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Direitos da Personalidade

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Direitos da Personalidade
O respeito à dignidade humana
A personalidade é um atributo do ser humano e o acompanha por toda a sua vida. Como “a existência da pessoa natural termina com a morte, somente com esta cessa a sua personalidade.” Caio Mário.
“Os direitos da personalidade são direitos considerados essenciais à pessoa humana, que a doutrina moderna preconiza e disciplina, a fim de resguardar a sua dignidade.” Orlando Gomes.
Conceito: “Direitos da personalidade dizem-se as faculdades jurídicas cujos objetos são os diversos aspectos da própria pessoa do sujeito, bem assim da sua projeção essencial no mundo exterior.” (FRANÇA, 1988)
É o direito de cada pessoa de defender o que lhe é próprio, como a vida, identidade, liberdade, privacidade, honra, opção sexual, integridade, imagem. “É o direito subjetivo de exigir um comportamento negativo de todos, protegendo um bem próprio, valendo-se de ação judicial.” (DINIZ, 2010).
Os direitos de personalidade são direitos absolutos. O que for verdadeiramente emanação da personalidade humana tem de ser reconhecido por todos, porque a personalidade é a própria base comum do diálogo social.
Objetivo:
Os direitos da personalidade foram criados para dotar o direito de mecanismos eficientes para tutelar três princípios básicos constitucionais: o princípio da dignidade da pessoa humana, da igualdade e da solidariedade.
Direitos da Personalidade X Direitos Fundamentais
Direitos da personalidade e direitos pessoais 
Os termos não se confundem. E pode haver outros direitos pessoais civis, mesmo não pertencentes a ramos institucionalizados do direito, que não são direitos de personalidade. 
O direito a lugar sentado em transportes públicos, por exemplo, atribuído a grávidas e a deficientes físicos ou pessoas idosas, é um direito pessoal, mas nada tem que ver com direitos de personalidade.
Teorias da definição dos Dir. da Personalidade 
Discutem a técnica a ser utilizada para viabilizar a introdução dos direitos da personalidade no ordenamento civil. (Indaga-se a respeito da forma mais adequada de se tutelar os bens humanos extrapatrimonias mais relevantes), São elas:
Teoria Monista 
Teoria Pluralista
Teoria Negativista
Teoria Monista: Existe apenas um único direito da personalidade, que é geral e engloba todos os outros direitos relacionados a ele, defende o reconhecimento de um direito geral de personalidade, por meio de que a proteção da pessoa humana seria obtida através de uma regra geral que envolvesse todas as hipóteses em que valores essenciais ao ser humano fosse colocados sob ameaça; haveria um único direito, sem conteúdo pré-estabelecido, oposto à específica previsão de um fattispecie pela norma.
Teoria Pluralista: A personalidade apresenta várias ramificações que devem ser protegidas separadamente. 
Teorias Negativistas consideravam a personalidade humana como algo muito abstrato. Não aceitavam a ideia de que a personalidade pudesse atuar como sujeito e objeto em uma relação jurídica, pois isso criaria uma contradição. 
Para esses teóricos, entre eles Savigny, Enneccerus, Ravà, Jellinek, dentre outros, a personalidade, não pode ser objeto de direitos, já que, ao contrário, os titulariza. Além disso, pugnavam pela desnecessidade de se reconhecer um direito geral de personalidade direcionado à proteção da saúde, da vida e de outros bens essenciais, pois que esses valores inerentes à pessoa recebiam tutela idêntica à que era dispensada aos direitos subjetivos. 
Características
Os direitos da personalidade caracterizam-se por serem absolutos, indisponíveis (relativamente), imprescritíveis e extrapatrimoniais.
Absolutos: possuem eficácia contra todos (são oponíveis erga omnes)
Indisponibilidade: Impede que o titular possa deles dispor em caráter permanente ou total, preservando a sua própria estrutura física, psíquica e intelectual, muito embora possa, eventualmente, ceder (temporariamente), o exercício de determinados direitos da personalidade.
Art. 11 “com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis”. 
A indisponibilidade não é absoluta, podendo alguns deles ter o seu uso cedido para fins comerciais, mediante retribuição pecuniária.
Em casos específicos, limitados pela afirmação da própria dignidade da pessoa humana e pela impossibilidade de disposição total ou permanente, é permitido ao titular ceder, o exercício, (não a titularidade) de alguns direitos da personalidade.
Ex.: direito à imagem – pode ser cedido, a título oneroso ou gratuito, durante determinado lapso temporal.
“O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja nem permanente nem geral” (Enunciado 4, Jornada de Direito Civil)
Imprescritibilidade: impede que a lesão a um direito da personalidade venha a convalescer com o passar do tempo, obstando a pretensão de assegurar o livre exercício do direito da personalidade. 
Os direitos da personalidade não se extinguem pelo uso e pelo decurso do tempo, nem pela inércia na pretensão de defendê-lo.
ATENÇÃO: não confundir com a prescritibilidade da pretensão indenizatória que é de 3 anos.
Imprescritível é a pretensão de garantir o exercício do direito, mas não a de reparar pecuniariamente eventual dano sofrido.
Ex.: uso indevido da imagem.
Não prescreve a pretensão de fazer parar a lesão, mas prescreve em 3 anos a pretensão de reparação do dano causado à imagem. 
Extrapatrimonialidade: consiste na insusceptibilidade de apreciação econômica destes direitos, ainda que a eventual lesão possa produzir consequências monetárias (na indenização por dano extrapatrimonial, comumente chamado de dano moral). 
Atenção: a honra, a privacidade e demais bens jurídicos personalíssimos de uma pessoa não comportam avaliação pecuniária, não são susceptíveis de aferição monetária. 
Entretanto, uma vez violados tais bens jurídicos, independentemente de causar prejuízo material, surge à necessidade de reparação do dano moral caracterizado, como forma de diminuir o prejuízo e sancionar o lesante, inclusive com o caráter educativo (preventivo) de impedir novos atentados.
Impenhorabilidade: por serem inerentes à pessoa humana e dela inseparáveis, são indisponíveis e, certamente não estão sujeitos à penhora (que é o ato inicial de venda forçada determinada pelo juiz para satisfazer o crédito do exequente). Todavia, como já vimos à indisponibilidade não é absoluta, podendo alguns deles ter o seu uso cedido para fins comerciais, mediante retribuição pecuniária. Nesses casos, os reflexos patrimoniais dos referidos direitos podem ser penhorados.
Vitaliciedade: extinguem-se naturalmente, com a morte.
NÃO ESQUEÇA! 
Reconhece-se, como direito da personalidade da pessoa viva, a proteção dos direitos da personalidade de alguém que já morreu. Art. 12, parágrafo único. São os chamados lesados indiretos.
Quadro esquemático das características
Quem são os titulares desses direitos?
Homem - direito à vida, à liberdade, à igualdade, à integridade física, ao corpo humano, à liberdade, à privacidade, à integridade moral, a honra...
Nascituro – segundo o Código Civil, artigo 2: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. 
Possui direitos como o direito a alimento, o direito de ser reconhecido como filho, reconhecimento pré-natal.
E a Pessoa Jurídica, possui direitos da personalidade?
Vejamos os incisos V e X do art. 5º da CF/88:
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material ou moral à imagem. 
X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. 
Sim, a pessoa jurídica é titular de direitos da personalidade. O inciso X utiliza a palavra pessoa, segundo o artigo 1º do CC, pessoas são todas as pessoas naturais ou jurídicas.
S.227 STJ – “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”
Entendimento majoritário da doutrina que pregaque a pessoa jurídica possui alguns atributos que a pessoa natural goza tais como a honra, o nome, a imagem. (os autores de Direito Civil Constitucional negam)
Os direitos da personalidade na CF/88 
Art. 5º,
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
A proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas.
O direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas.
Disciplina no Código Civil
Art. 13 e 14 – atos de disposição do próprio corpo; (integridade física).
Art. 15 – não submissão a tratamento médico de risco; (integridade física, moral ou psíquica).
Art. 16 a 19 – direito ao nome e ao pseudônimo; (integridade moral ou psíquica).
Art. 20 – proteção à palavra e à imagem; (integridade moral ou psíquica)
Art. 21 – proteção à intimidade. (integridade moral ou psíquica)
Art. 52 – “Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”.
Direito à integridade física 
O direito à integridade física compreende a proteção jurídica à vida, ao próprio corpo vivo ou morto, quer na totalidade, quer em relação a tecidos, órgãos e partes suscetíveis de separação e individualização, quer ainda ao direito de alguém submeter-se ou não a exame e tratamento médico.
A questão dos transplantes (Lei 9.434/97)
O tratamento médico de risco ( dever de informar)
Cirurgia de redesignação de estado sexual
 O princípio da autonomia dos pacientes Testemunhas de Jeová (vide Resolução n. 1.021/80 do CFM que autoriza a transfusão em caso de iminente perigo de vida)
A gestação em útero materno – Barriga de aluguel (Resolução 1.358/92 - mãe e filha, avó e neta ou irmãs, gratuito, apenas pessoas que não podem gestar).
ATOS DE DISPOSIÇÃO DO PRÓPRIO CORPO
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
Direito à integridade moral ou psíquica 
Concerne proteção conferida aos atributos psicológicos relacionados à pessoa, tais como a honra, a liberdade, o recato, a imagem, a vida privada e o nome.
São atributos ligados à incolumidade moral, destinados à preservação do conjunto psicológico da estrutura humana. São emanações da alma, essencialmente incorpóreas.
Direito à imagem
Direito à privacidade
Direito à honra 
Direito ao nome civil 
O DIREITO À IMAGEM
Como um atributo da personalidade, o direito à imagem, abarcante da imagem-fama, alberga-se em proteção constitucional, sendo mais um dos direitos e garantias fundamentais em destaque na Carta Cidadã, artigo 5º, incisos V, X e XXVIII “a”. 
Relativização do direito à imagem
Imagens de pessoas públicas (celebridades)
Divergência doutrinária. (Doutrina clássica X Doutrina moderna)
Possibilidade de responsabilização de celebridades por participação em publicidade ilícita.
O tema não possui tratamento pacífico. 
A doutrina e a jurisprudência mais clássicas sustentam que o direito de imagem de pessoas públicas, não resta violado se não causar dano ou lesão, se a divulgação tem intuito apenas de informar ao público.
A doutrina e a jurisprudência mais modernas consideram que a simples divulgação da imagem do autor, quando evidenciada sua pessoalidade e não quando privilegiado fato social no qual alguém se veja inserido, requer a competente autorização do próprio, que inexistindo acarretará a violação do direito da personalidade passível de gerar indenização, bem como, não consideram necessário o aproveitamento econômico ou a perda econômica para tal caracterização.
Segundo Maria Helena Diniz, a tutela do direito à imagem e dos direitos a ela conexos, como a fama, compreende: “o direito à própria imagem, ao uso ou à difusão da imagem; à imagem das coisas próprias e à imagem em coisas, palavras ou escritos em publicações; de obter imagem ou de consentir em sua capitação por qualquer meio tecnológico”.
O direito à imagem é autônomo, não precisando estar em conjunto com a intimidade, a identidade a honra etc. Embora possam estar, em certos casos, tais bens a ele conexos, isto não faz que sejam partes integrantes um do outro”.
O DIREITO À PRIVACIDADE
A vida privada é o refúgio impenetrável pela coletividade.
Consiste em resguardar dos sentidos alheios as informações que dizem respeito, apenas ao titular, a intimidade.
Emprego de binóculos para espiar o que acontece no interior de uma casa, instalação de aparelhos para captar conversas.
A Pessoa Jurídica
Conceito
Pessoa jurídica é a entidade ou instituição que, por força das normas jurídicas criadas, tem personalidade e capacidade jurídicas para adquirir direitos e contrair obrigações. Ela nasce do instrumento formal e escrito que a constitui (art. 45 CC), ou diretamente da lei que a institui. 
A pessoa jurídica consiste num conjunto de pessoas ou bens, dotado de personalidade jurídica própria e constituído na forma da lei, para a consecução de fins comuns. São entidades a que a lei confere personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direito e obrigações. 
Natureza Jurídica 
Teoria orgânica da pessoa jurídica - Para esta corrente, as pessoas jurídicas são uma realidade sociológica, com vida própria que nasce por imposição das forças sociais, são seres de existência anterior e independente da ordem jurídica, se apresentando ao direito como realidades incontestáveis. 
Teoria da ficção da pessoa jurídica – Para esta corrente, as pessoas jurídicas constituem uma criação artificial da lei, um ente fictício, pois somente a pessoa natural pode ser sujeito da relação jurídica e titular de direitos subjetivos. São criações do direito e, assim, fora da previsão legal correspondente, não se as encontram em lugar algum.
IMPORTANTE! Hoje, para a maioria dos teóricos, a natureza das pessoas jurídicas é a de uma idéia, é expediente de ordem técnica, a forma encontrada pelo direito para reconhecer a existência dos grupos e indivíduos que se unem na busca de fins determinados, cujo sentido é partilhado pelos membros de uma comunidade jurídica, que a utilizam na composição de seus interesses. Sendo assim, ela não preexiste ao direito. 
A personalidade jurídica é um atributo que o Estado defere a certas entidades havidas como merecedoras dessa benesse. (teoria adotada pelo direito brasileiro). 
PRINCIPAL CARACTERÍSTICA 
A pessoa jurídica, embora formada por pessoas naturais, tem vida própria e autônoma não se confundindo com a vida de seus membros. 
CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
As pessoas jurídicas de direito público iniciam-se em razão de fatos históricos, de criação constitucional, de lei especial e de tratados internacionais, se tratar-se de pessoa jurídica de direito público externo.
As pessoas jurídicas de direito privado, o fato que lhes dá origem é a vontade humana, sem necessidade de qualquer ato administrativo de concessão ou autorização, salvo os casos especiais do CC (art. 45,CC), porém a sua personalidade jurídica permanece em estado potencial, adquirindo status jurídico, quando preencher as formalidades ou exigências legais; o processo genético apresenta-se em 2 fases: a do ato constitutivo, que deve ser escrito, e a do registro público. 
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO 
Pessoa Jurídica de Direito Público Externo
Regidas pelo Direito Internacional, abrangendo:ONU/OEA, UNESCO, FIFA, Nações Estrangeiras; entre outros.
São criados através de tratados internacionais, fatos históricos, criação constitucional. – art. 42 novo CC – Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Pessoa Jurídica de Direito Público Interno
O art. 41 do Código Civil enumera as pessoas jurídicas desta classe: 
Adm. Direta - União, os Estados, os Territórios (retorno dos territórios pelo CC 2002), os Municípios e o Distrito Federal.
Adm. Indireta - IV – autarquias, e V – demais entidades de caráter público criadas por lei.
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
 É o conjunto de entidades personalizadas, vinculadas normalmente a um órgão da Administração Direta (Ministério ou Secretaria), previstas no art. 4, II, do Decreto-lei nº 200, de 25/02/1967. Compõe-se das autarquias, fundações públicas e entidades paraestatais, representadas estas pelas empresas públicas e sociedades de economia mista.
Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada à instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação.
a) Autarquia. É uma entidade de direito público, com personalidade jurídica e patrimônio próprio, destinado à execução de atividades destacadas da administração direta.
A autarquia opera com autonomia frente ao poder que a criou. Responde diretamente por seus atos. Mas o poder que a criou poderá responder subsidiariamente, no caso de falta de recursos da autarquia ou no caso de sua extinção.
b) EMPRESA PÚBLICA: Entidade com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de atividade econômica que tenha que ser exercida pelo governo. É uma empresa de capital inteiramente público, dedicada a atividades econômicas, tendo, porém, personalidade jurídica de direito privado.
Exemplo: Embrapa (As empresas públicas regem-se, no que couber, pelo Código Civil, salvo disposição em contrário).
c) Sociedades de economia mista: Entidade criada por lei para exploração de atividade econômica sob forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria à União ou à Administração Indireta. É uma empresa de capital público e particular, com direção estatal e personalidade jurídica de direito privado. Deve ter forma de sociedade anônima, com maioria de ações votantes nas mãos do poder público (DL 200/67, Art. 5º, III). Exemplo: Petrobrás. 
d) FUNDAÇÕES PÚBLICAS: Fim específico, sem fins lucrativos. Surgem quando a lei individualiza um patrimônio a partir de bens pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público, afetando-o à realização de um fim administrativo e dotando-o de organização adequada. Instituídas pelo Poder Público, criadas por lei específica, portanto, estando revestida das características de “fundação pública”, Art. 37,XIX, CF/88. Exemplo: Fundação Nacional de Saúde
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO 
São as associações, sociedades simples ou empresariais, as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos, e as entidades paraestatais (como as empresas públicas, as sociedades de economia mista e os serviços sociais autônomos); são instituídas por iniciativa de particulares, 
Iniciam sua personalidade jurídica com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização do Poder Executivo.
Obs. As sociedades de advogados são registradas na OAB. 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações;
IV – as organizações religiosas; (Acrescentado pela L-010.825-2003)
V – os partidos políticos. (Acrescentado pela L-010.825-2003)
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Acrescentado pela L-012.441-2011) 
Associações: Não tem fim lucrativo ou intenção de dividir o resultado, embora tenha patrimônio, formado por contribuição de seus membros para a obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, et.
Sociedades empresárias: Visam lucro, mediante exercício de atividade empresária; para diferenciá-la da Simples, basta considerar-se a natureza das operações habituais; se estas tiverem por objeto atos de empresa, a sociedade será empresarial, caso contrário, simples. 
Sociedade Simples: é que visa fim econômico ou lucrativo, que deve ser repartido entre os sócios, sendo alcançado pelo exercício de certas profissões ou pela prestação de serviços técnicos; tem ela uma certa autonomia patrimonial e atua em nome próprio, pois sua existência é distinta dos sócios de modo que os débitos destes não são da sociedade e vice-versa.
Fundações privadas
Partidos políticos: Associações civis que têm por escopo assegurar dentro do regime democrático, os direitos fundamentais estatuídos pelo CF/88. Foram considerados como pessoa jurídica de direito privado pela Lei 9.096, de 19.09.1995, que dispõe em seu art. 
EIRELI - Empresa individual de responsabilidade limitada
A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.
(L-012.441.2011).
Entes Despersonalizados 
São aqueles que, embora possam ser capazes de adquirir direitos e contrair obrigações, não preenchem as condições legais e formais para serem enquadrados como pessoas jurídicas, por falta de alguns requisitos ou pela sua situação jurídica “sui generis”. 
Estão entre tais, a massa falida, espólio e a pessoa jurídica “de fato” – (que são aqueles pequenos comerciantes que compram e vendem produtos sem terem sociedade comercial regularmente constituída. (ambulantes, camelôs etc.).
Massa Falida – Serve para designar a situação jurídica em que se coloca o negócio ou o estabelecimento comercial, em virtude da declaração de falência de seu proprietário, firma ou comerciante.
Herança Jacente e Vacante – (herança sem dono) é entendida a herança que não se apresentam herdeiros do “de cujus”, por não os ter deixado ou por não os ter capazes para sucede-lo como, mesmo, quando livres, por não terem aceito.
Espólio – é a soma da totalidade dos bens deixados por uma pessoa, após sua morte. 
o condomínio. 
Responsabilidade civil da Pessoa Jurídica. 
As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. .Art. 43 CC.
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica – Art. 50 CC.
Responsabilidade extracontratual 
As pessoas de direito privado devem reparar o dano causado pelo seu representante que procedeu contra o direito; respondem pelos atos ilícitos praticados pelos seus representantes, desde que haja presunção juris tantum de culpa in eligendo ou in vigilando, que provoca a reversão do ônus da prova, fazendo com que a pessoa jurídica tenha de comprovar que não teve culpa nenhuma (STF, Súmula 341); 
As pessoas de direito público bem como as de direito privado que prestem serviços públicos, são civilmente responsáveis por atos dos seus representantes que nessa qualidade causem danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou faltando dever prescrito por lei, salvo o direitoregressivo contra os causadores do dano.
A desconsideração da personalidade jurídica da pessoa jurídica – art 50 cc 2002 
A desconsideração da personalidade jurídica da pessoa jurídica é a possibilidade de que o juiz determine que os bens dos sócios ou administradores de uma pessoa jurídica venham a responder pelas obrigações da pessoa jurídica. 
Princípio da separação patrimonial 
art. 20 CC de 1916 “As pessoas jurídicas tem existência distinta da dos seus membros.” 
Quando a pessoa jurídica é constituída, adquire uma personalidade jurídica própria e distinta das personalidades das pessoas naturais que a constituíram, ou seja, sua aptidão para ser titular de direitos e deveres não se confunde com a aptidão dos sócios, quer dizer que, quando uma pessoa jurídica assume uma obrigação essa obrigação é dela e não se confunde com as obrigações dos sócios, quando a pessoa jurídica tem um direito o direito dela não se confunde com os direitos dos sócios; o patrimônio da pessoa jurídica não se confunde com o patrimônio dos sócios – art. 20 CC de 1916. 
Obs. Embora o princípio da separação patrimonial não esteja previsto no CC.2002, continua existindo, sendo esse princípio a regra. 
Assim, pelo princípio da separação patrimonial, toda vez que a pessoa jurídica descumpre suas obrigações e causar dano a outrem, quem responde é a pessoa jurídica, a ação será sempre contra a pessoa jurídica – não se coloca os sócios no pólo passivo da demanda. A ação de conhecimento é contra a pessoa jurídica. 
Se a pessoa jurídica não tiver patrimônio suficiente, na fase de execução da sentença é que se pede a desconsideração da personalidade jurídica da P.J. e que execute o patrimônio dos sócios.
A desconsideração da personalidade jurídica da P.J. é sempre uma medida excepcional, a regra é executar o patrimônio da empresa e somente o da empresa, excepcionalmente perseguir o patrimônio dos sócios e administradores. 
Requisitos 
  
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
Desvio de finalidade – O desvio de finalidade pode ser entendido como o uso indevido ou o destino diferente que se deu à coisa em vez do destino que, no caso da pessoa jurídica, deveria ser aquele previsto em seu s estatutos, para os fins sociais nele previstos. O desvio de finalidade como a utilização de meios ou a busca de fins que não vão a favor da pessoa jurídica, mas a favor de outrem, sócio ou qualquer beneficiário.
EX.– uma finalidade lícita praticando uma finalidade ilícita, 
Toda vez que uma P.J. estiver numa situação de desvio de finalidade, causar dano a terceiro e não tiver patrimônio para responder pelas dívidas, quem será executado será seus sócios ou administradores.
Confusão patrimonial - A confusão do patrimônio ocorre quando se mostra ao menos dificultoso distinguir entre os patrimônios da pessoa jurídica e do beneficiário, de modo a impossibilitar o discernimento das obrigações concernentes a cada um deles, ou seja, quando os sócios se utilizam do patrimônio da P.J. como se fosse seus, ou seja, desrespeitando o princípio da separação patrimonial.. 
ATENÇÃO! 
A desconsideração da personalidade não extingue a pessoa jurídica. A desconsideração da pessoa jurídica NÃO É medida de Direito Civil, é simples ATO PROCESSUAL em que o juiz da demanda, na fase de execução determina a inclusão dos sócios no pólo passivo. A pessoa jurídica não desconstituída, não vai deixar de existir.
Domicílio da pessoa jurídica 
Domicílio: é a sua sede jurídica, onde os credores podem demandar o cumprimento das obrigações; é o local de suas atividades habituais, de seu governo, administração ou direção, ou, ainda, o determinado no ato constitutivo.
Domicílio Plural: Característica que merece destaque é a de que a pessoa jurídica dispuser de estabelecimentos em lugares diferentes, será dotada de domicílio plural.
Domicilio da pessoa jurídica de direito público interno 
Diz o Código que o domicílio: (art. 75 CC)
a) da União é o Distrito Federal; 
b) dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
c) dos Municípios, o lugar onde funcione a administração municipal. 
Obs: as autarquias e as demais entidades de caráter público criadas por lei foram enquadradas na categoria genérica das chamadas demais pessoas jurídicas de que cuida o Código Civil , a cujo regime jurídico equiparam-se para efeito de domicílio. 
Preponderância do domicílio - O domicílio da pessoa jurídica de direito privado é o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, isto quando dos seus estatutos não constar eleição de domicílio especial. 
O parágrafo 1º do mesmo artigo estabelece que se houver mais de um estabelecimento relativo a mesma pessoa jurídica, em lugares diferentes, cada qual será considerado domicílio para os atos nele praticados
Domicílio das demais pessoas jurídicas 
À exceção da União, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios, as pessoas jurídicas, de direito público interno ou de direito privado, têm como domicílio: 
a) o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações; 
b) o lugar designado no estatuto ou contrato social ou ato constitutivo. 
Na definição certeira do domicílio, examina-se, em primeiro diagnóstico, a disposição legal encartada nos atos legais da pessoa jurídica. 
Caso a pessoa jurídica só tenha sede no estrangeiro, em se tratando de obrigação contraída por agência sua, levar-se-á em consideração o estabelecimento, no Brasil, a que ela corresponda, como emana do parágrafo 2º do já citado art. 75, CC. Dispõe a Súmula 363, do STF: "A pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no domicílio da agência, ou do estabelecimento, em que se praticou o ato".  
O Código de Processo Civil, em seu art. 88, I, e no parágrafo único, também disciplina a matéria, dispondo: 
"Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando: 
I - o réu, qualquer que seja sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
Parágrafo único. “Para o fim do disposto no n° I, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal”. 
Fim da pessoa jurídica 
A pessoa jurídica tem o seu fim através da dissolução, deliberada entre seus membros, ou quando é cassada a autorização para seu funcionamento, porém subsiste até a conclusão da liquidação. Concluída a liquidação, será cancelada a inscrição da pessoa jurídica. Ainda poderá ter seu fim por determinação legal ou por ato do governo.

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