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Fisiologia da tireoide

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Síntese e secreção dos hormônios 
metabólicos da tireoide 
Os hormônios metabólicos da tireoide – cap.77 
 
Índice-chave: 
1 – Síntese e secreção dos hormônios 
metabólicos da tireoide; 
2 – Funções fisiológicas dos hormônios 
tireoidianos; 
3 – Os hormônios tireoidianos aumentam a 
atividade metabólica celular; 
4 – Regulação da secreção do hormônio 
tireoidiano. 
 
 A glândula tireoide possui numerosos 
folículos, envoltos por epitélio folicular cúbico 
que contem células foliculares apoiadas sobre 
uma lamina basal. Os folículos contem coloide 
composto, principalmente, de tireoglobulina, 
uma glicoproteína composta de 120 
aminoácidos de tirosina. A glândula tireoide 
tem um fluxo sanguíneo de cerca de 5x maior 
do que seu peso por minuto. É responsável por 
formar cerca de 93% da tetra-
iodotironina(tiroxina ou T4) e 7% da tri-
iodotironina(T3). Os dois hormônios são 
funcionalmente parecidos, diferindo apenas 
em velocidade, concentração no sangue e 
potencia. A tri-iodotironina é mais potente, 
possui concentração menor no sangue e uma 
velocidade menor de persistência sérica. 
Cerca de 50mg de iodo são necessárias por 
ano para formação do T3 e T4. 
 
Bomba de iodo 
 O íon iodeto penetra pelos capilares 
fenestrados das artérias tireóideas inferiores e 
superiores. Esse íon é então captado pelas 
células foliculares por método ativo, utilizando 
uma bomba de sódio-potássio trifosfatase de 
adenosina (Na+/K+ ATPase) que por meio de 
um cotransportador simporter de 
sódio/iodeto(NIS) tira dois íons de sódio da 
célula e permite a entrada de um íon iodeto 
ao citoplasma. Os íons iodeto são direcionados 
a região apical da célula, onde são 
transportados por um cotransportador de 
cloreto/iodeto chamado de pendrina e 
oxidados a iodo. 
 
Tireoglobulina e formação da tiroxina e tri-
iodotiroina 
 O reticulo endoplasmático rugoso 
presente nas células foliculares produzem a 
glicoproteína tireoglobulina, que é glicosilada 
ainda no RER e complexo de Golgi. Essa 
proteína é exocitada ao folículo, onde vai se 
ligar ao iodo para formar os hormônios DIT, MIT, 
RT3, T3, T4. 
 
 
 
 
 
Oxidação do iodeto 
 Para que o iodeto se ligue aos 
aminoácidos de tirosina da tireoglobulina, é 
necessário que haja sua oxidação para iodo. 
Isso é feito pela enzima tireoperoxidase que 
utilizando peróxido de hidrogênio oxida o 
iodeto. Essa enzima está presente na 
membrana apical das células foliculares. 
 
Iodinação da tirosina e formação dos 
hormônios tireoidianos | “Organificação” da 
tireoglobulina 
 Quando a tireoglobulina é exocitada 
da célula folicular, rapidamente o iodo 
oxidado se liga aos seus aminoácidos de 
tirosina, por um processo de iodinação, a 
ligação de apenas um iodo ao radical orto do 
grupo fenol da tirosina produz a 
monoiodotirosina, a ligação de dois iodos 
produz a di-iodotirosina, o acoplamento 
oxidativo entre esses dois compostos forma ou 
a tri-iodotironina ou a tri-iodotironina reversa. O 
acoplamento de dois compostos di-
iodotirosina produz a tetra-iodotironina (T4 ou 
tiroxina). 
 
 
 
Liberação de tiroxina e tri-iodotironina pela 
glândula tireoide 
 Com a estimulação do TSH liberado na 
adeno-hipófise, a tireoglobulina associada aos 
compostos iodinados sofre endocitose na 
superfície apical da célula folicular, formando 
uma gotícula de reabsorção coloidal, essa 
gotícula quando entra na via lisossômica sofre 
ação proteolítica liberando T3 e T4 livres, além 
de DIT e MIT. Esse DIT e MIT sofrem ação da 
enzima deiodinase reciclando seu iodo para as 
células. A ausência da deiodinase provoca 
doença metabólica de iodo. Quando a 
tireoglobulina se liga a proteína megalina na 
superfície apical, a vesícula endocítica não 
sofre ação enzimática, entrando na via de 
transcitose, sendo liberadas na corrente 
sanguínea sem modificações. 
 
Transporte de tiroxina e de tri-iodotironina para 
os tecidos 
 O transporte desses hormônios no 
sangue se dá por ligação a proteínas séricas, 
uma específica se liga com maior afinidade a 
Funções fisiológicas dos hormônios 
tireoidianos 
Os hormônios tireoidianos aumentam a 
atividade metabólica celular 
tiroxina, a proteína de ligação a tiroxina ou 
globulina de ligação a tiroxina (TBG), outras 
proteínas são inespecíficas como a pré-
albumina de ligação a tiroxina e albumina. O 
fato é que, por ter uma maior afinidade a essas 
proteínas carreadoras, a tiroxina possui latência 
maior de liberação nos tecidos e no sangue do 
que a tri-iodotironina. Quando esses hormônios 
são liberados, eles ainda são armazenados 
localmente nas células, ligando-se a proteínas 
intracelulares e permanecendo mais tempo 
em latência. 
 
 
 
Funções fisiológicas dos hormônios tireoidianos 
 A maior parte do T4 quando entra nas 
células do tecido é convertido em T3 pela 
deiodinase. Quando o hormônio entra na 
célula por bomba de sódio-potássio trifosfatase 
de adenosina, ele se liga a receptores 
nucleares que formam heterodimeros com o 
receptor de retinol X (RXR), esse processo 
estimula a transcrição gênica e, por 
conseguinte, a síntese proteica nas células. 
Alguns efeitos secundários parecem estar 
associados por meio de ligação do T3 e T4 na 
membrana plasmática, na mitocôndria e em 
outras organelas, por meio de AMPc, 
proteinocnases, aumento da fosforilação 
oxidativa, principalmente no coração, hipófise 
e tecido adiposo. 
 
 
 Os hormônios tireoidianos aumentam o 
número e o tamanho das mitocôndrias, 
aumentando inclusive a área superficial de sua 
membrana. Além disso, esses hormônios 
estimulam a enzima Na/K ATPase permitindo o 
aumento do transporte ativo de íons nas 
membranas celulares. Outros efeitos estão 
associados aos hormônios tireoidianos, como: 
 
- EFEITO NO METABOLISMO DE CARBOIDRATOS 
 O hormônio tireoidiano estimula a 
produção e absorção de glicose, 
gliconeogênese e de insulina, estimulando o 
metabolismo de carboidratos. 
 
- EFEITO NO METABOLISMO DE LIPÍDEOS 
 O hormônio tireoidiano também 
estimula a mobilização de ácidos graxos, bem 
como sua captação e sua oxidação. 
 
- EFEITO NAS GORDURAS PLASMÁTICAS E 
HEPÁTICAS 
 O hormônio tireoidiano diminui as 
concentrações séricas de colesterol, 
triglicerídeos e fosfolipídeos. O principal 
mecanismo é por meio da secreção de maior 
quantidade de bile, devido ao aumento de 
receptores de lipoproteína de baixa densidade 
no fígado e maior secreção dessas 
lipoproteínas associadas ao colesterol. 
 
- MAIOR NECESSIDADE DE VITAMINAS 
 Como as vitaminas são coenzimas e as 
enzimas aumentam com os hormônios 
tireoidianos, há uma maior necessidade de 
vitaminas no metabolismo. 
 
- AUMENTO DO METABOLISMO BASAL CELULAR 
 Há um aumento de 70% a 100% da 
taxa de metabolismo basal das células. 
 
 
- REDUÇÃO DO PESO CORPORAL 
 Nem sempre há redução do peso 
corporal, pois ao mesmo tempo em que ele 
causa aumento metabólico, causa aumento 
da fome, que pode compensar essa relação. 
 
- INFLUÊNCIA NA CIRCULAÇÃO 
 Os hormônios tireoidianos estimulam o 
aumento do débito cardíaco e o aumento do 
fluxo sanguíneo, devido ao aumento da 
velocidade de uso do oxigênio, provocando 
vasodilatação e consequente aumento do 
retorno venoso. A força de contratibilidade 
aumenta em um nível pequeno de 
estimulação tireoidiana, porém com o 
aumento excessivo, o catabolismo proteico 
proporciona redução da contratibilidade e 
pode levar a uma insuficiência cardíaca. A 
pressão arterial e sistólica quase não se 
modifica, pois a diminuição da resistência 
periférica e o aumento do débito cardíaco 
compensam a variação da pressão. Há um 
aumento da frequência cardíaca, que é 
resultado de um maior estimulo diretamente 
pelo hormônio e também pelo aumento do 
Regulação da secreção do hormônio 
tireoidiano 
Relações clínicas 
débito cardíaco (receptores de estiramento do 
reflexo de Bainbridge).- INFLUÊNCIA NA RESPIRAÇÃO 
 O aumento do metabolismo promove 
uma maior utilização do oxigênio e uma maior 
produção de CO2. A maior produção de CO2 
estimula o centro respiratório no bulbo, 
especificamento o centro respiratório dorsal, 
proporcionando um aumento da frequência 
respiratória e do volume respiratório. 
 
- INFLUÊNCIA GASTROINTESTINAL 
 O aumento dos hormônios tireoidianos 
promove um maior apetite, maior mobilidade 
gastrointestinal, maior secreção 
gastrointestinal, podendo inclusive levar a 
diarreias, em caso de hiper, ou a constipação, 
em casos de hipotireoidismo. 
 
- INFLUÊNCIA NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 Os hormônios tireoidianos estimulam a 
função cerebral e a pessoa pode ter 
tendências à ansiedade, psiconeuróticas, 
nervosas em excesso. 
 
- EFEITO MUSCULAR 
 Os hormônios tireoidianos propiciam 
vigor muscular em quantidades pequenas, mas 
em grandes quantidades proporcionam danos 
aos músculos em virtude do catabolismo 
proteico. Além disso, por estimulação do SNC, 
provocam tremores musculares. 
 
- EFEITO NO SONO 
 Pessoas com hipertireoidismo têm a 
sensação de cansaço devido ao vigor 
muscular e as sinapses estimuladas, porém 
relatam insônia devido à atividade neural. No 
hipotireoidismo, o sono é maior, e a pessoa 
relata mais de 12h a 14h de sono. 
 
- INFLUÊNCIA NAS GLANDULAS ENDÓCRINAS E 
SEXUAIS 
 O hormônio tireoidiano influência a 
secreção aumentada de muitos hormônios no 
corpo. No caso sexual, a falta do hormônio faz 
com que a libido seja desestimulada tanto 
para mulher quanto ao homem. Para as 
mulheres, o excesso do hormônio promove 
oligomenorreia e amenorreia, nos homens 
promove impotência. A falta do hormônio nas 
mulheres pode produzir tanto amenorreia, 
quanto polimenorreia e menorragia. 
 
Regulação pelo TSH: a secreção do TSH 
estimula a glândula tireoide através do 
aumento no número e no tamanho das células 
do epitélio glandular de cúbicas para 
colunares, além de estimular à bomba de 
iodeto, a iodinação da tireoglobulina, a 
proteólise intracelular, aumento da atividade 
secretora. Esse mecanismo é feito por proteína 
G e adenilato-ciclase, utilizando o AMPc como 
segundo mensageiro, ativando as PKA, 
quinases que fosforilam e transduzem o sinal. O 
TSH é regulado pelo TRH produzido pelo núcleo 
paraventricular do hipotálamo; esse hormônio 
de liberação se liga à membrana do tireotropo 
na adeno-hipófise e ativa a fosfolipase C, que 
quebra o fosfolipideo de inositol em 
diacilglicerol e compostos de inositol que 
permitem a liberação de cálcio que ativam 
proteínas cnases dependentes de cálcio que 
se ligam ao diacilglicerol, essas PKCs são os 
segundos mensageiros que irão desenvolver a 
cascata que libera o TSH na adeno. 
 
Regulação no frio, fome e ansiedade: no frio, os 
centros de controle térmico no hipotálamo 
estimulam de alguma forma o núcleo 
paraventricular, estimulando o TRH, TSH e por 
fim o aumento do metabolismo. Além disso, em 
situações de fome, a falta da leptina, para de 
estimular o núcleo arqueado do hipotálamo 
que para de estimular o núcleo para 
ventricular (há a diminuição da atividade das 
proteínas pro-opiomelanocortina, aumento da 
atividade do neuropeptídeo Y/proteína 
relacionada à aguti); com a desestimulação 
do TRH, TSH e diminuição do metabolismo, isso 
poupa energia na falta de comida. Relações 
emocionais que estimulam a ansiedade e o 
sistema nervoso simpático também estimulam 
o metabolismo. 
 
Regulação por feedback negativo: a 
regulação por feedback negativo pode 
ocorrer diretamente na hipófise ou no 
hipotálamo. 
 
 
 
Bloqueadores da tireoide: 
- Tiocianato: substância que compete com o 
íon iodeto na bomba de sódio/potássio 
fosfatase de adenosina, fazendo com que o 
iodeto não se ligue a tireoglobulina. 
- Propiltiouracila, metimazol, carbimazol: são 
substâncias que impedem a oxidação do 
iodeto pela tireoperoxidase e impedem o 
acoplamento oxidativo das tirosinas iodadas, 
impedindo a formação do complexo tirosina-
iodo e t3 e t4. 
- Alta concentração de iodeto: quando o 
iodeto está altas concentrações, a captação 
diminui, a endocitose pra formar as gotículas 
de rabsorção coloidal diminuem, a glândula 
tireoide diminui, o suprimento sanguíneo 
diminui, o que permite uma tireoidectomia 
facilitada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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