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Colelitíase e colecistite Não causam icterícia obstrutiva Icterícia obstrutiva é qualquer coisa que impeça o fluxo normal da bile (do fígado para o duodeno) Bile: Emulsificador de gorduras (facilita a digestão) Secreta-se bile quando se alimenta de alimentos gordurosos Gordura passa pelo final do estomago e inicio do duodeno e estimula as células da parede do duodeno a produzir CCK CCK é estimulada pela ingesta de alimentos gordurosos a secretar a bile no duodeno. Faz a contração da vesícula biliar para jogar a bile para o ducto cístico. Quando há liberação de CCK, há relaxamento do esfíncter de Oddi (que permanece contraído para não ficar saindo bile direto) e a bile entra em contato com os alimentos gordurosos do duodeno. Duas funções principais da CCK: Contração da vesícula biliar Relaxamento do esfíncter de Oddi Colelitíase causa dor, pois há ingesta de alimentos gordurosos, a vesícula cheia de cálculos contrai para jogar a bile para o duodeno, além de jogar bile, um dos cálculos dentro da vesícula pode ir para o ducto cístico e impactá-lo, gerando todo o processo inflamatório. Obstrução do ducto cístico -> aumento da pressão dentro da vesícula (que fica contraindo para tentar vencer a obstrução) -> proliferação bacteriana -> isquemia -> necrose -> perfuração Colelitíase: cálculos na vesícula biliar Tipos de cálculos: Cálculos de colesterol (80%) vesícula biliar Cálculos pigmentados pretos (15%) Cálculos pigmentados coloridos (5%): exclusivamente na via biliar principal Prevalência na população: 10-20% Cálculos de colesterol: Colesterol, sais biliares e lecitina vivem em harmonia. O desequilíbrio entre colesterol e sais biliares há risco aumentado de cálculos de colesterol, se não for dissolvido, pois fica precipitado. Bile litogênica: bile com tendência a formação de cálculos Estase de bile na vesícula Hipomotilidade da vesícula Não contrai tão bem, mesmo com a CCK liberada Não expulsa a bile desequilibrada (com alto colesterol) Bile precipita Formação de cálculo Fatores de risco: Sexo feminino Idade >40 anos Obesidade aumento de colesterol Multípara ACO Emagrecimento rápido secreta o excesso de colesterol, jogando-o na bile Doenças no íleo terminal (onde há a reabsorção dos sais biliares) doença de Chron: diminuição de sais biliares Estrogênio aumenta a secreção e excreção de colesterol na bile Progesterona: hipomotilidade da vesícula (multípara) Cálculos pigmentados: Cálculos pretos: -Hemólise crônica: Paciente degrada muita hemácia, formando muita BI, o fígado tenta transformar tudo em BD, forma uma bile supersaturada de BD, o aumento de BD na vesícula estimula a enzima beta-glucuronidase que fica na parede da vesícula (responsável pela desconjugação do excesso de BD dentro da vesícula biliar – a BD torna-se BI – BI se junta com cálcio, formando bilirrubinato de cálcio – composto do cálculos pretos). -Cirrose hepática Cálculos castanhos: Infecção crônica: -Obstrução prévia da via biliar por parasitismo, gera estase de bile na via viliar, que faz proliferação bacteriana, que são produtoras da betaglucurinidase, levando a formação do bilirrubinato de cálcio. -Parasitismo da via biliar (Chionorchis sinensis- oriente-, Ancylostoma duodenale e Ascaris lumbricoides). Manifestações clínicas: Maioria assintomática Dor biliar + vômitos Dor abdominal em HCD Dor de forte intensidade, em aperto constante Pode irradiar para o dorso Dor referida em obro direito -Casos sintomáticos: colecistectomia VLP -Casos assintomáticos: conservador Existem exceções Indicações de cirurgia em colelitíase assintomática: Vesícula em porcelana: calcificação da parede da vesícula (achado de USG) -> aumenta o risco de malignidade Pólipos associados a cálculos -> risco de malignidade Vesícula com anomalias congênitas Anemias hemolíticas com cálculos >2cm -> risco de malignidade Pacientes jovens e do interior -> indicação relativa Colecistite aguda litiásica: Inflamação aguda da vesícula biliar por formação de cálculo Lectina na parede da vesícula -----------------> lisolectina (potente irritante da parede da vesícula) fosfolipase A na parede da vesícula Nas primeiras 48h: inflamação química pela lisolectina Obstrução do ducto cístico Vesícula contraindo sem conseguir liberar bile Aumento de pressão na vesícula Proliferação bacteriana Isquemia Necrose Perfuração Quadro clínico: Dor abdominal (dor dura mais de 12h) Vômitos Febre Sinal de Murphy positivo (interrupção brusca da inspiração durante a compressão do ponto cístico) Leucocitose Diagnóstico: Critérios de Tokyo 2018: -Sinais locais: Sinal de Murphy positivo Plastrão em HCD: massa inflamatória/ dolorosa a palpação -Sinais sistêmicos: Febre Leucocitose PCR elevado -Confirmação por imagem: USG de abdome RNM TC (o melhor) Suspeita: um sinal sistêmico e local Diagnostico: um de cada Achados no exame de imagem que sugerem: Espessamento da parede da vesícula biliar >4mm Aumento da vesícula biliar (long >8cm, trans >4cm) Cálculo impactado no infundíbulo Acúmulo de líquido ao redor da vesícula biliar Sinal de Murphy ultrassonográfico Tratamento: Sintomáticos Dieta zero (faz parte do tratamento também, pois a ingesta de alimentos gordurosos pode gerar dor) Hidratação venosa Antibioticoterapia (ceftriaxona + metronidazol opcional pois não tem bactérias anaeróbias) Colecistectomia de urgência (existe risco de perfuração e complicações mais graves) Complicações: -Empiema de vesícula (pus na vesícula) + sepse -Necrose e perfuração: 3 destinos livre- coleperitônio: bile no peritônio-, bloqueada- abscesso, fístula para o duodeno – colecisticaduodenal, para o cólon – colecistocolônica, para o estomago-colecistogástrica -Colecistite enfisematosa (gás na parede da vesícula)
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