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Neuropsicologia    (Universidade do Algarve)
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Neuropsicologia
L i c e n c i a t u r a e m P s i c o l o g i a 
3 º A n o 
1 º S EM E ST R E
Andreia Machado
2 0 1 7 / 2 0 1 8
U n i v e r s i d a d e d e L i s b o a 
F a c u l d a d e d e P s i c o l o g i a
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O Sistema Nervoso e o Neurónio 
O Sistema Nervoso 
 
O sistema nervoso é constituído pelo sistema nervoso central e pelo sistema nervoso periférico. O sistema 
nervoso central é constituído pelo encéfalo, que por sua vez se divide em três partes principais: O cérebro, o cerebelo 
e o tronco encefálico, e é também constituído pela espinal medula, que por sua vez tem como função receber a 
informação e ainda controlar e coordenar as respostas. O sistema nervoso periférico consiste nos nervos e nas células 
nervosas que se localizam fora do encéfalo, tem então como função estabelecer linhas de comunicação entre o SNC e o 
resto no nosso corpo. O sistema nervoso periférico divide-se em dois, o sistema nervoso somático, que tem 
como função controlar os movimentos corporais voluntários e o sistema nervoso autónomo que tem como função 
controlar as funções involuntárias, ou seja aquelas das quais não temos consciência. O sistema nervoso autónomo 
apresenta ainda uma subdivisão, por um lado temos o sistema nervoso simpático, que atua em situações de 
emergência, perigo ou tensão e por outro lado temos o sistema nervoso parassimpático que promove a manutenção 
das funções corporais quando há ausência de tensão, ajuda então o nosso corpo a poupar energia. 
O sistema 
nervoso 
Sistema nervoso 
central 
Encéfalo
Contém 3 partes principais:
O cérebro, o cerebelo e o 
tronco encefálico
Espinal medula 
Função: receber e interpretar a 
informação e ainda coordenar e 
controlar as respostas 
Sistema nervoso 
períférico
Sistema nervoso 
somático
Movimentos corporais 
voluntários
Sistema Nervoso 
Autónomo
Partes do corpo que funcionam 
de forma involuntária e das 
quais não temos consciência
Sistema Nervoso 
simpático
Atua em situações de 
emergência, perigo ou tensão
Sistema Nervoso 
Parassimpático
Promove a manutenção das 
funções corpoirais quando há 
ausência de tensão
Consiste nos nervos e nas células nervosas 
que se localizam fora do encéfalo
Função: estabelecer linhas de 
comunicação entre o SNC e o resto do 
corpo 
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O cérebro 
 
O cérebro humano encontra-se, de grosso modo, dividido em lobos, temos como principais: 
• Lobo Frontal: Responsável pelo comportamento social 
• Lobo Parietal: Processamento de sensações provenientes de diversas partes do corpo 
• Lobo Occipital: Centro de processamento visual primário 
• Lobo Temporal: Centro de processamento auditivo 
O Neurónio 
Existem dois tipos de células no sistema nervoso, as células da glia e os neurónios, a distinção entre ambas é 
essencial. Porém dentro de cada uma existem diferenças, seja a nível da estrutura, da química ou da sua função. Apesar 
de tudo isto existe praticamente o mesmo número de neurónios e células da glia no cérebro humano, sendo que os 
neurónios são responsáveis por grande parte das funções exclusivamente cerebrais. São os neurónios que sentem as 
mudanças no que nos rodeia e posteriormente comunicam aos outros neurónios que enviam respostas de modo a 
comandar o corpo para responder a essas sensações, estes são ainda a unidade básica fundamental do sistema nervoso, e 
ao contrário das outras células não se dividem nem reproduzem logo são insubstituíveis. As células da glia contribuem 
para a função cerebral pois são elas que alimentam, isolam e sustentam os neurónios vizinhos, tendo um papel essencial 
no funcionamento do cérebro e controlando assim o seu desenvolvimento, influenciam ainda a comunicação cerebral e 
as sinapses e removem os destroços após a morte ou dano cerebral. 
Durante o estudo das células cerebrais os cientistas depararam-se com muitos obstáculos, principalmente ao nível do 
neurónio, o seu pequeno tamanho (entre os 0,01 e os 0,05), isto conduziu a outro problema, o da observação, é 
impossível a observação a olho nu, sendo que está só foi possível com o recurso ao microscópio no seculo XVII. Porém 
mesmo assim a sua observação não era fácil pois era necessário cortar o cérebro em camadas, para além disso a consistência 
gelatinosa do cérebro não permitia que se cortassem as camadas finas o suficiente, foi necessário solucionar isto, para isso 
desenvolveram-se métodos de fixação de tecidos no século XIX. Como se isto não fosse suficiente outra complicação 
surgiu, a cor da célula neuronal não se distinguia do restante. Franz Nissl solucionou isto com a coloração de Nissl, 
colorindo o núcleo da célula e os materiais em redor desta. 
Falemos agora de Golgi, desenvolveu o método de impregnação pela prata e tornou possível, pela primeira vez, visualizar 
totalmente os neurónios, isto mostrou ainda que aquilo demostrado por Nissl era só uma pequena parte de tudo o que 
compunha o neurónio. Golgi mostrou que o neurónio era composto por pelo menos duas partes: uma central e depois 
uns tubos finos que saíam dessa parte central. Foi possível então distinguir outras partes: O corpo da célula, chamado de 
Soma e os ‘’tubos’’ chamados de axónios e dendrites. O corpo celular encontra-se, normalmente, ligado a um só axónio. 
A nível de Santiago Ramon y Cajal, criou a teoria neuronal e dividiu o prémio nobel com Golgi. Delineou as células 
nervosas cerebrais e as suas ramificações e foi ainda um especialista em histologia. Apesar de Cajal ter tirado as suas 
conclusões com base em Golgi, ambos afirmavam coisas diferentes, Cajal dizia que os neurónios formavam uma rede 
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continua, Golgi por sua vez dizia que os neurónios comunicavam entre si não entendo diretamente ligados, criou o 
conceito de sinapse.Constituição do Neurónio: 
 
É constituído pela Soma, pelas dendrites e pelo axónio. O interior do neurónio é separado do exterior pela membrana 
neuronal. A soma ou corpo celular é a central de energia da célula neuronal. No seu interior encontra-se citosol, uma 
solução salgada rica em potássio. Composta pelo núcleo, mitocôndria e outras pequenas estruturas que se localizam 
dentro do núcleo e que asseguram a sobrevivência da célula. É também constituído pelo axónio, que tem como função 
a transferência de informação pelo sistema nervoso. A nível do terminal do axónio este ramifica-se e é composto por 
botões sinápticos. Alguns axónios são revestidos pela bainha de mielina o que permite uma transmissão mais rápida do 
impulso nervoso, a velocidade do impulso é proporcional ao diâmetro do axónio. A bainha de mielina permite ainda uma 
condução saltatória do impulso (pelos nódulos de ranvier). É também constituído pelas dendrites, que correspondem 
ao local onde se recebe os contactos sinápticos com outros neurónios, ou seja, onde ocorre uma sinapse, de destacar que 
uma sinapse é a único entre o terminal de o axónio e outra célula) 
Classificação dos neurónios 
Podem ser classificados de acordo com o numero de axónios e de dendrites, que provém da soma, podem ser unipolares 
se apenas tiverem uma, existem ainda os neurónios pseudo-unipolares que detetetam o tato, a pressão e a dor, não 
têm verdadeiras dendrites e um único axónio dirige-se para dois sentidos opostos. Se tiverem duas chamam-se bipolares, 
com três ou mais são chamados de multipolar. A maior parte dos neurónios do cérebro são multipolar. 
 
Podem ainda ser classificados de acordo com a sua função, aqueles que se encontram ligados a pele ou à retina do olho 
são os neurónios sensoriais primários (ou aferentes), outros coordenam os músculos e os movimentos são 
chamados neurónios motores (ou eferentes). Porém a maior parte deles são os que fazem as conexões dentro do 
próprio sistema, são os chamados intraneurónios (ou associativos). 
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As células da Glia 
 
 A maior parte das células da glia presentes no cérebro são chamadas de astrócitos, são os astrócitos que influenciam o 
crescimento ou diminuição dos neurónios e preenchem o espaço entre os neurónios. Existe ainda bainha de mielina 
formada por glia, a região também conhecida como nódulos de ranvier, a sua função é isolar o axónio. É de salientar 
ainda a microglia que atua sobretudo quando se da a morte de neurónios e de glia, tendo como função a eliminação de 
resíduos. 
Potenciais de Membrana 
A teoria da membrana foi desenvolvida por Hodjkin, Hexley e Eccles, com base no estudo do axónio da lula gigante. 
Afirmava então que existem dois tipos de potenciais de membrana: o potencial de ação e o potencial de repouso. De uma 
maneira geral o impulso nervoso, ou potencial de ação, ocorre na membrana celular. Quando a membrana celular 
não esta a gerar potenciais dizemos que está em repouso. Nesse caso o citosol adquire uma carga negativa, estamos na 
fase chamada de Potencial de Repouso, o potencial de ação é então uma inversão deste estado. 
O movimento de Iões 
Os canais na membrana funcionam como pontes, e possibilitam a passagem de um lado para o outro. Porém tal como 
numa ponte, a existência desses canais não pressupõe que haja movimento constante. Desta forma para que haja 
movimento outras forças têm de atuar. Essas forças são a difusão e a eletricidade. A nível da difusão podemos afirmar 
que os iões se dissolvem na agua, a difusão faz com que os iões passem pela membrana, alguns iões especialmente 
importantes são: Na+ (Sódio), K+ (Potássio), Ca2+ (Cálcio), Cl- (Cloreto). A movimentação faz-se da zona mais 
concentrada para a menos concentrada, a diferença de concentração é chamada de gradiente de concentração. 
 
 
 
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A nível da eletricidade, este fenómeno ocorre, pois, os iões têm carga elétrica, temos então de nos lembrar que cargas 
iguais se reprimem e que os opostos se atraem, como podemos ver na imagem abaixo. O movimento de carga elétrica é 
chamado de corrente elétrica, é calculado em amperes. 
 
Potencial de repouso 
 
Ocorre quando o neurónio se encontra polarizado, ou seja, o seu interior é eletricamente negativo face ao meio exterior. 
Isto ocorre porque a membrana da célula é quase impermeável ao sódio e permeável ao potássio e existe uma elevada 
concentração de aniões (iões negativos) dentro da célula. Os gradientes de concentração iônica são estabelecidos 
pela ação de bombas iônicas na membrana neuronal. A bomba de sódio-potássio faz com que o potássio esteja 
concentrado no interior do neurónio (junto com os aniões) e o sódio fique fora do mesmo, nesta situação são trocados 3 
iões de Na+ para o interior por 2 iões de K+, mas não possibilita a saída de A- nem a entrada de Na+, permite que os 
iões de K+ se movimentem livremente. Por seu lado a bomba de cálcio é uma enzima que transporta ativamente, 
através da membrana celular cálcio para fora do citosol. Ver imagens abaixo. 
 
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Equação de Nerst: permite calcular o valor exato do potencial de equilíbrio de um ião, tendo em consideração a 
respetiva carga elétrica, a temperatura e a razão das concentrações externa e interna do mesmo. 
Equação de Goldman: constitui um desenvolvimento da equação de Nerts e permite calcular o potencial da membrana 
em repouso, tendo em consideração a permeabilidade relativa da mesma a diferentes iões. 
Potencial de Ação 
É a inversão rápida do potencial, pois num instante o interior da membrana passa a ser positivo e o exterior negativo, o 
que gera cargas elétricas permitindo, assim , a transferência de informação ao longo do axônio em forma de impulso 
nervoso. Tal processo acontece porque existe uma despolarização, ocorre um influxo de sódio provocando um 
potencial de ação (porque com a entrada de sódio o interior fica positivo e o exterior negativo [a tal inversão]) e isto 
acontece graças à abertura dos canais de sódio da membrana. Os passos abaixo duram cerca de 2 milissegundos, sendo 
que depois tudo volta ao seu estado inicial. 
 
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A passagem do potencial de repouso para o potencial de ação tem diversas fases: 
Polarização (repouso): O neurónio tem carga negativa graças à existência de potássio e aniões no seu interior (está 
polarizado). Este estado de repouso é mantido graças à bomba sódio-potássio. 
Despolarização: O interior da célula torna-se positivo devido à abertura dos canais de sódio, que permitem o seu 
influxo na célula. O potencial de ação só é atingido quando o potencial chegar ao limiar de excitabilidade (ou seja, o nível 
crítico que a despolarização deve atingir para disparar um potencial de ação). 
Hiperpolarização: O interior da célula fica mais negativo do que quando está em repouso (aqui a célula não pode ser 
novamente estimulada ate acontecer a repolarização, não tendo, portanto, qualquer reação em quanto se encontrar neste 
estado). 
Repolarização: A entrada de sódio cessa, permitindo a sua saída (juntamente com algum potássio), deixando os aniões 
dentro da célula e permitindo a entrada de Cloro, retomando assim o estado de repouso. 
Porém entre a repolarização e o estado de repousoo processo não é instantâneo, existem um período, chamado de 
período refratário, onde num primeiro momento os canais que permitem a estrada de sódio estão inativos, é o 
chamado período refratário total, neste ponto a célula não pode gerar potenciais de ação, mas há ainda outro 
momento o período refratário relativo onde existem um efluxo de K+ e o interior da célula atinge valores mais 
negativos do que quando esta no estado de repouso, a chamada hiperpolarização. 
Nota: O que controla a carga negativa no interior da membrana é a existência de aniões que nunca se movem para fora, 
ou seja, quando saem cargas positivas a célula fica negativa pois esta mais negativa no interior do que no exterior ( 
relacionar com os gradientes descritos em cima). 
Potenciais pós-sinápticos 
Existem dois tipos de potenciais pós sinápticos- os potenciais excitadores, também chamados de PEPS, que se 
devem a um estimulo que gera um influxo de Sódio, e causam despolarização aproximando a célula neuronal de gerar 
um potencial de ação. Existem também os potenciais inibidores, chamados de PIPS, estes ocorrem perante um 
estimulo que gera um influxo de Cloro e um efluxo de potássio, e causam hiperpolarização, afastando a célula neuronal 
de gerar um potencial de ação. 
 
 
 
 
 
Resting Potencial: Potencial de repouso 
Rising Phase: Fase ascendente- Rápida despolarização da membrana. 
Continua até que alcance um pico de cerca de 40Mv. 
Overshoot: pico de ultrapassagem- O lado de dentro do neurónio está 
carregado positivamente em relação ao lado exterior. 
Falling Phase- Fase descendente - Repolarização até que a membrana fique 
de facto mais negativa que o potencial de repouso. 
Undershoot- pós- hiperpolarização- A última parte da fase descendente 
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O sistema visual 
Antes do estudo do sistema visual é importante salientar que sherrington classificou os recetores sensoriais como 
propriocetores que respeitam o sentido da posição e orientação do corpo em relação à gravidade, da posição das partes 
do nosso corpo em relação umas às outras, da movimentação e mudanças de posição; Temos também os interocetores 
que reagem a estímulos provenientes dos órgãos internos; Os terocetores que reagem a estímulos próximos, ou seja, 
que provem do exterior; por ultimo, e mais importantes para o estudo dos próximos capítulos temos os Telecetores – 
que reagem a estímulos distantes provenientes do exterior, como os recetores visuais e recetores auditivos. 
O olho 
O olho humano é o responsável pela deteção, localização e análise da luz. Na parte de trás do olho existem 
fotorrecetores responsáveis por converter a luz em energia intraneuronal. O sistema visual não funciona então de 
forma passiva, contrariamente ao que se pensa, não é uma maquina fotográfica. Ao invés, utiliza as imagens projetadas na 
retina, em constante modificação, para construir uma representação estável e tridimensional do mundo, de maneira 
dinâmica. A deteção de formas é, verdadeiramente, uma deteção de invariantes, influenciada pelo contexto. 
A ideia de perceção visual como um processo ativo tem raízes filosóficas em Kant e foi muito desenvolvida pela escola de 
Gestalt, que defendiam que percecionamos as coisas como um todo que não pode ser determinado pelas partes, seguiam 
então algumas leis: Similaridade, proximidade, padrão ambíguo, boa continuação e ainda o reconhecimento figura fundo. 
O nosso mundo percetivo é, na verdade, um mundo de hipóteses, que resulta da interação entre processos Bottom-up 
(ascendentes) que partem da realidade percecionada pelos sentidos e Top -Down (descendentes) que partem do 
conhecimento conceptual. 
 
 
Existem 3 níveis de processamento visual, o nível baixo que identifica contrastes entre os diferentes pontos de luz 
projetados na retina, o nível intermedio, que identifica as ‘’primitivas visuais’’ , ou seja, as características mínimas dos 
estímulos, como contornos, superfícies e movimentos, existe ainda o nível elevado que integra mensagens de diversas 
origens ( desde os vários sistemas sensoriais à memoria), constituindo o estagio final do sistema visual, conduz à 
experiencia visual consciente. É, pois, a este nível, que se da a conjugação dos mencionados processos bottom-up e 
top-down, na medida em que se dotam as representações sensoriais de significado semântico, tem então por base a 
memoria de trabalho, ou de curta duração, a memoria de longa duração e ainda objetivos comportamentais. 
 
 
 
Nervo ótico: é o nervo localizado na parte de trás do olho e envia os sinais da 
retina para o cérebro. 
Humor aquoso: liquido transparente que mantém a pressão ocular. 
Humor vítreo: substância gelatinosa que preenche o interior do olho. 
Retina: localiza-se na parte de trás do olho e contém os fotorrecetores. 
Pupila: permite a passagem da luz. 
Iris: controla a quantidade de luz que passa pela retina. 
Cristalino: protege o olho. 
Fovea: Localiza-se na macula (zona super sensível à luz) e possibilita uma 
visão nítida. Existe ainda o disco ótico chamado de ponto cego. 
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O sistema visual 
Mas como é que vemos? 
 
1. A luz reflete-se nos objetos e segue em linha reta para o olho. 
2. A luz passa através da córnea, para dentro da pupila e através do cristalino. 
3. A córnea e o cristalino ajustam-se à luz (refratam) para que a retina foque. 
4. Os fotorrecetores na retina convertem a luz em impulsos elétricos. 
5. Os impulsos elétricos atravessam o nervo ótico até ao cérebro. 
6. O cérebro processa os sinais para criar uma imagem. 
 
A retina , que ao contrario de outros recetores sensoriais não é uma estrutura periférica mas sim inserida no sistema 
nervoso central, alberga cinco tipos de células, como podemos ver acima, os fotorrecetores (cones e bastonetes) 
formam a camada nuclear externa, as células horizontais, células amácrinas e células bipolares, que formam a 
camada nuclear interna, e por ultimo as células ganglionares que se subdividem em células M e células P, sendo 
que as bipolares e as ganglionares formam a camada interna. Na camada externa, a sinapse ocorre entre os 
fotorrecetores e , na vertical, as células bipolares, na horizontal com as células horizontais. A nível interno as sinapses 
entre as células bipolares ocorrem na vertical com as células ganglionares (cujos axónios constituem o nervo ótico) e na 
horizontal com as células amácrinas. 
 
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Quanto aos fotorrecetores temos os cones e os bastonetes. Os cones encontram-se na parte central da retina 
(fóvea), tendo uma elevada acuidade, tem baixa sensibilidade à luz (sendo especializados na visão diurna, precisam de 
estímulos intensos e diretos), providenciam a visão cromática (existem 3 tipos de cones, cada um sensível a um aparte 
diferente do espectro luminoso) têm uma menor quantidade de fotopigmento e um menor grau de amplificação. Quanto 
aos bastonetes, estes não se encontram presentes na parte central da retina, tendo uma baixa acuidade; têm elevada 
sensibilidade à luz (sendo especializados em visão noturna, processam estímulos pouco intensos e difusos) providenciam 
uma visão acromática ( estes só contem um tipo de pigmento), tem uma maior quantidade de fotopigmento e um maiorgrau de amplificação. Os fotorrecetores vão fazer sinapse com um segundo tipo de células, as células bipolares, através 
das células horizontais. Uma curiosidade é que quando esta ‘ligação’ ocorre, é libertado glutamato, porem essa libertação 
é suspensa em resposta a luminosidade. Assim se a célula bipolar for ON, estará inibida na escuridão e excitada na presença 
de luz, porem se a célula for OFF estará excitada na escuridão e inibida na presença de luz. 
 
A nível da via visual primária(geniculo- estriada) temos, de forma sucinta, os axónios das células ganglionares da 
retina formam o nervo ótico e transportam mensagens de cada um dos olhos ate ao quiasmo ótico. No quiasmo ótico, 
as fibras provenientes da hemiretina nasal cruzam para o lado oposto, as do olho esquerdo para o lado direito, e vice-
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versa) e juntam-se às fibras provenientes da hemiretina temporal ipsilateral (ou seja não vão para o lado oposto) para 
formar o trato ótico) O trato ótico transporta mensagens dos hemicampos contralaterais e projeta no núcleo geniculado 
lateral do tálamo. As fibras do núcleo geniculado lateral enviam os seus axónios ate ao córtex visual primário ( no 
lobo occipital) pela radiação ótica. Devido a este cruzamento tornou-se mais fácil fazer o teste de defeitos no campo 
visual: lesões no nervo ótico levam à perda de visão no olho a qual diz respeito; lesões no quiasmo ótico levam 
à perda das duas metades nasais do campo visual, lesões no trato ótico levam à perda de uma das metades contralaterais 
do campo visual, lesões na radiação ótica levam à perda de quadrantes específicos do campo visual que variam 
consoante o local da lesão. 
A nível das células ganglionares são de dois tipos, as células M (magnocelulas) que têm campos recetivos grandes 
e são mais sensíveis aos contrastes de luminescência mas não tem sensibilidade à cor, por outro lado temos as células p 
(parvocelulas) que tem menor acuidade e são menos sensíveis ao contraste de luminância mas tem sensibilidade à cor. 
Existe ainda a via não M e via não P, pouco caracterizada, deteta o nível de luminância geral. 
As células bipolares são de dois tipos, Tipo Off e Tipo On. No tipo On existe luz rodeada de escuridão e a célula 
fica despolarizada no centro(On) e a periferia fica hiperpolarizada (off), no tipo Off encontra-se com escuridão rodeada 
de luz e o centro esta hiperpolarizado (off) e a periferia despolarizada (on). 
As células bipolares fazem também sinapse com um terceiro tipo de células, as ganglionares, através das amácrinas. 
As células ganglionares, dependendo das células bipolares que recebem aferencias , podem elas também ser de 
tipo ON e OFF. Serão de tipo off quando recebem aferencias das células bipolares OFF, ficando com um centro 
despolarizado e uma periferia hiperpolarizada. Pelo contrário , serão de tipo ON se receberem aferência das células 
Bipolares tipo ON , ficando com um centro hiperpolarizado e uma periferia despolarizada. As células ganglionares 
de tipo M, o mecanismo on / off permite detetar movimento, e nas células de tipo P permite detetar forma e cor 
É este mecanismo ON/OFF nas células bipolares e ganglionares que faz com que o olho humano consiga detetar alterações 
espaciais do estimulo. 
 
A nível do núcleo geniculado do tálamo podemos constatar que têm 6 camadas ordenadas, correspondendo as 
camadas I e II à via M (magnocelular) e as camadas III, IV, V e VI à via p (parvocelular). A Informação visual é, então, 
transportada da retina para o núcleo geniculado lateral e, a partir dai (processamento visual é paralelo e interdependente- 
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essencial) é enviada para o córtex visual primário, no lobo occipital, desde o qual viaja, então pelas referidas via M 
(magnocelular) ou dorsal, até ao lobo parietal, esta via é importante na deteção da posição de objetos , assim como 
a orientação da atenção para o movimento . A via P (parvocelular) ou ventral, até ao lobo temporal inferior, é 
importante para a deteção de forma e da cor dos objetos, é também aqui que as representações sensoriais são integradas, 
associadas à memoria e dotadas de significado semântico. 
Huber e Wiesel que fizeram experiências gatos e repararam que certas células têm uma maior resposta a determinadas 
características dos estímulos. Assim, eles descobriram três tipos de células: Células detetoras de características simples 
(maior resposta à orientação do estimulo), Células detetoras de características complexas (maior resposta não só à 
orientação, mas também ao movimento do estimulo) e Células detetoras de características hipercomplexas (maior 
resposta à orientação, ao movimento e à dimensão do estímulo). Como podemos observar a característica vai ficando 
cada vez mais complexa. 
Ainda no nível do córtex visual primário podemos destacar a orientação colunar, sendo que cada grupo de 
neurónios alinhado numa coluna perpendicular à superfície do córtex respondia a estímulos com uma mesma orientação, 
e que cada coluna subsequente apresentava um ligeiro desvio em relação à coluna antecedente, de modo a que todas as 
orientações possíveis estivessem representadas por estas designadas colunas de orientação. Para alem disso, também 
observaram a existência de colunas de dominância ocular compostas por neurónios que respondem, 
preferencialmente, a estímulos provenientes do olho esquerdo ou do olho direito. Por fim, constataram ainda a presença 
de zonas blob, particularmente sensíveis à cor. Huber e Wiesel designaram todo este conjunto como hipercolunas, a 
unidade básica do córtex visual primário. 
A nível de agnosias visuais estas podem ser divididas em dois grandes grupos, percetivas e associativas. As 
agnosias percetivas (com base sensorial) nas quais existem défices a nível do processamento das propriedades 
estruturais do próprio perceto, perdem-se as capacidades de copiar, emparelhar e descriminar/ distinguir formas ou 
objetos, ou seja, o reconhecimento acaba por ser feito com base em inferência a partir de indícios de cor, dimensão e 
textura, estão ligadas a lesões temporais posteriores. As agnosias associativas (com base semântica) nas quais 
existem défices a nível da atribuição de significado ao perceto, embora se mantenham as capacidades perdida na outra 
agnosia, nesta o que se perde são as capacidades de indicar as respetivas funções e usos. Assim o reconhecimento tem de 
ser feito com base noutras modalidades sensoriais como o tato ou a audição. Estão, normalmente, ligadas a lesões 
temporais anteriores, um exemplo concreto é a propagnosia, ou seja, a diminuição ou mesmo total incapacidade 
de reconhecimento de faces, até da própria pessoa. 
 
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O sistema auditivo 
A natureza do som 
O som é uma variação na pressão do ar. Tudo aquilo que move as moléculas do ar pode gerar um som. Quando um objeto 
de move em direção a um trecho do ar ele comprime-o, aumentando a densidade das moléculas (fenómeno de 
compressão). Inversamente, o ar é rarefeito, ou seja, torna-se menos denso quando o objeto de afasta (fenómeno de 
rarefação). 
 
Existem 3 propriedades do som, uma delas é a frequência que consiste no número de trechos de ar rarefeitos ou 
comprimidos que atravessam os nossos ouvidos a cada segundo, ou seja, à medida que o estimulo se torna mais intenso a 
membrana basiliar vibra com maor amplitude causada uma maior despolarização ou hiperpolarização.Os estímulos 
intensos produzem movimentos na membrana basilar que se propagam a disrancias maiores e por issoativam mais células 
ciliadas, estas por sua vez ampliam a frequência ativando mais nervos e dessa forma ouvimos mais alto. Um ciclo de 
som é igual à distância entre sucessivos trechos comprimidos, e a sua frequência sonora expressa-se em hertz (unidade 
que representa o numero de ciclos por segundo). O sistema auditivo humano pode responder a ondas sonoras dentro da 
extensão de 20 a 20,000Hz (a chamada gama audível). Em geral essa extensão máxima é atingida na adolescência e 
diminui significativamente quando envelhecemos e nos expomos a sons muito intensos. Nós percecionamos ondas 
sonoras de alta frequência como sendo mais altas (ou seja, tons mais agudos) e ondas sonoras de baixa 
frequências como sendo mais baixas (ou seja, tons mais graves). Embora consigamos distinguir uma grande variedade 
de frequências, há outras que são demasiado altas, os ultrassons ou então demasiado baixas, os infrassons, que são 
frequências abaixo do nosso limiar mínimo de audibilidade. Há ainda a salientar que apesar de não podermos ouvir estes 
sons, eles são sentidos pelo nosso sistema somatossensorial sob a forma de vibrações e podem causar lesões. 
 
Á forma como a frequência se reperesenta no nosso sistema auditivo chamamos Tonotopia 
As ondas de diferentes frequências realizam caminhos diferentes ao longo da membrana basilar graças à existência dum 
mapeamento tonotópico que, de acordo com a frequência do som, decide a distância que este deverá percorrer. 
o Alta frequência – migra pouco (fica perto da base da cóclea); o Baixa frequência – migra mais. 
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A segunda propriedade do som é a intensidade, (amplitude), que consiste na diferença de pressão entre trechos de 
ar comprimido e rarefeito. A intensidade do som é medida em decibéis, e podemos 
dizer que a extensão de intensidades a que o ouvido humano é sensível é impressionante. Nós percecionamos ondas 
sonoras de elevada intensidade como sendo mais fortes, ou seja, tem um volume mais intenso, e ondas sonoras 
de baixa intensidade como sendo mais fracas, ou seja, tem um volume mais baixo. 
 
A terceira e ultima propriedade do som é o timbre. No mundo real s sons raramente consistem em simples ondas 
sinusoidais que apenas expressam uma frequência fundamental. Existe uma grande variedade de tipos de ondas sonoras 
que juntam frequências fundamentais e harmónicas, sendo essa complexidade que confere às diversas vozes humanas e 
aos vários instrumentos musicais o seu cariz único. O timbre é então a propriedade que nos permite distinguir sons 
com a mesma frequência e intensidade. 
 Para finalizar há que falar do ruido que se reproduz na forma de ondas aleatórias. 
 
 
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A estrutura do sistema auditivo 
 
A parte visível da orelha é a cartilagem coberta por pele, forma um pequeno funil, chamado de pavilhão, que é 
importante para a localização do som. A entrada do canal auditivo é chamada de canal auditivo e que acaba na 
membrana timpânica. Conectada com a membrana estão os ossículos, são os ossos mais pequenos do corpo (martelo, 
bigorna e estribo, funcionam com um sistema de alavanca, os ossículos estão suspensos por ligamentos, martelo e bigorna 
combinados funcionam como alavanca com fulcro na membrana timpânica, estribo gira para trás sempre que o cabo do 
martelo se move para dentro e para diante sempre que o cabo do martelo se move para fora). Localizam-se numa pequena 
cambra de ar e transferem o movimento da membrana do tímpano para uma segunda membrana que cobre um buraco 
do osso chamada de janela oval --> Por trás desta janela encontra-se um fluido que transforma a motivação física em 
sinal neuronal. Com isto estamos prontos para referir de que forma se propaga o estimulo auditivo, o som move a 
membrana do tímpano por sua vez a membrana move os ossículos (martelo, bigorna e estribo) estes 3 
ossículos amplificam a força do som O prato do estribo empurra a janela oval e isso vai provocar ondas na perilinfa na 
rampa vestibular. Como a membrana vestibular é muito flexível, a endolinfa na rampa média começa a ser afetada também 
pelas ondas. Estas ondas vão mover a membrana basilar, ou seja, os ossículos vão mover a membrana que se conecta 
à janela oval Depois a janela oval move os fluidos presentes na cochlea  esse movimento gera uma resposta nos 
neurónios sensitivos. 
Ouvido médio 
O que se localiza no ouvido médio é uma cavidade com os primeiros elementos que se movem em resposta ao som, 
no ouvido médio as variações na pressão do ar transformam-se em movimentos dos ossículos. 
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Os componentes do ouvido médio são a membrana do tímpano, os ossículos e dois músculos minisculos ligados 
aos ossículos. A membrana do tímpano esta ligada aos ossículos, nomeadamente o martelo que esta diretamente 
ligado à membrana, que se encontra ligado à bigorna, que forma uma conexão flexível com o estribo. O ‘’footplate’’ 
move-se para a janela oval como uma pistola. O movimento transmite a vibração do som pata os fluidos na cochlea no 
ouvido médio. O ar no ouvido médico é continuo com o ar na cavidade nasal ligado pelo eustachian tube. Contudo, tal 
como esse tubo se pode fechar também o ar no ouvido fica parado com a pressão. A pressão do som é amplificada pelos 
ossículos são os ossos mais pequenos do corpo (martelo, bigorna e estribo, funcionam com um sistema de alavanca, os 
ossículos estão suspensos por ligamentos, martelo e bigorna combinados funcionam como alavanca com fulcro na 
membrana timpânica, estribo gira para trás sempre que o cabo do martelo se move para dentro e para diante sempre que 
o cabo do martelo se move para fora). Localizam-se numa pequena cambra de ar e transferem o movimento da membrana 
do tímpano para uma segunda membrana que cobre um buraco do osso chamada de janela oval (oval window). 
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O ouvido interno 
 
É considerado como sendo parte do ouvido, porém nem todo se encontra envolvido no processo da audição. É constituído 
pela cóclea e pelo labirinto, sendo que so a cóclea é que esta envolvida no processo auditivo, o labirinto ajuda a manter 
o equilíbrio. Na base da cóclea existe a janela oval e a janela redonda. É composto ainda por 3 escalas, sendo que 
numa delas se encontra a membrana basilar e apoiado na membrana basilar está o órgão de corti, no órgão de corti 
encontram-se neurónios envolvidos na audição, são estes neurónios que transformam o estimulo auditivo em estimulo 
nervoso- células ciliadas. 
 
 
Algumas das estruturas presentes na cóclea não são rígidas, como é o caso da membrana basiliar, que se movimenta 
em resposta ao som. Para isto ela contém algumas características próprias: é mais larga no ápice do que na base, e ainda 
a rigidez diminui da base em direção ao ápice. É também em diração ao ápice que se propaga a onda. A distância que a 
onda percorre na membrana basilar depende da frequência do som. Se a frequência for alta, a base da membrana, mais 
rígida, vibrará mais perdendo energia e a onda não se propagará tanto. Sons de baixa frequência geram ondas que se 
propagarão por toda a membrana ate ao seu ápice flexível, antes que a maior parte da energia se tenha dissipado. 
 
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A organização sistemática de frequências características em uma estrutura auditiva é denominada tonotopia. 
 
O órgão de Corti é constituí do por células ciliadas, pelos pilares de Corti e por várias células de sustentação. Os 
receptores auditivos são chamados de células ciliadas, podem ser internas ou externas, estas não são neurónios, são 
sim células epiteliais especializadas. As células ciliadas estão fixas entre a membrana basilar e uma fina lâmina de 
tecido, chamada de lâmina reticular, os pilares de Corti estendem-se entre essas duas membranas e fornecem 
sustentação estrutural. O movimento da membrana basiliar leva ao movimento das celúlas ciliadas, mas como é que 
isto acontece? Quando a membrana basilar se move, tudo se move, incluindo a lamina reticular. O movimento da lamina 
reticular e o não movimento da membrana textorica vai deslocar os cílios de um lado para o outro, isto vai fazer com que 
fiquem despolarizados. Quando se movem para o outro lado as células hiperpolarizam. As células ciliadas são as únicas 
em que a entrada de potássio provoca despolarização, e não hiperpolarização 
 
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Processos auditivos centrais
 
As vias auditivas parecem mais complexas do que as vias visuais, uma vez que xistem núcleos intermediários entre o órgão 
sensorial e o córtex cerebral. 
A nível da via curcuitaria auditiva, as aferências do gânglio espiral entram no tronco encefálico pelo nervo 
vestibulococlear. Este sinal parte para o núcleo coclear anterior que por sua vez o transmite à oliva superior. Os axónios 
dos neurónios olivares ascendem pelo lemnisco lateral ate ao coliculo inferior. Os neurónios do coliculo inferior enviam 
os sinais para o NGM ,( núcleo geniculado medial) , o qual se projeta ao córtex auditivo. 
A nível das funções do cortéx cerebral na audição estas passam por : Localização da perceção e frequências sonoras 
e Discriminação de padrões sonoros. 
A maioria dos gânglios espiral recebe afrência de uma única célula ciliada interna com uma localização especifica na 
membrana basiliar, esses neurónios disparam potenciais de ação apenas em resposta ao som de uma faixa limitada de 
frequências. À medida que a via auditiva ascende no tronco encefálico, as propriedades de resposta das células tornam-se 
mais diversificadas e complexas. 
Mecanismos de localização do som 
A localização do som é essencial para a sobrevivência. Hoje em dia os mecanismos subjancentes à localização do 
som indicam que usamos técnicas diferentes para localizar as fontes de som no plano horizontal ( esquerdo-direito) e 
no plano vertical ( acima- abaixo). 
No plano horizontal se os dois ouvidos não estiverem de frente para a fonte do som, este vai alcançar um deles 
primeiro, dependendo se a fonte se localiza à esquerda ou a direita, o que ocorre é um retardo interauricolar(ou seja, 
Caso surja um som repentino da direita, este apenas alcançará o ouvido esquerdo após 0,6ms do momento em que 
atinge o direito – nos sons de alta frequência esta diferença é muito pequena o que impede esta localização) (Quando o 
som vem de frente isto não ocorre) é o retardo que nos permite localizar a fonte sonora.Na diferença da 
intensidade interauricolar se um somvier mais da nossa direita alcançará com menor intensidade o nosso ouvido 
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esquerdo, devido à sombra sonora provocada pela nossa cabeça. No plano horizontal o que é controlado é o tempo que 
o estimulo demora . 
 
 
 
No plano vertical não acontece um retardo nem uma intensidade inter-auricular pois os dois ouvidos estar de frente 
para a fonte e recebem o som ao mesmo tempo. Ou seja no plano vertical a diferença é feita face ás ondas que entram 
diretamento no canal auditivo e aquelas que fazem ricochete na orelha. 
 
 
O córtex auditivo 
O córtex auditivo primário (A1) corresponde à área 41 de Brodmann no lobo temporal 
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Lesões 
Nas agnosias auditivas não há um reconhecimento do som. Resultam de lesões no córtex auditivo 
associativo(agnosias auditivas) e podem ser de vários tipos como, a surdez cortical,onde o indivíduo fica 
completamente surdo, resulta de uma lesão no córtex auditivo primário; a surdez para palavras (agnosia verbal), 
onde existe incapacidade de compreender o discurso verbal; e existe ainda a amusia (agnosia não-verbal) que se 
reflete em incapacidade de reconhecer uma melodia (A música é ruído). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O sistema somático sensorial 
O sistema sensorial somático é a parte do sistema nervoso responsável pelo processamento e análise dos estímulos 
provenientes do meio externo e interno. É ele que permite ao nosso corpo perceber sensações, como sentir frio ou dor 
e identificar em que parte do corpo ocorrem essas mesmas sensações. 
O Sistema sensorial somático é sensível a inúmeros tipos de estímulos (a pressão de objetos contra a pele, a posição 
das articulações e dos músculos, a distensão da bexiga, a temperatura dos membros e do próprio sistema nervoso e a 
origem do prurido, entre outros), sendo que a percepção somática pode variar de pessoa para pessoa, pois algumas pessoas 
reagem mais rapidamente que outras, consoante os diferentes estímulos. 
Relativamente aos outros sistemas sensoriais, este difere de duas maneiras: primeiro os receptores do sistema 
sensorial somático estão distribuídos pelo corpo, em vez de estarem concentrados em pequenas regiões especializadas. 
Em segundo lugar o Sistema Sensorial somático responde a muitos tipos de estímulos, sendo que possui no mínimo um 
grupo de quatro sentidos, tacto, dor, temperatura e postura corporal. Diz-se no mínimo, pois estes sentidos tácteis 
podem ser subdivididos em muitos outros. 
Normalmente, todos nos achamos que temos apenas cinco sentidos. Porem é só uma forma simples de explicar as 
sensações. A informação sensorial é totalmente descrita pela atividade dos nervos sensoriais do nosso corpo. Um único 
estimulo ativa muitos receptores e um único receptor pode codificar varias características, como a intensidade, duração, 
posição e a direção do estimulo por exemplo. Assim, é o sistema nervoso central que vai interpretar a atividade 
desta vasta rede de receptores, utilizando-a para gerar percepções coerentes. 
Tipos de sensibilidade: Extereoceptiva, dá informações inconscientes provenientes do mundo exterior, 
Porprioceptiva, Dá informações inconscientes do estado muscular e postural, isto é, dá informações intrínsecas ao 
próprio corpo e por ultimo a Interoceptiva, 
Tato 
O sentido do tacto é uma das partes principais da sensação somática. A sensação do tacto começa na pele que, 
apesar de ter uma função essencialmente protetora, é o maior órgão sensorial que possuímos e , por isso , permite-nos 
estabelecer contato com o mundo.A pele possui duas camadas, a epiderme e camada interna chamada derme. A pele é 
ricamente inervadapelos axónios aferentes primários, e são estes que levam a informação a partir dos receptores sensoriais 
somáticos até à espinal medula ou ao tronco encefálico. Entram na espinal medula pelas raízes dorsais, senso que os seus 
corpos celulares se encontram no gânglio da raiz dorsal. Possuem uma ampla variedade de diâmetros e o seu tamanho 
relaciona-se com o tipo de receptor sensorial ao qual está ligado. Dentro da pele temos os mecanorreceptores que 
estão presentes em todo o corpo e monitorizam o contato com a pele. Têm, no centro, ramificações não mielinizadas de 
axônios que possuem canais iónicos mecanossensiveis. 
O sistema sensorial somático é constituído por recetores especializados os mecanorrecetores cutâneos e 
subcutâneos que traduzem as sensações de tato. Os termorrecetores que mostram a temperatura, os nociceptores 
responsáveis pela dor e os mecanoceptores esqueletais e musculares que são responsaveis pela proprioceção 
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Podemos distinguir vários tipos de mecanoreceptores: Corpúsculo de Paccini (maior e mais bem estudado 
receptor, localiza-se na profundidade da derme e são sensíveis a vibrações e à pressão , tendo um grau de sensibilidade 
elebado entre os 200 e os 300 Hz, localizam-se essencialmente nos dedos das mãoe possuem corpos receivos grandes 
adapatamdo-se rapidamente), Corpúsculo de Ruffino (Encontrados tanto na pele com pelos quanto na glabra,são 
subcutâneos e são levemente menores que os de Paccini. Localizam-se nos estiramentos da pele e são sensíveis a baixas 
frequências, possuindo grandes campos receptivos grandes e uma adaptação lenta), Corpúsculo de Meissener 
(localizados nas saliências da pele glabra, logo abaixo da epiderme, e sobretudo nas pontas dos dedos, lábios e lingua e 
sensíveis a vibrações de 50 Hz, ou seja um grau de sensibilidade ótima baixo, responsáveis pela sensobiidade ao toque fino 
e á descriminação de formas e texturas. Campos receptivos pequenos e adaptação rápida.) e Disco de Mekel 
(localizados na epiderme contêm um terminal nervoso e uma célula epitelial – a célula de Merkel- que estabelece uma 
junção de tipo sináptico com o terminal nervoso. Possuem campos receptivos pequenos e adaptam-se lentamente, 
concentram-se nas pistas digitais das pontas dos dedos e são sensíveis a vibrações de 5 a 15Hz). 
 
Os pelos fazem também parte do nosso sistema sensorial receptor, (constituíndo o receptor do folículo piloso) e 
desempenham neste um papel ativo. Crescem a partir de folículos pilosos e cada folículo tem ramificações nervosas livres. 
Promove a deformação no folículo e tecidos vizinhos, fazendo esticar, curvar ou achatar as terminações nervosas vizinhas. 
Isto pode levar ao aumento ou à diminuição dos disparos dos potenciais de ação. 
O teste de discriminação entre dois pontos é uma medida simples da resolução espacial. A sensibilidade da ponta 
dos dedos comparativamente ao resto do corpo é muito maior, dado que há uma densidade muito maior de 
mecanorreceptores na pele da ponta do dedo do que nas outras partes do corpo. E existe mais tecido cerebral dedicado 
à informação sensorial da ponta dos dedos. Além disso, as pontas dos dedos são ricas em tipos de receptores que possuem 
campos receptivos pequenos. 
As mensagens dos mecanoceptores cutâneos e subcutâneos são transportadas, principalmente pelas fibras A-
alfa e A-beta (muito mienalizadas e de condução muito rápida), assim como A-delta ( menos mienilizadas, de condução 
mais lenta) e C ( não mielinizadas , com muito pequeno diâmetro, de condução lenta e particularmente importantes no 
transporte de informação relativa à dor). 
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A medula espinal 
A espinal medula é o maior condutor de informação da pele, das articulações e dos músculos do encéfalo. Comunica 
com o corpo através de nervos espinais que emergem da medula através de espaços existentes entre cada vértebra da 
coluna. Tem um núcleo interno de substancia cinzenta rodeado por uma cobertura de tratos de substancia branca. 
 
É no Córtex Somatossensorial que ocorrem os níveis mais complexos de processamento do cérebro. A maior parte 
do córtex envolvida com o sistema sensorial somático está no lobo parietal. O córtex pode ser dividido em duas partes: 
Primário e Secundário. 
O Córtex Somatossensorial Primário (S1) ocupa o giro pós-central do lobo parietal e recebe densas aferencias a 
partir do núcleo ventral posterior do tálamo. Possui neurônios muito responsivos a estímulos somatossensoriais. As 
lesões nesta zona prejudicam muito a sensação somática. É ao nível do córtex somatossensorial primário 
que se encontram: a área 1 (processa informação relativa à textura), a área 2 (processa informação relativa ao tamanho 
e à forma), lesões nas áreas 1 e 2 produzem deficiências esperadas na discriminação da textura, do tamanho e da forma) 
e a Área 3 , subdividida em 3a (processa informação proveniente de propriorreceptores) e 3b (processa informação 
proveniente de receptores cutâneos de limiar baixo e lesões nesta área prejudica a sensação somática). 
O córtex Somatossensorial Secundário (S2) ocupa a área posterior dos lobos parietais. É ele que analisa e integra 
informações recebidas da área primária, permitindo o reconhecimento relatado. 
Existe também o Córtex Parietal Posterior (Áreas 5 e 7) que possui neurônios com grandes campos receptivos e 
elaborados e, por isso, é bastante complicado compreender quais os estímulos da sua preferencia. O caráter dos campos 
receptivos tende a mudar à medida que a informação passa. Está também envolvido com os estímulos visuais e com o 
planeamento de movimentos e atenção. É essencial para a percepção e interpretação de relações espaciais, para determinar 
imagens corporais e para a coordenação do corpo no espaço. Lesões ao nível do Córtex Parietal Posterior podem 
causar distúrbios neurológicos como a Agnosia (incapacidade para reconhecer objetos, mesmo quando as capacidades 
sensoriais mais simples parecem normais). As agnosias mais comuns são as Estereoagnosias que podem ser de três 
tipos: Amorfognosia (incapacidade em distinguir a forma e dimensão dos objetos) Ahilognosia (incapacidade em 
discriminar qualidades distintivas dos objetos, como a dimensão, o peso , a textura ou as propriedades térmicas) e 
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Assimbolia Tactil ( incapacidade em reconhecer a identidade dos objetos (na ausência das outras duas doenças). Estas 
patologias podem surgir após lesões nas áreas parietais posteriores. Existem também o Sindrome de negligência que 
tem origem em zonas corticais parietais e consiste num distúrbio no qual uma parte do corpo é ignorada ou suprimida. 
 
 
Existe ainda um mapeamento das sensações da superfície do corpo na estutura do cérebro (chamado 
Somatotopia), o córtex pode ser mapeado por movimentação do estimulador ou pode registar-se a atividade de um 
único neurónio e determinar o local do seu campo receptivo no corpo. O Mapa somático não está em escala em relação 
ao corpo humano, ou seja , há vários estimuladores para as mãos e poucos para os braços). 
 
Os mapas somatotópicos gerados por métodos de estimulação e de registro são similares.Um mapa somatotópico 
é chamado, algumas vezes, de homúnculo (para diminutivo de “homem” em latim; o pequeno homem no cérebro). 
Várias coisas são óbvias sobre o mapa somatotópico em S1. Primeiro, o mapa não é contínuo,mas fragmentado, outro 
aspecto óbvio do mapa somatotópico é que este não está na mesma escala do corpo humano. Em vez disso, o mapa parece 
uma caricatura: a boca, a língua e os dedos são absurdamente grandes, ao passo que o tronco, os braços e as pernas são 
pequenos. 
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Ligado a isto procedeu-se a experimentos onde se procedeu a amputações, o que nos leva aos ditos membros fantasma 
. A estimulação da face num paciente com o braço amputado acima do cotovelo evocava sensações nas mãos que eram 
explicadas pela grande proximidade existente entre as zonas corticais que representavam estas partes do corpo, e pelo 
rearranjo dos circutiros corticais correspondentes: à medida que os aferentes do membro perdido desaparecem, aferentes 
adjacentes expandem-se e ocupam o seu lugar. 
A dor 
No que diz respeito aos nociceptores , ou seja aos recetores sensoriais da dor, é importante destacar o fenómeno da 
dor referida, isto é dor ( oriunda de lesões nos órgãos internos) qu é sentida noutro ponto ( mais ou menos afastado do 
corpo) que não o da sua origem. 
Ora, tanto nas mensagens dos nociceptores dos nossos órgãos internos como as dos nociceptores cutâneos , chegam à 
espinal medula pela mesma via ( epistemolanica ) . Assim, na espinal medula pode ocorrer uma convergência, e 
confusão da informação proveniente de dessas duas fontes ao nível da sinapse com neurónio de 2 ordem, dando origem 
ao fenómeno em apreço sendo a ativação dos nociceptor de um dos nossos órgãos internos compreendida como uma 
sensação cutânea ,porque é essa mensagem que ascende para o córtex ( o que também se pode dever ao facto de os inputs 
cutâneos serem os mais frequentes) . 
O córtex do cingulo e o córtex de insula são ativados pela estimulação dolorosa . Em particular, os neurónios do 
córtex da insula processam informação acerca do estado interno do corpo , contribuindo para a componente automática 
de resposta à dor. Lesoes nesta estrutura leva a uma assimbolia para a dor ( o paciente experiencia a dor, mas não a 
acha adesagradavel) 
Via epistemolânica 
A informação sobre a dor corporal (como também a temperatura) é conduzida da medula espinhal ao encéfalo pela via 
espinotalâmica. Os axônios dos neurônios secundários decussam no mesmo nível da medula espinhal em que ocorreu a 
sinapse e ascendem pelo tracto espinotalâmico ao longo da superfície ventral da medula espinhal. De acordo com os 
nomes, as fibras espinotalâmicas projetam-se da medula espinhal, passando pelo bulbo, pela ponte e pelo mesencéfalo, 
sem fazer sinapse, até alcançar o tálamo. À medida que os axônios espinotalâmicos percorrem o tronco encefálico, eles 
posicionam-se ao longo do lemnisco medial. A nível de lesões, se um lado da medula espinhal sofrer lesão, certos déficits 
ocorrem no mesmo lado da lesão espinhal: insensibilidade ao tato leve, às vibrações de um diapasão sobre a pele e à 
posição de um membro. Por outro lado, déficits de sensibilidade à dor e à temperatura ocorrerão no lado do corpo oposto 
ao da lesão medular. Outros sinais, como a deficiência motora e o mapeamento exato dos déficits sensoriais, fornecem 
informações adicionais acerca do local da lesão medular. O conjunto de sintomas sensoriais e motores que se segue a uma 
lesão unilateral na medula espinhal é chamado de síndrome Brown-Séquard. 
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Em suma, quanto à via espinotalâmica, esta possui neurônios de segunda ordem que acedem à medula 
espinal, cruzam e ascendem posteriormente ao encéfalo pelo trato espinotalamico, estendendo-se ao 
longo da superfície ventral. As fibras espinotalâmicas projectam-se para cima na medula espinal sem 
estabelecer sinapses até alcançarem o tálamo. 
Via dorsal do lemnisco médio 
A informação sobre o tato ou vibração segue uma via em direção ao encéfalo totalmente diferente daquela que seguem 
as informações sobre a dor e a temperatura. A via do tato é então chamada de via dorsal do lemnisco médio. 
Funciona da seguinte maneira: O ramo ascendente dos axónios entral na coluna dorsal da medúla espinal. As colunas 
dorsais levam a informação acerca da sensação táctil em direção ao encéfalo, é de salientar que estas são constituídas por 
axónios sentotiais primários mas também secundários. 
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Os axônios da coluna dorsal terminam nos núcleos da coluna dorsal, que estão situados no limite entre a medula 
espinhal e o bulbo. Alguns dos axónios mais longos do corpo entram nesta ligação.Esta é uma via rápida e direta que 
transmite informação da pele ao encéfalo sem uma sinapse no trajeto. Até aqui a informação é transmitida de forma 
ipsolateral , ou seja, a informação do lado direito do corpo esta representada nos núcleos da coluna dorsal direita. 
Depois disto eles curvam-se para o bulbo ventral e medial. Apartir deste ponto o sistema somatossensorial de um lado do 
encéfalo esta relacionado com as sensações do lado oposto. Os núcleos da coluna dorsal ascendem pelo lemnisco medial, 
este sobe pelo bulbo, pela ponte e pelo mesencéfalo e os seus axónios fazem sinapse com o núcleo ventral posterior e o 
tálamo. Os núcleos talâmicos do núcleo ventral posterior projetam-se por sua vez a regiões especicificas do córtex 
primário S1. 
Em suma, a via lemniscal possui uns neurónios sensoriais que entram na coluna dorsal ipsilateral da 
espinal medula. Estes nuronios acabam nos núcleos da coluna dorsal (junção da espinal medula com o 
bulbo), depois os neurônios fazem uma curva em direção ao bulbo ventral e medial ascendendo por 
um tracto designado lemnisco medial. Existe uma projeção dos neurônios para regiões especificas do 
córtex somatossensorial primário. 
As principais diferenças entre estas duas vias é que a via do tacto é caracterizada por possuir estruturas especializadas da 
pele, em quanto que a via da dor tem apenas terminações nervosas da dor. Diferem ainda quanto ao tamanho dos axônios, 
bem como às suas conexões na medula espinal. Ainda a informação da via lemniscal ascende ipsilateralmente, em quanto 
que a da via espinotalâmica ascende contralateralmente. 
A temperatura 
Termorrecetores , são neurônios especialmente sensíveis à temperatura devido a mecanismos específicos de sua 
membrana 
 
 
 
 
 
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A Neuropsicologia da Conduta e dos Movimentos 
Voluntários 
No sistema do comando motor existe uma hierarquia que se divide em três níveis: 
• Nível superior (Consiste nas áreas pré-motoras, córtex frontal e gânglios da base) cuja principal função é o 
planeamento do movimento e a consequente informação das estruturas de nível médio) 
• Nível médio (consiste no Cortex motor primário e no Cerebelo , a sua principal função é coordenar o 
movimento e informar as estruturas do nível inferior) 
• Nivel Inferior (consistente de Medula Espinal e Tronco Encefálico é quem executa o movimento). 
 
Podemos dizer que o sistema de comando motor é vicariante porque só funciona se o elemento de nível mais baixo fizer 
o seu trabalho. 
 
Nesta linha de comando neuronal estratificada, estão os neurónios motores inferior, constituindo o elemento de 
nível mais baixo na cadeia, são a ‘’via final comum’’ que pondera todas as frequências, excitadoras e inibidoras, 
‘’tomando a decisão’’ de disparar em potencialde ação, transmitindo a informação para as células musculares. 
É de salientar que em caso de lesão numa destas estruturas, e apesar de haver um sistema hierarquizado, as áreas 
preservadas efetuarão uma substituição de funções de modo a compensar- parcialmente- aquelas que foram perdidas. 
Ou seja, as funções de regiões lesionadas passam a ser desempenhadas por outras regiões, isto apenas é possível graças 
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ao estabelecimento de novas ligações sinápticas e portanto, à plascticidade sináptica. Para além disto o corpo possui 
outros mecanismos de recuperação de funções que vão permitir uma regeneração das áreas lesionadas. 
Dentro do Sistema de comando Motor identificamos dois sistemas que são responsáveis pelos movimentos voluntários e 
involuntários: 
• Sistema Piramidal (Responsável por controlar os movimentos voluntários, é constituído pelo tracto 
cortiço-espiral sendo que uma lesão neste tracto resulta numa paralisia) 
• Sistema Extrapiramidal (responsável por controlar os movimentos involuntários, sendo constituído pelo 
tracto rubo-espinal, tectoespinal , vestíbulo-espinal e reticulo-espinal. Uma lesão num destes tractos leva à 
rigidez dos movimentos. 
Áreas e Lesões 
• Córtex Motor primário 
o Função: 
▪ Coordenar os movimentos (nível médio); 
▪ Mais de metade deste córtex controla as mãos e os músculos da fala (a língua por 
exemplo). 
o Lesões: 
▪ Paresia (paralisia ligeira com diminuição da força muscular) ; 
▪ Hipertonia (aumento anormal do tónus muscular [Rigidez de movimentos]); 
▪ Hiperreflexia (reflexos anormais) 
• Área Pré-Motora 
o Função: 
▪ Planear os movimentos (nível superior); 
▪ A sua área lateral é influenciada pelo cerebelo e a sua área interna é influenciada pelos 
gânglios da base. 
o Lesões 
▪ Apraxias (consistem na incapacidade de planear movimentos completos e intencionais); 
• Apraxia motora: (perda de coordenação motora); 
• Apraxia idiomotora: (incapacidade de realizar movimentos simbólicos); 
• Apraxia ideativa: (incapacidade de realizar uma sequência de movimentos). 
• Cerebelo 
o Função: 
▪ Coordenar os movimentos (nível médio); 
▪ Recebe a informação do córtex motor primário e instrui sobre a força o momento e a 
direção do movimento. 
o Lesão: 
▪ Ataxia (falta de coordenação na marcha [Afecta o equilíbrio]); 
▪ Dismetria (incapacidade de avaliar a distância do alvo); 
▪ Disartia (Dificuldade na articulação de palavras). 
• Gânglios de Base 
o Função: 
▪ Conduzir à toma de decisão para a iniciação ou não de movimentos.; 
▪ Recebe o impulso do córtex e envia outputs às áreas pre-frontais, pre-motoras e motoras 
primárias. 
o Distúrbios: 
▪ Hipocinesia (diminuição do movimento) 
• Doença de Parkinon, que faz com que os movimentos sejam mais lentos e exista 
dificuldade em iniciar movimentos voluntários, juntamente com um aumento 
anormal do tónus muscular, o tremer das mãos e da mandíbula); 
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▪ Hipercinesia (consiste no excesso do movimento) 
• Doença de Huntington, que é local progressiva e hereditária, consiste numa série 
de movimentos incontroláveis e agitados e vários distúrbios a nível da 
personalidade. 
 
O apoio psicológico é especialmente importante no que toca a pacientes com este tipo de lesões. 
No mapa somatotópico do córtex motor primário ( que se localiza no giro pré central, anterior ao sulco central, ou 
fissura de Rolando) – vemos que a representação motora esta disposta de uma maneira ordenada mas invertida: ou seja 
os dedos dos pes na parte superior do hemisfério e a boca na parte inferior. A quantidade de córtex dedicada a cada 
região do corpo é ilustrada através do homúnculo motor e não é proporcional ao corpo mas sim à sua representação no 
córtex 
 
 
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Memória 
A memória consiste no processo de recordar conteúdos aprendidos que foram armazenados para serem usados em 
momentos posteriores. Desta forma a memoria é a base do nosso conhecimento, sem ela seria impossível darmos 
significado ao quotidiano e adquirirmos experiência de vida. Inclui três momentos essenciais: recepção e codificação da 
informação, armazenamento da informação e recuperação da informação. A nível da aquisição corresponde à entrada 
de conteúdos na memória, a codificação que consiste na conversão dos conteúdos numa forma diferente de 
representação adquada ao armazenamento e subsequente recuperação, o armazenamento que consiste na retenção e 
conservação dos dados codificados. E ainda a recuperação que se traduz na capacidade de recordação e reconhecimento 
dos mesmos dados. 
Tipos de memorias e amnésia 
A nível de contribuições neuropsicológicas podemos destacar duas: Sistema do Lobo Temporal, relacionado 
com as estruturas associadas ao hipocampo. O hipocampo funciona como uma espécie de rede associativa que carrega 
informação que vem de varias áreas do cérebro através de duas vias: externas e internas. Este sistema tem portanto uma 
função associativa. E o Sistema do Lobo Frontal: Opera a informação que recebe e envia-a para o lobo temporal 
médio, controlando também os caminhos ativados durante a codificação e a evocação da informação. Tem então uma 
função executiva. 
Modelo multi- armazém 
 
A memória divide-se em memoria sensorial, memoria a curto prazo e memoria a longo prazo 
A memória sensorial é a memoria ligada à percepção, consiste no armazenamento de informações sensoriais 
provenientes de estímulos durante um curtíssimo espaço de tempo. Pode dividir-se em registos visuais, auditivos, tácteis, 
olfativos e gustativos. Se for dada atenção à informação sensorial, esta é transmitida para a memória a curto prazo. Caso 
contrário a informação é esquecida. 
A memória a curto prazo possui uma capacidade limitada de armazenamento, onde guarda a informação recebida pela 
memoria sensorial quando há atenção sobre o estimulo sensorial. O tempo de retenção desta informação (que geralmente 
varia entre 12 a 20 segundos) aumenta se repetirmos mentalmente a informação. 
A memória a longo prazo confere-nos a capacidade de recordar uma quantidade substancial de informação durante 
períodos de tempo bastante largos. Porem se a informação não for recuperada, acabará por ser perdida com o passar do 
tempo. 
Dentro da Memória a longo prazo ainda podemos distinguir: A Memória Declarativa (explicita) que permite 
uma recuperação intencional da informação, quer sejam factos sobre o mundo que nos rodeia [Memoria Semântica] quer 
sejam acontecimentos pessoais [Memoria Episódica]) e a A Memória Processual (implícita) permite a recuperação da 
informação a partir de memoria de longo-prazo através do desempenho de uma acção em vez de uma evocação 
consciente/intencional. 
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Memorias declarativas e não declarativas 
Distinção entre memórias declarativas e não declarativas A memória para fatos e eventos é chamada de memória 
declarativa, distinguiremos seus subtipos, as memórias episódicas, autobiográficas, de nossas experiências de vida, e as 
memórias semânticas, de fatos. Memória declarativa é o tipo de registro que temos em mente quando utilizamos no 
dia a dia a palavra “memória”, embora, de fato, também recordemos de muitas outras coisas. Essas memórias não 
declarativas são divididas em diversas categorias,sendo que o tipo que mais nos interessa é a chamada memória 
procedural, ou seja, a memória para habilidades, hábitos e comportamentos. 
 
Memória declarativa 
As memórias declarativas estão disponíveis para evocação consciente, ao passo que as memórias não declarativas, 
não. A memória não declarativa é também frequentemente chamada de memória implícita, pois resulta 
diretamente da experiência, e a memória declarativa é frequentemente chamada de memória explícita, pois resulta 
de um esforço mais consciente. Uma outra diferença é que as memórias declarativas são frequentemente fáceis de 
formar e, também, facilmente esquecidas. Em contrapartida, a formação de memórias não declarativas exige 
repetição e prática durante um período mais longo, mas essas memórias são menos prováveis de ser esquecidas. 
 
O Neocórtex e a Memória Declarativa 
Lashley realizou experimentos para estudar os efeitos de lesões cerebrais no aprendizado em ratos.Com base nesses 
achados, ele especulou que todas as áreas corticais contribuem igualmente (são equipotentes) para o aprendizado e a 
memória; era simplesmente uma questão de o desempenho no labirinto se tornar prejudicado à medida que a lesão era 
ampliada e a capacidade para lembrar o caminho no labirinto piorava. Ainda assim, suas conclusões de que todo o 
córtex participa do armazenamento da memória e de que o engrama pode estar amplamente distribuído no encéfalo são 
corretas e importantes 
Tipos de memória não declarativa, ou implícita 
Nos tipos de memoria não declarativa ou implícita temos a memoria com efeito de priming, a memoria processual, 
a aprendizagem associativa e a aprendizagem não associativa. A nível do priming este é o efeito segundo o qual a 
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exposição a um estimulo, que influencia positiva ou negativamente, a resposta a um outro estimulo, ligado ao neocórtex. 
A nível da memoria processual é responsável pelo ‘’saber como fazer’’ ou como praticar certos tipos de ações. Está 
relacionada com capacidades e hábitos cognitivos motores, cuja aprendizagem é feita, essencialmente, através da repetição 
/ treino, esta ligada ao estriado. A aprendizagem associativa (condicionamento clássico e operante), que diz 
respeito a respostas emocionais (ligadas a amígdala cerebral) e da musculatura esquelética (ligadas ao cerebelo). E ainda 
a aprendizagem não associativa (habituação e sensibilização) – descreve uma mudança comportamental que 
ocorre ao longo do tempo em resposta a um único estimulo. ligada às vias reflexas. 
Tipos de memória declarativa 
A maior parte da informação é mantida no encéfalo apenas temporariamente, na ordem de horas. Essas memórias de 
curto prazo têm em comum a propriedade de serem vulneráveis. Fatos e eventos são armazenados na memória de curto 
prazo, e que um subconjunto deles é convertido em memórias de longo prazo por meio de um processo chamado de 
consolidação da memória 
A memória declarativa divide-se em memoria semântica e em memoria episódica. A memoria semântica relaciona-
se com factos genéricos acerca do mundo; conhecimentos gerais; conceitos; linguagem. A memoria episódica 
relaciona-se com eventos pessoais, autobiográficos, experiencias passadas que ocorreram num dado local e num 
determinado momento 
 
Memória prospetiva 
As suas tarefas exigem atenção e essa atenção depende da sua importância e da sua complexidade. É então uma agenda 
mental pais faz uma interação entre a memoria episódica e as funções executivas permitem recordar um compromisso. 
Memória de Trabalho 
Diz-se frequentemente que a memória de trabalho é aquela informação que retemos “na mente”. A memória de 
trabalho distingue-se da memória de curto prazo por sua capacidade muito limitada, a necessidade de repetição e a 
duração muito curta. A memória de trabalho pode ser pensada como um recurso limitado, que pode ser utilizado de 
várias maneiras; a quantidade e a precisão da informação armazenada podem ser modificadas em função do significado 
comportamental da informação. A informação mantida na memória de trabalho pode ser convertida em memórias de 
longo prazo, mas a maior parte dela é descartada quando não mais for necessária. 
A memória de trabalho divide-se em: executivo central, possui as funções de ativação, articulação e controlo dos 
outros dos sistemas de armazenamento (ciclos visuo-espacial e fonológicos) e permite o desempenho de tarefas 
envolvendo atenção seletiva e distribuída. Não tem capacidade de armazenamento, mas é o componente mais importante 
e versátil esta associdado aos lobos frontais e envolvido no processamento geral.Temos o ciclo visuo-espacial tem por 
função armazenar e manipular a informação visuo-espacial e pode dividir-se nos componentes visual, espacial e cinestésia. 
E ainda o fonológico pertende armazenas temporariamente o material verbaç e acústico 
Critérios de um sistema de memórias 
O primeiro é: existir um conjunto de processos cerebrais que permite o armazenamento e a recuperação de um tipo 
específico de informação. O segundo é: o funcionamento do sistema possuir um conjunto específico de propriedades que 
lhe são características e distintas de outros sistemas. O terceiro é: demonstrar-se estar dissociado de outros sistemas com 
base em provas da Psicologia e outras provenientes de disciplinas que integram as neurociências. 
Estudos sobre lesões cerebrais 
Foi demonstrado que podem verificar-se três padrões distintos de dados, o primeiro, sem associação ocorre quando há 
uma lesão na estrutura cerebral ‘’A’’ interfere com duas ou mais tarefas, podendo inferir-se que as mesmas têm, pelo 
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menos, uma função em comum para o seu correto desempenho, sendo esse função perturbada pela lesão. A segunda, 
com dissociação única, quando, ao passo que uma lesão na estrtura cerebral ‘’A’’ perturba o desempenho nas tarefas 
X e Y , um a outra lesão na estrutura cerebral ‘’B’’ perturba apenas o desempenho na tarefa Y( supõe-se que ambas as 
tarefas partilham alguma função alterada pela primeira lesão e que , além disso, a tarefa Y requer alguma função adicional 
( não necessária para X), que depende de estruturas danificadas na segunda lesão). A terceira, com dissociação dupla, 
quando uma lesão na estrutura cerebral ‘’A’’ afeta a tarefa X mas não a Y, e uma outra lesão na estrutura cerebral ‘’B’’ 
afeta a tarefa Y mas não a X, significando que cada tarefa requer funções especificas, que são perturbadas por lesões em 
estruturas distintas. 
No caso da memória as lesões cerebrais são chamadas de amnésia. Vamos focar-nos na amnésia dissociativa, após um 
trauma podem ocrrer dois tipos distintos de perda de memória, amnésia retrograda e amnesia anterógrada. A 
amnésia retrógrada é caracterizada por perda de memórias de eventos que ocorreram antes do trauma. A amnésia 
anterógrada, por sua vez, é a incapacidade de formar novas memórias . 
 
O caso de H.M 
 
O Caso de H. M.: Lobectomia Temporal e Amnésia. Um caso famoso de amnésia resultante de lesão do lobo temporal 
nos fornece evidências adicionais da importância dessa região para a memória. H. M. apresentava crises epilépticas de 
pouca gravidade que começaram ao redor dos 10 anos de idade, mas que se tornaram mais sérias à medida que ele crescia. 
Embora a causa das crises não seja conhecida, elas podem ter resultado de uma lesão ocorrida após um acidente de bicicleta 
com a idade de 9 anos e que o deixou inconsciente por 5 minutos. Aos 27 anos de idade, H. M. foi submetido a uma 
cirurgia em uma última tentativa de aliviar as crises; uma porção de 8 cm de seu lobo temporal medial foi retirada, 
incluindo córtex, amígdala e os dois