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CURSO: PSICOLOGIA DISCIPLINA: PSICOLOGIA HOSPITALAR TURMA: 8º PERÍODO NOME: KÁTIA REGINA ACCHAR DA CUNHA ATIVIDADE DISCURSIVA "A problemática da morte e o morrer é bastante trabalhada no contexto hospitalar e suscita questões de ordem ética que permeiam a prática do psicólogo hospitalar. Uma importante psiquiatra e estudiosa na área, Elizabeth Kübler-Ross propôs em seu livro “Sobre a Morte e o Morrer” sua compreensão acerca dos estágios emocionais pelos quais passam os pacientes em terminalidade. Realize uma explanação sobre as principais ideias de Kübler-Ross, descrevendo as características de cada fase, exemplificando-as, bem como explicitando a maneira como estas ideias podem ser utilizadas na assistência psicológica hospitalar. O proposito do livro é centrar no doente enquanto ser humano, incluindo-o em diálogos para aprender com ele quais são os pontos fortes e fracos do atendimento ao doente no âmbito hospitalar, no tocante às fases terminais de vida (suas ansiedades, medos e esperanças). Isso, porque a autora faz críticas cerradas à escassez temporal, que os programas de ensino aprendizagem dos futuros profissionais de saúde dedicam às temáticas do relacionamento interpessoal com a pessoa doente. Sustentada pelas entrevistas realizadas (mais de duzentas), ela conclui que a maioria dos doentes passa pelas seguintes fases sequenciais: 1. Primeiro estágio: negação e isolamento: A. Quando não há o preparo do paciente para o diagnóstico: - a reação de incredulidade ocorre imediatamente ao ato de conhecimento da sua condição clínica, independentemente do curso da patologia (se princípio, meio ou fim). São comuns os seguintes mecanismos de defesa de negação: possibilidade de exames trocados; falha de diagnóstico; buscar outras opiniões. A aproximação da morte torna-se o x da questão. Adiar a conversa sobre a morte não beneficia o paciente e nem seus familiares. Comumente, a negação é uma reação de defesa temporária, sendo logo substituída por uma aceitação parcial. A negação assumida pode durar até o fim da vida do paciente e, tendo sido assumida, não causa depressão. B. Quando o paciente é preparado para o diagnóstico: - ele utiliza muito menos os mecanismos de defesa de negação. Em contrapartida, procura mecanismos menos radicais tais como: fingir uma melhora (principalmente quando nota que a equipe de saúde e seus familiares não têm a capacidade de gerenciar o diagnóstico). Quando o paciente é preparado, ele fica menos espantado com a aproximação da morte. Recomendações para os profissionais da saúde: a) Dialogar com o paciente sobre suas condições quando este demonstrar sua vontade para tal, e deve terminar o diálogo quando o paciente não tiver como encarar mais seus fatos. Geralmente o paciente volta ao estado de negação. b) Não se deve tentar romper a negação do paciente. O terapeuta deve deixar que o paciente faça uso de suas defesas. c) A equipe de saúde pode proporcionar ao paciente, instruções sobre como maximizar a saúde durante este período; d) Existe o momento apropriado para se falar explicitamente sobre a realidade da morte; embora implicitamente, o terapeuta pode comunicar o fato. Cada paciente é um “mundo próprio”; e) O terapeuta tem que respeitar o direito do paciente de não aceitar sua condição, isto em si é terapêutico; f) Terapeutas devem visitar seus pacientes mesmo quando este estejam em estados de coma, e ou em estados que aparentem não saberem da presença dos mesmos; g) Quanto melhor for o estado de ânimo dos profissionais de saúde, mais positiva e otimista será a reação do paciente. h) A religião, geralmente ajuda o paciente a gerenciar melhor esta fase; i) A equipe de terapeutas deve ficar atenta à tendência de isolamento do paciente, por parte da equipe de saúde; 2. Segundo estágio: a raiva Quando o paciente não consegue mais manter sua negação, o próximo mecanismo de defesa é a raiva, a revolta, a inveja, o ressentimento. - É muito difícil para todos envolvidos, lidar com o estágio da raiva. Sobra para todo mundo: enfermeiros, médicos, familiares. E, quando mais negativa for a reação dessas pessoas, mais elas contribuem para piorar o comportamento do paciente. - Pacientes que lutam até o fim munidos de suas raivas e fúria não conseguem aceitar humildemente a morte como um desenlace inevitável, provocam rejeição de todos além de raiva; Recomendações para os profissionais da saúde a) O terapeuta deve usar de empatia e perguntar ao paciente de onde provém sua raiva; b) A equipe de saúde deve ser sensível à situação em que estes pacientes se encontram, especialmente, quanto ao estágio em que elas se encontram no gerenciamento de suas condições; c) A equipe tem que entender a origem da mágoa para ser terapêutica ao paciente. 3. Terceiro estágio: da barganha (negociação) - A maioria das barganhas é mantida em segredo. - Barganha significa uma tentativa de adiamento da morte: oferendas a entidades divinas; recompensas por conceder aquilo que o paciente almeja; promessas de realizar feitos em compensação pela divida de não ter que morrer. - Muitas das promessas podem estar associadas a um sentimento de culpa. Recomendações para os profissionais da saúde a) É importante descobrir a origem da culpa para que se possa, se necessário trabalhar este problema, buscando um alívio maior para o paciente; b) Uma abordagem multidisciplinar é recomendada para estes tipos de paciente; 4. Quarto estágio: depressão O pacienta já não nega mais sua condição. Sua raiva já ceder espaço para a barganha e, finalmente, quando ele se vê diante da realidade da progressão de sua patologia, ele assume uma sensação de grande perda, que o leva a um estado de depressão. Nesta fase, a depressão assume duas características: a) Depressão relativa – diz respeito aos fatores que estão presentes na vida do paciente. Ela pode ser amenizada ou extinguida com o trabalho direcionado ao gerenciamento dos fatores causais (perda de autoimagem). Nesse caso, é eficaz encorajar o paciente a ver o lado positivo da situação. Deve-se utilizar muita conversa e até intervenções. b) Depressão preparatória – leva em conta as perdas eminentes que o paciente deve encarar (não poder estar presente para os filhos, ir a outros lugares, etc.). Ela é silenciosa. Existe pouca ou nenhuma necessidade de palavras. Nesse caso, é melhor deixa-lo exteriorizar seus sentimentos, assim ele aceitará sua condição com mais facilidade. Cabe mais um toque carinhoso de mão, ou apenas sentar-se ao lado do paciente em silêncio. Na depressão preparatória, os visitantes atrapalham o processo de preparação para a morte; Recomendações para os profissionais da saúde a) A depressão preparatória é benéfica ao paciente; b) Somente aqueles pacientes que conseguiram superar suas angústias e ansiedades serão capazes de chegar até este estágio (depressão preparatória); 5. Quinto estágio: a aceitação - Seu estado de debilidade e enfraquecimento está chegando ao extremo. O paciente dormirá com mais frequência e a intervalos curtos. - Seu círculo de interesse diminui. - Ele quer silêncio. Não quer ser perturbado com notícias do mundo. - Visitas são indesejadas. - As comunicações deixam de ser verbais e se tornam gestuais. -
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