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NUTRIÇÃO ENTERAL NA PRÁTICA CLÍNICA Prof. Cristina Diestel – cristinadiestel@nutmed.com.br Estruturando seu atendimento em Nutrição Enteral Triagem Nutricional: Risco de desnutrição alteração de 01 desses 04 indicadores: Avaliação Nutricional: Realizada por métodos habituais, no caso da antropometria, depende do paciente deambular ou não Importância em Nutrição Enteral obtenção ou estimativa do peso corporal para prescrição das necessidades nutricionais E se eu não tiver um peso? Preciso estimar um peso teórico! Como faço para estimar um peso. Cuidado com essa fórmula abaixo, muitos usam, mas podem subestimar: Posso estimar pelo IMC a partir de uma altura! Qual IMC? tentar aproximar do atual do paciente pela ectoscopia E se o paciente não levantar? Estimar a altura estimar o peso pelo IMC Estimando as Necessidades Nutricionais em Adultos Calorimetria indireta 3 fórmulas mais comuns: Harris Benedict FAO Regra de bolso Harris Benedict Onde: peso em kg, altura em cm e idade e anos. FAO (1985) Regra de Bolso Necessidades de Proteína Energia – Paciente Crítico Calorimetria indireta é padrão ouro! Na ausência dela... HARRIS BENDICT X 1,3 (na 1ª semana) ou 20 – 25 Kcal/Kg/dia na fase aguda/inicial (catabolismo) 25 – 30 Kcal/Kg/dia na fase de recuperação ou desnutrição grave (compl. com NP se necessário) Se for obeso crítico (IMC 30 a 40) Underfeeding 11 a 14 kcal/peso atual/dia 22 a 25 kcal/peso ideal/dia Proteína – Paciente crítico ASPEN 2016 Valor em g/kg/dia Kcal n protéica / g N 2 1,2 – 2,0 70 – 100:1 Obesidade I e II (IMC 30 a 40) = > 2g/kg peso ideal/dia Obesidade III (IMC > 40) = > 2,5 g/kg peso ideal/dia Consideração Energia e Proteína em Obesos Críticos: Na terapia hipocalórica a gordura endógena é utilizada para equilibrar o déficit de calorias, sendo menos provável a hiperglicemia e, se acontecer, é mais facilmente gerenciável que a hipoglicemia durante o rígido controle glicêmico. Evidências sugerem que a ingestão adequada de aminoácidos pode ser mais importante do que alcançar a meta proposta de energia, a fim de manter o equilíbrio de nitrogênio e, possivelmente, melhorar o resultado do paciente Objetivo: Avaliar efeito de dietas hipo (15 kcal/kg) x normocalóricas (25kcal/kg), desde que hiperproteicas (1.7g/kg/dia) em SOFA, necessidade de insulina, hiper e hipoglicemia, tempo de CTI, dias de VM e mortalidade em 28d. Modelo: prospectivo, randomizado e controlado com 120 pacientes adultos que receberam dieta enteral por mais de 96h. Resultados: Ambas as dietas NÃO diferiram nos desfechos avaliados, exceto na necessidade de insulina que foi MENOR no grupo hipocalórica Conclusão dos autores: A dieta hipocalórica proporciona uma abordagem mais fisiológica, sem prejuízo além de menor impacto metabólico, com menor necessidade de controle glicêmico. Início da Dieta? Paciente estável hemodinamicamente - PAM > 70mmHg (PAM= (PAS + 2x PAD)/3) - Dose estável de vasopressor Como calcular a dose de noradrenalina nora ml/h x 200 / peso / 60 Dose alta 0,8-1 ug/kg/min Funções vitais estabilizadas Equilíbrio hidroeletrolítico Equilíbrio ácido-base Perfusão tecidual adequada Quando suspender a dieta? Hipotensão sustentada (PAM < 70 mmHg) Elevação acelerada das doses de vasopressores Piora ventilatória acentuada Piora dos sinais de intolerância (Distensão abdominal importante ou progressiva, vômitos frequentes) Complicações da Terapia Nutricional: Mecânicas Gastrointestinais Metabólicas Complicações Mecânicas: Sondas nasoenterais: Sangramentos e ulcerações da cavidade oral Irritação e erosão da mucosa nasolabial Necrose da cartilagem nasal com desabamento do dorso do nariz Abcesso septonasal Otite média aguda / Sinusite Rouquidão Saída ou migração acidental da sonda. Dificuldade de retirada da sonda. Obstrução da sonda. Esofagite Ulceração esofágica Estenose Ruptura de varizes esofágicas Perfuração do esôfago Fístula traqueoesofágica Colocação da sonda dentro da Árvore Tráqueo-brônquica retirada do cateter, evitando perfuração pulmonar Obstrução da sonda: Profilaxia de Broncoaspiração infusão contínua e prócinéticos Erosão de mucosa - profilaxia Complicações Gastrointestinais Náuseas e vômitos Causas: intolerância a lactose excesso de gordura na fórmula infusão rápida solução hiperosmolar (> 350 mOsm) sabor desagradável – acrescentar flavorizante refluxo gastroesofágico (RGE) Distensão Abdominal Causas: infusão rápida administração em bolus – mudar para intermitente gravitacional grandes volumes - volume e lentamente intolerância a lactose Diarreia - Causas não relacionadas à TNE: Medicações Hipoalbuminemia Atrofia de mucosa Deficiência de lactase Intolerância à soja Super crescimento bacteriano Má absorção de gordura Insuficiência Pancreática Antibóticoterapia prolongada Infecção por Clostridium difficile colite + diarreia Diarreia – causas relacionadas a TNE infusão rápida excesso de gordura (>35% VET) formulas hipertônicas contaminação da fórmula e/ou equipo dieta gelada sonda pós pilórica Diarreia e Prebióticos (ASPEN, 2016) pode ser considerado o uso de rotina em pacientes hemodinamicamente estáveis com diarreia – 10-20g/dia, fracionadamente. Paciente com alto risco de isquemia intestinal ou dismotilidade grave Evitar Probiótico no Paciente Grave (ASPEN, 2016) restringir o uso somente para pacientes pós-transplante hepático, trauma, ressecções pancreáticas ou pacientes com pancreatite em TNE, colite pseudomembranosa e diarreia associada ao uso de ATB Mix de Fibras (ASPEN, 2016) não devem ser usadas como rotina profilática para prevenir diarreia Constipação Causas: inatividade da motilidade por medicações desidratação falta de fibra Complicações Metabólicas Complicação Etiologia Controle Hiper - hidratação Desnutrição grave Insuficiência Cardíaca, renal ou hepática Excesso de líquidos administrado Aumentar DC da dieta Diurético BH diário Controle de peso Desidratação Formulas hipertônicas Diarreia Oferta hídrica insuficiente Dietas hiperprotéicas Formulas isotônicas Controlar diarreia Repor água após dietas Balanço hídrico diário Observar pele e mucosa Hiperglicemia Deficiência de insulina (trauma, sepse, DM, queimadura, cirurgia, uso de corticoides) Oferta energética excessiva Insulina e/ou hipoglicemiantes orais Dietas isentas de sacarose Monitorização da glicemia Avaliar a oferta energética Hipoglicemia Suspensão súbita da dieta em pacientes hiperglicêmicos hiperinsulinização Monitorizar glicemia Observar sinais e sintomas 20 ml de glicose a 50% EV Anormalidades em eletrólitos e elementos traço diarreia infecção desnutrição disfunção renal monitorar eletrólitos observais sinais clínicos: tremores, anemia, dificuldade de cicatrização observar drogas que interferem na absorção Síndrome de Realimentação Desnutrição Gliconeogênese / Catabolismo protéico e lipídico Depleção de água, minerais e vitaminas Perda de peso progressiva REALIMENTAÇÃO Glicose como fonte energética principal Captação celular de glicose / Síntese protéica Movimento intracelular de P, Mg e K Níveis séricos de P, Mg e K Hipofosfatemia Arritmias cardíacas, ICC, mortesúbita Disfunção hepática (principalmente em cirróticos) Confusão mental, coma, paralisia de nervos cranianos, perda do sensório, letargia, parestesia, rabdomiolise, convulsões, síndrome de Guillain – Barre símile e fraqueza Insuficiência respiratória aguda Anemia hemolítica, trombocitopenia, diminuição da função plaquetaria, hemorragia, disfunção dos leucócitos Hipomagnesemia Arritmia cardíaca, taquicardia Dor abdominal, anorexia, diarréia e obstipação Ataxia, confusão mental, hiporreflexia, irritabilidade, tremor muscular, mudança de personalidade, convulsões, tetania, vertigem, fraqueza Hipocalemia Arritmia cardíaca, hipotensão postural, sensibilidade ao digital, alteração no ECG Constipação, íleo, exacerbação da encefalopatia hepática. Hiporreflexia, arreflexia, parestesia, paralisia, insuf. Respiratória, rabdomiólise, fraqueza Alcalose metabólica, intolerância a glicose. Poliúria, polidipsia, nefropatia, mioglobinuria (rabdomiolise)
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