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Inquérito Policial e Persecução Penal

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Aula 03 
Inquérito Policial
É uma peça que pode ser suprimida através de comunicação direta com o MP ou Juiz.
Cominação abstrata (art. 1 CP + art. 5º, XXXIX, CF)
Nos artigos 121 a 329-H do CP temos os crimes espécie, mas esses crimes possuem uma culminação abstrata no sentido de que é lançado um tipo que está a espera de um agente que o pratique. Então, um indivíduo que mata alguém, estaria cumprindo com o disposto no art. 121 do CP. Mas na realidade, ele está transgredindo em função do um preceito primário e um secundário. O primário consiste na descrição da conduta proibida (crimes em espécie), já o secundário consiste na sanção penal, na medida em que decorre da violação do preceito primário. Então, temos uma cominação abstrata, observada no art. 1º do CP combinado com o art. 5º, XXXIX da CF. No inquérito policial não estamos mais na esfera abstrata, pois houve alguém cometeu uma infração penal. 
A visualização que devemos ter no inquérito policial é se essa prática da infração penal ocorreu com alguma excludente de antijuridicidade, ou se o fato foi praticado a titulo de dolo ou culpa. Então, quem vai delinear essa visualização é o inquérito policial, mas quem vai confirmar ou não é o MP. Porém, na maioria das vezes o que é feito no inquérito policial é recepcionado pelo MP na denúncia. O inquérito policial não é peça imprescindível, pode ser suprimido através de uma comunicação direta ao MP ou ao juiz. O juiz, nesse caso, remeterá ao MP para tomar conhecimento e providências. 
Persecutio Criminis:
Persecução penal nada mais é do que o procedimento penal que comporta a fase do inquérito policial e a fase da ação/processo penal.
Momentos de persecução
- Investigação – IPL – ação penal
Na persecução penal nós temos uma investigação preliminar, que é o inquérito propriamente dito. O art. 5, §3º da CF diz que a autoridade policial, depois de verificar a procedência das informações quanto à existência de infração penal que chegaram ao seu conhecimento por qualquer pessoa do povo, mandará instaurar inquérito. Verificar a procedência das informações (VPI) seria a investigação preliminar, se qualquer informação de infração penal cometida se tornasse inquérito, iria assoberbar o MP. Então, a autoridade policial na investigação preliminar, feita por um setor próprio da delegacia, faz uma averiguação do que foi comunicado no boletim de ocorrência para verificar um elemento mínimo para que se possa instaurar o inquérito. Caso negativo, isso é acautelado pela autoridade policial, e não arquivado, pois o art. 17 do CPP fala que quem manda arquivar é o MP e juiz conferirá ou não se deve ser arquivado o inquérito. Esse acautelamento sofrerá uma correção interna da corregedoria das policias civis para verificar se foi feito corretamente ou não. O inquérito policial é instaurado dá um subsidio para que depois haja ação penal. 
Veremos a frente que a natureza jurídica do inquérito policial é um procedimento administrativo, por isso que não pode ser nulo, apenas poderá ser irregular no caso de vícios. O art. 6º do CPP é um referencial, por que em determinas circunstancias a autoridade policial não terá que seguir nada disso. A ação penal, no rito ordinário, tem também sequenciamento no CPP, e se não for obedecido, é nulo, pois tem o contraditório e ampla defesa e deve obedecer ao rito. O inquérito policial, sendo um procedimento administrativo, a autoridade policial vai agir com discricionariedade, analisando se aquele procedimento é oportuno ou não no caso concreto. Por exemplo, a autoridade policial poderá interrogar o suposto acusado no primeiro dia de investigação, diferentemente do que ocorre no processo, que deve obedecer a uma ordem, sendo o acusado o ultimo a ser inquirido. Então no inquérito policial as fases podem ser alternadas em função da conveniência da apuração do fato, sem correr risco de nulidade por ser um procedimento administrativo. 
Então temos a primeira fase, a fase do inquérito (fase preliminar), a segunda é a ação penal e a terceira é a execução penal, fornecida através da denúncia com trânsito em julgado Art. 5, LIV CF: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.” (dúvida: a execução está dentro da persecução penal? Ou esta consiste apenas no inquérito e ação penal?)
Objeto
- Preparar a acusação, FATO + AUTORIA
- Invocar a tutela jurisdicional do Estado
O objeto do inquérito policial fornece materialização do fato e a autoria, para que o MP promova a denúncia. O inquérito polical serve de base para a denúncia. Quando o crime é de interesse é público, é um crime de ação público (homicídio); quando o interesse é misto, a ação pública é condicionada a representação do ofendido (furto); quando o interesse é do particular, é de ação privada; e quando o interesse é muito particular, a ação privada é personalíssima (art. 266 e 140 CP). Na ação privada e na pública condicionada a representação, o individuo pode dispor da ação, mas a ação pública é indisponível. A exceção quanto à indisponibilidade está no fato do MP não estar obrigado a denunciar, quando for nos tipos da lei 9099 (menor potencial ofensivo). Quando o MP oferece a transação penal, estaria dispondo da ação. A regra é de que não possa dispor, essa transação seria uma fase pré-processual. Essa ainda seria uma fase administrativa. Isso seria uma mitigação da indisponibilidade. Mas, se o individuo não aceitar a transação, o MP promoverá a denúncia, mas depois o processo será suspenso pelo juiz, não terá sentença. Então, o objeto do inquérito é: dar base (fato e autoria) para o MP denunciar (invocação da tutela jurisdicional do Estado). Dúvida: esse seria o objeto ou o objetivo? Seria da persecução penal ou do inquérito policial? Esse professor é um bosta. 
 Notitia criminis: 
Notitia criminis seria quando a autoridade policial toma conhecimento do crime.
- Espontânea: a autoridade policial age sem ser requisitada. Quando toma conhecimento de um crime por pelo jornal, por exemplo, e toma as devidas providências.
- Provocada: Neste caso, a autoridade policial está sendo provocada. Quando alguém peticiona que foi roubado, furtado, etc. e pede providencias, ou quando o MP requisita. Quando o particular peticiona, sendo o caso de ação penal privada, instaurado o inquérito, o particular deverá oferecer a queixa crime (versão da denúncia nos crimes de ação penal privada). Ou seja, o ofendido deve movimentar tudo. Já nos tipos de ação penal pública condicionada, se já tiver sido atendido o requisito de representação da parte ofendida, vai fluir normalmente, como se fosse incondicionada, remeterá ao MP para oferecimento de denúncia. Em qualquer ação, publica ou privada, existe a fiscalização pelo MP. 
Opinio delicti
Seria a suspeita da ocorrência de delito. Ou seja, o inquérito policial deve oferecer ao menos a suspeita de existência do crime e de sua autoria, dando base à denúncia ou queixa. 
Inquérito policial
Definição: 
Procedimento administrativo que serve de base ao oferecimento da denúncia ou queixa. 
Função: 
Servir de base à acusação (art. 12 CPP). Serve para formar a opinião do MP ou querelante para o oferecimento da denuncia ou queixa.
Objeto: 
Demonstrar autoria + materialidade (art. 4, § único, CPP). Quando o ofendido peticiona pela instauração do inquérito policial, não é determinada a autoria. O inquérito irá determinar o autor do tipo, para depois ficar a disposição do querelante para que ofereça ou não a queixa, já que nesse caso, trata de ação penal privada. Diversamente do crime de ação penal pública incondicionada ou condicionada a representação, pois se no final do inquérito for apontado pessoas indiciadas, tendo o MP analisado que possui o mínimo de substrato, está obrigado a denunciar. Então, o inquérito policial serve para formar a opinio delicti do MP ou do ofendido.
Modalidades
IPL (art. 4 CPP)
Inquérito administrativo (art. 4, § único, CPP)
O art. 70 da lei 6815/80 (estatuto do estrangeiro), fala da expulsão do estrangeiro onde deve serinstaurado o inquérito administrativo. O estrangeiro quando é nocivo ao ambiente nacional, é expulso através de um inquérito administrativo. Então, quando o estrangeiro comete um crime, na sentença o juiz o condenará e o expulsará do país após o cumprimento da pena. Só teve um caso de expulsão revogada no Brasil. O caso do padre que se manifestou contra a ditadura e que foi expulso do país pelo então presidente Figueiredo por meio de um inquérito administrativo, que foi revogado posteriormente pelo presidente Itamar Franco.
IPM – inquérito policial militar
Fatos praticados dentro de repartições militares ou tipos penais militares.
Inquérito judicial (art. 103 da lei 7661)
Foi revogado pela nova lei de falência. Não existe mais.
CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito (Lei 1579 e art. 58, §4º CF)
Realizada a CPI, encaminhará ao MP para este verificar se existe ou não resquícios para oferecimento de denúncia. 
Competência (art. 4, § único, CPP)
O termo competência utilizado no § único do art. 4 CPP não é técnico, pois só que possui competência é o juiz. O MP e a autoridade policial possuem atribuição. Então essa competência descrita, pode ser dividida em ratione loci, ratione matéria, e ratione personae.
Ratione Loci (art. 69, L, e art. 70 CPP)
Seria a competência em razão do local da ocorrência do fato. As delegacias policiais, especialmente da policia civil, são divididas em circunscrições, normalmente separadas por regiões administrativas. Então o delegado da 29ª DP, possui atribuição para aquela região, para aquela circunscrição. 
Ratione material
Seria a competência em função da matéria que trata, estaríamos diante do aspecto especialização. Ex: delegacia de homicídios, de roubos e furtos, de entorpecentes, etc. Na esfera federal, a superintendência da PF é dividida em varias delegacias que tratam de matérias especificas, ex: no aeroporto, trata só do estatuto do estrangeiro; delegacia fazendária; delegacia previdenciária; de crimes financeiros; delegacia que trata só do estatuto do desarmamento; etc. Assim como existem Comarcas de Vara única, nas cidades em que só tem uma delegacia, a autoridade policial vai tratar de qualquer matéria.
O art. 109 fala da competência dos juízes federais. Ex: se ocorrer um roubo no Banco do Brasil, quem apura é a policia federal, já que não se trata da união, mas sim de sociedade de economia mista (Petrobras também). Mas se fosse um roubo na Caixa Econômica Federal, seria competência da PF. Porém, independente de ser ou não a União, se for uma contravenção penal, não será de competência da Policia Federal. Existem casos que, independente disso tudo, por uma questão política, quem investiga é a Polícia Federal, mesmo não sendo de sua atribuição. 
Ratione personae
Em função da pessoa. Um juiz ou um promotor não podem ser presos em flagrante pela autoridade policial, apenas pelos Tribunais Superiores. Quem julga o promotor é o pleno do TJ. Então, determinados cargos possuem privilégios, logo, não é a pessoa em si, mas o cargo (mas a pessoa vai junto).
Princípios do IPL
Princípio da obrigatoriedade: 
Crimes de Ação Penal Pública Incondicionada -> instaura; Ação Penal Pública condicionada a representação; instaura; Ação Penal Privada -> com manifestação do querelante.
Se o crime for de ação pública incondicionada, é obrigado instaurar inquérito. Se por pública condicionada, instaura se tiver representação. Ação privada, só instaura se houver manifestação do ofendido, ex: estão quebrando um carro e a policia vê. Ela pode até deter e inibir o fato, mas só instaura inquérito e prende em flagrante com a representação do querelante. Tanto na ação penal privada, quanto na condicionada à representação, o principio é da oportunidade e não da obrigatoriedade. Quem tem o poder da oportunidade na privada é o lesado ou ofendido, que vai suscitar a ação da autoridade policial. 
Princípio da oficialidade
Art. 144, §4º, CF: inquérito cabe à autoridade policial
A própria constituição diz quem trata do inquérito policial, sendo este a autoridade policial. 
Principio da indisponibilidade
Não pode deixar de instaurar inquérito – art. 319 CP: crime de prevaricação
A autoridade policial não pode dispor do inquérito policial, por isso existe o crime de prevaricação (deixar de fazer ato de ofício). Se ele procrastinar o andamento do feito, responderá por prevaricação. Antes, quem cometia esse crime tentava alegar que a conduta foi culposa. Porém, com a lei de improbidade administrativa, não importa mais se foi por dolo ou culpa, será crime de qualquer forma.
 Natureza jurídica do IPL
Procedimento administrativo. 
Características do IPL
Inquisitoiral:
O indiciado e as parte serão objetos no trato da ação. É inquisitivo, pois só quem pergunta é a autoridade policial. O objeto do inquérito policial é só colher provas para o MP denunciar ou pedir o arquivamento. Não há contraditório, é apenas inquisitivo. 
Formal
Art. 9 CPP - deve obedecer a um sequenciamento. Mas deve ser observado que trata de procedimento administrativo, logo pode ser invertido o sequenciamento pela conveniência da apuração do fato, sem acarretar em nulidade. 
Sigiloso
O Estatuto da OAB diz que o advogado tem acesso ao inquérito, desde que haja a devida procuração da parte interessada. A súmula 14 do STF diz que é direito do defensor ter acesso amplo aos elementos de prova que estejam documentados no inquérito policial. Então deve estar documentado no inquérito, o que estiver em apartado (ex: interceptação telefônica) não estará disponível. Quando é decretado o segredo de justiça, ninguém terá acesso, o advogado só terá acesso ao que for atinente ao seu cliente. Só quem tem acesso indiscriminado ao inquérito é a autoridade policial, o juiz e o MP. 
Escrito
Tudo deve ser reduzido a termo.

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