só seria necessária acrescentar de 20 a 30ml para lavagem da sonda e em momentos onde a paciente receberá medicamentos. Lembrando sempre que este gotejamento deve ser lento para não causar desconforto abdominal. Página 1/3 Página 1/3 Página 1/3