Buscar

Pericardite

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Estudar a fisiopatologia das doenças do pericárdio 
O pericárdio, também conhecido como saco pericárdico, é uma membrana serosa com duas camadas 
que isolam o coração das outras estruturas torácicas, mantêm sua posição no tórax, impedem que o 
órgão distenda excessivamente e funcionam como barreira contra infecção. O pericárdio é formado por 
duas camadas: uma camada interna fina, também conhecida como pericárdio visceral, que adere ao 
epicárdio; e outra externa fibrosa, ou pericárdio parietal, que está ligada aos grandes vasos que entram e 
saem do coração, do esterno e do diafragma. Essas duas camadas do pericárdio estão separadas por um 
espaço virtual – cavidade pericárdica – que contém cerca de 50 ml de líquido seroso. Tal líquido funciona 
como lubrificante e impede forças de atrito à medida que o coração contrai e relaxa. O pericárdio, ele é 
bem inervado e inflamação pode causar dor intensa. 
 
 
 
Pericardite 
Pabulo Polizelli 
 
DERRAME PERICÁRDICO 
É a acumulação de líquido na cavidade pericárdica, geralmente em consequência de um processo 
infeccioso ou inflamatório. A cavidade pericárdica tem pouco volume de reserva. A relação de pressão-
volume entre os volumes cardíaco e pericárdico normais pode ser dramaticamente afetada por 
quantidades pequenas de líquido, quando são alcançados níveis críticos de derrame. Em condições 
fisiológicas, o saco pericárdico contém, no máximo, 30-50 mL de um líquido seroso e transparente. Os 
derrames serosos e/ou fibrinosos que ultrapassam esses valores geralmente são vistos nos casos de 
inflamação pericárdica. 
As consequências do acúmulo de líquido pericárdico dependem do volume do líquido e da capacidade 
do pericárdio parietal de se expandir; esta última depende em grande parte da velocidade de formação 
do derrame. 
Os derrames que se acumulam lentamente – mesmo aqueles com 1000 mL – podem ser bem tolerados. 
Porém, as coleções de líquido com apenas 250 ml que surgem rapidamente, podem restringir o enchimento 
cardíaco diastólico a ponto e produzir um tamponamento cardíaco potencialmente fatal. 
 
O derrame pericárdico pode causar uma condição conhecida como tamponamento cardíaco, na qual há 
compressão do coração em consequência da acumulação de líquido, pus ou sangue no saco pericárdico. 
O tamponamento cardíaco causa: 
 Aumenta a pressão intracardíaca; 
 Limitação progressiva do enchimento diastólico dos ventrículos; 
 Diminui o volume ejetado e o débito cardíaco. 
A acumulação significativa de líquido no saco pericárdico aumenta a estimulação adrenérgica, causando 
taquicardia e aumento da contratilidade cardíaca. 
Compreender a morfopatologia da pericardite 
Pericardite aguda 
Pericardite é um processo inflamatório do pericárdio. A pericardite aguda – definida por sinais e sintomas 
resultantes da inflamação pericárdica com duração menor do que 2 semanas – pode ocorrer como doença 
isolada ou secundária a outras doenças sistêmicas. Infecções virais (principalmente por vírus Coxsackie e 
ecovírus) são as causas mais comuns de pericardite responsáveis por muitos casos classificados como 
idiopáticos. Outras possíveis causas de pericardite são as infecções bacterianas ou mico bacterianas, 
doenças do tecido conjuntivo (p. ex., lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide). 
 
A pericardite aguda frequentemente está associada ao aumento da permeabilidade capilar. Os capilares 
que irrigam o pericárdio seroso tornam-se permeáveis, possibilitando que proteínas plasmáticas (inclusive 
fibrinogênio) saiam dos capilares e entrem no espaço pericárdico, causando a formação de um exsudato 
variável quanto à composição e ao volume de acordo com o agente etiológico. A pericardite aguda 
comumente está associada a um exsudato fibrinoso (que contém fibrina; que cicatriza por resolução ou 
progride para a formação de tecidos fibróticos e aderências entre as duas camadas do pericárdio seroso. 
A inflamação também pode afetar o miocárdio superficial e a pleura adjacente. 
 
Pericardite constritiva 
Com a pericardite constritiva, tecidos fibróticos e calcificados desenvolvem-se entre as camadas visceral e 
parietal do pericárdio seroso. Com o tempo, o tecido fibrótico contrai e interfere no enchimento diastólico 
do coração e, então, o débito cardíaco e a reserva cardíaca tornam-se invariáveis. Equalização das 
pressões diastólicas finais nas quatro câmaras cardíacas é a marca fisiopatológica da pericardite constritiva. 
A pericardite constritivo exsudativa uma combinação de derrame tamponamento com constrição é uma 
síndrome que se desenvolve em uma porcentagem significativa de pacientes com doença pericárdica. A 
síndrome é quase certamente uma transição entre pericardite aguda com derrame pericárdico e 
pericardite constritiva. Em geral, essa síndrome é detectada quando os parâmetros hemodinâmicos não 
estabilizam depois da pericardiocentese 
Estudar as manifestações clínicas e os achados no ECG relacionados a pericardite 
Manifestações clínicas 
As principais manifestações clínicas da pericardite agudam são: dor torácica, atrito pericárdico, 
alterações eletrocardiográficas e derrame pericárdico. A pericardite manifesta-se classicamente com essa 
dor torácica atípica – não relacionada aos esforços e que piora quando o paciente se deita, além de um 
atrito intenso. Pelo menos duas destas manifestações devem estar presentes para se fazer o diagnóstico. É 
importante observar que a ausência de derrame pericárdico não exclui o diagnóstico de pericardite. 
Nos casos típicos, em razão das alterações do retorno venoso e do enchimento cardíaco, a dor piora 
quando o paciente respira profundamente, tosse, deglute e muda de posição. Quando associada a 
acúmulo significativo de líquido, a pericardite aguda pode causar tamponamento cardíaco, 
acompanhado de redução do débito cardíaco e choque. Em muitos casos, o paciente sente alívio na 
posição sentada e inclinado para frente. 
A pericardite constritiva crônica produz uma combinação de distensão venosa do lado direito com baixo 
débito cardíaco – um quadro clínico similar ao observado na miocardiopatia restritiva. 
A presença de pericardite também deve ser suspeitada em pacientes com derrame pericárdico e febre 
prolongada. É comum a presença de febre baixa, no entanto, temperaturas > 38°C sugerem a 
possibilidade de pericardite purulenta. 
manifestações clínicas da pericardite constritiva 
Inflamação crônica causada por irradiação do mediastino, cirurgia cardíaca ou infecção geralmente é a 
causa da pericardite constritiva. Ascite é um sinal inicial marcante e pode acompanhar de edema dos 
pés, dispneia aos esforços e fadiga. As veias jugulares também ficam distendidas. O sinal de Kussmaul 
consiste na distensão inspiratória das veias jugulares causada pela incapacidade de o átrio direito – 
encarcerado em seu pericárdio rígido acomodar o aumento do retorno venoso que ocorre durante a 
inspiração. Intolerância aos esforços, atrofia muscular e emagrecimento ocorrem 
ECG 
O eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações nos pacientes com pericardite aguda mostra, tipicamente, 
elevação difusa do segmento ST com concavidade voltada para cima e depressão do segmento PR, 
observada em cerca de 80% dos pacientes. Os achados eletrocardiográficos na Pericardite aguda 
consistem em elevação difusa do segmento ST e, às vezes, depressão do intervalo PR. As mudanças do 
segmento ST podem ser confundidas com aquelas vistas no infarto agudo do miocárdio. No entanto, a 
elevação do segmento ST na Pericardite difere pelos seguintes motivos: 
Difusamente presente na maioria das derivações. No infarto agudo do miocárdio, a elevação do segmento 
ST está localizada em uma área coronariana específica; 
 a concavidade é para cima. No infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST, é 
geralmente oposto; 
 A formação de ondas Q patológicas está ausente na Pericardite; 
 depressão do PR pelo acometimento dos átrios; 
 ondas T são concordantes com o segmento ST; 
 depressão do segmento ST em aVRe V1; 
 As alterações eletrocardiográficas podem evoluir com 4 estágios: 
 Estágio I – fase aguda: no momento da dor, apresenta elevação difusa do segmento ST, com formato 
côncavo, com onda T positiva, exceto em aVR e V1, e depressão do segmento PR. 
 Estágio II: ocorre após dias, o segmento ST retorna à linha de base e a onda T é achatada ou isoelétrica. 
 Estágio III: 1 a 2 semanas após, apresenta inversão da onda T. 
 Estágio IV: representa a reversão das anormalidades da onda T, pode ocorrer em semanas ou até meses. 
 
Analisando-se o ECG do paciente, verifica-se: 
 Ritmo sinusal. 
FC = 100 bpm. 
PR = 140 ms. 
Eixo entre 60° e 90°. 
QRS estreito < 120 ms. 
Alterações difusas da repolarização: supra difuso em todas as derivações – exceção AVR e V1; depressão 
do PR mais visível em D2; ondas T em mesma direção ao ST. 
 
Vale lembrar que existem estágios eletrocardiográficos na Pericardite: 
 
Estágio 1: acompanha o início da dor e 90% dos pacientes apresentam supradesnivelamento de ST com 
concavidade para cima, exceto em AVR e V1. 
Estágio 2: ocorre alguns dias depois. Retorno do ST à linha de base, acompanhado pelo achatamento da 
onda T. 
Estágio 3: inversão da onda T de modo que o vetor se torne oposto ao do ST; não há ondas Q ou diminuição 
das ondas R. 
Estágio 4: ocorre semanas ou meses depois, com reversão das ondas T ao normal. 
 
Elencar a fisiopatologia das doenças autoimunes relacionadas ao pericárdio 
Na fisiopatologia da base autoimune da pericardite aguda recorrente idiopática, passa pela interação 
das PAMPs (padrões moleculares associados a patógenos) que derivam de produtos virais, com os TLRs 
das células dendríticas. Estas podem promover as respostas primárias das células T e B, representando uma 
ligação entre o sistema imune inato e adaptativo. Seguidamente as células T CD4+ podem ser 
diferenciadas em diferentes subgrupos de células Th com perfis citocínicos e funções efetoras diferentes: as 
células Th1 e Th17 produzem citocinas pro-inflamatórias. 
A autoimunidade pode estar associada à integração do DNA de microrganismos no hospedeiro o que 
leva a mutação e às reações cruzadas, devido às similaridades das moléculas do mesmo grupo. Também 
pode haver apresentação de (DAMPs – padrões de moléculas associadas a lesão) ao sistema imune após 
a lesão do pericárdio e miocárdio levando a uma possível interação com os TLR e à estimulação das 
células T, B e células apresentadoras de antígenos 
Resumo geral 
O pericárdio é um saco membranoso com duas camadas que isola o coração das outras estruturas 
torácicas, mantém sua posição no tórax e impede que o órgão distenda excessivamente, além de ajudar 
a evitar infecções. As doenças do pericárdio incluem pericardites aguda e crônica, derrame pericárdico e 
tamponamento cardíaco e pericardites constritiva e constritivo exsudativa. O principal risco associado às 
doenças pericárdicas é a compressão das câmaras cardíacas. A pericardite aguda pode ter etiologia 
infecciosa ou pode ser causada por doenças sistêmicas, e é caracterizada por dor torácica, alterações do 
ECG e atrito pericárdico. Em geral, a pericardite recidivantes está associada às doenças autoimunes e os 
sintomas podem ser mínimos. O termo derrame pericárdico agudo ou crônico significa acumulação de 
exsudato na cavidade pericárdica. Isso pode aumentar a pressão intracardíaca, comprimir o coração e 
interferir com o retorno venoso ao coração. O volume de exsudato, a rapidez com que se acumula e a 
elasticidade do pericárdio determinam o efeito do derrame na função cardíaca. Tamponamento cardíaco 
é uma compressão potencialmente fatal do coração, resultante da acumulação excessiva de líquido no 
saco pericárdico. Com a pericardite constritiva, tecidos fibróticos desenvolvem-se entre as camadas visceral 
e parietal do pericárdio seroso. Ao longo do tempo, o tecido fibrótico contrai e interfere no enchimento 
cardíaco.

Continue navegando