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Cistos dos Maxilares II

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PATOLOGIA BUCAL – BÁRBARA ALBUQUERQUE AZEVEDO 
 
CISTOS DOS MAXILARES II 
 
CERATOCISTO PARAQUERATINIZADO 
o Consenso generalizado de que esse cisto 
surge dos restos celulares da lâmina dentária. 
o Não aparenta ter crescimento devido ao 
aumento da pressão osmótica. 
→ Normalmente acontece nos outros 
tipos de cisto. 
o Seu crescimento pode estar relacionado a 
fatores genéticos ou a atividade enzimática na 
parede fibrosa do cisto. 
o Grande potencial de crescimento 
comparado a maioria dos cistos odontogênicos. 
o Alto índice de recidiva. 
o Possível associação com a síndrome do 
carcinoma nevoide basocelular (Gorlin). 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E 
RADIOGRÁFICAS 
o Podem ser encontrados em pacientes com 
idade variável. 
→ 60%: 10 a 40 anos. 
o Leve prevalência pelo sexo masculino. 
o 60 a 80% dos casos: mandíbula. 
→ Tendência ao envolvimento do 
corpo posterior e do ramo. 
o Geralmente são assintomáticos. 
→ Descobertos em exames de rotina. 
o Quando possuem grandes dimensões 
podem estar associados a dor, aumento de volume 
ou drenagem de secreção. 
→ Alguns cistos grandes podem ser 
assintomáticos. 
o Tendem a crescer dentro da cavidade 
medular do osso, sem causar expansão óssea. 
→ Cistos dentígeros e radiculares em 
geral estão associados a expansão 
óssea. 
o Múltiplos ceratocistos: avaliar se o paciente 
possui síndrome de Gorlin. 
o Área radiolúcida com margens radiopacas 
regulares bem definidas. 
o Lesões grandes, em particular no corpo 
posterior e no ramo da mandíbula, podem se 
apresentar multiloculadas. 
o 25 a 40%: dente não erupcionado envolvido. 
o Diagnóstico se baseia nas características 
histopatológicas. 
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 
o Cápsula delgada, friável, que provoca 
dificuldades em ser enucleada do osso em uma 
peça única. 
o Revestimento epitelial: epitélio 
pavimentoso estratificado (camada de 6 a 8 
células). 
o Interface epitélio-conjuntivo plana. 
o Desprendimento de porções do 
revestimento epitelial da cápsula fibrosa. 
o A superfície luminal exibe células epiteliais 
paraqueratóticas achatadas. 
o A camada basal epitelial é composta por 
uma camada em paliçada de células epiteliais 
cuboidais ou colunares. 
→ Frequentemente são 
hipercromáticas. 
o Pequenos cistos, cordões ou ilhas satélites 
de epitélio odontogênico podem ser observados na 
cápsula. 
o Presença de alterações inflamatórias: 
→ Superfície luminal 
paraqueratinizada pode desaparecer. 
→ Epitélio pode formar cristas. 
→ Perda da característica em paliçada 
da camada basal. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
o Enucleação e curetagem. 
o Remoção completa é difícil devido à 
natureza fina e friável da parede cística. 
o Tendência de recidiva após o tratamento. 
→ Principalmente aqueles no corno 
posterior e ramo da mandíbula. 
o Acompanhamento clínica e radiográfico é 
necessário a longo prazo. 
o Métodos para reduzir chance de recidiva: 
→ Ostectomia periférica da cavidade 
óssea. 
→ Cauterização química com solução 
de Carnoy após a remoção do cisto. 
o Grandes ceratocistos: marsupialização ou 
descompressão para reduzir a cavidade cística. 
o Prognóstico é bom. 
CERATOCISTO 
ORTOQUERATINIZADO 
o Cisto odontogênico que possui um 
revestimento epitelial ortoqueratinizado. 
o 7 a 17% de todos os cistos queratinizantes 
dos ossos gnáticos. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E 
RADIOGRÁFICAS 
o Predominância em adultos jovens. 
o Predileção pelo sexo masculino (2:1). 
o Acomete mais a mandíbula do que a 
maxila (3:1). 
→ Tendência maior de envolver as 
regiões posteriores. 
o Não possuem características clínicas e 
radiográficas que os diferenciem de outros cistos. 
o Em geral, surge como uma radiolucidez 
unilocular. 
→ Pode se apresentar multilocular. 
o Acometem com mais frequência o terceiro 
molar inferior incluso. 
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 
o Revestimento cístico: epitélio pavimentoso 
estratificado. 
o Superfície ortoqueratinizada de espessura 
variável. 
o Revestimento epitelial relativamente 
delgado. 
o Camada basal em paliçada menos 
proeminente do que no paraqueratinizado. 
o Limite epitélio-conjuntivo plano. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
o Enucleação seguida de curetagem. 
o Recidivas são raras (em torno de 2%). 
o Risco levemente aumentado para 
transformação maligna. 
→ Evidências escassas. 
CISTO PERIODONTAL LATERAL 
o Tipo 
incomum. 
o Ocorre ao 
longo da superfície 
radicular lateral de um 
dente. 
o Acredita-se 
que surge dos restos da 
lâmina dentária. 
o Menos de 2% 
dos cistos dos ossos 
gnáticos revestidos por 
epitélio. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E 
RADIOGRÁFICAS 
o Frequentemente é uma lesão assintomática 
detectada apenas durante um exame radiográfico. 
o Pacientes da 5 a 7 décadas de vida. 
→ Raramente acomete pessoas com 
menos de 30 anos. 
o 75 a 80% dos casos acomete a região de 
pré-molares, canino e inciso lateral inferiores. 
o Área radiolúcida bem circunscrita. 
o Localizada lateralmente à raiz ou raízes de 
dentes com vitalidade. 
o Maioria possui menos de 1 cm. 
o Cistos odontogênicos botrioides: aspecto 
policístico. 
→ Aspecto de cachos de uva. 
o Características radiográficas não dão 
diagnóstico. 
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 
o Cápsula fibrosa delgada. 
o Geralmente sem inflamação. 
o Revestimento epitelial de 1 a 3 camadas. 
→ Células pavimentosas achatadas. 
o Focos de células claras ricas em glicogênio 
podem estar espalhados entre as células do 
revestimento epitelial. 
o Alguns cistos apresentam espessamentos 
nodulares focais do epitélio de revestimento. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
o Enucleação conservadora. 
o Recidiva não é comum. 
→ Pode ser relatada na variante 
botrioide. 
CISTO RESIDUAL 
o Surge de um cisto periapical que não foi 
curetado no momento da remoção do dente. 
→ Serão apresentadas as 
características do cisto periapical. 
o Cisto revestido por epitélio. 
o Parede de tecido conjuntivo fibroso 
revestido por epitélio com um lúmen contendo 
fluido e resíduos celulares. 
o A origem do epitélio é um resíduo de 
Malassez, epitélio crevicular, revestimento sinusal 
ou revestimento epitelial dos tratos fistulosos. 
o À medida que o epitélio descama no lúmen, 
o teor de proteína é maior. 
→ O fluido entra no lúmen para 
equalizar a pressão osmótica. 
o A maioria cresce lentamente e não atinge 
grandes tamanhos. 
o O tecido inflamatório periapical que não é 
curetado no momento da remoção do dente pode 
originar um cisto inflamatório chamado cisto 
periapical residual. 
o Cisto radicular lateral: disseminação 
através de um forame lateral. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E 
RADIOGRÁFICAS 
o Pacientes não têm sintomas. 
o Cisto de tamanho grande: pode ser 
observado inchaço e sensibilidade branda. 
o O movimento e a mobilidade dos dentes 
adjacentes: à medida que o cisto aumenta. 
o Teste de vitalidade negativo. 
o Padrão radiográfico idêntico ao granuloma 
periapical. 
o Embora na maioria das vezes os cistos 
alcancem um tamanho maior que o dos 
granulomas, nem o tamanho nem a forma podem 
dar um diagnóstico definitivo. 
o Pode apresentar um halo radiopaco (tecido 
epitelial). 
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 
o Revestido por epitélio escamoso 
estratificado. 
o Corpúsculos de Rushton: calcificações 
lineares em forma de arco. 
o Parede do cisto: tecido conjuntivo fibroso 
denso. 
o Infiltrado inflamatório. 
o Cristais de colesterol com células gigantes 
multinucleadas. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
o Enucleação e curetagem.

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