Prévia do material em texto
Ciência e Tecnologia de Materiais 1 CAPÍTULO SEIS PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS METAIS 2 Importância: Compreender como as várias propriedades mecânicas são medidas; Compreender o que estas propriedades representam: Propriedades podem ser importantes para o projeto de estruturas/componentes para que não ocorram falhas. 3 Capítulo Seis Introdução Materiais quando em serviço estão sujeitos a forças ou cargas: Conhecer propriedades dos materiais e projetar o material para suportar tais efeitos resultantes da deformação a uma carga ou força aplicada. Propriedades Importantes: Dureza, Resistência, Ductilidade e Rigidez. 4 Capítulo Seis Introdução Eixo de Automóveis Asa de Aviões Propriedades Mecânicas: Verificadas a partir de experimentos de laboratório. Ensaios são padronizados ASTM Fatores a considerar: Natureza da carga aplicada, Duração da Aplicação. Condições Ambientais. 5 Capítulo Seis Introdução Tração Compressão Cisalhamento Fração de segundos Anos Temperatura Papel do Engenheiro: Produção e Fabricação de materiais para determinados fins: Relações entre a microestrutura do material e as propriedades mecânicas. Definir as tensões e distribuições de tensões em elementos que estejam submetidos a diferentes cargas. Empiricamente Análises Teóricas e matemáticas de tensões 6 Capítulo Seis Introdução Capítulo Seis 7 CONCEITOS DE TENSÃO E DEFORMAÇÃO Ensaio de Tensão-Deformação: Utilizado para averiguar o comportamento mecânico. Utiliza-se uma carga que é estática ou que varia de uma maneira relativamente lenta ao longo do tempo e é aplicada uma carga uniformemente sobre uma seção transversal ou na superfície de um membro. Realizados para metais à T ambiente. Carga pode ser aplicada por: 8 Capítulo Seis Conceitos de Tensão e Deformação Tração Compressão Cisalhamento Ensaios de Tração: É um dos ensaios mais comuns de tensão-deformação. Usado para averiguar diversas propriedades mecânicas dos materiais que são importantes para os projetos. A amostra é deformada até a fratura por uma carga de tração que é aumentada gradativamente e aplicada uniaxialmente ao longo do eixo maior de um corpo de prova. 9 Capítulo Seis Conceitos de Tensão e Deformação Ensaios de Tração: Um corpo de provas padrão utilizado nos ensaios de tração: Figura: Corpo de Prova com seção transversal circular. Mas podem ter corpos com seção retangular. A configuração de corpo-prova é escolhida de tal forma que durante o ensaio, a deformação fica confinada na região central mais estreita, além da redução de fratura nas extremidades. 10 Capítulo Seis Conceitos de Tensão e Deformação Ensaios de Tração: 11 Capítulo Seis Conceitos de Tensão e Deformação Máquina de Ensaio de Tração O corpo de provas é preso pelas suas extremidades nas garras de fixação do dispositivo teste. O corpo de provas é alongado a uma taxa cte; Ao mesmo tempo, a carga instantânea aplicada é medida (com uma célula de carga); O alongamento de carga (usando um extensômetro) também é medido. Ensaio leva alguns minutos É destrutivo. Ensaios de Tração: 12 Capítulo Seis Conceitos de Tensão e Deformação O resultado dos ensaios são registrados em computador na forma de carga ou em função do alongamento. A característica carga-deformação depende do tamanho do corpo de prova. Para minimizar fatores geométricos, a carga e o alongamento são normalizados para os seus respectivos parâmetros de tensão de engenharia e deformação de engenharia. Ensaios de Tração: 13 Capítulo Seis Conceitos de Tensão e Deformação Tensão de engenharia ou Tensão (𝜎) é: 𝜎 = 𝐹 𝐴𝑜 (6.1) Onde F: carga instantânea aplicada em uma direção à seção transversal do corpo de prova (N ou lbf); Ao: área original da seção transversal antes da aplicação de qualquer carga (m2 ou in2). As unidades de tensão são: MPa, lbf/in2, psi. Ensaios de Tração: 14 Capítulo Seis Conceitos de Tensão e Deformação Deformação de engenharia ou Deformação (𝜖) é: 𝜖 = 𝑙𝑖−𝑙𝑜 𝑙𝑜 = ∆𝑙 𝑙𝑜 (6.2) Onde lo: comprimento original antes de qualquer carga a ser aplicada; li: comprimento instantâneo; Dl: alongamento de deformação ou variação no comprimento em um dado instante, em referência ao comprimento original. É adimensional, podendo ser expressa em porcentagem. Ensaios de Compressão: 15 Capítulo Seis Conceitos de Tensão e Deformação São ensaios de tensão-deformação que são realizados se as forças nas condições de serviço forem deste tipo. É conduzido de maneira similar ao ensaio de tração, exceto pelo fato de que a força é compressiva e que o corpo de prova se contrai ao longo da direção da tensão. As equações 6.1 e 6.2 são usadas para calcular a tensão de compressão e deformação de compressão. Por convenção, uma força compressiva é considerada negativa e produz uma tensão negativa. Uma vez que lo > li deformações compressivas são negativas. Ensaios de Tração e Compressão: 16 Capítulo Seis Conceitos de Tensão e Deformação Os ensaios de tração são os mais fáceis de realizar. Os ensaios de compressão não fornecem muitas aplicações. Os ensaios de compressão são empregados quando se deseja conhecer o comportamento de um material submetido a deformações grandes e permanentes Deformações plásticas. Ensaio de Tração Ensaio de Compressão Ensaios de Cisalhamento e Torção: 17 Capítulo Seis Conceitos de Tensão e Deformação Tensão Cisalhante (t): Ensaio realizado com a utilização de uma força puramente cisalhante (t): 𝜏 = 𝐹 𝐴𝑜 (6.3) Onde F é a força ou carga imposta em uma direção paralela às faces superiores e inferiores, cada uma delas com uma área A0. Ensaios de Cisalhamento e Torção: 18 Capítulo Seis Conceitos de Tensão e Deformação Deformação Cisalhante (𝜸): É definida como sendo a tangente do ângulo de deformação q, como está indicado na figura. As unidades de tensão e deformação cisalhante são as mesmas de seus equivalentes de tração. Ensaios de Cisalhamento e Torção: 19 Capítulo Seis Conceitos de Tensão e Deformação Torção: É uma variação do cisalhamento puro, onde um elemento estrutural é torcido: As forças de torção produzem um movimento de rotação em torno do eixo longitudinal de uma das extremidades do elemento em relação à outra extremidade. Exemplo: brocas helicoidais, eixos de acionamento. A tensão cisalhante está relacionada com o torque e a deformação cisalhante com o ângulo de torção (f) Capítulo Seis 20 RESUMINDO... Capítulo Seis Revisão Tensão de Engenharia 21 Unidades de Tensão: N/m2 ou lbf /in 2 • Tensão de Cisalhamento, t: Area, Ao F t F t F s F F F s t = F s A o • Tensão, s: Área Inicial Antes da aplicação de carga s = F t A o 2 f 2 m N ou in lb = Area, Ao F t F t Capítulo Seis 22 DEFORMAÇÃO ELÁSTICA Comportamento Tensão-Deformação: 23 Capítulo Seis Deformação Elástica Na deformação elástica, a tensão e a deformação são proporcionais. Tensão que é imposta ao material: Nos diz o grau no qual uma estrutura se alonga ou se deforma. Maioria dos Metais: São submetidos a uma tensão de tração em níveis baixos: Tensão e deformação são proporcionais entre si: 𝜎 = 𝐸. 𝜖 6.5 → 𝐿𝐸𝐼 𝐷𝐸 𝐻𝑂𝑂𝐾𝐸 Onde E (Gpa ou psi) = módulo de elasticidade ou módulo de Young. Magnitudede E: entre 45GPa (Mg) a 407GPa (Tungstênio). São tabelados. Deformação Elástica: 24 Capítulo Seis Deformação Elástica Processo de deformação no qual a tensão e a deformação são proporcionais. Comportamento Tensão-Deformação Linear Independe do tempo Deformação é recuperada Deformação é constante Deformação Elástica: 25 Capítulo Seis Deformação Elástica Comportamento Tensão-Deformação Não-Linear Exemplos: Ferro fundido cinzento e polímeros Deformação Elástica: 26 Capítulo Seis Deformação Elástica Efeitos Macroscópicos: Variação no espaçamento atômico Variação na extensão da ligações interatômicas Módulo de elasticidade Resistência à separação dos átomos Força das ligações atômicas Deformação Elástica: 27 Capítulo Seis Deformação Elástica Efeitos Microscópicos )4.6( 0r dr dF E O módulo de elasticidade é proporcional à inclinação da curva força interatômica-separação interatômica: Para alguns materiais, a porção inicial da curva tensão versus deformação não e linear, sendo necessário o uso de outros métodos para a determinação do seu modulo de elasticidade. Deformação Elástica: 28 Capítulo Seis Deformação Elástica Efeitos Microscópicos: Quanto mais forte a ligações maior o módulo de elasticidade, maior a força necessária para causar uma determinada deformação. Cerâmicas ≈ Metais > Polímeros Deformação Elástica: 29 Capítulo Seis Deformação Elástica Efeito da Temperatura: Quanto maior temperatura menor o módulo de elasticidade. Deformação Elástica: 30 Capítulo Seis Deformação Elástica Comportamento Elástico: A imposição de tensões de compressão, cisalhamento ou torção também induz um comportamento elástico. A tensão e a deformação de cisalhamento são proporcionais entre si: t = Tensão de cisalhamento [MPa = 106 N/m2] G = Módulo de cisalhamento [GPa] = Deformação de cisalhamento / )7.6(t G Deformação Elástica: 31 Capítulo Seis Deformação Elástica Cisalhamento: Exemplo: Cisalhamento simples Deformação Elástica: 32 Capítulo Seis Deformação Elástica Cisalhamento: Exemplo: Conexões parafusadas Deformação Elástica: 33 Capítulo Seis Deformação Elástica Cisalhamento: Módulo de elasticidade versus Módulo de cisalhamento Exercício 6.1: Um pedaço de cobre originalmente com 305mm (12in) de comprimento é puxado em tração com uma tensão de 276MPa (40.000 psi). Se a sua deformação é inteiramente elástica, qual será o seu alongamento resultante? Dados: Módulo de elasticidade do cobre =110 GPa. Exercício 6.2: Na ausência de tensão, a distância de separação atômica entre centros de dois átomos de Fe é 0,2480nm (ao longo de uma direção <111>). Sob uma tensão de tração de 1000MPa ao longo dessa direção, a distância de separação atômica aumenta para 0,2489nm. Calcule o módulo de elasticidade ao longo das direções <111> 34 Capítulo Seis Deformação Elástica Anelasticidade: 35 Capítulo Seis Deformação Elástica É a deformação elástica dependente do tempo: A deformação continua após a aplicação da carga e, será necessário um tempo para recuperação completa do material. Anelasticidade em metais é desprezível. Propriedades Elásticas dos Metais: Quando uma tensão de tração é imposta sobre uma amostra de um metal, um alongamento elástico e sua deformação correspondente ∈𝑧 resultam na direção de uma tensão aplicada. Como resultado, existirão constrições nas direções laterais perpendiculares à tensão aplicada. 36 Capítulo Seis Deformação Elástica Se a tensão aplicada for uniaxial (apenas em uma direção, z, por exemplo) e o material for isotrópico, então ∈𝑥=∈𝑦. Coeficiente de Poison: razão entre as deformações laterais e axiais. 37 Capítulo Seis Deformação Elástica Coeficiente de Poison: 38 Capítulo Seis Deformação Elástica )8.6( z y z x = Deformação compressiva Sinal negativo: para que coeficiente seja sempre positivo Tensão uniaxial (z) e material isotrópico x = y )7.6(2 2 2 00 x x x z z z l l l l D D O coeficiente de Poisson pode ser usado para estabelecer uma relação entre o modulo de elasticidade e o modulo de cisalhamento de um material. Coeficiente de Poison: 39 Capítulo Seis Deformação Elástica G 0,4 E )9.6(12 GE Materiais isotrópicos: Materiais anisotrópicos: O comportamento elástico varia de acordo com a direção cristalográfica. Metal Al Cu Fe W Módulo de elasticidade (GPa) Exercício 6.5: Uma tensão de tração deve ser aplicada ao longo do eixo do comprimento de uma barra cilíndrica de latão, que tem um diâmetro de 10mm (0,4in). Determine a magnitude da carga necessária para produzir uma variação de 2,5.10-3mm (10- 4in). No diâmetro se a deformação é puramente elástica. Dados: coeficiente de Poisson = 0,34 Dados: módulo de elasticidade para o latão = 97GPa. 40 Capítulo Seis Deformação Elástica Capítulo Seis 41 DEFORMAÇÃO PLÁSTICA se 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA Deformação elástica Reversível. s linear. Átomos se movem, mas não ocupam novas posições na rede cristalina. 42 6.2.1. Comportamento tensão-deformação Deformação plástica Irreversível. Átomos se deslocam para novas posições em relação uns aos outros. Lei de Hooke é válida se 43 Materiais metálicos Regime elástico 0,005 O ponto de escoamento (P), também chamado limite de Proporcionalidade, corresponde a posição na curva onde a condição de linearidade termina, ou seja, onde a lei de Hooke deixa de valer. O limite de escoamento se é 0,002 (determinado pelo método de pre-deformação específica) 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.2.1. Comportamento tensão-deformação se 44 Não é válida a Lei de Hooke Deformação permanente ou plástica Quebra das ligações dos átomos vizinhos Retirada a tensão os átomos não voltam as suas posições originais. PlásticaElástica teGradualmen Formação de novas ligações Tensão movimento dos átomos 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.2.1. Comportamento tensão-deformação se 45 Escoamento descontínuo A transição elastoplástica é definida e ocorre abruptamente. Início da região plástica A tensão no limite de escoamento para um metal corresponde à sua resistência à deformação plástica. 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.2.1. Comportamento tensão-deformação 46 A tensão no ponto máximo corresponde ao limite de resistência à fratura. Após o escoamento: A tensão necessária para continuar a deformação plástica cresce até um máximo E a seguir decresce até a fratura eventual. O limite de resistência à tração TS (MPa) é a tensão no máximo na curva de tensão-deformação de engenharia (M). Isto corresponde à tensão máxima que pode ser suportada por uma estrutura em tração; Se esta tensão é aplicada e mantida, a fratura acontecerá. Toda deformação até este ponto é uniforme através de toda a região mais estreita da amostra de tração. Deformação plástica 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.2.2. Limite de resistência à tração 47 Fratura A tensão no ponto máximo corresponde ao limite de resistência à fratura. Entretanto, nesta tensão máxima, um pescoço começa a se formar em algum ponto e toda subsequente deformação é confinada neste pescoço. Este fenômeno é denominado estricção e a fratura finalmente ocorre no pescoço. Pescoço Deformação plástica Estricção 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.2.2. Limite de resistência à tração 48 Ductilidade é o grau de deformação plástica suportado até a fraturado material. 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.2.3. Ductibilidade 49 Material dúctil: Apresenta grandes deformações antes da fatura, tais como aço, alumínio e cobre. Os diagramas de tensão-deformação dos materiais dúcteis apresentam duas regiões: elástica e plástica. Na região elástica a curva é linear, ou seja, a lei de Hooke é válida e a deformação é reversível. Na região plástica pequenos aumentos na tensão causam grandes aumentos na deformação, esta é irreversível (apresenta deformações residuais permanentes) 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.2.3. Ductibilidade 50 Material frágil: Se deforma pouco antes da fatura, tais como ferro fundido, vidro e cerâmicas. A fratura ocorre em valores baixos de tensão. Nos diagramas de tensão-deformação de materiais frágeis a região linear não é muito definida: geralmente apresenta uma curvatura discreta que vai aumentando gradualmente até a ruptura. Não apresenta deformações residuais significativas, mesmo após a ruptura. 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.2.3. Ductibilidade A ductilidade pode ser expressa quantitativamente de duas formas: 51 1. Alongamento percentual )10.4(100% 0 0 l il Al f lf é o comprimento no momento da fratura lo é o comprimento útil original (deve ser especificado) Corresponde ao alongamento total do material na fratura, devido à deformação plástica. 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.2.3. Ductibilidade A ductilidade pode ser expressa quantitativamente de duas formas: 52 2. Área percentual )11.4(100% 0 0 A AA RA f A0 é a área original. Af é a área da seção reta no ponto da fratura Corresponde à redução na área da seção reta do corpo, imediatamente antes da ruptura. Os materiais dúcteis sofrem grande redução na área da seção reta antes da ruptura. 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.2.3. Ductibilidade 6.2 DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 53 • Alongamento: • Área Percentual: 100 x A A A RA % o f o - = Lf Ao Af lo s Pequeno %Al Grande %Al x 100 l l l Al % o o f R E S U M I N D O ... 54 Indica o grau ao qual uma estrutura irá se deformar plasticamente antes de fraturar. Especifica o grau de deformação permitido durante operações de conformação. Comportamento tensão- deformação do ferro em diferentes temperaturas 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.2.3. Ductibilidade 55 4.6.3. Ductilidade 6.6. Uma barra de liga de alumínio com 12,827 mm de diâmetro e um comprimento inicial de 50,8 mm foi submetida a um ensaio de tração. Após a fratura foi determinado que sua tensão de engenharia vale 460MPa. Se o diâmetro de sua seção transversal no momento da fratura é de 10,7mm, determine: a) A ductibilidade em termos de redução percentual da área; b) A tensão verdadeira na fratura. Exercícios 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.7. Calcule o expoente de encruamento “n” para uma liga na qual uma tensão verdadeira de 415MPa produz uma deformação verdadeira de 0,10. Considere um valor de 1035MPa para K. 56 Região linear: É capacidade do material de absorver energia quando este é deformado elasticamente e depois de aliviada a carga, ter essa energia recuperada. O módulo de resiliência, Ur [J/m 3] representa a energia de deformação por volume necessária para tensionar um material de um estado sem carregamento até a sua tensão limite de escoamento. 12.4 2 1 eerU s ou 13.4 2 2 E U er s Materiais resilientes possuem elevados valores de limite de escoamento e módulos de elasticidade pequenos, como por exemplo ligas utilizadas na fabricação de molas. 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.2.4. Resiliência 57 Representa a medida da capacidade do material de absorver energia até a fratura e, equivale a área sob a curva do gráfico s até a fratura. No gráfico s, temos: 1. Módulo de elasticidade. 2. Tensão de escoamento. 3. Limite de resistência à tração. 4. Ductilidade = 100.fratura 5. Tenacidade = s.d, [J/m3] Área =Tenacidade [J/m3] 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.2.5. Tenacidade 58 Uma maneira de se avaliar a tenacidade de um material é através da área total sob a curva tensão versus deformação obtida em um ensaio de tração. Esta área é uma indicação da quantidade de trabalho por unidade de volume que pode ser realizado no material sem causar a sua fratura. A tenacidade está relacionada tanto com a resistência quanto com a ductilidade do material. A tenacidade à fratura pode ser definida de uma maneira mais precisa como sendo a habilidade do material em resistir à propagação instável de uma trinca, quando submetido a um carregamento estático. 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.2.5. Tenacidade Para que um material seja tenaz, ele deve ser resistente e dúctil. Em geral, materiais dúcteis são mais tenazes que o materiais frágeis. Como pode ser visto no gráfico, materiais frágeis têm maiores limites de escoamento e resistência à tração, porém são menos tenazes dos que os materiais dúcteis. Isto se deve à falta de ductilidade e, pode ser visualizado comparando as áreas ABC e AB’C’. 59 6.2. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.2.5. Tenacidade Na figura, a partir do ponto M a tensão necessária para continuar a deformação diminui, isso indica que sua resistência diminui. A estricção reduz a capacidade do material suportar a carga. 60 ltransversaseçãodaoriginaláreaaConsidera A F 0 s . A tensão verdadeira (sV) é a força dividida pela área da seção reta instantânea (Ai): 14.4 i V A F s A deformação verdadeira (V) é a dada por: 15.4ln 0 l li V Sendo, i = instantâneo 0 = inicial 6.3. TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS 61 . Se durante a deformação o volume permanecer constante, temos: Tensão verdadeira (sV) e tensão de engenharia (s) estão relacionadas pela equação: 16.400lAlA ii As equações 4.17 e 4.18 são válidas somente até o surgimento do pescoço Após este ponto a tensão e deformação verdadeiras devem ser computadas a partir de medições da carga, da área da seção transversal e do comprimento útil reais. 18.41ln V 17.41 ss V Deformação verdadeira (V) e deformação de engenharia () estão relacionadas pela equação: 6.3. TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS A figura abaixo mostra que a tensão verdadeira necessária para manter a deformação crescente continua a aumentar após o limite de resistência à tração M’. Com a formação do pescoço aparecem tensões além da tensão axial, consequentemente a tensão verdadeira no pescoço é inferior a tensão medida a partir da carga aplicada e da área da seção transversal do pescoço. Por isso, é necessário traçar a curva tensão-deformação corrigida. 62 6.3. TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS Para alguns metais e ligas, a curva tensão-deformação verdadeira desde o início da deformação plástica até o empescoçamento é dada por: 63 K e n são constantes que dependem da condição do material e são tabelados. Sendo, n o parâmetro de encruamento e < 1. s T K T n Tensão Verdadeira (F/A) “Deformação verdadeira: ln(L/Lo) Expoente de encruamento: n = 0.15 (aços) n = 0.5 (Cu) 6.3. TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS 64 iT AFs oiT ln ss 1ln 1 T TTensão Verdadeira Deformação Verdadeira Assim.... 6.3. TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS 65 A tabela abaixo apresenta valores de n e K para algumas ligas; 6.3. TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS É o fenômeno no qual um material endurece devido à deformação plástica (realizado pelo trabalho à frio). Esse endurecimento dá-se devido ao aumento de discordâncias e imperfeições promovidas pela deformação, que impedem o escorregamento dos planos atômicos Quanto maior o encruamento maior a força necessária para produzir uma maior deformação O encruamento pode ser removido por tratamento térmico (recristalização) 66 Encruamento: 6.3. TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS 67 Variação das propriedades mecânicas em função do encruamento: Aumenta a resistência mecânica Aumenta o limite de escoamento Diminui a ductilidade 6.3. TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS Antes da deformação 68 Efeito do encruamento na microestrutura: Depois da deformação 6.3. TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRAS 69 Diagrama deformação O gráfico mostra que quando a carga é liberada durante um ensaio de tração, parte da deformação elástica é recuperada. A partir do ponto de descarga (D) a curva traça uma trajetória próxima à de uma linha reta paralela à região elástica, portanto sua inclinação é virtualmente igual ao módulo de elasticidade. A magnitude desta deformação elástica, que é recuperada com a descarga, corresponde à recuperação da deformação. Recuperação Elástica após deformação Plástica 6.4. RECUPERAÇÃO ELÁSTICA DURANTE A DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 70 Diagrama deformação Se a carga for reaplicada, a curva irá percorrer a mesma porção linear da curva, porém na direção oposta àquela percorrida durante a descarga; ocorrerá novamente o escoamento no nível de tensão de descarga. A deformação elástica associada à fratura será recuperada. No gráfico s mostra os fenômenos de recuperação elástica e encruamento. se0 = limite de escoamento se1 = limite de elasticidade após a liberação da carga do ponto D e depois a reaplicação da carga. 6.4. RECUPERAÇÃO ELÁSTICA DURANTE A DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 71 Diagrama deformação 6.4. RECUPERAÇÃO ELÁSTICA DURANTE A DEFORMAÇÃO PLÁSTICA T e n s ã o Deformação 3. Reaplicação de carga 2. Descarregamento D Recuperação de deformação Elástica 1. Carga syo syi 72 Há um alívio das tensões internas armazenadas durante a deformação devido ao movimento das discordâncias resultante da difusão atômica. Nesta etapa há uma redução do número de discordâncias e um rearranjo das mesmas. Propriedades físicas como condutividade térmica e elétrica voltam ao seu estado original, ou seja, correspondente ao material não-deformado. Podemos dizer que... 6.4. RECUPERAÇÃO ELÁSTICA DURANTE A DEFORMAÇÃO PLÁSTICA A dureza depende diretamente das forças de ligação entre os átomos, íons ou moléculas e do estado do material (processo de fabricação, tratamento térmico, etc.) 73 Dureza é a resistência à penetração de um material duro no outro. O primeiro método padronizado de ensaio de dureza foi baseado no processo de riscagem de minerais padrões, desenvolvido por Mohs, em 1822. 6.6 DUREZA 74 D U R EZ A Inconveniência da escala de Mohs A maioria dos metais apresenta durezas Mohs 4 e 8, e pequenas diferenças de dureza não são acusadas por este método. Por exemplo, um aço dúctil corresponde a uma dureza de 6 Mohs, a mesma dureza Mohs de um aço temperado. 75 (1900, J. A. Brinell). Existe uma relação entre os valores obtidos no ensaio e os resultados de resistência à tração. “Consiste em comprimir lentamente uma esfera de aço temperado, de diâmetro D, sobre uma superfície plana, polida e limpa de um metal, por meio de uma carga F, durante um tempo t, produzindo uma calota esférica de diâmetro d. P = profundidade de impressão (da colota) Ensaios de dureza Brinell 6.6 DUREZA A dureza Brinell (HB) é a relação entre a carga aplicada (F) e a área da calota esférica impressa no material ensaiado (Ac). 76 ),( medirdedifícilpequenoMuitoDpAc 20.4 cA F HB 21.4 2 22 dDDD F HB Ensaios de dureza Brinell 6.6 DUREZA 77 Ensaios de dureza Brinell 6.6 DUREZA 78 VANTAGENS: Usado especialmente para avaliação de dureza de metais não ferrosos, ferro fundido, aço, produtos siderúrgicos em geral e de peças não temperadas. É o único ensaio utilizado e aceito para ensaios em metais que não tenham estrutura interna uniforme (materiais heterogêneos). É feito em equipamento de fácil operação. Ensaios de dureza Brinell 6.6 DUREZA 79 DESVANTAGENS: O uso deste ensaio é limitado pela esfera empregada. Usando-se esferas de aço temperado só é possível medir dureza até 500 HB, pois durezas maiores danificariam a esfera. A recuperação elástica é uma fonte de erros, pois o diâmetro da impressão não é o mesmo quando a esfera está em contato com o metal e depois de aliviada a carga. Isto é mais sensível quanto mais duro for o metal O ensaio não deve ser realizado em superfícies cilíndricas com raio de curvatura menor que 5 vezes o diâmetro da esfera, pode haver escoamento lateral do material e a dureza medida será menor que a real. Recuperação elástica Escoamento lateral (r < 5.D) Ensaios de dureza Brinell 6.6 DUREZA 80 Em alguns materiais podem ocorrer deformações no contorno da impressão, ocasionando erros de leitura. Impressão normal Defeito: aderência do material à esfera durante a aplicação da carga. Defeito: bordas estão abauladas, dificultando a leitura do diâmetro. Ensaios de dureza Brinell 6.6 DUREZA Neste método, a carga do ensaio é aplicada em etapas: Primeiro se aplica uma pré-carga, para garantir um contato firme entre o penetrador e o material ensaiado, Depois aplica-se a carga do ensaio propriamente dita. 81 Ensaios de dureza Rockwell A leitura do grau de dureza é feita diretamente num mostrador acoplado à máquina de ensaio, de acordo com uma escala predeterminada, adequada à faixa de dureza do material, como mostra a figura ao lado. 6.6. DUREZA 82 Quando se utiliza o penetrador cônico de diamante, deve-se fazer a leitura do resultado na escala externa do mostrador, de cor preta. Ao se usar o penetrador esférico, faz-se a leitura do resultado na escala vermelha (escala interna). Nos equipamentos com mostrador digital, uma vez fixada a escala a ser usada, o valor é dado diretamente na escala determinada. Ensaios de dureza Rockwell 6.6. DUREZA A dureza Rockwell (HR) elimina o tempo necessário para a medição de qualquer dimensão da impressão causada, pois o resultado é lido direta e automaticamente na máquina de ensaio, sendo, portanto, um ensaio mais rápido e livre de erros pessoais. Além disso, utiliza penetradores pequenos, assim a impressão pode não prejudicar a peça ensaiada e, esta também pode ser usada para indicar diferenças pequenas de dureza numa mesma região de uma peça. A rapidez do ensaio torna-o próprio para usos em linhas de produção, para verificação de tratamentos térmicos ou superficiais e para laboratório. 83 Ensaios de dureza Rockwell 6.6. DUREZA O ensaio é baseado na profundidade de penetração de uma ponta, subtraída da recuperação elástica Que é devida à retirada de uma carga maior e da profundidade causada pela aplicação de uma carga menor. Os penetradores utilizados na dureza Rockwell são: do tipo esférico (esfera de aço temperado) ou cônico (cone de diamante, também chamado de penetrador-Brale, tendo as arestas do cone 120º). 84 Ensaios de dureza Rockwell 6.6. DUREZA 85 Ensaios de dureza Rockwell 6.5 DUREZA O penetrador é uma pirâmide de diamante de base quadrada, com um ângulo de 136º entre as faces opostas; praticamente indeformável e como todas as impressões são semelhantes entre si, não importando o seu tamanho. A dureza Vickers (HV) é independente da carga, isto é, o número de dureza obtido é o mesmo qualquer que seja a carga usada para materiais homogêneos. Para esse tipo de dureza, a carga varia de 1 até 100 ou 120 kgf. A mudança da carga é necessária para se obteruma impressão regular, sem deformação no visor da máquina; isso depende, naturalmente, da dureza do material que se está ensaiando, como no caso da dureza Brinell. 86 Ensaios de dureza Vickers 6.5 DUREZA A forma da impressão é um losango regular, ou seja, quadrada, e pela média L das suas diagonais, tem-se, conforme a expressão seguinte, a dureza: Ou seja, Como Q é dado em kgf ou N e L em mm, a dimensão da dureza Vickers é N/mm² ou kgf/mm². Esse tipo de dureza fornece, assim, uma escala contínua de dureza (de HV = 5 até HV = 1 000 kgf/mm²) para cada carga usada. 87 Ensaios de dureza Vickers 6.5 DUREZA Para situações estáticas e materiais dúcteis, temos: 88 . Tensão de projeto (sp) N e t s s Sendo sc a tensão calculada e N’ um número maior que a unidade. Assim, o material a ser usado para um aplicação específica deve ser escolhido de modo a ter um limite de escoamento que seja pelo menos tão alto quanto o valor de sp. . Tensão de trabalho (st) Cp N ss ' Sendo N o fator de segurança. Geralmente, a tensão de trabalho é preferível porque é baseada na estimativa para tensão máxima aplicada, em vez do limite de escoamento do material. 6.5. DUREZA Fatores de Projeto/Segurança 89 6.8. Os seguintes limites de resistência à tração foram medidos para 4 corpos de prova da mesma liga de aço. a) Calcule o limite de resistência à tração médio; b) Determine o desvio padrão. Exercícios 4.6. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA 6.9. Deve ser construído um dispositivo para ensaio de tração que suporte uma carga máxima de 220KN. O projeto exige 2 colunas de sustentação cilíndricas, cada uma das quais devendo suportar metade da carga máxima. Além disso, devem ser usadas barras redondas de aço. O limite de escoamento e o limite de resistência à tração mínimos para essa liga são 310MPa e 565MPa respectivamente. Especifique o diâmetro apropriado para essas colunas de sustentação. Amostra LRT (MPA) Amostra LRT (MPA) 1 520 3 515 2 512 4 522 Referências 90 - William D. Callister, David G. Rethwisch - Ciência e Engenharia de Materiais: uma Introdução - Notas de aula do Prof. Adriano Mendes – Unifal - Notas de aula da Profa. Karrina Almeida – Unifei - Notas de Aula EEL/USP, Eng. Mecanica Unicamp, UFPR - Cienciadosmateriais.org http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book