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Pericardite - APG

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Myllena Assis Sousa Pires • Medicina 3° Período 
 
 
 
CONCEITO 
O pericárdio, as vezes referido como saco 
pericárdico, é uma membrana serosa em dupla 
camada que isola o coração de outras estruturas 
torácicas, mantém sua posição no tórax, evita que 
ele se encha excessivamente e serve como uma 
barreira a infecções. 
O pericárdio consiste em duas camadas: uma 
delgada (interna), chamada de pericárdio visceral 
ou epicárdio e uma fibrosa (externa), chamada de 
pericárdio parietal, que está aderido aos grandes 
vasos que entram e saem do coração, ao esterno e 
diafragma. 
O pericárdio está sujeito a muitos dos mesmos 
processos patológicos que afetam outras estruturas 
do corpo. 
 
 
PERICARDITE AGUDA 
Processo inflamatório do pericárdio. É definida 
como sinais e sintomas que resultam de uma 
inflamação pericárdica de menos de 2 semanas. 
Pode ocorrer isoladamente ou como resultado de 
uma doença sistêmica. 
 
 
Infecções virais são a causa mais comum e 
responsáveis por muitos casos classificados como 
idiopáticos. Outras causas incluem infecções 
Sistema Cardiovascular 
 
 
 
 
Myllena Assis Sousa Pires • Medicina 3° Período 
bacterianas ou microbianas, doenças do tecido 
conjuntivo (lúpus sistêmico, artrite reumatoide), 
ureia, cirurgia pós-cardíaca, trauma, toxicidade a 
drogas e processos inflamatórios contíguos do 
miocárdio ou do pulmão. 
A pericardite aguda está associada a 
permeabilidade capilar aumentada. Os capilares 
que suprem o pericárdio seroso se tornam 
permeáveis, permitindo que proteínas plasmáticas, 
incluindo o fibrinogênio, saiam dos capilares e 
entrem no espaço pericárdico. 
Isso resulta em um exsudato que varia no tipo e na 
quantidade de acordo com o agente causador. A 
pericardite aguda está associada a um exsudato 
fibrinoso que se cura por resolução ou progride 
para a deposição do tecido cicatricial e a formação 
de adesões entre as camadas do pericárdio. 
As manifestações incluem uma tríade formada 
por: 
 
Quase todas as pessoas com pericardite 
apresentam dor torácica. A dor é usualmente 
abrupta e aguda no início, ocorrendo na área 
precordial, e pode irradiar-se para o pescoço, 
costas, abdome ou região lateral. 
A dor na crista escapular, pode ser devida à 
irritação do nervo frênico. A dor é tipicamente pior 
durante uma respiração profunda, tosse, 
deglutição e alterações de posição devido a 
alterações no retorno venoso e enchimento 
cardíaco. 
É importante que a dor torácica devido a 
pericardite seja diferenciada de um infarto do 
miocárdio ou de um embolismo pulmonar. 
É baseado em manifestações clínicas, ECG, 
radiografia de tórax, ecocardiografia. Um atrito 
de fricção pericárdica, resulta do atrito entre as 
superfícies pericárdicas inflamadas. O atrito é 
tipicamente descrito como tendo três 
componentes, sendo eles: 
▪ Sístole atrial; 
▪ Sístole ventricular; 
▪ Rápido enchimento do ventrículo. 
As alterações no ECG na pericardite tipicamente 
evoluem através de quatro estágios progressivos: 
▪ Elevações difusas do segmento ST e 
depressão do segmento PR; 
▪ Normalização dos segmentos ST e PR; 
▪ Inversões disseminadas das ondas T; 
▪ Normalização das ondas T. 
Dor torácica
Atrito ou 
fricção 
pericárdica
Alterações 
no ECG
 
 
 
 
Myllena Assis Sousa Pires • Medicina 3° Período 
Marcadores laboratoriais de inflamação também 
podem estar presentes, incluindo: elevada 
contagem de leucócitos, elevada taxa de 
sedimentação de eritrócitos (TSE) e proteínas C 
reativa (PCR) aumentada. 
A pericardite aguda idiopática é frequentemente 
autolimitante. Os sintomas são usualmente 
tratados com DAINEs. A colchicina também tem 
se mostrado benéfica juntamente com aspirina e 
prednisona no tratamento inicial da pericardite 
aguda e para prevenção de recorrências. 
A colchicina e seus efeitos anti-inflamatórios 
através da prevenção da polimerização de 
microtúbulos leva a inibição da migração e 
fagocitose pelos leucócitos. Quando uma infecção 
está presente, antibióticos específicos para o 
agente são prescritos. Os corticosteroides podem 
ser usados em pericardite severamente sintomática 
e não responsiva às DAINEs e a colchicina. 
Efusão pericárdica e Tamponamento cardíaco 
Derrame/efusão pericárdica: acúmulo de líquidos 
na cavidade, resultante de um processo 
inflamatório ou infeccioso. Pode-se desenvolver 
também como resultado de neoplasias, cirurgia 
cardíaca, trauma, ruptura cardíaca devido a um IM 
e aneurisma dissecante da aorta. A efusão pode 
levar a uma condição chamada de tamponamento 
cardíaco. 
Tamponamento cardíaco: na qual existe uma 
compressão do coração devido ao acúmulo de 
líquido, pus ou sangue no saco pericárdico. Essa 
condição pode ser causada por infecções, 
neoplasias e sangramento. Resulta em pressão 
intracardíaca aumentada, limitação progressiva do 
enchimento diastólico ventricular e reduções no 
volume de batimentos e no débito cardíaco. 
Um acúmulo significativo de liquido no 
pericárdio, resulta em uma estimulação 
adrenérgica aumentada, a qual leva a taquicardia e 
contratilidade cardíaca aumentada. Existem: 
▪ Elevação da pressão venosa central; 
▪ Distensão das veias jugulares; 
▪ Queda na pressão sanguínea sistólica; 
▪ Pressão de pulso estreitada; 
▪ Sinais de choque circulatório 
▪ Sons cardíacos de difícil ausculta, devido 
efeito isolante do liquido pericárdico e à 
função cardíaca reduzida. 
Um importante achado é o pulsus paradoxos 
(pulso paradoxal), ou uma exacerbação da 
variação normal no volume de pulso arterial 
sistêmico com a respiração. 
A diminuição na pressão intratorácica que ocorre 
durante a inspiração, acelera o fluxo venosos, 
aumentando o enchimento atrial direito e o 
enchimento ventricular direito, fazendo com que o 
septo interventricular se projete para a esquerda, 
produzindo uma ligeira diminuição no enchimento 
 
 
 
 
Myllena Assis Sousa Pires • Medicina 3° Período 
ventricular esquerdo, no rendimento do volume de 
batimentos e na pressão sanguínea sistólica. 
O ecocardiograma é um método rápido, acurado e 
amplamente utilizado de avaliação de uma efusão 
pericárdica. O ECG revela alterações inespecíficas 
da onda T e baixa voltagem QRS. Apenas efusões 
de moderada a grandes podem ser detectadas pela 
radiografia de tórax. 
O tratamento das efusões depende da progressão 
para um tamponamento cardíaco. DAINEs, 
colchicina ou corticoesteroide, pode minimizar o 
acúmulo de líquidos. 
A pericardiocentese ou remoção de líquidos do 
pericárdio: frequentemente com auxilio de 
ecocardiografia é o tratamento de escolha inicial. 
▪ Fechada: realizada com uma agulha 
inserida através da parede torácica. 
Realizada em tamponamento cardíaco 
grave. 
▪ Aberta: usada para efusões recorrentes ou 
localizadas, durante a qual biópsias podem 
ser obtidas e recortes pericárdicos criados. 
A aspiração e avaliação laboratorial do liquido 
pericárdico podem ser usadas para identificar o 
agente causador. 
PERICARDITE CONSTRITIVA 
Tecido cicatricial fibroso e calcificado se 
desenvolve entre as camadas parietal e visceral do 
pericárdio seroso. Por vezes, o tecido cicatricial se 
contrai e interfere no enchimento diastólico do 
coração, ponto em que o débito cardíaco e a 
reserva cardíaca se tornam fixos. Ou seja, o 
coração envolvido por esse tecido fibroso, é tem 
sua expansão diastólica e o débito cardíaco 
limitados. 
A equalização das pressões diastólicas terminais 
nas quatro câmaras cardíacas é a referência 
fisiopatológica da pericardite constritiva. 
Uma inflamação de longa duração devida à 
radiação mediastinal, cirurgia cardíaca ou infecção 
é usualmente a causa de uma pericardite 
constritiva. 
Ascite, acompanhada por um edema periférico, 
dispneia de esforço e fadiga, bem como sons 
cardíacos distantes ou abafados. 
As veias jugulares também estão estendidas. O 
sinalde Kussmaul é uma distensão inspiratória das 
veias jugulares, causadas pela incapacidade do 
AD, envolvido em seu rígido pericárdio, de se 
adaptar ao aumento no retorno venoso que ocorre 
com a inspiração. 
A radiografia de tórax e a ecocardiografia 
transesófagica e Doppler são úteis, sendo este útil 
 
 
 
 
Myllena Assis Sousa Pires • Medicina 3° Período 
na diferenciação entre uma pericardite constritiva 
e uma cardiomiopatia restritiva, assim como 
também são a tomografia computadorizada e o 
imageamento em ressonância magnética. Na 
pericardite constritiva crônica, a remoção 
cirúrgica ou ressecção da carapaça de tecido 
fibroso constritivo é uma opção de tratamento. 
PERIICARDITE EFUSIVO-CONSTRITIVA 
Combinação da efusão, tamponamento e 
constrição, é uma síndrome que se desenvolve em 
um número significativo de indivíduos. 
Ocorre frequentemente durante um curso 
subagudo ou crônico da doença pericárdica, sendo 
mais provável devido a uma transição de uma 
pericardite aguda com efusão pericárdica para uma 
pericardite constritiva. 
Usualmente detectada quando medições 
hemodinâmicas falham em estabilizar após a 
pericardiocentese, requerendo usualmente uma 
pericardiectomia.

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