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1 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 5°P MEDICINA 3M3 – FISIOPATOLOGIA DA TOXOPLASMOSE Toxoplasmose é causada pelo parasito Toxoplasma gondii. Trata-se de um protozoário intracelular obrigatório, que infecta diversas espécies de animais, entre aves e mamíferos. A toxoplasmose é uma doença prevalente em todo o mundo, podendo apresentar positividade sorológica próxima a 80% da população em determinados países. Toxoplasmose é causada pelo parasito. É a doença do gato. Toxoplasma gondii – protozoário. AGENTE ETIOLÓGICO E ASPECTOS MORFOLÓGICOS: Está relacionada aos hábitos culturais, ao descontrole populacional de gatos abandonados, ao clima favorável para o desenvolvimento da forma infectante do parasita entre outros. Na França, algumas áreas apresentam prevalência superior a 80%, ao passo que no Japão não ultrapassa 10%. TRANSMISSÃO: Conforme já relatado, várias espécies são capazes de ser infectadas com o protozoário. No entanto, isso não significa que todas elas têm a capacidade de contaminar o solo com oocistos eliminados nas fezes. Apenas os membros da família Felidae, na qual está inserido o gato doméstico, são capazes desse feito. Esta questão é importante, pois muito se discute sobre a possibilidade de pombos e outras aves, ou até o cachorro, levarem os humanos a desenvolverem toxoplasmose, contudo, estes animais não eliminam em suas fezes as formas infectantes do parasito, apenas seriam fontes de infecção caso nos alimentássemos da sua carne contendo cistos do protozoário e, ainda assim, crua ou mal-cozida. Assim, os felídeos, e principalmente o gato, no contexto urbano, são os únicos hospedeiros definitivos para o Toxoplasma gondii, ou seja, são os únicos que permitem a reprodução sexuada deste parasito, e eliminam oocistos não esporulados que saem juntos das fezes contaminando o solo. • Ingestão de oocistos esporulados, presentes em alimentos e águas, devido à contaminação do solo por fezes de gatos infectados, ou durante a limpeza da caixa de areia do gato doméstico; • Carne crua ou mal-cozida, contendo cisto do parasita no tecido; • Via transplacentária, ou seja, pela infecção da mãe durante o período gestacional e a passagem do parasita para o feto através da barreira placentária • Transfusão sanguínea ou transplante de órgãos de indivíduos previamente infectados. GRUPOS DE RISCO: • Imunocomprometidos, como os portadores do vírus HIV e pacientes transplantados, por exemplo. Estes possuem maior dificuldade de conter o parasito pelo sistema imune, permitindo a forma taquizoíta deste, que é a de multiplicação rápida, invadindo assim diversos tecidos e, eventualmente, o sistema nervoso central, podendo levar à apresentação de quadros graves da doença. • Gestantes soronegativas para o parasita: devido ao risco da ocorrência de infecção aguda durante o período gravídico, e de transmissão transplacentária para o feto, que é frequentemente mais grave que a toxoplasmose adquirida após o nascimento, podendo causar abortos, calcificação cerebral no feto, cegueira entre outros. O diagnóstico em paciente não imunodeprimido e não gestante tananam ---- CICLO DE VIDA: Ele transmitido através de um cisto/ovo nas fezes do animal. Em contato com a acides estomacal vira protozoitos e depois vira taquizoito. O taquizoito é a forma que produz lesão tecidual. Outros órgãos: musculatura esquelética, miocárdio, ocular, e tecido neural (neurotoxoplasmose). FISIOPATOLOGIA: Os seres humanos podem se infectar pela ingestão de alimentos ou água contaminada por fezes de gatos ou outros materiais contaminados por fezes (p. ex., terra), ou pelo contato com a areia do gato. 2 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 5°P MEDICINA Raramente, a infecção nos seres humanos é decorrente de hemotransfusão ou transplante de órgão. Raramente, ocorre transmissão transplacentária da mãe para o feto. No hospedeiro humano, os parasitas formam cistos teciduais, mais comumente no músculo esquelético, no miocárdio, no cérebro e nos olhos. Se o sistema imune conseguir combater, ele vira cisto – pode ficar assim por anos. 80% de toda a população tem IgG positivo – já teve contato com a toxo. O toxoplasma apresenta três estágios principais de desenovolvimento. Os taquizoitos causam lesão tecidual na infecção aguda, com multiplicação rápida. Os bradizoítos formam os cistos teciduais persistindo no hospedeiro por muitos anos. Os esporozoítos são as formas eliminadas nas fezes dos felinos. Depois da ingestão dos oocistos ou dos cistos teciduais, os taquizoítas são liberados e se espalham pelo corpo. Esta infecção aguda é seguida pelo desenvolvimento de respostas imunes protetoras e pela formação de cistos teciduais em vários órgãos. Os cistos podem recidivar, principalmente nos pacientes imunocomprometidos. A toxoplasmose latente é reativada em 30 a 40% dos pacientes com AIDS que não fazem profilaxia antibiótica, mas o uso difundido de SMX-TMP para profilaxia de Pneumocystis reduziu drasticamente a incidência. Taquizoitos causam a infecção aguda e a multiplicação. TOXOPLASMOSE AGUDA: A infecção aguda é normalmente assintomática, mas 10 a 20% dos pacientes podem desenvolver linfadenopatia bilateral, cervical, ou axilar discreta e autolimitada. Alguns desses casos também podem apresentar leve síndrome gripal com febre, mal-estar, mialgia, hepatoesplenomegalia e, com menos frequência, faringite, que pode mimetizar a mononucleose infecciosa e apresentar linfadenite. Linfocitose atípica, anemia leve, leucopenia e enzimas hepáticas ligeiramente elevadas são comuns. A síndrome pode persistir durante semanas a meses, mas é quase sempre autolimitada. O pct que pegou toxoplasmose, 95% vai passar com um quadro autolimitado e clínica inespecífica – trata sintomático. O problema é a neurotoxoplasmose. TOXOPLASMOSE DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: A maioria dos pacientes com AIDS ou outros pacientes imunocomprometidos com toxoplasmose apresentam encefalite e lesões intracranianas maciças com captação do contraste em anel na TC ou RM. O risco é maior entre aqueles com contagens de CD4 de < 50/mcL; encefalite por toxoplasmose é rara quando a contagem de CD4 é > 200/mcL. Esses pacientes têm tipicamente cefaleia, alteração do estado mental, convulsões, coma, febre e, algumas vezes, déficits neurológicos focais, com perda motora ou sensorial, paralisia de par craniano, alterações visuais e convulsões focais. CD4 muito baixo faz bactrim para prevenir. TOXOPLASMOSE OCULAR: Este tipo normalmente é o resultado de uma infecção congênita reativada, na maioria das vezes na adolescência e por volta dos 20 anos de idade, mas que, raramente, pode ocorrer com infecções adquiridas. Retinite necrosante focal e inflamação granulomatosa secundária de coroide ocorrem e podem provocar dor ocular, visão borrada e, às vezes, cegueira. Recorrências são comuns. Cegueira por causa infecciosa é a mais comum. INFECÇÃO DISSEMINADA SEM ENVOLVIMENTO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: A doença fora do olho e do sistema nervoso central é muito menos comum e ocorre principalmente nos pacientes imunocomprometidos. Estes podem apresentar pneumonite, miocardite, meningoencefalite, polimiosite, exantema maculopapular difuso, febre alta, calafrios e prostração. Em pneumonite por toxoplasmose, infiltrado intersticial difuso pode progredir rapidamente para consolidação e provocar insuficiência respiratória, ao passo que endarterite pode causar infarto de pequenos segmentos do pulmão. Miocardite, em que defeitos de condução são comuns, mas geralmente assintomáticos, pode levar rapidamente à insuficiência cardíaca. Infecções disseminadas, sem tratamento, são normalmente fatais. TOXOPLASMOSE CONGÊNITA: A toxoplasmose congênita resulta de uma infecção aguda primária, frequentemente assintomática, adquirida pela mãe durante a gestação.Mulheres infectadas antes da concepção geralmente não transmitem toxoplasmose ao feto, a menos que a infecção seja reativada durante a gestação por imunossupressão. Aborto espontâneo, natimortalidade ou defeitos de nascimento podem ocorrer. A porcentagem de fetos sobreviventes com toxoplasmose depende de quando a infecção materna foi adquirida; aumenta de 15% durante o 1° trimestre para 30% durante o 2° e para 60% durante o 3°. 3 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 5°P MEDICINA Quanto menor a idade gestacional maior o risco de gravidade. A doença pode ser grave nos recém-nascidos, em particular se adquirida no início da gestação; os sinais e sintomas são icterícia, exantema, hepatoesplenomegalia e a tétrade de anomalias características: • Retinocoroidite bilateral • Calcificações cerebrais • Hidrocefalia ou microcefalia • Retardo psicomotor O prognóstico é reservado. DIAGNÓSTICO: Testes imunoenzimáticos (ELISA) para a detecção de IgG e IgM. Anticorpos IgM específicos aparecem durante as primeiras 2 semanas de doença aguda, apresentam pico em 4 a 8 semanas e eventualmente tornam-se não detectáveis, mas podem estar presentes por um longo período, como 18 meses após infecção aguda. Anticorpos IgG surgem de maneira mais lenta, com pico em 1 a 2 meses, podendo permanecer altos e estáveis durante meses a anos. Se a pacientes estiver grávida e a IgG e a IgM forem positivas, deve ser feito um teste de avidez da IgG. O teste da avidez de IgG é outro exame que também pode ajudar no diagnóstico de infecção recente, particularmente em gestantes, sabendo-se que na fase aguda da doença os anticorpos da classe IgG apresentam baixa avidez, aumentando assim que se afasta da infecção aguda. Avidez alta infecção antiga crônica. Avidez baixa infecção nova aguda A transmissão vertical é confirmada pela realização de amniocentese entre 17 e 32 semanas, realizando-se a pesquisa do DNA do toxoplasma por PCR no líquido amniótico. Indicado em todos os casos de soro conversão materna ou sinais ultrassonográficos de infecção fetal. Teste de avidez: Teste de intimidade – se for alto é uma coisa crônica; se for baixo é porque se conheceram agora/é agudo. É feito se IgM e IgG positivos. Se for IgM só positivo não precisa. TRATAMENTO: Contudo, indicar o tratamento específico da toxoplasmose aguda nos seguintes casos: • Recém-nascidos • Gestantes com toxoplasmose aguda • Pacientes imunocomprometidos As drogas utilizadas no tratamento da toxoplasmose são: sulfadiazina, sulfametoxazol, pirimetamina, espiramicina e clindamicina. O ácido folínico é adicionado aos esquemas que contenham a pirimetamina devido à mielotoxicidade. Espiramicina em gestantes no quadro agudo de toxoplasmose pode reduzir em até 50% a transmissão vertical. Caso a infecção fetal seja confirmada pelo procedimento invasivo: deve-se iniciar o tratamento com sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico e mantê-lo até o parto.
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