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PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Prof. Mauro Jordan Joaçaba 2011 J82p Jordan, Mauro Planejamento e controle de produção / Mauro Jordan. – Joaçaba: Unoesc virtual, 2011. 122 p. ; 30 cm. Bibliografia: p. 122 1. Controle de produção. 2. Planejamento da produção. I. Título. CDD 658.56 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO...................................................................................................... PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ... UNIDADE 1- SISTEMA DE PRODUÇÃO: O SISTEMA DE PRODUÇÃO E A EMPRESA SEÇÃO 1 TIPOS DE SISTEMAS PRODUTIVOS SEÇÃO 2 ETAPAS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO UNIDADE 2- TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA: MODELOS LINEARIZÁVEIS SEÇÃO 1 MODELO DE PREVISÃO: ETAPAS SEÇÃO 2 PREVISÃO DE DEMANDA: TÉCNICAS SEÇÃO 3 PREVISÕES BASEADAS EM SÉRIES TEMPORAIS SEÇÃO 4 PREVISÕES BASEADAS EM CORRELAÇÕES SEÇÃO 5 MANUTENÇÃO E MONITORAÇÃO DO MODELO DE PREVISÃO UNIDADE 3- SISTEMAS DE PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO SEÇÃO 1 PLANEJAMENTO AGREGADO DA PRODUÇÃO E ESTOQUE SEÇÃO 2 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA CAPACIDADE SEÇÃO 3 PLANEJAMENTO MESTRE DA PRODUÇÃO SEÇÃO 4 SEQUENCIAMENTO E EMISSÃO DE ORDENS SEÇÃO 5 SISTEMAS DE GESTÃO DA PRODUÇÃO UNIDADE 4 - ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA PCP SEÇÃO 1 CONTROLE DA PRODUÇÃO SEÇÃO 2 CONTROLE SOB A ÓTICA TQC SEÇÃO 3 CICLO PDCA SEÇÃO 4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E O PCP SEÇÃO 5 SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO UNIDADE 5 - TÓPICOS AVANÇADOS: GESTÃO DE CADEIAS PRODUTIVAS SEÇÃO 1 JUST IN TIME SEÇÃO 2 SISTEMA KANBAN SEÇÃO 3 GERENCIAMENTO DE PROJETO: MÉTODO DO CAMINHO CRÍTICO SEÇÃO 4 DESAFIOS DA PRODUÇÃO APRESENTAÇÃO SEJA BEM-VINDO À DISCIPLINA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO! Apresentamos a você o material didático da disciplina Planejamento e Controle da Produção. Este material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma; os conteúdos foram cuidadosamente selecionados, e a linguagem utilizada facilitará seus estudos a distância. O desempenho dos setores produtivos na busca por competitividade e produtividade é atualmente o grande desafio dos gestores, tanto de empresas que produzem bens como aquelas que produzem serviços. Esta disciplina tem fundamental importância, pois o Planejamento e Controle da Produção (PCP) com a utilização das ferramentas adequadas busca preencher as lacunas para a solução das dificuldades encontradas no setor e eleva as chances de sucesso de qualquer empreendimento produtivo. Este material está dividido em cinco unidades. A primeira unidade trata da gestão da produção como fator competitivo para as empresas, apresenta os tipos de sistemas produtivos e as etapas do planejamento da produção, bem como a sua função. A Unidade 2 faz um estudo sobre as técnicas de Previsão de Demanda entendendo-a como uma das variáveis determinantes para as atividades de PCP. A terceira unidade trata das atividades a serem desenvolvidas para o planejamento e controle da produção, iniciando pelo planejamento agregado, plano mestre da produção, planejamento da capacidade, sequenciamento e emissão de ordens por tipo de processo, e por fim, apresenta os sistemas de gestão da produção mais utilizados. A quarta unidade trata do controle da produção onde abordamos o ciclo PDCA e controle sob a ótica TQC. Aborda também os sistemas de informação para PCP e sistema integrado de gestão. A Unidade 5 trata de tópicos avançados para gestão da produção. Por fim, esperamos que esta disciplina auxilie você a buscar conhecimento para o desenvolvimento dos setores produtivos inseridos na sua realidade. Professor Mauro Jordan PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM EMENTÁRIO Sistema de produção: O sistema de produção e a empresa. Tipos de sistemas produtivos. Etapas do planejamento da produção. Sistemas de planejamento, programação e controle da produção: Planejamento Agregado à Produção e Estoques. Programação e Controle da Produção Intermitente. Planejamento e Controle da Produção por Projeto. Planejamento e Controle da Produção em Massa. Sistema convencional. Sistema com MRP não integrado. Sistema com MRP integrado por computador. Sistema JIT/Kanban. Planejamento hierárquico. Plano Mestre de Produção. Planejamento da capacidade. Programação, liberação e realimentação. Sistemas de informação para PCP: base conceitual sobre sistemas de informação e Tecnologia de Informação. Modelagem de Negócios Data Warehouse. Sistemas de Apoio à Decisão no PCsP. ERP. Tópicos avançados: Gestão de Cadeias Produtivas. Aplicação de pesquisa operacional. Gestão de Processos de Planejamento. OBJETIVO GERAL DESENVOLVER a habilidade de planejamento e controle da produção. OBJETIVOS ESPECÍFICOS IDENTIFICAR os tipos de processos produtivos e suas peculiaridades; DESENVOLVER e elaborar estratégias de produção; CONHECER técnicas adequadas aos diferentes tipos de processos; ELABORAR planos de produção. CRONOGRAMA DE ESTUDO Antes de iniciar seus estudos, verifique as datas-chave para envio das atividades e elabore seu plano de estudo, garantindo, dessa forma, uma boa produtividade na disciplina. Sempre que surgirem dúvidas, entre em contato com seu professor tutor. Evento Atividade Data Início da disciplina ___/___ Atividades obrigatórias ___/___ ___/___ ___/___ ___/___ ___/___ Término da disciplina ___/___ UNIDADE 1 SISTEMA DE PRODUÇÃO: O SISTEMA DE PRODUÇÃO E A EMPRESA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final desta unidade, você terá condições de: COMPREENDER como os sistemas de produção são classificados e de que forma cumprem seu papel no planejamento estratégico como um fator competitivo; REFLETIR sobre a importância de técnicas adequadas de produção para cumprir suas funções; DISCUTIR sobre os sistemas atuais de manufatura. ROTEIRO DE ESTUDO A fim de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o conteúdo está dividido em seções: Seção 1 Sistemas produtivos Seção 2 Etapas do planejamento da produção PARA INICIAR NOSSOS ESTUDOS Todos os sistemas produtivos envolvem um conjunto de recursos que sofrerão um processo de transformação para tornarem-se produtos de consumo. Para atingir seus objetivos, os sistemas produtivos devem exercer uma série de funções operacionais, desempenhadas por pessoas, que vão desde o projeto dos produtos até o controle de estoques, recrutamento e treinamento de funcionários, aplicação de recursos financeiros, distribuição dos produtos entre outros. De uma forma geral, estas funções podem ser agrupadas em três funções básicas: Finanças, Produção e Marketing. O sucesso de um sistema produtivo depende da forma como essas três funções se relacionam. É importante entender que o desempenho da função produção deve atender a posição competitiva da empresa definida no Planejamento Estratégico. Uma empresa busca desenvolver estratégias competitivas, pois não atua isoladamente em um determinado mercado. Outras empresas disputam com ela a venda de produtos ou serviços. Sem competidores, não haveria a necessidade de estratégia. Porter (1986) define estratégia competitiva como o conjunto de planos, políticas e ações desenvolvidas por uma empresa que lhes proporcione vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes. É crescente nas últimas décadas o reconhecimento da função produção como uma importante arma de competição. Neste sentido, muitas empresas buscam desenvolver estratégias baseadas em suas competências de produção que lhes proporcionem vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes. Três fatorespodem explicar esta busca: a) a pressão cada vez maior pela busca de competitividade industrial, levando empresas a um processo de renovação em sua forma de realizar negócios e na sua estrutura organizacional; b) o desenvolvimento de novas tecnologias de produtos e processo de fabricação, que influenciam na competitividade da empresa; c) a conscientização dos demais gestores de outras funções sobre o importante papel da manufatura nos planos estratégicos corporativos. Nesta unidade apresentaremos dois estudos: a classificação dos sistemas produtivos, entendendo que cada tipo de processo em manufatura implica uma forma diferente de organizar as atividades e a sequência de etapas a serem cumpridas para o planejamento da produção. SEÇÃO 1 SISTEMAS PRODUTIVOS Qualquer processo de transformação pode ser demonstrado utilizando o modelo input-transformação-output, onde Input denomina-se todos os recursos de entrada e Output as saídas após o processamento como demonstra o Esquema 1. Esquema 1 - Processos input - transformação - output Fonte: Slack, Chambers e Johnston (2002). Embora as operações de produção sejam similares entre si na forma de transformar input em output, o planejamento da produção e controle vai ser influenciado pelo tipo de processo produtivo em relação à complexidade dos processos. Sendo assim, a classificação dos sistemas produtivos ajuda-nos a entender as suas peculiaridades. As diferenças entre os tipos de processos em manufatura estão dispostas no Gráfico 1, onde o volume e a variedade são analisados para a classificação, quanto à variedade de produtos e o volume de produção. Gráfico 1 - Tipos de processos em operações de manufatura Fonte: adaptado de Fogliatto (2001). Tipos de processos Quadro 1 - Processo do tipo projeto PROCESSO DO TIPO PROJETO EXEMPLOS Construção de um Shopping Center; Organização de um programa de treinamento para uma empresa; Desenvolvimento de uma nova tecnologia ou produto; Desenvolvimento de um software; A tendência é ser um lote unitário. CARACTERÍSTICAS Alto grau de customização; Escopo abrangente (pode ser de qualquer ramo); Demanda uma sequência específica e única de operações e processos para cada projeto; Baseado numa estratégia de fluxo flexível (pode prover muita variedade). Fonte: adaptado de Fogliatto (2001). Quadro 2 - Processo do tipo Jobbing PROCESSO DO TIPO JOBBING (ENCOMENDA) Lotes pequenos sob encomenda e tratados individualmente como “trabalhos” (jobs). EXEMPLOS Usinagem de uma peça mecânica; Entrega rápida de encomendas (motoboy); Fabricação de equipamentos industriais. CARACTERÍSTICAS Força de trabalho e equipamentos flexíveis, desempenhando diversas tarefas; Não produz para estoque, já que itens são customizados; Maioria dos trabalhos com sequência distinta de processamento. Fonte: adaptado de Fogliatto (2001). Quadro 3 - Processo do tipo Lotes ou Bateladas PROCESSO DO TIPO LOTES OU BATELADA EXEMPLOS Manufatura de componentes que alimentem uma linha de montagem; Processamento de contas de energia elétrica; Fabricação de equipamentos de automatização bancária. CARACTERÍSTICAS Volumes maiores e maior variedade que em processos do tipo job; Volumes ainda não suficientemente grandes para justificar recursos dedicados (padrão de fluxo não apresenta sequência estável de operações na planta). Fonte: adaptado de Fogliatto (2001). Quadro 4 - Processo do Tipo Linha (em massa) PROCESSO DO TIPO LINHA (EM MASSA) Processos em linha posicionam-se entre processos em batelada e processos contínuos EXEMPLOS Automóveis; Brinquedos; Eletrodomésticos; Restaurantes fast-food. CARACTERÍSTICAS Recursos organizados para atender a produtos/serviços; Materiais movem-se linearmente entre operações de acordo com sequência fixa; Pequena formação de estoque entre operações; Popularmente conhecidos como processos de produção em massa; Comportam processos do tipo customização em massa. Fonte: adaptado de Fogliatto (2001). Quadro 5 - Processos do tipo Contínuo PROCESSO DO TIPO CONTÍNUO (FLUXO CONTÍNUO) Caracterizam as denominadas indústrias de processos. EXEMPLOS Refinarias de petróleo; Plantas químicas; Fábricas de cerveja e alimentos; Plantas processadoras de metais (como aço). CARACTERÍSTICAS Linhas rígidas, grandes volumes, produtos padronizados; Sistemas de produção caracterizados por operações aparentemente separadas; Plantas que operam intermitentemente de forma a minimizar custos de setup. Fonte: adaptado de Fogliatto (2001). Na Quadro 6, estão resumidas as principais características da classificação dos sistemas de produção por tipo de operação. Quadro 6 - Principais características da classificação dos sistemas de produção por tipo de operação Fonte: Tubino (1998). Como explica Tubino (1998), “Planejar e controlar as atividades de uma empresa que produz produtos padronizados para estoque é bastante diferente de planejar e controlar produtos sob encomenda.” No primeiro caso, pode-se iniciar a produção com base em uma previsão de vendas e ir equilibrando as vendas realizadas com o nível de estoque, enquanto no processo sob encomenda o PCP espera a manifestação dos clientes para agir. De forma geral, as atividades de planejamento e controle da produção são simplificadas à medida que se reduz a variedade de produtos concorrentes por uma mesma gama de recursos. Neste sentido, os processos contínuos e os processos intermitentes em massa são mais fáceis de ser administrados do que os processos repetitivos em lote e sob encomenda, pois a variedade de produtos é pequena e o fluxo produtivo uniforme. Ao ocorrer uma variação na demanda em um processo contínuo ou de produção em massa, basta regular o fluxo de produção para este novo nível, enquanto nos processos intermitentes em lote e sob encomenda uma alteração na composição da demanda exige o replanejamento de todos os recursos produtivos. (TUBINO, 1998). Considerações sobre os sistemas atuais de manufatura Alguns profissionais ligados à manufatura citam os principais problemas da indústria de hoje, em nível de empresa: a) resultados financeiros em curto prazo (lucro); b) equilíbrio entre capacidade versus demanda; c) elevados níveis de estoque MP/MEP/PA; d) incertezas nas previsões de vendas (superprodução ou antecipações de produção); e) têm-se estoque, mas não dos produtos que estão sendo procurados; f) concentração do faturamento no final do mês; g) constante diversificação da linha de produtos; h) constantes reprogramações; i) atendimento à pequenas encomendas; j) extensos tempos de espera (“lead time”); k) atrasos nos prazos de entrega; l) insatisfação dos clientes; m) falta de comunicação ou deficiência; n) excessiva burocracia; o) homens e máquinas não podem ficar sem ter o que fazer; p) máquinas e/ou estoques desbalanceados; q) “furos” no planejamento. Alguns destes problemas nos ajudam a entender porque se diz que a manufatura está sob pressão. A pressão que é exercida atualmente nos sistemas de manufatura, está ligada a um ambiente altamente competitivo e em contínua mutação. O ciclo de vida dos produtos é cada vez menor, os consumidores exigem qualidade e preço baixo. A procura por produtos personalizados ou customizados é cada vez maior. A diversidade dos produtos faz com que as fábricas tornem-se mais flexíveis e produzam lotes cada vez menores. No Gráfico 2 podemos visualizar quatro itens os quais se relacionam com esta pressão: a qualidade, o tamanho do pedido, o tempo de execução e a customização. Gráfico 2 - Pressão na Manufatura Alto Custo Baixo AltaBaixa Qualidade Alto Custo Baixo RápidoLento Tempo de Execução Alto Custo Baixo GrandePequeno Tamanhodo Pedido Alto Custo Baixo AltaBaixa Customização Fonte: adaptado de IMAN (2008). SEÇÃO 2 ETAPAS DO PLANEJAMENTO DAPRODUÇÃO O QUE É PLANEJAMENTO? Planejamento é o processo de estabelecer objetivos e de determinar o que deve ser feito para alcançá-los. POR QUE PLANEJAR? Para satisfazer a demanda do cliente e assegurar-se da disponibilidade de recursos sendo eles: material, mão de obras e capacidade. As empresas não trabalham na base da improvisação, quase tudo nelas é planejado antecipadamente. O planejamento figura como a primeira função administrativa, por ser exatamente aquela que serve de base para as demais funções. O planejamento é a função administrativa a qual determina previamente quais são os objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para alcançá-los. Trata-se, pois, de um modelo teórico para a ação futura. Começa com a determinação dos objetivos e detalha os planos necessários para atingi-los da melhor maneira possível. O planejamento define onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e qual a sequência (DANTAS, 2003). Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP) É o processo utilizado no gerenciamento das atividades de produção. Trata do sistema de gerenciamento dos recursos operacionais de uma empresa, onde as principais funções envolvem: a) Planejar: decidir sobre o que produzir e quando produzir; b) Programar: decidir em que recurso uma operação será realizada e quando se dará o início ou fim; c) Controlar: monitorar e tomar ações para corrigir os desvios da produção. Para Slack, Chambers e Johnston (2002), o propósito do planejamento e do controle da produção é garantir que a produção ocorra de forma eficaz e atinja seus objetivos, ou seja, produza produtos e serviços conforme o que foi planejado. Para isso, o gestor precisa garantir que os recursos estejam disponíveis na quantidade, no momento e na qualidade adequada. Embora dificilmente se encontrem sistemas de Planejamento e Controle de Produção iguais em empresas diferentes, um conjunto básico de atividades de PCP deve ser realizado. O Esquema 2 ilustra estas atividades. Para Martins (1993), não necessariamente todas estas atividades sejam executadas em uma área específica. Isso depende da configuração organizacional adotada pelo sistema de manufatura. Esquema 2 - Atividades de Planejamento e controle de Produção Fonte: Martins (1993, p. 42). As atividades do PCP são exercidas nos três níveis hierárquicos de planejamento e controle das atividades produtivas de um sistema de produção: a) Nível Estratégico (longo prazo): são definidas as políticas estratégicas de longo prazo da empresa, onde o PCP participa da formulação do Planejamento Estratégico da Produção, gerando um plano de produção; b) Nível Tático (médio prazo): são estabelecidos os planos de médio prazo para a produção, onde o PCP desenvolve o Planejamento Mestre da Produção, obtendo o Plano Mestre da Produção (PMP); c) Nível operacional (curto prazo): é onde estão preparados os programas de curto prazo de produção e realizado o acompanhamento dos mesmos, o PCP prepara a programação da produção administrando estoques, sequenciado, emitindo e liberando as ordens de compras, fabricação e montagem, bem como executa o acompanhamento e controle da produção (MOLINA; RESENDE, 2006). Autoavaliação 1 1 O que a produção pode fazer para ajudar a organização a competir mais eficazmente? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 2 Como as operações produtivas diferem umas das outras? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3 Quais são as similaridades entre todas as operações produtivas? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4 Quais são as principais funções do Planejamento e Controle da Produção (PCP)? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5 Explique por que a manufatura está sob pressão. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ UNIDADE 2 TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA: MODELOS LINEARIZÁVEIS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: • COMPREENDER as principais questões associadas à previsão de demanda; • ENTENDER a importância da previsão de demanda para um planejamento da produção; • DISCUTIR sobre a utilização e adequação das técnicas de previsão de demanda. ROTEIRO DE ESTUDO A fim de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o conteúdo está dividido em seções: Seção 1 Modelo de Previsões: Etapas Seção 2 Previsão de demandas: Técnicas Seção 3 Previsões baseadas em séries temporais Seção 4 Previsões baseadas em correlações Seção 5 Manutenção e Monitoração do Modelo de Previsão PARA INICIAR NOSSOS ESTUDOS A previsão da demanda, na maior parte das organizações é responsabilidade do departamento de marketing e ou vendas, mas é importante que os gerentes de produção entendam os fundamentos lógicos para estas previsões porque elas serão a base de todo o planejamento tanto da capacidade quanto das provisões de materiais para a produção. Desta forma, a previsão de demanda para a gestão do planejamento e controle da produção (PCP) é um input necessário para planejar a produção (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). Segundo Tubino (2000), as previsões são usadas pelo PCP em dois momentos distintos: para planejar o sistema produtivo (longo prazo) e para planejar o uso (curto prazo) deste sistema produtivo. No primeiro caso, previsões de longo prazo são usadas para elaborar estrategicamente o plano de produção. No segundo caso, previsões de médio e curto prazo são empregadas para o planejamento-mestre e programação da produção no sentido de utilizar os recursos disponíveis, envolvendo a definição de planos de produção e armazenagem, planos de compras ereposição dos estoques, planos de cargas de mão de obra e sequenciamento de produção. Vale ressaltar, que a previsão da demanda dos produtos não é uma ciência exata, apesar da evolução dos recursos computacionais e sofisticação matemática das técnicas de projeção. Uma boa dose de experiência e julgamento do planejador aliada a uma técnica adequada pode garantir uma aproximação maior do valor real. A avaliação do erro de previsão servirá de base para o estabelecimento do estoque de segurança do sistema, assim como para a atualização dos parâmetros do modelo de previsão. SEÇÃO 1 MODELO DE PREVISÃO: ETAPAS Adotando as etapas descritas por Tubino (2000), conforme Esquema 3, cinco momentos contemplam a elaboração de um modelo. Inicialmente define-se o objetivo do modelo, que dá a base para a coleta e análise dos dados, em seguida seleciona-se a técnica de previsão mais apropriada, calcula-se a previsão da demanda e, como forma de feedback, monitoram-se e atualizam-se os parâmetros empregados no modelo por meio da análise do erro de previsão. Esquema 3 - Etapas do modelo de previsão de demanda Fonte: Tubino (2000). 1 Objetivo do modelo: consiste em definir qual produto ou família de produtos será previsto. A sofisticação e o detalhamento do modelo dependem da importância relativa do produto a ser previsto e do horizonte ao qual a previsão se destina; 2 Coleta e análise dos dados: coletar e analisar os dados históricos do produto no sentido de identificar e desenvolver a técnica de previsão que melhor se adapte. Quanto mais dados históricos forem coletados e analisados, mais confiável será a técnica de previsão. Variações extraordinárias da demanda devem ser substituídas por valores médios compatíveis com o comportamento normal da demanda; 3 Seleção da técnica de previsão: coletados e analisados os dados passados, podemos decidir pelo método de previsão mais apropriado. Não existe uma técnica adequada a todas as situações, cada uma tem campo de ação e aplicabilidade própria. Os fatores que merecem destaque na escolha da técnica de previsão são: disponibilidade de dados históricos; disponibilidade de recursos computacionais; experiência passada com a aplicação de determinada técnica; disponibilidade de tempo para coletar, analisar e preparar os dados e a previsão; período para o qual necessitamos da previsão; 4 Obtenção das previsões: com a definição da técnica e aplicação dos dados passados para a obtenção dos parâmetros necessários, podemos obter as projeções futuras da demanda. Quanto maior o horizonte pretendido, menor a confiabilidade da demanda prevista; 5 Monitoração do modelo: à medida que as revisões forem sendo alcançadas pela demanda real, deve-se monitorar a extensão do erro entre a demanda real e a prevista, para verificar se a técnica e os parâmetros empregados ainda são válidos. SEÇÃO 2 PREVISÃO DE DEMANDA: TÉCNICAS Existe uma série de técnicas disponíveis, com diferenças substanciais entre elas, mas normalmente algumas características gerais estão presentes em todas as técnicas de previsão, tais como: a) a acuracidade das previsões diminui com o aumento do período de tempo previsto; b) não é possível prever todas as variações aleatórias que ocorrerão, por isso, as previsões não são perfeitas; c) supõe-se que as causas que influenciaram a demanda passada continuarão a agir no futuro; d) quando se faz a previsão para grupo de produtos o resultado é mais preciso do que individualmente, pois no grupo, os erros individuais de previsão se minimizam. As técnicas de previsão são divididas em dois grandes grupos: as quantitativas e as qualitativas. As técnicas qualitativas privilegiam dados subjetivos, os quais são difíceis de representar numericamente. Já as quantitativas envolvem a análise numérica dos dados passados e empregam modelos matemáticos para projetar a demanda futura. As técnicas qualitativas, por serem mais rápidas de se preparar, são empregadas quando não se dispõe de tempo para coletar e analisar os dados da demanda passada. Ou então, na introdução de um produto novo, diferente dos oferecidos atualmente, para o qual não existem dados passados em que se possa apoiar. As técnicas quantitativas podem ser divididas em dois grandes grupos: as técnicas baseadas em séries temporais e as técnicas baseadas em correlações. SEÇÃO 3 PREVISÕES BASEADAS EM SÉRIES TEMPORAIS Partem do princípio de que a demanda futura será uma projeção de seus valores passados, não sofrendo influência de outras variáveis. É o método mais simples e quando bem elaborado oferece bons resultados. Para que se possa realizar uma previsão adequada deve-se ter informações a respeito da demanda dos produtos. Os padrões de demanda mais comuns são: a) média: em que as flutuações da demanda estão em torno de um valor constante; b) tendência linear: em que a demanda cresce ou decresce linearmente; c) tendência não linear: em que a demanda cresce ou decresce não linearmente, conforme uma equação do 2º grau; d) sazonal: em que a demanda cresce ou decresce, em certos períodos, por exemplo, um dia da semana, do mês ou em meses específicos do ano. Gráfico 3 - Demanda média Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 226). Gráfico 4 - Demanda tendência linear Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 226). Gráfico 5 - Demanda tendência não linear Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 226). Gráfico 6 - Demanda sazonal Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 226). Para saber qual a técnica adequada, o primeiro passo é plotarmos os dados passados no gráfico para detectar que tipo de padrão de demanda temos no histórico. TÉCNICAS PARA A PREVISÃO DA MÉDIA MÉDIA MÓVEL A média móvel usa dados de um número já determinado de períodos, normalmente os mais recentes, para gerar sua previsão. A cada novo período de previsão substitui-se o dado mais antigo pelo mais recente. (MARINS, 2009). Os dados históricos do consumo de um determinado produto encontram-se no Quadro 7. Calcule a previsão de demanda para os próximos dois períodos empregando a média móvel com 5 períodos. Quadro 7 - Dados históricos do consumo de um determinado produto Período 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Demanda 55 47 48 60 61 49 58 56 61 M m D nn i i 1 n = = Mmn = Média móvel de n períodos; Di = Demanda ocorrida no período i; n = Número de períodos; i = índice do período (i = 1,2,3,...) Resolução: Somam-se os 5 últimos períodos históricos e divide-se por 5 . O resultado será a previsão para o período 10. Para a previsão do período 11, abandona-se o dado mais antigo e adota-se o mais recente, dividindo-se por 5 novamente e assim por diante. MÉDIA MÓVEL PONDERADA No método da média móvel simples, atribui-se o mesmo peso a todos os meses. Já no método da média móvel ponderada, atribui-se um peso a cada um dos dados, sendo que a soma dos pesos deve ser igual a 1. Um produto apresentou nos últimos meses a demanda demonstrada no Quadro 8: Quadro 8 - Demanda de um produto Prever o mês de janeiro do ano 2 utilizando uma média móvel trimestral com fator de ajustamento 0,7 para dezembro, 0,2 para novembro e 0,1 para outubro. Resolução: A previsão para janeiro do ano 2 = 0,7 x 103 + 0,2 x 104 + 0,1 x 103 = 103,2 Caso fosse previsto o mês de fevereiro do ano 2, sabendo-se que o consumo real de janeiro foi de 104, utilizaríamos os dados de janeiro do ano 2, dezembro do ano 1 e novembro do ano 1 com os coeficientes de 0,7; 0,2 e 0,1 respectivamente. A previsão de fevereiro do ano 2 = 0,7 x 104 + 0,2 x 103 + 0,1 x 104 = 103,8 Mm= 61+49+58+56+61= 57 5 Mm= 49+58+56+61+57= 56,20 5 Período Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Demanda 100 102 101 104 102 101 102 103 103 103 104 103 MÉDIA EXPONENCIALMÓVEL O peso de cada observação decresce no tempo em progressão geométrica, ou de forma exponencial. Cada nova previsão é obtida com base na previsão anterior, acrescida do erro cometido na previsão anterior, corrigido por um coeficiente de ponderação. O coeficiente de ponderação alfa (α) é fixado pelo analista dentro de uma faixa que varia de 0 a 1. Quanto maior o seu valor, mais rapidamente o modelo de previsão reagirá a uma variação real da demanda. Os valores normalmente usados para α variam de 0,05 a 0,50. Os pacotes computacionais que trabalham com estes modelos incluem simulações para ajustar o nível de α de maneira a reduzir o erro de previsão. Supondo que a previsão do período anterior foi de 80 unidades e que o valor real atingiu 95 unidades, para um valor de α= 0,1 a próxima previsão seria: Mt = 80+0,1.(95-80)= 81,5 Ou seja: 10% do erro foi embutido na próxima previsão. Agora, se α= 0,05, a previsão passaria para: Mt = 80+0,05.(95-80)= 80,75 Exercício resolvido: Considerando que a demanda de determinado produto teve o seguinte comportamento: Quadro 9 - Comportamento da demanda de um produto Período 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Demanda 90 95 98 90 92 95 90 100 92 95 Empregando a média exponencial móvel para prever a demanda no período 11, utilizando α= 0,10 e α= 0,5, teremos aplicando a fórmula, o resultado conforme Quadro 10: Mt = Previsão para o período t; Mt-1 = Previsão para o período t-1; α = coeficiente de ponderação; Dt-1 = Demanda do período t-1. ( )111 −−− −+= tttt MDMM α Quadro 10 - Demanda no período 11 Observando o valor do erro para os valores diferentes de αααα, ao adotar um valor de alfa maior, o erro cometido apresenta-se menor. Observando o Gráfico 7, onde estão plotados os valores da demanda e das previsões com α=0,1 e 0,5, nota-se que com o α=0,1 a previsão é mais linear e com valores mais próximos, o que de certa forma é interessante para estabilizar um sistema de produção. Por outro lado, com o α=0,5 o sistema se torna mais robusto respondendo rapidamente aos períodos de grande oscilação da demanda como ocorreu nos períodos 3 e 8, entretanto, como nos períodos posteriores a estes houve queda, incorreu e erros maiores. Gráfico 7 - Demanda Real e prevista pela média exponencial móvel α= 0,1 α= 0,5 PREVISÃO ERRO PREVISÃO ERRO 1 90 - - - - 2 95 90 5 90 5 3 98 91 8 93 6 4 90 91 -1 95 -5 5 92 91 1 93 -1 6 95 91 4 92 3 7 90 92 -2 94 -4 8 100 91 9 92 8 9 92 92 0 96 -4 10 95 92 3 94 1 11 93 94 PERIODO DEMANDA Por se tratar de demandas médias, e ainda conseguirem acompanhar as oscilações pequenas de tendência ou de mudanças de patamares, as previsões baseadas na média exponencial móvel são as mais utilizadas, principalmente em sistemas computacionais, pois seu modelo exige a armazenagem de apenas três dados por item (a previsão passada, a demanda e o coeficiente de ponderação), e a sua operação é de fácil entendimento (Tubino, 2009). Técnicas para previsão da tendência A tendência refere-se ao movimento gradual de longo prazo da demanda. O cálculo da estimativa da tendência é realizado pela identificação de uma equação que descreva este movimento. A plotagem dos dados passados permitirá a identificação desta equação que pode ser linear ou não linear. Analisaremos aqui a tendência linear devido a maior aplicabilidade e facilidade de uso. TENDÊNCIA LINEAR Uma equação linear possui o seguinte formato: bXaY += onde: Y = Previsão da demanda para o período X; a = Ordenada à origem, ou intercepção no eixo dos Y; b = Coeficiente angular; X = Período (partindo de X=0) para previsão; n = número de períodos observados. Considerando a equação linear Y= 80 + 4X para a previsão da tendência da demanda ilustrada no Gráfico 8, temos que o valor da demanda quando X=0 é de 80 unidades, e o coeficiente angular da reta é 4 unidades. Desta forma para cada valor de X, incrementado a partir da origem, temos uma adição de 4 unidades ao ( ) ( )( ) ( ) ( )22 . − − = XXn YXXYn b ( ) n XbY a − = valor previsto anteriormente. Se X = 5, a previsão da demanda seria Y= 80 + 4(5)= 100 unidades. Gráfico 8 - Equação linear y=80+4x Fonte: Tubino (2000, p. 74). Exercício resolvido: Supondo que um produto tenha apresentado a demanda das últimas oito semanas conforme os valores descritos a seguir, qual seria a previsão de demanda para as próximas duas semanas? Quadro 11 - Demanda por período do exercício Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Demanda 450 430 470 480 450 500 520 530 ? ? Resolução: Quadro 12 – Demanda do produto para as próximas duas semanas Semana(X) Demanda(Y) X X 2 XY 1 450 1 1 450 2 430 3 5 860 3 470 6 14 1410 4 480 10 30 1920 5 450 15 55 2250 6 500 21 91 3000 7 520 28 140 3640 8 530 36 204 4240 3830 17770 Aplicando na fórmula da equação linear, temos: 73,12 336 4280 36362048 383036177708 == ⋅−⋅ ⋅−⋅=b Técnicas para previsão da sazonalidade A sazonalidade caracteriza-se pela ocorrência de variações, para cima e para baixo a intervalos regulares nas séries temporais da demanda. O período de ocorrência da sazonalidade pode ser anual (a demanda por climatizadores) mensal (atendimento bancário no final do mês) semanal (aumento de atendimentos em um restaurante no final de semana) ou até diário (por exemplo, o fluxo de veículos no horário do rush). A sazonalidade é expressa em termos de uma quantidade, ou de uma percentagem da demanda que se desvia dos valores médios da série. A forma mais usual de inclusão de sazonalidade nas previsões da demanda consiste em obter um índice de sazonalidade para os diversos períodos. Calculam-se vários índices para cada período e tira-se uma média. Exercício resolvido: Uma empresa deve realizar previsão de vendas de um produto sazonal e para tanto, coletou os dados de consumo dos últimos quatro anos conforme o Quadro 13. Quadro 13 - Dados de consumo dos últimos quatro anos Trimestre Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 1 150 180 230 210 288 2 340 400 500 600 678 3 200 250 340 400 433 4 400 600 750 890 954 46,421 8 3673,123830 =⋅−=a Y = 421,46 + 12,73 X Y9 = 421,46 + 12,73 (9) = 536,03 Y10 = 421,46 + 12,73 (10) = 548,76 Vamos desenvolver o modelo de ajustamento sazonal e fazer a previsão do ano 5. Passo 1: Calcula-se o índice de cada período de cada ano; Passo 2: Calcula-se a média dos índices de cada trimestre; Passo 3: Simula-se a previsão; Passo 4: Multiplica-se pelos índices de média e obtêm-se a previsão; Resolução: Passos 1 e 2: Cálculo da média dos índices: Quadro 14 – Quadro resumo do cálculo por sazonalidade TRIMESTRE ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 1 150/1080 =0,138 180/1430= 0,125 230/1820= 0,126 210/2100 =0,1 0,122 2 0,314 0,278 0,274 0,285 0,288 3 0,185 0,175 0,186 0,190 0,184 4 0,370 0,42 0,412 0,423 0,406 Total 1090 1430 1820 2100 2353 Quadro 12: Cálculo da média dos índices Passo 3: Simulação da previsão: Ano 1 para ano 2 (1090 para 1430) = houve acréscimo de 340 unidades Ano 2 para ano 3 (1430 para 1820)= houve acréscimo de 390 unidades Ano 3 para ano 4 (1820 para 2100) = houve acréscimo de 280 unidades Podemos dizer que em média houve um acréscimo de = 340+ 390 + 280/4 = 253 unidades de um ano para outro. Sendo assim, a prospecção para o ano 5 seria de 2100 und + 253 und = 2353 unidades. Passo 4: Prever a Demanda para os trimestres do ano 5: Multiplica-se a projeção pela média do índice de cada trimestre. 2353x 0,122 =288 2353x 0,288 =678 2353x 0,184 =433 2353x 0,406 =954 Desta forma, obtivemos a previsão para cada novo semestre. Agora você já pode coletar os dados históricos do seu negócio e verificar que tipo de demanda se trata e qual a técnica mais adequada a ser utilizada. SEÇÃO 4 PREVISÕES BASEADAS EM CORRELAÇÕESAs previsões baseadas em correlações buscam prever a demanda de determinado produto com base na previsão de outra variável que esteja relacionada ao produto. A demanda por sabão em pó pode estar relacionada com as vendas de máquinas de lavar roupa. Algumas variáveis podem ser internas da própria empresa, como, o número de serviços de revisão de motores está relacionado ao número de veículos vendidos pela concessionária. O objetivo das previsões baseadas em correlações consiste em estabelecer uma equação que identifique o efeito da variável de previsão sobre a demanda do produto em análise. Neste caso, dois tipos de dados precisam ser levantados: o histórico da demanda do produto em questão (variável dependente) e o histórico da variável de previsão (variável independente). Com estes dados, por meio da técnica conhecida como regressão, pode-se estabelecer uma equação matemática. Trataremos aqui do caso mais comum de ocorrer: equação linear simples. O objetivo da equação linear simples consiste em encontrar uma equação linear de previsão, do tipo Y = a + b X (onde Y é a variável dependente a ser prevista e X a variável independente da previsão), de forma que a soma dos quadrados dos erros de previsão (β) seja a mínima possível. Este método também é conhecido como “regressão dos mínimos quadrados”. Gráfico 9 – Mínimos Quadrados β 2 0 β Y = a + bX Y X Fonte: Tubino (2000, p. 81). A equação linear já foi apresentada na previsão de tendência, mas agora as variáveis assumem outros significados: Y = a + b X Onde: Y= previsão de demanda para o item dependente; a= ordenada da origem, ou intercepção no eixo dos Y; b= coeficiente angular; X= valor da variável independente E os coeficientes a e b podem ser obtidos através das equações já apresentadas: ( ) ( )( ) ( ) ( )22 . − − = XXn YXXYn b ( ) n XbY a − = Onde: n = número de pares XY observados Para verificar se há realmente correlação entre as variáveis pode-se calcular o coeficiente de correlação entre duas variáveis pela fórmula: r n XY X Y n X X n Y Y = − − − ( ) ( ). ( ) ( ) ( ) . ( ) ( )2 2 2 2 O valor de r varia de +1 a -1. Quando r estiver próximo de +1, uma mudança em uma variável corresponde a uma mudança no mesmo sentido na outra variável. Quando r estiver próximo de -1, uma mudança em uma variável corresponde a uma mudança no sentido oposto da outra variável. Se r estiver perto de zero, não existe correlação entre as variáveis analisadas. A demanda por cimento está correlacionada com o nível de atividade da construção civil em determinada região. Dados dos últimos sete anos mostram os seguintes desempenhos: Quadro 15 – Demanda para resolução do exercício Ano 1 2 3 4 5 6 7 Demanda por cimento (m3) 735 600 770 670 690 780 640 Taxa de construção (m2) 100 80 105 92 95 107 87 a) Verificar através do cálculo do coeficiente de correlação se esta relação é forte; Quadro 16 – Cálculo da previsão por correlação Taxa de construção (X) Demanda (Y) XY X2 Y2 100 735 73500 10000 540225 80 600 48000 6400 360000 105 770 80850 11025 592900 92 670 61640 8464 448900 95 690 65550 9025 476100 107 780 83460 11449 608400 87 640 55680 7569 409600 X = 666 Y = 4885 XY = 468680 X2 = 63932 Y2 = 3436125 r n XY X Y n X X n Y Y = − − − ( ) ( ). ( ) ( ) ( ) . ( ) ( )2 2 2 2 r = − − − 7 468680 666 4885 7 63932 666 7 3436125 48852 2 . . . ( ) . . ( ) = +0,997 → A relação é forte. b) Caso a previsão do nível de atividade da construção civil para o próximo ano seja de 90 m2, qual a demanda esperada por cimento? b n XY X Y n X X = − − ( ) ( )( ) ( ) ( )2 2 = 7 468680 666 4885 7 63932 6662 . . . ( ) − − = 6,89 a Y b X n = − = − ( ) , .4885 6 89 666 7 = 42,32 Y = 42,32 + 6,89X Dem (Y) = 42,32 + 6,89.90 = 663,42 Resposta: a demanda por cimento será 663,42 m. SEÇÃO 5 MANUTENÇÃO E MONITORAÇÃO DO MODELO DE PREVISÃO Para que se tenham sempre previsões confiáveis da demanda devemos manter um modelo atualizado de previsão além de monitorá-lo. Esta monitorização é realizada por meio de cálculo e acompanhamento do erro de previsão que é a diferença entre o valor real da demanda e o valor previsto pelo modelo para dado período. A manutenção e monitorização de um modelo de previsão confiável buscam: a) verificar a acuracidade dos valores previstos; b) identificar, isolar e corrigir variações anormais; c) permitir a escolha de técnica, ou parâmetros mais eficientes. Uma forma de acompanhar o desempenho do modelo consiste em verificar o comportamento do erro acumulado que deve tender a zero, pois se espera que o modelo de previsão gere, aleatoriamente, valores acima e abaixo dos reais, devendo assim se anular. O erro acumulado deve ser comparado com um múltiplo do desvio médio absoluto, conhecido como MAD (Mean Absolute Deviation). Em geral, compara-se o valor do erro acumulado com o valor de 4 MAD. Quando ultrapassar este valor, o problema deve ser identificado e o modelo deve ser revisto. n DD MAD previstaatual −= Quadro 17 – Comportamento do erro acumulado Neste caso, se utilizarmos α = 0,10 teremos um valor de erro acumulado maior que 4MAD o que significa que devemos rever o modelo. Uma das formas de rever seria mudando o valor de alfa. Este valor se for igual a 0,5 já demonstra que o modelo fica adequado, pois neste caso teríamos o cálculo do erro acumulado menor do que 4 MAD. • Para α = 0,10, temos que: 4 351 14 04 2541⋅ = <, , , ; • Para α = 0,50, temos que: 4 3 98 15 92 8 99⋅ = >, , , . DESEMPENHO DOS MODELOS DE PREVISÃO Para Tubino (2000), os fatores mais comuns que podem afetar o desempenho de um modelo de previsão são: a) a técnica adotada pode estar sendo mal interpretada ou estar sendo usada incorretamente; b) a técnica adotada pode ter perdido a validade em função da mudança de uma variável importante ou aparecimento de uma nova variável; c) ações estratégicas da concorrência afetando a demanda; d) variações irregulares na demanda podem ter acontecido em função de catástrofes naturais, estoques temporários entre outros. Saiba Mais Para complementar seu estudo leia o artigo: HIGUCHI, Agnaldo keiti. A previsão de demanda de produtos alimentícios perecíveis: três estudos de caso. [20--]. Disponível em: <http://www.facef.br/REA/edicao09/ed09_art04.pdf>. Autoavaliação 2 1 Qual a importância da previsão de demanda para o Planejamento e Controle da Produção? _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 2 Quais são os padrões de variação de demanda mais conhecidos e que podem nos auxiliar na escolha da técnica adequada de previsão? _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 3 Identifique e justifique qual a técnica de previsão mais apropriada para o histórico de demanda dos produtos: a) aparelhos celulares _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ b) ventiladores de teto _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________c) brinquedos _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4 De posse de dados históricos de demanda de um determinado produto, qual seria o primeiro passo para identificar a técnica mais adequada para prever a demanda futura deste produto? _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 5 Uma linha de cosméticos tem apresentado as vendas dos últimos sete meses conforme o Quadro. Realizar a previsão de vendas para os meses de agosto, setembro e outubro utilizando a técnica mais adequada. venda de cosméticos - caixas mês jan fev mar abr mai jun jul caixas 100 110 125 135 140 153 167 ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6 Uma previsão baseada em correlações teve um coeficiente “ r “ de correlação igual a 0,85. Comente o caso. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 7 Uma empresa deve realizar previsão de vendas de um produto sazonal e para tanto, coletou os dados de consumo dos últimos 4 anos. Desenvolva o ajustamento sazonal e calcule o consumo de cada trimestre do ano 5, sabendo que naquele ano devem ser consumidas 3000 unidades o ano todo. TRIMESTRE ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 1 150 180 230 210 2 340 400 500 600 3 200 250 340 400 4 400 600 750 890 8 Uma empresa de telecomunicações deseja prever o número de assinantes para o próximo ano. Dentro dos modelos de previsão qual você escolheria? Por quê? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 9 Por que devemos monitorar e manter atualizado o modelo de previsão? _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ UNIDADE 3 SISTEMAS DE PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: • COMPREENDER os conceitos básicos do planejamento agregado, plano mestre de produção e sequenciamento; • ENTENDER a hierarquia dos sistemas de planejamento e controle da produção; • REFLETIR sobre a importância de um setor de planejamento e controle da produção adequado ao tipo de manufatura; • CONHECER o planejamento da capacidade; • PERCEBER como acontece o sequenciamento e emissão de ordens para os diferentes tipos de sistemas produtivos; • RECONHECER os métodos de gestão da produção mais utilizados. ROTEIRO DE ESTUDO A fim de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o conteúdo está dividido em seções: Seção 1 Planejamento agregado da produção e estoques Seção 2 Planejamento e controle da capacidade Seção 3 Planejamento mestre da produção (MPS – Master Production Schedule) Seção 4 Sequenciamento e emissão de ordens Seção 5 Sistemas de gestão da produção PARA INICIAR NOSSOS ESTUDOS O Planejamento, programação e controle da produção, como já exposto em unidades anteriores, é o elemento decisivo para a integração da estratégia da produção na estratégia corporativa. Com a crescente exigência dos consumidores que buscam mais qualidade, variedade de modelos, e o surgimento de novos concorrentes globais, as empresas procuram melhorar constantemente a eficiência de seus sistemas de PCP. Esta unidade vai tratar das seguintes atividades dentro do PCP: Planejamento Agregado, Planejamento e controle da Capacidade, Planejamento Mestre da Produção, Programação e Sequenciamento da produção, finalizando com os três métodos de gestão da produção mais utilizados: MRP II, Teoria das Restrições (OPT) e Just in Time. SEÇÃO 1 PLANEJAMENTO AGREGADO DA PRODUÇÃO E ESTOQUES Os planos de longo prazo baseados em estudos de previsão de demanda e objetivos determinados na estratégia corporativa, são essenciais para definir um plano de investimentos em equipamentos, mão de obra especializada e estoque, que não podem ser adquiridos no curto prazo. O Planejamento Agregado de Produção (PAP) se baseia no planejamento de longo prazo. É um plano de médio prazo, que varia de seis meses a dois anos e que prevê os níveis de produção, o tamanho e as qualificações da força de trabalho, os níveis de estoque de matérias-primas e de produtos acabados. Já o Planejamento Mestre da Produção (PMP) é baseado no plano agregado de produção, e determina as ações do sistema de produção no curto prazo. É o PMP que estabelece a quantidade de cada produto a ser produzida em cada período (dias, semanas, meses). O período de planejamento pode variar de quatro meses a um ano. Para executar de forma eficiente o plano de produção, evitando paradas desnecessárias ou estoques superdimensionados, o gestor deve realizar um levantamento completo e detalhado das necessidades de materiais, matérias-primas, equipamentos e ferramentas. Esse levantamento, também chamado de Planejamento de Materiais, é comparado com informações do estoque, possibilitando ao gestor determinar a quantidade e o momento exato nos quais cada um dos produtos e materiais devem ser fabricados ou comprados. Como se pode observar, o planejamento de materiais está ligado diretamente ao controle de estoques de matérias-primas, produtos em processo e produtos acabados. Uma das funções da Gestão da Produção é produzir bens com o menor custo possível. Neste sentido, estoques desnecessários estejam eles em qualquer ponto do processo produtivo, geram uma série de custos: representam capital de giro parado, ocupam espaço, precisam ser controlados, transportados e manuseados, se estragam e tornam-se obsoletos. Por isso, um correto Planejamento de Materiais reduz os níveis de estoque, diminui os custos e contribui para que se atinjam as metas da produção, garantindo um diferencial competitivo para a empresa. Os estoques existem porque sempre existirá uma diferença de ritmo entre um processo a ser realizado no fluxo de produção e o processo seguinte. Mesmo operações que utilizem o sistema Just in Time, algum nível de estoque sempre existe. Hierarquia das funções da programação da produção Esquema 4 - Hierarquia das funções do PCP Fonte: Tubino (2000, p. 104). PLANEJAMENTO AGREGADO O objetivo central do planejamento agregado da produção é verificar se podemos atender a demanda. A maioria das empresas tem um mix de produção de produtos diferentes. Desta forma, torna-se difícil efetuar uma previsão de demanda para cada um dos produtos fabricados. Deve-se então definir uma metodologia para agrupar estes produtos e, consequentemente, as diferentes demandas em uma única demanda, que seja representativa do todo. A demanda prevista para esse grupo ou família de produtos é denominada demanda agregada. O Plano Agregado especifica taxasde produção, nível de força de trabalho, estoques e limitações de capacidade. O plano é temporal, sendo projetado para diversos períodos no futuro. Normalmente num horizonte de 5 a 18 meses, aproximadamente. Um fabricante de cadeiras para escritório produz 16 modelos. Para fins de agregação ele divide os modelos em duas famílias: com e sem sistema pneumático de regulagem de altura. O primeiro passo na execução do planejamento agregado é obter o perfil da demanda para o horizonte de planejamento, representando-o graficamente. Consideramos o caso seguinte, em que a demanda agregada, de janeiro a dezembro, é dada: Quadro 18 - Demanda agregada para um determinado produto Gráfico 10 - Representação gráfica da demanda Fonte: Martins e Laugeni (2005). A demanda média para o período de planejamento é de 648 unidades/mês. É fácil observar que, caso os recursos produtivos fossem dimensionados para atender à MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AG SET OUT NOV DEZ Demanda prevista unidade/mês 705 650 640 590 540 450 420 530 600 790 860 956 demanda média do período de planejamento ficaríamos com falta de recursos em 5 meses e um excesso de recursos em 7 meses. É evidente que os dois casos são indesejáveis. O planejamento agregado visa harmonizar esta situação, procurando as alternativas de menor custo para a empresa. Podemos recorrer a algumas estratégias de atuação para obter esta harmonia: a) Atuação na oferta de recursos: normalmente a empresa atua internamente na gestão dos seguintes recursos: • admissão/demissão: consiste em demitir ou admitir colaboradores dependendo da necessidade de mão de obra; • horas extras: a fim de compensar as necessidades decorrentes do aumento da demanda, as áreas produtivas da empresa passam a trabalhar horas extras. Neste caso, os custos são bem maiores do que no trabalho em horas normais; • subcontratações: a empresa subcontrata terceiros para a fabricação das unidades que, por falta de pessoal, certamente deixariam de ser produzidos. Os custos são, de modo geral, maiores, pois a empresa subcontratada estará auferindo um certo lucro. Existem casos em que as subcontratações podem levar a um menor custo; • estoques: consiste em fazer com que os estoques absorvam as diferenças decorrentes da variação da demanda. Esta é a prática mais usada, embora também leve a custos elevados e a outros problemas decorrentes da existência de estoques; b) Atuação na demanda: para a gestão da demanda a empresa atua normalmente no mercado com as seguintes estratégias: • preço de venda: consiste em aumentar ou diminuir o preço conforme os recursos produtivos; • promoção: quando houver excesso de recursos produtivos. A promoção gera aumento da demanda, podendo o excesso de recursos ser utilizado. Há também, o custo da promoção implícito na decisão; • atraso na entrega: consiste em atrasar a entrega dos pedidos, até quando haja disponibilidade de recursos para executá-los. Há o risco de desagradar os clientes, com todos os custos decorrentes e com a possível perda deles. c) Atuar tanto na demanda quanto na oferta dos recursos produtivos: chama-se estratégia mista a atuação tanto na demanda quanto na oferta dos recursos produtivos. Por meio dela, procura-se uma combinação dos dois casos anteriores, visando o menor custo possível, sem deixar de atender os clientes. O planejamento agregado vai ser desdobrado para elaborar o Plano Mestre de Produção (MPS - Master Production Schedule). Isto significa que o plano agregado de uma família de produtos é transformado em um MPS para cada um dos itens que compõe a referida família. O horizonte de planejamento de um programa mestre de produção cobre, normalmente, 6 a 12 meses de produção, com base semanal. SEÇÃO 2 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA CAPACIDADE O Planejamento e Controle da Capacidade tem um importante papel na gestão da produção, pois é por meio desta atividade que se calcula a carga de cada posto de trabalho em cada período de tempo. O objetivo deste cálculo é prever a capacidade de execução do plano, para atingir os objetivos de produção. O Planejamento da Capacidade lida com informações relacionadas à identificação dos gargalos da produção, que deve ser comparado constantemente com o planejamento, de forma a fazer correções sempre que ocorram desvios. Existe uma fórmula que calcula quanto cada máquina e/ou pessoa pode produzir em uma hora, dia, semana etc. Esta fórmula ou cálculo é a capacidade de produção. Para medir a capacidade, primeiramente, temos que entender que para medir a capacidade, precisamos verificar qual o mix de produtos que vamos produzir. O problema principal com a medição da capacidade é a complexidade que têm a maior parte dos processos produtivos. Slack, Chambers e Johnston (2002), explicam que quando a produção é altamente padronizada e repetitiva é fácil definir a capacidade sem ambiguidade. Uma empresa de confecção têxtil produz um único modelo de camiseta. A empresa possui três máquinas e três operadores onde cada posto de trabalho produz 35 peças por hora. Logo, num turno de 6 horas a capacidade da fábrica é: 35 X 3 X 6= 630 unidades/turno Agora vamos supor que esta mesma fábrica faça dois modelos com as mesmas máquinas e operadores, porém o modelo 1 precisa do dobro do tempo de produção que o modelo 2. Neste caso, a capacidade por turno vai alterar conforme a quantidade que se deseja produzir de cada modelo. Vamos supor ainda que algum problema com uma das máquinas possa ocorrer ou que um operador atrase por uma hora. A capacidade sofrerá alteração novamente. Então podemos concluir que: [...] a capacidade de produção da empresa depende dos gargalos isto é, dos processos ou dos equipamentos que limitam a capacidade de produção e que devem ser identificados. (MARTINS; LAUGENI, 2005, grifo do autor). O resultado da capacidade disponível é comparado com os níveis de inventário projetados, previstos e pedidos do cliente no programa mestre. Se houver capacidade suficiente para produzir as unidades comprometidas no programa mestre, o programa mestre será implementado. Se não houver capacidade suficiente, ajustes no programa mestre ou capacidade deverão ser feitos. Como resolver as insuficiências de recursos: a) desenvolvimento de novos fornecedores; b) compra das necessidades de terceiros; c) uso de estoques para absorver flutuações; d) não aceitação de determinados pedidos ou diminuição da quantidade a ser fabricada (negociar prazos); e) eliminação dos produtos não rentáveis (riscos); f) contratação de mão de obra adicional/temporária; g) horas extras e/ou turnos adicionais / Banco de horas; h) alteração do produto, processo ou layout (médio/longo prazo); i) rebalanceamento de linhas de fabricação/montagem. No caso de excesso de recursos: a) antecipar sobrecargas de períodos futuros; b) aumento das vendas de alguns produtos (com capacidade); c) venda excedente da capacidade (horas de algumas máquinas); d) criação de novos produtos (médio/longo prazo). SEÇÃO 3 PLANEJAMENTO MESTRE DA PRODUÇÃO (MPS - MASTER PRODUCTION SCHEDULE) O Planejamento Mestre da Produção (MPS) ou (PMP) está voltado para a operacionalização da produção e tratará de produtos individuais. Na elaboração do Planejamento Mestre da Produção, estão envolvidas todas as áreas que tem contato mais direto com a manufatura, tanto no sentido de fornecer subsídios para a tomada de decisões, como no sentido de usar as informações do MPS. O que é Planejamento Mestre da Produção? Planejamento Mestre é um conjunto de números que determina o que será feito, quanto e quando. É um plano para produção, não para entrega. Considera as demandas totais quanto aos recursos de uma fábrica, incluindo todas as vendas de produtos acabados, vendas de peças sobressalentes (reparos)e necessidades interfábricas (filiais). Seu intuito não é ser rígido. É um instrumento de comunicação e uma base para fazer alterações que sejam consistentes com as demandas de mercado e com a capacidade de produção. Como podemos elaborar um Plano Mestre de Produção? Na preparação do MPS, algumas questões devem ser discutidas, entre as quais, a determinação de que itens devem fazer parte do MPS, qual o intervalo de tempo e que horizonte planejar, como tratar os produtos para estoque e os sob encomenda, etc. Arquivo do Plano Mestre de Produção Segundo Souza (2010): Para facilitar o tratamento das informações e, na maioria dos casos, informatizar o sistema de cálculo das operações referentes à elaboração do MPS, empregamos um arquivo com as informações detalhadas por item que será planejado. Neste arquivo, constam informações sobre a demanda prevista e real, os recebimentos programados, os estoques em mãos e projetados e a necessidade prevista de produção do item. Vamos demonstrar, por meio de um exemplo, como se apresenta este arquivo de dados e como podemos operacionalizá-lo. O Quadro 19 mostra o arquivo de um item produzido para estoque para os próximos dois meses, divididos em períodos semanais. Vamos admitir que este item é produzido em lotes de 100 unidades. Na primeira linha da Tabela, temos a previsão da demanda do item para os próximos dois meses, de 50 unidades por semana para julho e de 60 unidades por semana para agosto. Em seguida, encontramos o valor da demanda real, já confirmada pelos clientes, de 55 unidades na primeira semana de julho, 40, 10 e 5 unidades nas próximas semanas, respectivamente. Para agosto ainda não temos confirmação de pedidos. Note que na primeira semana de julho erramos para menos na previsão, pois os clientes estão solicitando 55 unidades, cinco a mais do que as 50 previstas. Quadro 19 - Arquivo do MPS Julho Agosto 1 2 3 4 1 2 3 4 Demanda prevista 50 50 50 50 60 60 60 60 Demanda confirmada 55 40 10 5 O O O O Recebimentos Programados 100 Estoques Projetados I 5 50 100 50 100 40 80 20 60 PMP 100 100 100 100 A terceira linha apresenta os recebimentos programados, ou seja, as quantidades do item que já foram programadas anteriormente e que estão previstas para darem entrada dentro do horizonte de planejamento do MPS. Em nosso exemplo, um lote de 100 unidades do item deverá ficar pronto, e dar entrada nos estoques, na primeira semana de julho. Na quarta linha, temos as informações sobre os estoques disponíveis e projetados. O primeiro dado de cinco unidades refere-se ao estoque disponível no início da primeira semana de julho. A partir deste ponto, fazemos o cálculo de quanto irá sobrar de estoques no final de cada semana. Na primeira semana iniciamos com cinco unidades, recebemos um lote de 100 unidades, e entregamos 55 delas (seria 50 se não errássemos a previsão), o que nos deixa um saldo de 50 unidades disponíveis. Na segunda semana iniciamos com 50 unidades em estoque e necessitamos de 50 unidades (das quais 40 unidades já foram vendidas), o que nos deixaria sem saldo em estoque. Neste ponto surge a necessidade de produzir um lote de 100 unidades para cobrir a falta de itens previstos, fazendo com que o cálculo do estoque final fique sendo 50 + 100 - 50 = 100 unidades. O cálculo das demais semanas é apresentado no Quadro 20. Quadro 20 - Cálculo do estoque final Finalmente, na quinta linha, apresentamos as quantidades planejadas para a produção do item, ou seja, o MPS, que neste exemplo é de 100 unidades para a segunda e quarta semanas de julho e agosto. Conforme podemos notar no exemplo mencionado, os estoques projetados influenciam na forma como o MPS se desenrolará. As empresas, ao fazerem seu planejamento mestre da produção, aplicam políticas de estoques que visam amortecer os erros de previsões e nivelar o ritmo de produção. Como o PMP deriva do plano de produção, muitas destas políticas já foram traçadas para um horizonte de planejamento maior, e devem agora ser colocadas em prática pelo MPS. No exemplo apresentado, os estoques variam livremente e a produção é mantida num ritmo constante de 100 unidades a cada duas semanas. Outra alternativa poderia ser a de manter um estoque mínimo de 50 unidades. Neste caso, os lotes de produção planejados para agosto teriam que ser adiantados em uma semana, de forma a não deixar que o nível de estoques projetado fique abaixo destas 50 unidades. O Quadro 21 a seguir exemplifica este caso. Semana Estoque Recebimentos Demanda Estoque antes MPS Estoque Inicial Programados (prevista ou real) do MPS Final 1 5 100 55 50 50 2 50 50 O 100 100 3 100 50 50 50 4 50 50 O 100 100 1 100 60 40 40 2 40 60 -20 100 80 3 80 60 20 20 4 20 60 -40 100 60 Quadro 21 - Arquivo do PMP com estoque mínimo Julho Agosto 1 2 3 4 1 2 3 4 Demanda prevista 50 50 50 50 60 60 60 60 Demanda 55 40 10 5 O O O O Recebimentos Programados 100 Estoques Projetados 5 50 100 50 100 140 80 120 60 PMP 100 100 100 100 Os exemplos apresentados são de um item produzido para estoque. Quando o item é produzido sob encomenda, há necessidade de incluir uma informação adicional ao arquivo do PMP, que é a disponibilidade que temos de assumir novos compromissos de entrega. Neste tipo de produção é importante mantermos uma informação consistente sobre os prazos de entrega, visto que para o cliente este critério é determinante na escolha de seu fornecedor. ITENS QUE ENTRAM NO PLANO MESTRE DE PRODUÇÃO Conforme já comentamos, o planejamento mestre da produção está encarregado de desmembrar os planos produtivos estratégicos de longo prazo em planos específicos de produtos acabados (bens ou serviços) para o médio prazo. Logo, o MPS deve referir-se aos produtos acabados da empresa que serão remetidos aos clientes. Porém, certas situações exigem um estudo mais detalhado em função do número de produtos acabados que temos que planejar. Vamos analisar um exemplo onde o número de produtos acabados seja grande, algo como 1.000 ou 2.000 produtos. Esta quantidade de produtos acabados deriva, normalmente, da gama de combinações de opções que podem ser escolhidas pelo cliente para compor um produto acabado. Geralmente, não se planeja a formação de estoques para todas as combinações possíveis. O Esquema 5 ajuda a ilustrar esta situação. O produto acabado em questão é montado a partir de três componentes. O componente A possui três opções de especificações, o componente B duas e o componente C outras três. Se planejarmos a produção de todas as alternativas do produto acabado teria 18 produtos diferentes (3 x 2 x 3). Se tivéssemos mais dois componentes com cinco opções cada um, o número de produtos acabados subiria para 450 alternativas (3 x 2 x 3 x 5 x 5). A ideia para reduzir este crescimento exponencial consiste em descermos um nível no nosso planejamento mestre da produção. Ao invés de elaborarmos um MPS para cada produto acabado, passaríamos a elaborar um MPS para cada opção de componente, transformando a multiplicação de alternativas em uma soma de alternativas. O produto acabado seria controlado por fora, com um programa de montagem final que representaria as opções escolhidas pelo cliente. Observe a estrutura deste produto: Esquema 5 - Estrutura de um produto acabado Fonte: Tubino (2000, p. 93). Neste caso, o planejamento mestre da produção se encarregaria de oito componentes (3 + 2 + 3) em vez de 18 produtos acabados, ou ainda, de 18 (3 + 2 + 3 + 5 + 5) em vez de 450. Ao empregar esta alternativa de simplificação do sistema de planejamento mestre da produção, deparamo-nos com um problema adicionalreferente à previsão da demanda, pois as previsões são obtidas em cima dos produtos acabados, e não em cima dos componentes que pretendemos planejar. A solução consiste em guardar junto com a estrutura do produto o percentual de demanda do produto acabado para cada opção de componentes que compõem este produto. Sendo assim, ao termos a previsão do produto acabado para o período de planejamento, podemos transformá- la em previsões para os componentes do MPS, multiplicando o percentual de cada opção de cada componente pela previsão da demanda do produto. Digamos que para um determinado produto tenhamos uma previsão de demanda de 500 unidades para as próximas semanas. A previsão de demanda para os componentes que farão parte do MPS seria: RESOLUÇÃO: Componente A Opção 1 = 500 x 0,1 = 50 Opção 2 = 500 x 0;4 = 200 Opção 3 ~ 500 ~ 0,5 = 250 Componente B Opção 1 = 500 x 0,7 = 350 Opção 2 = 500 x 0,3 = 150 Componente C Opção 1 = 500 x 0,2 = 100 Opção 2 = 500 x 0,6 = 300 Opção 3 = 500 x 0,2 = 100 Com relação aos itens que farão parte do MPS, se não tivermos uma quantidade excessiva de produtos acabados que venha a inviabilizar os cálculos, incluímos todos no planejamento. Agora, se a quantidade de produtos acabados for grande, devemos controlá-los através de um programa de montagem final, e deixar para planejar via MPS os componentes do nível abaixo. TEMPO NO PLANO MESTRE DA PRODUÇÃO Tubino (2000, p. 94), explica: O PMP trabalha com a variável tempo em duas dimensões. Uma é a determinação da unidade de tempo para cada intervalo do plano. Outra é a amplitude, ou horizonte, que o plano deve abranger em sua análise, estas duas variáveis do tempo são diferentes de empresa para empresa. A determinação dos intervalos de tempo que compõem o PMP dependerá da velocidade de fabricação do produto incluído o plano e a possibilidade prática de alterar o plano. SEÇÃO 4 SEQUENCIAMENTOS E EMISSÃO DE ORDENS A técnica de sequenciamento de um programa de produção está relacionada com o tipo de sistema produtivo da fábrica. Se o sistema produtivo está projetado para puxar ou empurrar a produção, as atividades de programação da produção apresentam-se de forma diferenciada. No Esquema 6, podemos visualizar o sistema de empurrar e puxar a produção onde MP= matéria prima, PA= produto acabado, OC = ordem de compra, OF = ordem de fabricação, OM = ordem de montagem. Esquema 6 – Sistemas de empurrar e puxar a produção Fonte: Tubino (2000, p. 195). Nos sistemas de puxar a produção, as atividades de programação são deixadas a cargo dos próprios funcionários e são implementados com o Kanban. Já nos sistemas convencionais de empurrar a produção há necessidade de definir a cada programa de produção a sua sequência (TUBINO, 2000). Na sequência trataremos do sequenciamento e emissão de ordens sob a ótica convencional. Sequenciamento nos processos contínuos Os processos contínuos de produção são empregados para produtos que não podem ser Identificados individualmente com alta uniformidade na produção e demanda, onde produtos e os processos produtivos são totalmente dependentes. Desta forma, fica economicamente viável estruturar um sistema produtivo em grande escala, direcionado para o tipo de produto que se pretende produzir, permitindo sua automatização, como, por exemplo, uma refinaria de petróleo. Em processos contínuos, a preocupação maior no atendimento de uma programação da produção concentra-se no fluxo de chegada de matérias-primas e na manutenção das instalações produtivas, como forma de garantir que o sistema produtivo não pare por qualquer problema. (TUBINO, 2000, p. 149). Processo Processo Processo PAMP Programação da Produção Empurrar a produção Processo Processo Processo PAMP Programação da Produção Puxar a produção OC OF OF OM OM Sequenciamento nos processos repetitivos em massa Tubino (2000, p. 149), explica que o trabalho da programação da produção nos processos repetitivos em massa consiste em buscar um ritmo equilibrado entre os vários postos de trabalho, principalmente nas linhas de montagem, conhecido como "balanceamento" de linha, de forma a atender economicamente uma taxa de demanda, expressa em termos de “tempo de ciclo” de trabalho. Em outras palavras, o balanceamento da linha busca definir conjuntos e atividades que serão executados por homens e máquinas de forma a garantir um tempo de processamento aproximadamente igual (tempo de ciclo) entre os postos de trabalho. Desta forma, tira-se o máximo de produtividade e sincronismo dos recursos investidos no processo. O tempo de ciclo no qual desejamos operar é função do tempo disponível para a produção por dia dividido pela taxa de demanda esperada por dia (proveniente do PMP). Como calcular o TC (Tempo de Ciclo). Vejamos o exemplo de Tubino (2000, p. 151): Admitindo que a demanda esperada de um item seja 240 un/dia para um dia de trabalho de 8 horas diárias, o Tempo de Ciclo será: Neste sentido, o autor explica que número de postos de trabalho necessários para suportar uma demanda de 240 unidades por dia, com ritmos de 2,0 min por unidade, será função da forma como combinaremos as atividades individuais em grupos de no máximo 2 minutos de tempo. Teoricamente, podemos calcular o número mínimo de postos para atender uma determinada taxa de demanda, ou tempo de ciclo, da seguinte forma: TC= TP onde D= demanda esperada por dia D TP=tempo disponível TC = 480 min/ dia = 2,0 min por unidade 240 un/ dia Como não existem postos de trabalho fracionados, este número mínimo deve ser arredondado para três postos. Uma alternativa de composição destes três postos seria: •Posto 1 = operação 1 + operação 2 = 0,8 + 1,0 = 1,8 min.; •Posto 2 = operação 3 + operação 4 = 0,5 + 1,0 = 1,5 min.; •Posto 3 = operação 5 + operação 6 = 0,5 + 0,7 = 1,2 min; Conforme Tubino (2000), existem outras alternativas de composição destes postos de trabalho. Como este exemplo é simples, poderíamos listar todas e escolher a melhor. Na prática, a situação é mais complexa, existindo, normalmente, uma gama muito maior de atividades nas linhas de montagem, com limitações físicas associadas ao layout e equipamentos, à incompatibilidade entre operações e a fatores humanos. Teoricamente, este é um problema que pode ser resolvido com um pacote computacional de programação dinâmica. Na prática, raras empresas se dispõem a implementar programas neste sentido, preferindo empregar heurísticas que busquem boas e rápidas soluções. A meta de qualquer balanceamento de linha consiste em empregar eficien- temente os recursos produtivos para um determinado tempo de ciclo, a eficiência de uma alternativa é avaliada em função de quanto tempo livre ela gera. Uma forma de calcular este índice de eficiência é: Para o exemplo calculado, em média os postos de trabalho estarão ocupados 75% do seu tempo. Sequenciamento nos Processos Repetitivos em Lote Os processos repetitivos em lotes caracterizam-se pela produção de um volume médio de itens padronizados em lotes, onde cada lote segue uma série de operações que necessita ser programada à medida que as operações anteriores sejam concluídas. Estes sistemas produtivos são relativamente flexíveis, empregando equipamentos menos especializados, que permitem, em conjunto com funcionários polivalentes, atender a diferentes volumes e variedades de pedidos dos clientes. Os processos repetitivos em lote situam-se entre os extremos da produção em massa e da produção sob projeto. A quantidade de produtos que passam pelo processo é insuficiente para justificar
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