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AULA 6 – CIRURGIA VASCULAR DANIELA FRANCO DISSECÇÃO VENOSA 1. DEFINIÇÃO É a obtenção de um acesso venoso realizado através de pequena cirurgia. Neste método há exposição e visualização direta da veia relacionada com consequente flebotomia e introdução de um cateter em sua luz. O acesso venoso por dissecção é utilizado em traumas em choque hemorrágico profundo, veias colabadas, ou quando não for possível a punção. 2. INDICAÇÕES • Necessidade de reposição volêmica / coleta de sangue / administração de fármacos / manutenção de uma via de acesso venoso, diante da incapacidade de obtenção de um acesso por punção (periférico / central / intraósseo) • Pacientes com distúrbios de coagulação que necessitem de um acesso venoso rápido • Previsão de hidratação parenteral prolongada • Dificuldades inerentes ao local de acesso (pacientes com deformidades anatômicas, celulites, grandes queimados, etc.) OBS: Está contraindicado a cateterização da veia se existir a possibilidade de lesão entre a veia e o coração. Evitar punção venosa nas superfícies articulares, ocorre extravasamento com maior frequência. O maior fluxo é obtido quando o líquido está diluído e aquecido pois diminui a viscosidade. O que mais limita é o diâmetro do cateter. 3. VIAS UTILIZADAS • V. Basílica: muito utilizada • V. Safena Magna - Proximal (trígono femoral): pouco utilizada em adultos; mais utilizada em Crianças após descartada as possibilidades de uso de outras vias - Distal (junto ao maléolo medial da tíbia): muito utilizada; via preferencial. Adotada pelo ATLS e em pediatria • V. Cefálica • V. Braquial • V. Facial: opção considerável em crianças • V. Jugulares: opção considerável em crianças • V. Intercostais à direita: opção considerável em crianças; estas penetram no sistema profundo após desembocar na veia ázigos, que é tributária da veia cava superior. Possibilita-se a exposição das veias intercostais através de uma pequena incisão à direita do dorso, com divulsão da musculatura intercostal. A veia é fina e frágil e após canulada seu posicionamento deve ser confirmado por radioscopia) • V. Epigástrica: opção considerável em crianças 4. TÉCNICA OPERATÓRIA A. DISSECÇÃO DA VEIA BASÍLICA 1. Paciente em D.D.H. com abdução do membro superior em 90 graus. 2. Assepsia + antissepsia (envolvendo todo o braço, fossa cubital e parte proximal do antebraço) + colocação de campos cirúrgicos. 3. Traçando-se uma linha imaginária vertical que tangencia o epicôndilo medial do úmero, mede-se aproximadamente 3 cm. Em sentido proximal e, a partir desse ponto, 3 cm. Em sentido lateral. Nesse local pode-se encontrar a veia basílica, a qual, normalmente está próxima ao nervo cutâneo lateral do antebraço, que é lateral a ela. 4. Infiltração da pele e subcutâneo com anestésico local. 5. Incisão cutânea transversa de aproximadamente 2-3 cm nesta região. 6. Afastamento e divulsão do subcutâneo com Farabeufs e pinça hemostática curva até identificação da veia basílica. 7. Reparar a veia proximal (traciona proximal e ve se tem pulso, se nao tiver é uma artéria) e distalmente, com fio inabsorvível (algodão). 8. Ligadura da veia distalmente. 9. Um botão anestésico é providenciado distal a ferida cirúrgica, para que se realize a contra- abertura e saída do cateter. 10. Realizar a contra-abertura cutânea. 11. Promover a tunelização do cateter de uma incisão à outra. 12. Corta-se a ponta do cateter sem a necessidade de biselar. O biselamento da ponta do cateter pode dificultar a sua progressão e favorecer lesões da parede venosa. 13. A flebotomia é realizada através de incisões combinadas, sendo a primeira transversa e a segunda longitudinal ao vaso, de tal forma a representar a figura de um T invertido. Esse detalhe técnico facilita a dilatação da incisão do vaso e possibilita uma melhor apreensão da borda da ferida venosa para progressão do cateter. 14. Introdução e progressão do cateter. Deve ser de forma lenta e gradativa, podendo ser realizados movimentos de rotação e também conectado à uma seringa para que seja injetado, em bolos, soro fisiológico, para uma melhor dilatação do vaso. O cateter deve ser de polietileno ou, preferencialmente de silicone (‘SILASTIC) 15. Ligadura do coto proximal da veia sobre o cateter já colocado em seu interior, com o cuidado de não o estrangular com nós muito apertados. 16. Conexão do cateter à um equipo com frasco de soro e verifica-se o fluxo e refluxo. 17. Síntese da ferida cirúrgica 18. Fixação do cateter a pele por meio de ponto em U bailarina. 19. Curativo oclusivo. B. DISSECÇÃO DA VEIA SAFENA MAGNA JUNTO AO MALÉOLO MEDIAL DA TÍBIA 1. Paciente em D.D.H. com o membro inferior em rotação externa. 2. Assepsia + antissepsia (envolvendo todo o pé e a metade distal da perna) + colocação de campos cirúrgicos. 3. Delimita-se a localização da veia (anteriormente ao maléolo medial, cruzando a face medial do terço distal da tíbia). 4. Infiltração da pele e subcutâneo com anestésico local (imediatamente anterior e superior ao maléolo medial da tíbia). 5. Incisão cutânea transversa de aproximadamente 2-3 cm nesta região. 6. demais procedimentos seguem a ordem da descrição do anterior. 5. COMPLICAÇÕES x Flebite {irritação do endotélio pelo cateter ou por soluções - soluções glicosadas concentradas; cloridrato ou gluconato de cálcio; contrastes; agentes citotóxicos (mostarda nitrogenada, vincristina, actinomicina D); soluções alcalinas de barbitúricos de ação rápida a 5%} x Obstrução da via (vasoespasmo, dobra do cateter, coágulos) x Celulite x Hematoma x Trombose venosa / Tromboembolismo / Embolia gasosa x Perfuração da parede posterior da veia x Lesão inadvertida de estruturas adjacentes (nervo, vaso, etc.) x Acesso inadvertido de outro vaso (veia ou artéria ANASTOMOSE VASCULAR Consiste na sutura de dois vasos ou de um vaso e uma prótese. Deve ser feita sem tensão, em campo operatório sem contaminação / infecção, procurando-se incluir na sutura todas as camadas do vaso evitando irregularidades na camada íntima (principal). 1. SUTURAS VASCULARES a. Fios: monofilamentares, inabdorvíveis, atraumáticos. Polipropileno ou naylon. A espessura varia de 2.0 a 8.0, com 2 agulhas curvas de tamanhos variados por fio (maior versatilidade em suturas contínuas). b. Tipos de suturas: Pode ser realizada contínua ou com pontos separados (simples ou em ponto “U”; os nós nunca devem ficar na luz do vaso - agregação plaquetária, turbilhonamento, etc). Na contínua, pode-se utilizar 1 ou 2 fios - 1 fio: sutura inicia-se em um dos ângulos da anastomose, percorre ¾ da circunferência do vaso e o ¼ final é completado pela outra metade do fio, evitando assim, finalizar a anastomose no ângulo. - 2 fios: cada qual é aplicado em um dos ângulos da anastomose, utilizando-se a metade de cada fio para realizar a sutura de ¼ da circunferência a ser anastomosada, finalizando-a em pontos equidistantes dos ângulos opostos 2. TIPOS DE ANASTOMOSE A. ANASTOMOSE TÉRMINO-TERMINAL Com ou sem biselamento dos cotos vasculares. Os cotos biselados evitam a estenose na zona de sutura, além de facilitarem a anastomose entre vasos de calibres diferentes. i. INDICAÇÕES • Anastomose simples após lesão sem perda de substância vascular • Interposição de um segmento de veia, artéria ou de material protético para substituir uma porção lesada do vaso ii. TÉCNICA CIRÚRGICA DA APROXIMAÇÃO DOS COTOS / COTO-PRÓTESE • 2 pontos colocados na parede posterior juntos • 2 pontos equidistantes colocados em cada ângulo • 3 pontos equidistantes (triângulo de Carrel) • 4 pontos equidistantes (quadrangulação de Frouin) iii. TÉCNICA CIRÚRGICA DA SUTURA DOS COTOS/ COTOPRÓTESE • Sutura da parede anterior com posterior rotação em 180 graus e sutura da parede posterior em posição anterior • Sutura da face posterior por dentro da luz do vaso completando-se a anastomose pela sutura da face anterior externamente: quando não se tem um segmento extenso de vaso dissecado, dependendo da localização e quando não se consegue rodar as pinças 180 graus para anteriorização da parede posterior B. ANASTOMOSE TÉRMINO-LATERAL • É a mais usada na cirurgia vascular reconstrutora • Anastomose de prótese à artéria, veia à artéria, veia com veia e artéria com artéria • Angulação entre os vasos suturados varia de 30 a 75°. • O comprimento da anastomose deve ser 2x o diâmetro do vaso ou prótese. • Patch de Carrel ou remendo de Carrel é uma modalidade de anastomose termino- lateral, onde o vaso que está sendo suturado de forma terminal é obtido incluindo segmento circular da parede arterial contíguio a sua origem. Isso facilita a sutura ii. TÉCNICA CIRÚRGICA • Apresentam uma angulação que varia entre 30 e 75 graus • O comprimento da incisão longitudinal no vaso receptor deve ter duas vezes o diâmetro do vaso doador / enxerto • Vaso doador / enxerto deve ser seccionado em bisel no grau de angulação desejada (média de 45 graus) em uma extensão que coincida com a abertura do vaso receptor • A anastomose inicia-se com a colocação de pontos em ambas extremidades (simples ou U) • Procede-se após a sutura simples ou contínua conforme já discutido C. ANASTOMOSE LÁTERO-LATERAL i. INDICAÇÕES • É a menos usada • Anastomose porto-cava • Fístulas arteriovenosas ii. TÉCNICA CIRÚRGICA • Coloca-se os vasos justapostos (lado a lado) • Promove-se uma abertura de igual extensão entre os vasos • A anastomose inicia-se com a colocação de pontos em ambas extremidades (simples ou U) • Sutura da face posterior por dentro da luz do vaso completando-se a anastomose pela sutura da face anterior externamente 3. SUBSTITUTOS VASCULARES a. INDICAÇÕES Com diferentes finalidades, mas frequentemente utilizados para revascularizar um determinado segmento corpóreo onde não foi possível fazê-lo através da técnica direta. o GAP onde não se consegue aproximação dos cotos após remanescentes mesmo após dissecção dos mesmos o Lesões significativas da parede vascular onde a realização da arteriorrafia pode resultar em estenose da luz do vaso ou “acotovelamentos”. b. CLASSIFICAÇÃO i. BIOLÓGICOS • Autógenos / isógenos: paciente é o próprio doador (enxertos arteriais = mamária, hipogástrica, femoral, ilíaca externa; enxertos venosos = safena, femoral, cordão umbilical) • Homógenos / alógenos: doador e receptor são da mesma espécie animal (veia de cordão umbilical humano, veia safena humana criopreservada) • Heterógenos / xenógenos: doador e receptor são de espécies diferentes (enxertos de pericárdio bovino) OBS: veia safena mais utilizada ii. SINTÉTICOS • Têxteis: dacron, teflon • Não têxteis: PTFE (politetrafluoroetileno expandido) iii. COMPOSTOS: usado biológico e sintético 4. ANTICOAGULAÇÃO O controle da coagulação no período intra- operatório e peri-operatório de cirurgias vasculares é fundamental para evitar-se trombose e obter-se um bom resultado cirúrgico. A maneira de se avaliar ou controlar a coagulação é feita através de exame clínico ou laboratorial. Em cirurgia vascular utiliza-se frequentemente a heparina no intra-operatório, na dose de 100U/kg repetidos a cada hora e meia em procedimentos longos. Os exames mais utilizados para o controle da heparinização são o TTPA (tempo de tromboplastina parcial ativado), o TT (tempo de fibrogenio se transformar em trombina) e o TC (tempo de coagulação,). Em situações de sangramento no intra/pós- operatório, a diferenciação entre uma causa de origem técnico-cirúrgica ou oriunda de coagulopatia, ou ainda de anticoagulação inadvertida é extremamente importante 5. COMPLICAÇÕES x Flebite x Hemorragia x Infecção x Obstrução da via (vasoespasmo, coágulos) x Trombose venosa / Tromboembolismo / Embolia gasosa x Lesão inadvertida de estruturas adjacentes (nervo, vaso, etc. x Necrose AMPUTAÇÃO 1. DEFINIÇÃO É a separação ou ablação do corpo de um órgão ou parte dele. Pode ser traumática ou terapêutica. O que resta do membro é denominado coto de amputação. 2. INDICAÇÕES x Gangrena x Tumores malignos intratáveis x Irrecuperabilidade anatômica por traumas complexos x Defeitos congênitos ou adquiridos (dedo supranumerário, gigantismo de dedo, incapacidade de movimentação de um dedo) x Indicação social 3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO FECHAMENTO / TÉCNICA DOS RETALHOS a. QUANTO AO FECHAMENTO • Aberta: cicatrização por 2ª intenção (membros infectados, gangrenas, tecidos de natureza duvidosa) • Semiaberta: semelhante à anterior, porém tenta-se aproximar alguns tecidos visando diminuir a área a ser coberta pelo tecido de granulação o • Fechada: cotos são confeccionados de maneira definitiva com fechamento completo da pele b. QUANTO À TÉCNICA DOS RETALHO • Circular o Circular infundibuliforme • Incisão elíptica • Incisão em raquete • Incisão em retalhos propriamente ditos - Retalho único -Retalhos duplos: Iguais ou Desiguais (Anterior maior e Posterior maior) 4. CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS EM UM COTO DE AMPUTAÇÃO x Maior comprimento possível x Boa vascularização x Bom coxim músculo-adiposo x Indolor x Ser coberto com pele sadia x Forma harmônica x Boa mobilidade x Boa adaptabilidade às próteses 5. PRINCÍPIOS TÉCNICOS DA AMPUTAÇÃO / TRATAMENTO DAS PARTES ENVOLVIDAS Serão sempre os mesmos, independentemente dos níveis da amputação e das diferentes partes dos membros. A. TRATAMENTO DAS PARTES MOLES - RETALHOS O retalho tem que possuir comprimento total igual ao diâmetro da superfície do defeito acrescido de 1 raio desta, visto que só o diâmetro não seria possível devido a retração tecidual existente. Para facilitar, mede-se a circunferência no nível da amputação e o comprimento do retalho deve medir metade desta circunferência. A escolha do retalho leva em consideração seu coxim, posicionamento da cicatriz final, função do coto e tipo de prótese a ser usada dentre outros. B. TRATAMENTO DOS VASOS Após dissecção, artérias e veias devem ser ligadas isoladamente. As ligaduras devem ser duplas, sendo a distal por transfixação (fios inabsorvíveis). As artérias devem ser ligadas em primeiro lugar, exceto nos casos de amputação por tumor maligno, onde ligando-se primeiro as veias diminui-se a possibilidade de disseminação sanguínea. C. TRATAMENTO DOS NERVOS Para se evitar a regeneração indesejável do coto neural, alguns cuidados devem ser tomados. Não existe um procedimento consensual. A técnica descrita pelo autor é infiltração prévia do nervo com 2-3 ml de xilocaína a 2%, seguida de ligadura com fio inabsorvível 6-8 cm do nível da amputação, e secção com bisturi. D. TRATAMENTO DO COTO ÓSSEO Na hora da serração, realizar a proteção do coto com compressa. Isso impedirá que fragmentos ósseos possam cair nos tecidos adjacentes implantando- se e dando origem a proliferação óssea / osteomas. Os cotos devem ser aplainados com grosas para se evitar espículas (dor, lesões, etc.). Se houver sangramento medular significativo aplica-se a cera de Horsley. Para impedir o crescimento indesejável do coto ósseo, principalmente em crianças, são descritos os seguintes tratamentos: o Método subperiostal (descolamento e rebatimento do periósteo sobre o coto ósseo) o Método aperiostal amedular ou Bunge (retirada do córtex 1 cm acima do nível da serração e curetagem da medula óssea na mesma extensão) o Método músculo-periostal(descolamento e rebatimento dos músculos e do periósteo sobre o coto ósseo) o Método tendinoplástico (cobertura do coto ósseo com tendões) o Método periostal (secção do periósteo no mesmo nível do osso) 6. TÉCNICA CIRÚRGICA No capítulo existe inúmeras técnicas descritas, todas com o mesmo princípio técnico, diferenciando-se basicamente com relação a topografia. Salientar o uso de antibiótico-profilaxia e preparo psicológico no pré-operatório. 7. COMPLICAÇÕES x Infecção x Hemorragia / hematoma x Deiscência de sutura x Contratura espasmódica de coto x Sensação de membro fantasma x Coto doloroso x TVP x Crescimento ósseo x Úlcera de pressão CASOS 1. Paciente masculino, 40 anos, chega à Emergência trazida pela USB do SAMU, com a história de ter sido vítima de atropelamento por uma motocicleta. Chega sonolento, pálido e sudoreico. Avaliação primária do trauma: a. Vias aéreas pérvias; presença de colar cervical b. Murmúrio vesicular presente e simétrico bilateralmente; ausência de ruídos adventícios; FR = 22ipm; saturação de O2 = 92% ao ar ambiente. c. FC = 135bpm; PA = 80X40mmHg; enchimento capilar maior que 2 segundos d. Escala de coma de Glasgow = 13; pupilas isocóricas e fotoreagentes. e. Ausência de sangramentos externos Diante do caso, responda: a. Qual (quais) as condutas iniciais frente ao quadro? Seguindo a sistematização do ABCDE deveríamos administrar oxigênio suplementar 10 a 12 litros por minutos. Em seguida iniciar o tratamento do choque com 2 acessos venosos 16 ou 18, coleta de sangue para banco de sangue e exames laboratoriais e infusão de 1 litro de Cristaloide aquecido. Aquecer o paciente. b. A equipe de enfermagem relata que não está conseguindo puncionar uma veia. Quais outras opções de acesso vascular dispomos? Segundo o ATLS o próximo passo seria a punção Intraóssea, em seguida dissecção venosa (safena ou basílica) e ainda o acesso venoso central. Discutir aqui as técnicas da punção Intraóssea, dissecção e acesso central. 2. Paciente do sexo masculino, 25 anos, chega à Emergência por meios próprios, com a história de ter desferido um soco contra uma porta de vidro há aproximadamente 10 minutos, após estressar- se com uma partida de futebol. Refere que consequente a esse apresentou um ferimento em seu punho direito com sangramento abundante e dor, o que o fez enrolar uma toalha no local. Exame Físico: FC = 90bpm; PA = 120X80mmHg; saturação de O2 = 98%, Membro superior direito: presença de ferimento em face flexora de punho, transverso, medindo aproximadamente 4 cm; apresentando sangramento arterial ativo e ausência de pulso palpável no trajeto da artéria radial. Você indica cirurgia. Após exploração cirúrgica do ferimento, nota-se a secção completa da artéria radial, sem outras lesões associadas. Diante do caso, responda: a. Qual o tratamento cirúrgico proposto? Que fio utilizar? Anastomose término-terminal da artéria radial. Apesar de não haver perda de tecido / GAP, essa anastomose deve ser precedida de dissecção da artéria, com a finalidade de se conseguir um ganho discreto em seu avanço e minimizar a tensão na sutura. A sutura pode ser contínua ou com pontos (simples ou U) devendo- se fazer primeiro a parede anterior com posterior rotação em 180 graus e sutura da parede posterior em posição anterior. O fio preferível é monofilamentar, inabsorvível, atraumático, de polipropileno ou nylon. A espessura nessa artéria varia de 6.0 - 7.0. b. Se após a exploração cirúrgica inicial, notássemos, ao invés de secção completa da artéria, perda tecidual com GAP que não permitisse sua anastomose primária, quais recursos poderíamos utilizar? Substitutivos vasculares (biológicos, sintéticos ou compostos). Em último caso promoveríamos a ligadura arterial (o que neste caso - irrigação da mão - se torna possível devido ao suprimento sanguíneo suficiente pela artéria ulnar). c. Que cuidado fundamental é necessário no intra/pós-operatório em virtude do tratamento proposto? Anticoagulação é fundamental para evitar-se trombose e obter-se um bom resultado cirúrgico. 3. Paciente do sexo masculino, 67 anos, diabético refere que há 12 dias apareceu uma lesão indolor, mal cheirosa e com saída de secreção amarelada pelo pé esquerdo, já passou por avaliação médica e está em uso domiciliar de antibióticos sem melhora. Refere já ter tido vários episódios de infecções nesse mesmo membro e nesse momento está tendo uma dificuldade ainda maior de controlar a glicemia. Exame Fisico: a. Qual o diagnóstico? Pé diabético. Mal perfurante. Infecção e necrose de é esquerdo. b. Qual o tratamento proposto? Discussão sugerida: amputação transmetatarsíca do pé esquerdo com coleta de material para culturas e ampliação do espectro dos antibióticos Quanto ao fechamento: técnica fechada. Quanto à técnica dos retalhos: incisão em retalhos propriamente ditos (retalho único)
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