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História do SUS

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Nessa época novas doenças surgiram no território 
brasileiro, devido a chegada dos colonizadores e das 
grandes navegações. O desenvolvimento da área da 
saúde nesse período era mínimo e quem precisava 
buscar ajuda médica recorria a pajés, curandeiros ou 
boticários (profissionais que fabricavam remédios na 
época). 
As entidades religiosas eram responsáveis por lidar com 
os tratamentos na área da saúde, é então que surge as 
Santas Casas de Misericórdia, uma obra filantrópica que 
consistia em espaços destinados a assistência de doentes, 
e representavam a única opção daqueles que estavam a 
margem na sociedade. 
Com a chegada da família real portuguesa e sua corte, 
profissionais de saúde vieram para o território brasileiro, 
entretanto apenas os nobres possuíam acesso a esses 
médicos. Além disso, houve um investimento na 
infraestrutura local e a criação do curso de medicina no 
Brasil. 
• Brasil pós independência: D. Pedro II, como imperador, 
realizou diversas ações com foco na higienização pública, 
com foco nos centros urbanos. Ademais, houve a criação 
do Instituto Vacínico do Império e medidas foram 
tomadas para tentar minimizar a disseminação da 
tuberculose, da malária e da febre amarela. 
Após a abolição da escravidão, não houve medidas para 
inserir a população liberta na sociedade, o que foi 
responsável por manter as desigualdades sociais. Com 
isso surgiu os cortiços e as favelas, locais com condições 
precárias e propícios a doenças. Além disso o país não 
possuía um saneamento básico adequado e sofria com 
epidemias. 
➤ República Velha: (1889-1930) 
• A Revolta da Vacina: Ocorreu em 1904 no Rio de 
Janeiro quando o médico Oswaldo Cruz implantou a 
vacinação obrigatória, devido ao surto de varíola., e definiu 
restrições aqueles que negassem se vacinar, o que 
causou revolta na população. 
 
 
 
 
 
 
Durante a Republica velha, houve um avanço nas 
industrias e com isso surgiu a necessidade de leis 
trabalhistas e previdenciárias. 
• CAPS – Caixas de Aposentadorias e Pensões: (1923-
1933): Foi implementada a partir da lei Eloy Chaves, que 
consistia em uma caixa em que o trabalhador todo mês 
guardava parte do seu salário nela e retirava quando 
precisava de alguma assistência médica (medicamentos, 
urgências, serviços funerários, acidentes de trabalho, 
aposentadoria/pensão). 
Enquanto isso, o Estado promovia vacinação e o 
saneamento do Porto de Santos, dado que era por lá 
que ocorriam trocas mercantis. 
➤ Era Vargas: (1930-1945) 
• CAPS → IAPS – Institutos de Aposentadorias e 
Pensões: São autarquias federais e deixou de ser de 
empresas especificas e passou a ser de categorias. No 
caso, a população na época morria jovem e então 
sobrava dinheiro nas IAPS, os quais eram utilizados na 
construção de hospitais para esses setores. 
Nesse período a medicina ainda era excludente, com 
destaque nos hospitais filantrópicos e combate a doenças 
transmissíveis. OBS: o Ministério da Saúde foi criado em 
1953, pois antes ele era englobado ao da educação. 
➤ Ditadura Militar: (1964-1985) 
• IAPS → INPS – Instituto Nacional de Previdência Social: 
Essa alteração ocorreu a partir da Reforma Previdenciária 
da época. Nesse novo modelo, os trabalhadores formais 
dessas categorias tinham acesso ao fundo do INPS, já os 
outros trabalhadores poderiam também ter acesso se 
contribuíssem de forma dobrada. 
O INPS não tinha a rede de assistência suficiente para 
todos esses trabalhadores, então financiavam os setores 
privados para que expandissem hospitais/clínicas privadas 
e depois ainda pagavam para utilizar desses serviços. 
Além dessa dinâmica cara, houve o uso de recursos para 
outros fins e fraudes nesse processo, o que levou a 
“falência” do INPS. 
• INAMPS – Instituto Nacional da Assistência Médica e 
Previdência Social: Surgiu em 1977 para substituir o INPS. 
Nesse modelo, eles continuaram com o financiamento da 
rede privada, mas estabeleceram um pagamento máximo 
para serviços médicos e mesmo assim ainda houve 
fraudes que geraram gastos exorbitantes. A medicina na 
época ainda era restrita aqueles que trabalhavam 
formalmente, era hospitalocêntrica/curativista e 
centralizada. 
 
Na década de 70, inicia-se uma reforma sanitária com 
ampla participação popular, a qual buscava um modelo de 
saúde universal, descentralizado e que focasse não só na 
cura, mas também na prevenção. 
• CONASP – Conselho Consultivo de Administração de 
Saúde Previdenciária:(1981): Foi uma das medidas tomadas 
para controlar a crise financeira da previdência social e 
tinha como finalidade estudar e propor normas mais 
adequadas para prestação de serviços assistenciais. Foi 
então proposto o Plano de Reorientação da Assistência à 
Saúde (Plano CONASP), o qual priorizava as ações da 
atenção primaria, dava ênfase na assistência ambulatorial 
e buscava a integração das instituições federais, estaduais 
e municipais (regionalização e hierarquização). 
• AIS – Ações Integradas de Saúde:(1984) Surgiu com o 
objetivo de evitar ações paralelas entre as instituições, 
contendo os gastos e desenvolvendo uma capacidade 
gerencial dos serviços no nível local e regional. Ademais, 
contribuíram para o surgimento das CIS (Comissões 
interinstitucional de saúde), as quais foram importantes na 
formação dos conselhos de saúde e da criação do SUDS. 
➤ Nova República: (1985 até os dias atuais) 
• VIII Conferência Nacional da Saúde:(1986): Contou com a 
participação dos usuários e foi formulado um novo 
sistema de saúde. Esse novo modelo contou com 3 
princípios: saúde como dever do Estado e direito do 
cidadão; formulação do Sistema Nacional de Saúde; 
financiamento setorial. 
• SUDS – Sistema Unificado e Descentralizado de 
Saúde:(1987): O Decreto da União transforma a AIS em 
SUDS, o qual incorporou os princípios da reforma 
sanitária, descentralizou os recursos para níveis estaduais 
e foi o precursor do SUS. 
• Constituição de 1988: Declara que a saúde é direito de 
todos e dever do Estado. Ademais, garante mediante 
políticas sociais o acesso universal e igualitário à saúde. 
Foi a base para o Sistema de saúde atual (SUS). 
• Lei Federal n. 8.080: (1990): Essa lei regulamentou o 
Sistema Único de Saúde e foi parte das conquistas da 
Constituição de 1988. Ela dispõe sobre as condições para 
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a 
organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e dá outras providências. 
• Lei Federal n. 8142: (1990): Complementa a lei n. 8080, 
dado que dispõe sobre a participação da comunidade na 
gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as 
transferências intergovernamentais de recursos 
financeiros na área da saúde e dá outras providências. 
➤ Fontes de recursos do SUS: 
Iniciou com CPMF, o qual era um imposto cobrado nas 
transações econômicas e que contribuía no SUS, mas foi 
extinto. Atualmente, prevalece o COFINS (Contribuição, 
de nível federal, sobre o faturamento das empresas.), o 
CSLL (Contribuição sobre o lucro líquido) e a seguridade 
social. 
• Portaria 3.992/2017: Surge para modificar a aplicação 
dos recursos na saúde e da maior liberdade aos 
municípios. Estabeleceu dois blocos de aplicação: bloco de 
custeio das ações e serviços públicos de saúde; bloco de 
investimento na rede de serviços públicos de saúde. 
• Lei 141/2012: Definiu os gastos da União, a qual deveria 
gastar o referente ao ano anterior mais a variação no PIB. 
Além disso, os Estados têm até 5 anos para aumentar o 
seu porcentual de gasto até 12% e os municípios tem até 
5 anos para aumentar a proporção até 15%. 
• Emenda Constitucional n. 95/2016: Definiu que os gastos 
da União deveria ser referente ao ano anterior acrescido 
da valorização do IPCA, dado que o PIB não estava 
variando tanto. Ademais, o percentual de gastos ficou fixo 
sendo 15%. 
• Piso da Atenção básica fixo (PAB fixo): Nesse caso, 
cada município recebe um determinado valor para ser 
gastona atenção básica, determinado pela quantidade de 
pessoas que esse município atende e outras variáveis 
sociais. 
• Piso da Atenção básica variável (PAB variável): Nesse 
caso quando o município possui alguma 
estratégia/plano/campanha específica ele pode precisar 
de um valor especifico para financiar essas atividades. 
 
 
Referências: 
CHIORO, Arthur; SCALFF, Alfredo. A Implantação do Sistema 
Único de Saúde. [S.L]. [200-?] 
SUMMIT Saúde. Conheça a História da Saúde Pública no Brasil. 
Estadão, 2019. Disponível em: 
https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-no-brasil/conheca-
a-historia-da-saude-publica-no-brasil/. Acesso em: 22, abr 2022 
[BRASIL]. Lei nº 8080 de 19 de setembro de 1990. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso 
em: 22 abr 2022. 
[BRASIL]. Lei 8142 de 28 de dezembro de 1990. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm. Acesso em: 
22 abr 2022 
 
https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-no-brasil/conheca-a-historia-da-saude-publica-no-brasil/
https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-no-brasil/conheca-a-historia-da-saude-publica-no-brasil/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm

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