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1 1° Etapa da FC cair na corrente sanguínea Fármaco atingir a corrente sanguínea Fármaco circulando pela corrente sanguínea sistêmica Fármaco sendo transformado quimicamente (ser alterado para agir mais ou menos em uma célula [potência] e isso é feito por enzimas – fígado, rins e pele) Eliminação do fármaco após sua ação Farmacocinética ↪ Administração ↳ Forma farmacêutica ↳ Via de administração Absorção Distribuição Metabolização Excreção ↪ A farmacocinética (FC) representa o movimento do fármaco no corpo (ela depende da forma farmacêutica, a maneira como o fármaco foi colocado dentro do medicamento, e a via de administração, que é a porta de entrada para o fármaco, ou seja a forma farmacêutica usa a via de adm para pôr o fármaco dentro do corpo e uma vez que o fármaco entra, se inicia a farmacocinética) e está dividida em 4 etapas sendo: ↳ 1° etapa: Absorção ↳ 2° etapa: Distribuição ↳ 3° etapa: Metabolização ou Biotransformação ↳ 4° etapa: Excreção Válidos para fármacos de ação sistêmica. Para de ação mistas vão realizar as 4 etapas quando forem lipossolúveis (caiu na corrente sanguínea, faz as 4 etapas da farmacocinética) . OPA! Via mista fármaco hidrossolúvel faz ação local e não cumpre as 4 etapas da farmacocinética, mas cumprem a 3° e a 4° etapa que é a metabolização e a excreção. Ex.: fármaco hidrossolúvel colocado na pele ou no coro vai ter ação local e fazer metabolização e excreção, porque na pele existem enzimas que vão agir em cima do fármaco, portanto são as enzimas que fazem a sua metabolização e a excreção vai se dar através do suor. ↪ A forma farmacêutica e a via de administração não fazem parte da farmacocinética, porém interferem diretamente nela, pois a forma farmacêutica e a via de administração depositam o fármaco em um local e permitirá a absorção, que é a primeira etapa da farmacocinética • Absorção ↪ Primeira etapa da farmacocinética ↪ Representa o fármaco cruzando os tecidos e atingindo a corrente sanguínea. (primeiro ele atinge os capilares e depois se concentra em artérias e veias). Esta etapa ocorre em cada tecido onde o fármaco foi administrado sendo as vias parenterais intramuscular e subcutânea, a via sublingual e a via retal as mais rápidas em atingir a corrente sanguínea. Já a via oral é a via mais lenta em ser absorvida. (todos são ações sistêmicas, para ação mista só os fármacos lipossolúveis) ↪ Este gráfico representa a velocidade em que os fármacos atingem a corrente sanguínea de forma parenteral. (compara a velocidade com que o fármaco atinge a corrente sanguínea nas vias sistêmicas... via oral, parentais, sublingual e inalatória. Compara também a via mista se o fármaco for lipossolúvel... via retal, vaginal) ↳ A) A via mais rápida de todas é a intravenosa (IV), pois o fármaco é administrado diretamente na corrente sanguínea sistêmica (veia) e assim o fármaco não precisa fazer esforço para cruzar nenhum tecido, pois a agulha cruza a parede do Farmacocinética 2 vaso e coloca o fármaco diretamente no sangue. Por isso se diz que a via IV é a única onde não ocorre absorção, pois o fármaco já e administrado direto no sangue. (no minuto 1 dá administração já se tem o fármaco 100% na corrente sanguínea, mostrando que é a via mais rápida, por outro lado a queda da concentração do fármaco na corrente sanguínea, da dose, é rápida também. Aqui não existe o padrão de meia vida bem desenhado porque a ideia da IV é ação rápida [urgente] e não contínua) ↳ B) A segunda via mais rápida é a intramuscular (IM), pois o fármaco é administrado no musculo, crua as paredes das células e chega até os vasos sanguíneos. (No IM o fármaco é adm no musculo esquelético que é bastante irrigado (muita vascularização) então o fármaco consegue cruzar os tecidos e atingir os vasos sanguíneos com facilidade. 100% da dose em 5 a 10m. A via inalatória é equivalente) ↳ C) A terceira via mais rápida das parenterais é a subcutânea (SC) sendo o fármaco é administrado no tecido adiposo, cruza tecidos e atinge a corrente sanguínea. Aqui podemos colocar também as vias retal e sublingual, tão rápidas quanto a subcutânea. (100% da dose em ±20m, outras vias que tem o comportamento semelhante é a sublingual, retal [apesar de ser via mista, se o fármaco for lipossolúvel a ação sistêmica vai ser mais rápida, ou seja, lembrando que as vias permitem a ação local e sistêmico e o que determina qual vai ser mais predominante é o fármaco. Ex.: supositório contendo dipirona – antitérmico e analgésico, sendo uma ação mais sistêmico; supositório de glicerina – diluir fezes, sendo uma ação mais local]) ↳ D) A quarta via a mais lenta, representa a via oral onde o fármaco deve cruzar muitos tecidos e só depois chega na corrente sanguínea. (demora ± 45m a 1h para o fármaco atingir a corrente sanguínea, isso vai variar e depender se o estomago vai estar cheio ou parcialmente vazio. OPA! Existem fármacos precisam estar com o estomago vazio como o hormônio da tireoide, omeprazol, já outros fármacos o ideal é tomar depois da refeição como vitaminas, porque são melhores absorvidas quando se tem conteúdo no estomago, principalmente as vitaminas lipossolúveis, vit A, D, E, K, ômega 3, que são melhores absorvidas em conteúdos gordurosos. A análise de tomar 1h ou 2h depois das refeições é o ideal para absorver mais rápido, mas nem sempre é o ideal para proteger o estômago) Após cruzar diversos tecidos o fármaco atinge a corrente sanguínea e inicia a primeira etapa da farmacocinética. Todas as vias de administração apresentam a absorção, exceto a via parental IV, pois o fármaco não necessita cruzar nenhum tecido, ele é administrado direto na corrente sanguínea. Medicamento mole Med. duro FF sólidas Vasos sanguíneos Corrente sanguínea Sublingual Fármaco lipossolúvel Via cutânea/utópica Agulha vai colocar o fármaco direto no sangue, sem a necessidade de passar pela etapa da absorção Ex. de ação local subcutânea na estética é o ácido hialurônico (hidrossolúvel) 3 ↪ Transporte pela membrana plasmática OPA! Se o fármaco estiver em uma via mista e for mais lipossolúvel ele vai fazer ação sistêmica por conta da facilidade em atravessar a membrana, já se for mais hidrossolúvel vai fazer ação local por ter dificuldade de entrar na membrana já que ela é fosfolipídica. Agora se a via for sistêmica não importa se o fármaco é hidrossolúvel ou lipossolúvel, ele vai cair na corrente sanguínea diretamente. ↳ Principal transporte de fármacos: transporte passivo. − Depende do gradiente de concentração ⇒ fármaco vai do local de ↑concentração para o local de ↓concentração. − Fármacos polares (hidrossolúveis) usam canais iônicos ou poros para serem transportados a favor do gradiente de concentração (difusão facilitada) − Fármacos apolares (lipossolúveis) usam os fosfolipídios da membrana para serem transportados. (difusão simples) ↪ Absorção: via oral. ↳ Todos os fármacos são levemente ácidos (pH 4,0) ou levemente básicos (pH 8,0). ↳ O estômago tem pH altamente ácido (pH 1 a 2,0) e o intestino delgado tem pH altamente alcalino ou básico (pH 9,0) (o intestino delgado tem maior área de absorção, apenas no ruminante a maior área de absorção é o estomago. Um fármaco que tem preferência em ser absorvido em estômago, lá ele vai ser 80% absorvido e no ID vai ser 20%) OPA! pH (presença de hidrogênio), quanto mais hidrogênio livre, mais ácido será aquele local. Se tiver o pH (hidrogênio) ligado ao oxigênio (OH – hidroxila), quanto mais quantitativa for essa ligação, mais alcalino vai ser o ambiente. Se tiver em equilíbrio essas relações, o pH será neutro. ↳ Dentro de um comprimido mole o fármaco possui caraterísticas de pH ácido (±4) . ↳ Dentro de um comprimido duro o fármaco possui características de pH básico (±8) . Isso serve apenas para fármacos de via oral, os outros geralmente são fármacos neutros (±7). Portanto, o fármaco de via oral tem preferência por pH levemente ácido ou básico. ↳ Fármacos levemente ácidos são melhores absorvidos no estômago (pH ácido) pois os pHs iguais deixam o fármaco não ionizado (sem carga elétrica) e mais lipossolúvel. (fármacos ácidos tem radicais livres de hidrogênio na sua estrutura e como o estômago está cheio de radicais de hidrogênio livre, isso faz com que o H+ do fármaco se sinta atraído pelo H+ do estomago, acontecendo uma dissociação, o H+ do fármaco se dissocia da sua estrutura e vai para o estômago. Portanto o sulco gástrico do estomago está em maior quantidade/concentração e atrai o H+ do fármaco, levando a uma dissociação e o fármaco vai perder esses H+ se tornando mais leve, um fármaco sem carga elétrica, não ionizado e isso o permite cruzar facilmente a membrana plasmática das células, ou seja, absorve melhor, isso justifica a regra de pH’s iguais favorecem a absorção, sendo pH’s iguais pH ácido do fármaco no ambiente ácido do estômago favorecem a absorção porque o hidrogênio do fármaco é dissociado e atraído pelo hidrogênio do sulco gástrico, aumento a quantidade de hidrogênio do sulco gástrico e diminuindo o hidrogênio do fármaco, ficando sem hidrogênio o fármaco perde suas cargas elétricas cruzando facilmente a membrana plasmática porque fica não-ionizado e menor) Camada fosfolipídica Fármacos lipossolúveis atravessam facilmente a membrana plasmática entre os fosfolipídios porque eles têm afinidade, lipídio dissolve lipídio = Fármaco lipossolúvel dissolvido pelas membranas das células (isso ocorre por difusão passiva simples, sem gasto de energia) Os fármacos hidrossolúveis precisam da ajuda de proteínas de transportes (canal iônico, abre para o fármaco passar) – difusão passiva facilitada sem gasto de energia 4 ↳ Fármacos levemente básicos ou alcalinos são melhores absorvidos no intestino delgado (pH básico), pois os pHs iguais deixam o fármaco não- ionizado (sem carga elétrica) e mais lipossolúvel. Regra da absorção oral ⇒ pHs iguais (do órgão e do fármaco) favorece a absorção do fármaco para a corrente sanguínea. OPA! Para via oral, dificilmente o pH vai ser neutro porque se for neutro na via oral não vai ser um bom lugar para ser absorvido pelo estômago e nem pelo intestino delgado, então o ideal na VO é o fármaco ter um pH originalmente na sua estrutura, com carga elétrica do hidrogênio ou da hidroxila Interações medicamentosas que acontecem na fase de absorção (2 medicamentos se interagem dificultando a absorção de um ou de outro) FF sólidas – adm com água e não leite (porque o leite tem cálcio, Ca2+ e se liga na estrutura do fármaco deixando-o ionizado [com carga elétrica] e isso dificulta a absorção) → o fármaco já havia lutado para perder sua carga elétrica de hidrogênio no estômago ou hidroxila no intestino delgado e encontra o cálcio do leite quando chega lá ganhando carga elétrica de novo dificultando a entrada na membrana plasmática (Fe+ [sulfato ferroso] não deve ser adm com outro medicamento após o seu uso... o ideal é 2h depois) Antiácidos elevam o pH do estomago para 4 e isso dificulta a absorção de fármacos ácidos. Então usar outro medicamento 2h depois do antiácido (bicarbonato de sódio, sulfato de magnésio, cloreto de cálcio – não confundir isso com omeprazol e ranitidina que são protetores gástricos ou antiulcerosos) Varfarina e marevan são utilizados para evitar tromboses, é um antitrombótico ou um anticoagulante. (interagem com alimentos verde escuro porque é rico em vit. K e isso afeta a potência, a ação dele próprio, diminuindo-a) ↪ Efeito de primeira passagem: Carac. Via Oral ↳ Devido a anatomia do trato gastrointestinal, o fármaco é carregado pelos capilares do estômago e do intestino delgado para o sistema porta-hepática (conjunto de vasos que leva o fármaco ao fígado, tudo que é absorvido no estomago ou no ID acaba passando pelo fígado rapidamente e é metabolizado antes da hora, deveria ser na 3° etapa e não na 1°), chegando no fígado e entrando em contato com enzimas que podem inativar parte do fármaco perdendo uma parte da sua dose. A outra parte escapa do fígado e volta para a corrente sanguínea ficando disponível para iniciar a segunda etapa da farmacocinética que é a distribuição. Para resolver este problema da via oral, os medicamentos administrados por essa via possuem uma dose maior do fármaco para compensar a dose que é perdida no efeito de primeira passagem Mais potente = para agir Menos potente = para ser eliminado do corpo 5 No fígado as enzimas vão agir no fármaco diminuindo sua potência (ideal para a 3° etapa da fármacocinética) perdendo 20% do fármaco que deixa de fazer efeito devido ao efeito de primeira passagem e o eliminando do corpo mais rápido, para evitar isso a indústria coloca uma dose maior nas formar farmacêuticas de vias orais Resumo das vias: oral, sublingual e retal na absorção ↳ Ação das enzimas na estrutura do fármaco, perda de 20%. ↳ Vias parenterais, vaginais, ocular e nasal se for lipossolúvel vai para a corrente sanguínea diretamente. OPA! As características individuais alteram na forma de ação do medicamento. Como por exemplo, na farmacodinâmica o fármaco age em algumas proteínas da membrana plasmática e tem pessoas que tem muitas dessas proteínas e outras menos, então o fármaco vai agir mais ou menos de acordo com a sua característica individual (por isso que tem pessoas que tomam 2 comprimidos de dipirona de uma vez, porque o fígado é menos sensível, seja por genética ou pelo hábito de tomar medicamentos com muita frequência, deixando o fígado resistente). E, também, tem pessoas que tem o fígado mais ativo, metalizando mais rápido (bons metabolizadores e maus metabolizadores), tem pessoas que tomam cafeínas as 23h da noite e dorme normalmente e tem pessoas que se tomar cafeína as 13h não dorme direito a noite. Isso significa que pessoas que tem o fígado com bastante enzima para agir na cafeína é bom metabolizador porque inativa a cafeína para ela ser eliminada do corpo e as pessoas que tem poucas enzimas para inativar a cafeínas ela vai ficar circulando pelo corpo por muito tempo, esses são os maus metabolizadores. (Em humanos, usuários de drogas e alcoólatras metabolizam alguns fármacos muito mais rápido e outros mais lentos, por exemplo quando se vai dar um anestésico em um paciente desse, precisa aumentar a dose porque vai metabolizar mais rápido perdendo o seu efeito [rápidos metabolizadores e isso não significa que é bom, as vezes é ruim]. E em humanos e animais que tem problemas hepáticos tem dificuldade de metabolizar, portanto os medicamentos de via orais devem ser administrados com muito cuidado já que o efeito de primeira passagem pode acabar sobrecarregando o fígado [hepatite C, cirrose, câncer de fígado] sendo fígados mais sensíveis). • Distribuição ↪ Segunda etapa da farmacocinética representa a circulação do fármaco pela corrente sanguínea (fármacos de ação sistêmica), chegando primeiramente nos órgãos mais vascularizados (cérebro [cruza a BHE], coração, rins, fígado) e posteriormente chegando em órgãos menos vascularizados (ossos, articulações, tecido adiposo). 6 OPA! BHE = Barreira Hematoencefálica, se o fármaco conseguir cruzar essa barreira ele chega rapidamente no cérebro porque é uma região muito vascularizada, cerca de 25% do fluxo sanguíneo sobe para o cérebro a cada batimento cardíaco. Se ele chegar no rim e estiver pronto para ir embora do corpo(condição inativada), o rim o filtra e o elimina. Barreiras que afetam a circulação do fármaco no corpo: ↳ Barreira Hematoencefálica – BHE ↳ Barreira Placentária ↳ Barreira Testicular Afetam no sentido de selecionar o fármaco que vai passar por elas ↳ Fármacos que cruzam estas barreiras: Lipossolúveis ↳ Fármacos que não cruzam facilmente: hidrossolúveis. ↳ Exemplos: Ibuprofeno por via oral vai agir no corpo inteiro, mas tende a não agir no cérebro por conta da BHE. Corticoide por via oral é lipossolúvel, vai agir no cérebro, cruzando a BHE OPA! Husky, pastor-alemão e collie não podem usar ivermectina pois ela ultrapassa a BHE por essa ser mais permeável, causando risco de neurotoxicidade e pela imaturidade da BHE em animais jovens (6 meses de idade). Pode causar tremores, desorientação, hiperestesia, hiper salivação, ataxia, ou seja, age no sistema nervoso central muito rápido BHE é uma camada a mais de células acima dos vasos sanguíneos que protege os neurônios OPA! O uso de ômega 3 é recomendável para se usar com medicamentos neurais, já que o ômega 3 é muito lipossolúvel ele deixa a BHE mais frouxa/mole/permeável, facilitando a entrada e a ação rápida de outros medicamentos que vão agir no cérebro, como, por exemplo, antidepressivos Utilizar ÔMEGA3 para aumentar a permeabilidade da BHE no uso de medicamentos do SNC (ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos, etc.) ↪ Uma vez o fármaco na corrente sanguínea, ele pode circular livre no sangue ou pode depositar em alguns tecidos ficando aderido em reservatório de fármacos. ↳ Os reservatórios são locais onde o fármaco está em maior concentração do que ele está livre no sangue. Fármacos circulam no sangue: ↳ Livres (soltos no sangue) → fármacos livres fazem efeito mais rápido e são eliminados/excretados do corpo mais rapidamente (meia vida mais curta, ex.: paracetamol 4h/4h, dipirona 6h/6h) ↳ Aderidos (ligados a outras moléculas) → aderidos é quando o fármaco está ligado a um reservatório. Fármacos em reservatório demoram mais para fazer efeito e para serem eliminados (ex.: antibiótico, antidepressivo, corticoide 12h/12h.) ↪ Os principais reservatórios para fármacos são: ↳ A) Proteínas Plasmáticas: (fármacos hidrossolúveis) − a1) Albumina: alguns fármacos ácidos podem se ligar nestas proteínas no sangue ficando aderida a reservatório. Porém, os níveis destas proteínas estão diminuídos na septicemia, na cirrose ou nos idosos. (existem pacientes que precisam tomar bolsa de albumina [IV – soro] porque essa é a principal proteína da corrente sanguínea e ela se liga a alguns fármacos, portanto ela estabiliza os níveis das proteínas em alguns pacientes e ajuda o fármaco circular melhor pelo sangue e se espalhar pelo corpo). − a2) 𝛼-glicoproteína: alguns fármacos básicos ou alcalinos podem se ligar nestas proteínas no sangue ficando aderida a reservatório. Porém, os níveis destas proteínas estão aumentados na inflamação aguda. Porém, outros tecidos também são reservatórios como: ↳ B) Tecido Adiposo (fármacos lipossolúveis): os anestésicos, benzodiazepínicos, hormônios lipossolúveis ficam aderidos neste tecido. 7 ↳ C) Tecido Muscular: o antipsicótico haloperidol (haldol) fica aderido neste tecido (tecido muscular/esquelético) (fármaco hidrossolúvel) Na corrente sanguínea 100% ou uma parte da dose vai se ligar as proteínas e vai se soltando dela conforme a necessidade, portanto a regre é que quando o fármaco está ligado na proteína ele vai respeitar a lei de distribuição de massas da química, sendo a tendencia do fármaco ir do lugar de maior concentração (vaso sanguíneo) para o de menor concentração (tecido). ↪ Reservatório de fármacos – Ligação às proteínas plasmáticas (fármacos ligados na albumina (reservatório) demoram mais tempo para serem eliminados do corpo, porque quando chegam no rim, o rim não os filtra e ele cai novamente na corrente sanguínea, portanto a meia vida é maior. Rim saudável não filtra proteína, porque essa é muito grande, rim doente pode acabar excretando, a chamada proteinúria) ↳ Quando aderido na proteína o fármaco forma um complexo fármaco+proteína temporário, porém quando o mesmo chega nos rins para ser filtrado no sangue, não ocorre a filtração (porque rim saudável não filtra proteína para sair na urina). Com isso o fármaco fica mais tempo no sangue aumentando a meia-vida (t1/2), aumentando o tempo do fármaco no sangue, determinando a posologia. − Ex: 4h em 4h, t½ de 4h; 8h em 8h, t½ de 8h; 12 em 12h, t½ de 12h (em 8h sei que o fármaco está, pelo menos em parte, aderido à reservatório. Fármaco de 4h/4h está na sua maior proporção ou 100% de maneira livre, faz efeito rápido, porém é eliminado rapidamente, meia vida curta) − 6h/6h, meia vida 6h, 70 a 80% fármaco livre e 20 a 30% fármaco ligado em albumina. − 8h e 12h 50% da dose do fármaco livre, faz efeito rápido e é eliminado rapidamente e os outros 50% da dose do fármaco ligado em proteína e faz efeito tardio e é eliminado lentamente 8 ↳ Alguns fármacos podem estar 100% livre ou 100% associado a proteína, mas na maior parte das vezes uma parcela da dose está associada a proteína e uma parcela da dose está livre no sangue. ↳ Ligação às proteínas plasmáticas OPA! Ex.: Warfarina (marevan), anticoagulante oral. Vai estar 60h dentro do organismo totalmente até ser eliminado, mas sua meia-vida, que é o que garante o efeito terapêutico, é de 24h (50% da dose). É por isso que pacientes que tomam marevan precisam ficam sem toma-lo em até 1 semana antes da cirurgia, isso porque um anticoagulante durante a cirurgia pode levar a um sangramento (hemorragia) muito grande, o sangue não estanca. Ou seja, as 60h que ele fica no corpo não garantem a sua ação, a garantia é que haja no corpo em até sua meia-vida. ↪ Interações Medicamentosas (fase de distribuição) ↳ Competição por proteínas plasmáticas (evitada na maioria das situações, mas nem sempre isso se aplica, medicamentos adm juntos que vai afetar a ação de um e outro) ⊸ Fármacos que se ligam fortemente (>90%) às proteinas plasmáticas. Ex.: antigoagulantes orais, fenitoína, estrógenos, glicocorticóides, Diazepam, AINEs ⊸ A competição entre dois fármacos pela ligação às proteínas plasmáticas resulta em aumento de fração livre de um ou ambos os fármacos – intensificação da resposta farmacológica e/ou tóxica. T½ 12h T½ 24h T½ 8h ou 12h T½ 6h T½ 6h T½ 4h 100% livre Ligação a reservatório Protetor gástrico 9 AINE tem capacidade química maior de ligação, maior afinidade com albumina. E isso faz com que o marevan que tinha efeito de 24h fazer todo o efeito em 6h, podendo gerar efeito tóxico que é efeito sangramento, sangue oculto nas fezes que é aquele que ninguém sabe que está perdendo, ou hematoma que é sangue se extravando nos tecidos da epiderme, gerando machas por toda a pele. ↳ Varfarina (marevan) ou Xarelto → anticoagulante oral ↳ AINEs deslocam a varfarina (que estava ligada a prot. Plasmática) deixando-a livre no sangue. Efeito todo de uma só vez... Sangramento. • Metabolização ↪ Terceira etapa da farmacocinética representa a transformação ou biotransformação da estrutura química do fármaco no fígado, sendo transformado para ativado (para poder agir nas células) ou inativado (para parar de agir e ser eliminado do corpo). As enzimas TGO, TGP e GAMA TRANSFERASE ajudam a saber a saúde do fígado (esteatose é o acúmulo de gordura no fígado proveniente da alimentação e de medicamentos, e essa gordura acumulada leva a um quadro de inflamação que dificulta a função do fígado podendo ser prejudicial a longo prazo) ↪ Uma vez o fármaco na corrente sanguínea, ele normalmente penetra no fígado e sofre ação de enzimas da família do citocromoP450 (CYP 450). Estas enzimas fazem reações químicas na estrutura química do fármaco transformando o fármaco para ativo ou inativo. OPA! Até aqui o fármaco já fez absorção, caindo na corrente sanguínea, uma vez dentro dela já circulou e o sangue fez a distribuição desse fármaco para todas as partes do corpo, a partir disso o fármaco cruza as barreiras e se estiver pronto para agir, age (fármaco livre), mas muitas vezes esses fármacos não estão prontos para agir precisando passar pela terceira etapa da farmacocinética para serem ativados e começarem a agir, sendo essa etapa a metabolização ou biotransformação química do fármaco. OPA! O principal órgão metabolizador é o fígado. No caso dos animais, pode ser outros órgãos também, mas o fígado continua como principal, 98% dos fármacos passam por ele. Ex.: RINS – Metabolizam a vitamina D . PELE – metaboliza alguns fármacos hidrossolúveis adm por via tópica. Aumenta a potência anticoagulante 10 Metaboliza ↳ A enzima CYP 450 de fase 1 (F1) transformou o fármaco de aspirina para ácido salicílico, esta transformação ativou o fármaco para poder agir nas células. Já na fase 2 (F2) as enzimas CYP 450 transformaram o fármaco para glicuronídeo que é inativado e vai ser eliminado do corpo. ↪ O enalapril está na coluna do fármaco inativo e não pode agir nas células por isso no fígado é transformado pela CYP de fase 1 para enalaprilato (coluna do metabolito ativo) que é ativo age nas células. O mesmo acontece para a cortisona que é transformada em hidrocortisona e a prednisona que é transformada em predinisolona. ↪ O fenobarbital está na coluna do fármaco ativo e pode agir nas células, mas não sabe como parar de agir, por isso vai ate o fígado e é transformado em hidroxifenobarbital que está na coluna do inativo e agora pode sair do corpo. Já o diazepam está na coluna do fármaco ativo, mas precisa passar pelo fígado para aumentar a sua potência, por isso é transformado por CYP de F1 em nordiazepam que é metabólito ativo (mais potente). Porém, não sabe como parar de agir, por isso é transformado por CYP de F2 em oxazepam (que está na coluna do inativo). O mesmo acontece com a succinilcolina que já pode agir, mas é transformada em de F1 para succinilmonocolina (mais potente) e depois em F2 para colina. Alguns fármacos já entram como ativos, mas por terem baixa potencia passa pelo fígado para serem transformados pela CYP450 e se tornarem mais potentes, mais ativos e agirem mais eficientemente no corpo, quando chega no fígado pela segunda vez sofre inativação (todas essas informações estão presentes na bula ou no guia de medicamentos) OPA! Alguns metabólitos ativos podem serem vendidos na forma de fármaco para os pacientes que tem o fígado mais sensível (pacientes com problemas hepáticos, animais idosos ou muito jovens), tendo como objetivo poupar esse órgão de passar por uma metabolização, principalmente aqueles metabólitos que conseguem serem eliminados na fase ativa ↪ Interações Medicamentosas (fase metabolização) ↳ Indução x inibição enzimática Enzima CYP1A2 Polimorfismo - Substratos Cafeína Clozapina Teofilina Inibidores Ciprofloxacina Fluvoxamina Mexilletina Zilruton Indutores Barbitúricos Carbamezapina Fumo +hidrossolúvel Reações químicas que a CYP450 faz e transformam os radicais do fármaco Sítio Farmacoforico, maior parte do fármaco que é mais importante para fazer efeito nas células Aspira = ácido acetilsalicílico, que é de baixa potência e precisa ser ativado Metabolito Ativo (fármaco que sofreu ação das enzimas) Metabolito Inativo e pronto para ser eliminado pelos rins Eliminados já na fase ativa depois que circula pelo corpo 11 M etaboliza Principal CYP do humano É boa para cães tb, metaboliza 50% dos fármacos Por isso que sempre se deve olhar na bula quando não deve se adm um fármaco com outro Diminuem a enzima CYP3A4 e afetam seus substratos., que serão menos metabolizados ficando mais tempo no corpo na forma ativada. Vão circular ativados por mais tempo podendo ser tóxico... Autoindução enzimática, quando um fármaco aumenta a CYP para metabolizar ele mesmo Isso estimula a metabolização mais rápida, sendo um bom metabolizador. Só que o preço disso é sempre ter que aumentar a dose para sentir o mesmo efeito ao longo do tempo Enzima CYP2C9 Polimorfismo Raro Substratos Ibuprofeno Fenitoína Tolbutamida Warfarin Inibidores Amidarona Cimetidina Fluconazol Zafirlukast Indutores Barbitúricos Carbamazepina Rifamicina ↪ Inibição enzimática (“aumentar efeito”) → ciprofloxacino (antibiótico) inibe a enzima CyP1A2 diminuindo a metabolização da clozapina, com isso esse fármaco se acumula no corpo e pode causar toxicidade devido ao aumento do seu efeito. (sonolência tontura, sedação) (isso porque os medicamentos foram adm ao mesmo tempo – interação medicamentosa) ↪ Indução enzimática (“cortar efeito”) → carbamazepina (anticonvulsivante) estimula (induz) a enzima CyP1A2 aumentando a metabolização da clozapina, com isso esse fármaco será metabolizado e excretado mais rápido, diminuindo o seu efeito. ↪ Polimorfismo → polimorfismo genético é uma alteração na produção destas enzimas (Ex.: asiáticos não contém grande quantidade da enzima CYP 2E1 que metaboliza o álcool, isso é uma genética deles, uma alteração no gene que leva a produzir menos dessas enzimas ou leva a produzir essas enzimas com uma velocidade diminuída de função enzimáticos, ficando bêbados mais rápidos, ruborizados) OPA! Cães possuem grande quantidade de CYPS (volume) facilitando a metabolização. No geral cães metabolizam muito bem . Roedores não tem tantas CYPS, mas elas atuam de forma mais rápidas, sendo mais fácil de tratar . Equinos não tem nem tantas CYPS e as que tem não agem tão rápido, sendo mais difícil de tratar, acometendo sobrecarga hepática por ter pouca variedade e volume de CYPS Gatos tem pouca glicoruniltransferase que é uma CYP de fase 2 que metaboliza o paracetamol, por isso que esse fármaco é problemático para eles, porque devido a poucca quantidade de enzima glicoruniltransferase que é uma CYP de fase 2 que adiciona o radical glicuronídio que faz a conjugação e deixa o metabolito mais hidrossolúvel, portanto esse animal pode ser intoxicado com paracetamol, gerando um quadro de hepatite medicamentosa. ↳ Indução x inibição enzimática Enzima CYP2E1 Polimorfismo - Substratos Paracetamol Álcool Isoniazida Anestésicos gerais Inibidores Álcool agudo Dissulfiram Isoniazida Indutores Álcool crônico Isoniazida Enzima CYP3A4 Polimorfismo - Substratos Alprazolam Carbamazepina Ciclosporina Ergotamina Felodipina Lovastatina Saquinavir Terfenadina Triazolam Alcalóides da Vinca Inibidores Claritromicina Ciclosporina Eritromicina Itraconazol Cetoconazol Ritonavir Indinavir Verapamil Zafirlukast Indutores Barbitúricos Carbamazepina Griseofulvina Fenitoína Primidona Rifamicina Troglitazona Metaboliza Metaboliza 12 OPA! CYP boas para cães: CYP 3A4, CYP 3A12, CYP 3A26. PS.: Fármacos que agem no SNC normalmente fazer autoindução enzimática Pobres metabolizadores de cafeína inativam lentamente qualquer dose de cafeína e ficam com o efeito da cafeína sobretudo no sono por bastante tempo. Bons metabolizadores possuem grandes quantidades de CYP 1A2 e metabolizam rápido a cafeína. Não sentem o efeito sobre o sono. Os negros são pobres metabolizadores da enzima CYP2D6, os asiáticos são pobre metabolizadores da CYP2C19 que são as que metabolizamo álcool. Os cães da raça galgo são pobre metabolizadores da enzima CYP2B11, não metabolizam bem o propofol que é um anestésico geral. Isso tudo se deve a característica de polimorfismos genéticos Existem exames genéticos que detectam esse polimorfismo na enzima CYP ↳ Alguns antibióticos são indutores enzimáticos de CYP450. Aumentam a metabolização dos anticoncepcionais hormonais (estrógeno) aumentando a sua metabolização e excreção. Com isso ocorre diminuição do efeito do anticoncepcional. (por isso mulheres acabam engravidando quando fazem o uso de antibióticos com anticoncepcionais. Ocorrendo a interação medicamentosa de indução enzimática) ↳ O mesmo ocorre com os anticonvulsivantes associados a anticoncepcional. (indução enzimática) Resumindo a metabolização.... Metabolização é transformar, fazer transformações químicas através de várias reações químicas (oxidação, acetilação, hidroxilação para a fase I e conjugação/glicuronídeo para a fase 2). O principal órgão que faz a metabolização é o fígado através de um conjunto de enzimas citocromo P450 – CYP450. Essas enzimas metabolizam para a fase 1 levando a ativação do fármaco e metabolizam para a fase 2 que resulta na inativação do fármaco. Essas enzimas são produzidas pelos hepatócitos, células do fígado mais especificamente pelas mitocôndrias dos hepatócitos, ficando no seu citoplasma, o fármaco entra no fígado e consegue penetrar a membrana plasmática dos hepatócitos conseguindo invadir o citoplasma do fígado e lá esse fármaco é metabolizado pelas enzimas As enzimas, também, podem apresentar polimorfismos genéticos (humanos e animais) que irão levar a uma baixa metabolização (maus metabolizadores) ou alta metabolização (bons metabolizadores) de alguns fármacos. Isso pode ser bom ou ruim para algumas situações, como, por exemplo, situações que precisa metabolizar rápido como no caso da cafeína que precisa sair rápido do corpo, mas em outras situações metabolizar rápido poderia gerar uma diminuição do efeito do fármaco. Nessa etapa de metabolização há interações medicamentosas do tipo inibição enzimática e indução enzimática, todas elas afetam a quantidade de CYP que está sendo produzida no fígado. Na indução enzimática ocorre aumento da CYP que metaboliza outro fármaco (cortar efeito), inativando- o mais rápido (que é o caso dos anticoncepcionais associados a antibióticos/anticonvulsivantes). Na inibição enzimática ocorre diminuição da enzima CYP que metaboliza (inativa) outro fármaco, levando a uma diminuição da inativação, e o fármaco fica ativo por mais tempo, podendo ser tóxico (fluconazol associado com a varfarina. Fluconazol é um antifúngico/antibiótico, diminuindo CYP que metaboliza a varfarina que fica mais tempo no corpo podendo ser tóxica e apresentar sangramento, como por exemplo). 13 • Excreção ↪ Quarta etapa da farmacocinética representa a eliminação do fármaco do corpo após a sua ação nas células. ↪ As principais são: ↳ A) Renal: aproximadamente 70% dos fármacos são excretados pelos rins. Fármacos hidrossolúveis (solúveis em água) “escolhem” a excreção renal para serem eliminados pela urina. O sangue é filtrado nos rins e o fármaco é direcionado dos néfrons para a urina. (o fármaco entra junto com o sangue no rim e é filtrado ali e vai para dentro do néfron, que são as unidades funcionais do rim, as células se organizam na forma de néfrons ↳ B) Biliar: aproximadamente 25% dos fármacos são excretados pela bile e direcionados para os intestinos, saindo pelas fezes. Apenas fármacos lipossolúveis (solúveis em lipídios – gordura) são excretados por esta via. (a bile é uma substância bastante gordurosa que é uma solução produzida no fígado, sendo importante para digerir gordura e o fármaco vai junto). ↳ C) Outras vias: aproximadamente 5% dos fármacos são excretados pelo ar na expiração e pelo suor. (ex.: álcool etílico) ↪ Na excreção renal, fármacos hidrossolúveis seguem a seguinte regra: ↳ Fármacos levemente ácidos (pH 4,0) são mais facilmente excretados quando a urina está alcalina ou básica (pH 9,0) ↳ Fármacos levemente alcalinos ou básicos (pH 8,0) são mais facilmente excretados quando a urina está ácida (pH 3,0). ↪ Regra do pH → na excreção renal pH’s diferentes (da urina e do fármaco) favorece a excreção. Isso ocorre, pois o fármaco em um pH diferente do seu se torna ionizado (com cargas elétricas) e não consegue cruzar a parede das células dos néfrons ficando preso dentro do néfron até sair pela urina. ↪ Fármacos lipossolúveis não conseguem ser excretados pelos rins porque cruzam a parede do néfron e voltam para o sangue. Assim, eles são excretados pela bile e saem pelas fezes. Fármaco se mistura com a bile no fígado → Bile → Vesícula Biliar → Intestino Delgado → Intestino Grosso → Fezes Boca do néfron é o glomérulo onde as artérias entrem para o sangue ser filtrado urina Toda vez que comemos a uma leve contração da vesícula biliar que libera a bile no intestino delgado 14 Relembrando a regra da primeira etapa: pH’s iguais favorecem a absorção, ou seja, no estomago que é ácido o fármaco ácido vai perder seus íons (H+) e se tornar um fármaco não-ionizado o que facilita a sua entrada na membrana plasmática Regra da ultima etapa: pH’s diferentes facilitam na excreção porque assim não há uma reabsorção desse fármaco para a corrente sanguínea (já que pH’s iguais retira o íon do fármaco fazendo esse ser permeável na membrana), ou seja é uma regra contraria a primeira Se a urina é alcalina e o fármaco é ácido, eles vão se atraírem ficando em um campo elétrico de atração, assim o fármaco fica ionizado e pesado, cheio de cargas elétricas, e não consegue atravessar a parede da membrana do néfron. → Uma dieta rica em proteína deixa a urina ácida quando o sangue rico em proteína é filtrado pelo rim (pH ±4/5) → Uma dieta rica em carboidrato, lipídios e fibras deixa a urina alcalina (pH ±8/9) → Portanto o pH da urina varia de acordo com o que ingerido no dia. Resumão: aula dia 22 de março a partir das 1h28m Ficam presos no néfron porque existe muito líquido ali, fazendo-os dissolverem Conseguem atravessar a membrana 15 Proteínas que os fármacos se ligam Farmacodinâmica ↪ A farmacodinâmica estuda a ação do fármaco nas células visando produzir um efeito terapêutico. Apenas os fármacos lipossolúveis podem penetrar no citoplasma da célula, todos os outros levarão uma mensagem para a célula por meio da membrana plasmática. ↪ Os fármacos produzem seus efeitos por meio de alvos moleculares (sítio de ligação) que podem ser: ↳ Receptores da membrana plasmática (e citoplasma) ↳ Canais iônicos (membrana plasmática) ↳ Bombas e transportadores (MP) ↳ Enzimas (sangue e citoplasma) OPA! A maioria dos fármacos agem nas células, seja em sua membrana ou citoplasma, mas existem alguns poucos que agem no sangue, mais especificamente nas proteínas- enzimas especifica da corrente sanguínea. Ex.: enalapril é um anti-hipertensivo que age em uma enzima chamada ECA (enzima conversora de angiotensina) que está presente na corrente sanguínea, portanto nesse caso o fármaco age em uma proteína no sangue e não em uma célula . Fármacos Hidrossolúveis → agem na membrana plasmática Fármacos Lipossolúveis → agem no citoplasma da célula . Os fármacos agem no seu alvo molecular (sítio de ligação do fármaco ou local de ligação do fármaco), que é sempre de natureza proteica, sempre uma proteína. (fármacos não agem em carboidratos ou em lipídios, agem em proteínas ou proteínas-enzimas que normalmente estão na membrana plasmática, no citoplasma ou na corrente sanguínea. Essas enzimas NÃO são as proteínas de reservatório, como albumina e glicoproteína,elas servem só para o fármaco se ligar e permanecer mais tempo no corpo) Para o fármaco fazer seu efeito terapêutico ele sempre vai se ligar a uma proteína, um alvo molecular de natureza proteica (proteínas são aminoácidos que podem ter várias conformações, como proteínas primarias, secundarias, terciarias e quartenarias). • Interação Fármaco-Receptor (FR) RESUMÃO ↳ A ligação do fármaco no receptor leva a um estímulo intracelular com alteração dos níveis de segundos mensageiros e produção de um efeito O efeito de um antibiótico é um, o efeito do anti-inflamatório é outro. O alvo molecular de um antibiótico é uma proteína que está na parede celular da bactéria, no DNA/RNA da bactéria. Já o alvo molecular do anti-inflamatório é uma enzima. O do anti-hipertensivo é um receptor. De um analgésico simples (dipirona) é a prostaglandina que é o mediador da inflamação, se for um analgésico forte (morfina) é um receptor. Casa fármaco tem um alvo molecular diferente e produz uma resposta através de segundos mensageiros diferentes. Proteínas grandes de conformação terciaria Complexo FR VIA ↑ou↓ 16 OPA! A proteína do tipo receptora é grande de conformação terciária. Possui uma parte voltada para fora que recebe o fármaco e uma parte voltada para dentro da célula que se comunicam com os segundos mensageiros. Essa proteína receptora não se modifica e nem sai do lugar, está sempre fixa na membrana e sua função é receber. O fármaco que vai se ligar nesse receptor é aquele que tem afinidade química com ela, interação química entre receptor e fármaco (chave-fechadura). Portanto há uma ligação forte entre receptor e fármaco devido e essa afinidade química. Se não tiver receptor o fármaco não faz efeito. Tipos de Receptores em células: ↳ Receptor beta-1 no coração (atenolol é o fármaco que se liga nesse receptor) ↳ Receptor beta-2 nos brônquios (fenoterol) ↳ Receptor beta-3 no fígado ↳ Receptor alfa-1 nos vasos sanguíneos (noradrenalina) ↳ Receptor M3 no estomago (escopolamina) OPA! DOWNREGULATION – Leva a uma diminuição da produção de alguns tipos de receptores nas células. Ou seja. há um estimulo para diminuir a produção desse receptor nas células e o fármaco tem dificuldade par agir nesse receptor. Ex.: acontece isso com antidepressivos, ansiolíticos como o Rivotril, portanto pode acontecer uma diminuição do número de receptores por conta de uma doença ou por conta do uso prolongado de um fármaco . O contrário também ocorre: UPREGULATION ou REGULAÇÃO PRA CIMA, que é produzir mais daquele receptor. Fármacos seletivos se ligam com alta afinidade a um tipo de receptor apenas Fármacos não-seletivos podem se ligar a um ou mais tipos de receptores que são quimicamente semelhantes Isso ocorre porque a indústria farmacêutica não consegue fazer sempre fármacos seletivos porque é mais difícil porque as vezes mudar um único aminoácido da proteína não caracteriza essa proteína como totalmente diferente, mudar 1 aminoácido mostra que é um receptor um pouquinho diferente do outro, mas não é completamente diferente, então as vezes esse fármaco se liga em outro também (Ex.: a família dos beta 1, 2 e 3 [receptor do fígado], muda apenas 1 aminoácido em cada um deles, por isso muitos fármacos podem se ligar a todos estes receptores [fármacos não-seletivos]. Outro exemplo é o propranolol, que é um antidepressivo que tem afinidade pelo receptor beta-1 do coração e pelo receptor beta-2 dos brônquios, ou seja são betas muito parecidos um com o outro e o fármaco não consegue separar e se liga nos dois, sendo um fármaco não-seletivo e isso traz problemas/efeitos adversos. Mais um exemplo é o atenolol, que é um anti-hipertensivo que se liga apenas em receptor beta-1 do coração, ou seja, é receptor seletivo, esses fármacos trazem menos efeitos adversos) • Receptores ↪ O receptor tem o papel de receber o fármaco (hidrossolúvel) e entender a mensagem química dele. Mas o receptor não se move e nem o fármaco consegue entrar na célula por ser um fármaco hidrossolúvel, por conta disso, esse receptor deve traduzir a “linguagem” do fármaco para dentro da célula, e ele vai fazer isso pedindo ajuda para os segundos mensageiros que estão no citoplasma da célula, sendo o cálcio o principal segundo mensageiro. Portanto, o fármaco diz ao receptor “eu sou o fármaco que aumenta a contração do coração, me ajuda a fazer essa célula entender o que ela precisa fazer” e o receptor diz “pode deixar, vou mandar uma mensagem para dentro da célula” e ai o receptor fala para dentro da célula “segundos mensageiros vem me ajudar, cálcio me ajuda aqui, esse fármaco precisa aumentar a contração dessa célula”, ai o cálcio diz “Okey, eu vou chamar todos os outros cálcios para ajudar”, ai os cálcios vão começar a se juntar perto do receptor, interagir com ele e aumentar a quantidade de cálcio por ali. Esse aumento da quantidade de cálcio vai fazer a célula responder mais intensamente, aumentando a resposta da célula e se for uma célula cardíaca ela vai contrair mais, dando resposta ao cálcio que esta do lado do receptor. Ou seja, o segundo mensageiro são substâncias que já estão dentro da célula, do citoplasma, dentre elas o mais conhecido é o cálcio, que vão responder o pedido de ajuda do receptor e vão aumentar a quantidade desse segundo mensageiro para aumentar a resposta da célula ou diminuir a quantidade desse segundo mensageiro para diminuir a resposta da célula. Cada célula tem um padrão de resposta e o fármaco hidrossolúvel vai mandar uma mensagem para aumentar ou diminuir essa resposta e quem vai ajudar nesse processo é o segundo mensageiro que está dentro do citoplasma. (esse processo é chamado de transdução do sinal, que é espalhar o sinal para dentro da célula através dos segundos mensageiros). Os lipossolúveis têm acesso direto aos segundos mensageiros, causando mais efeitos adversos porque acaba acionando uma maior parte dos segundos mensageiros e isso aciona mais tipos de mensageiros diferentes para todos os lados da célula gerando mais efeitos adversos ↪ Os receptores são proteínas da membrana plasmática que recebem um fármaco pelo meio extracelular (normalmente o fármaco vem pela corrente sanguínea). Quando os fármacos se ligam (mecanismo chave-fechadura) e ativam o receptor. Esses fármacos são denominados agonista. 17 Normalmente esse efeito é maior. Aumenta segundos mensageiros a função da célula Receptor o termo é agonista e antagonista Canal Iônico o termo é ativador e bloqueador ↪ Quando os fármacos se ligam (mecanismo chave-fechadura) e não ativam o receptor, estes fármacos são denominados antagonistas. O receptor fica parado e não altera os níveis dos segundos mensageiros, por isso dizemos que o receptor está bloqueado. Ex.: antagonistas dos receptores beta-1 do coração (atenolol), diminui segundos mensageiros e diminui a resposta da célula cárdica, ou seja, diminui a contração que diminui a pressão arterial • Canais Iônicos ↪ Os canais iônicos são usados para permitir a passagem de íons do meio extracelular para o meio intracelular. Os fármacos podem enviar uma mensagem para os canais se abrirem ou se fecharem. ↪ Quando os fármacos se ligam (mecanismo chave-fechadura) em uma parte do canal chamada de receptor (apenas uma parte do canal) e estimulam a abertura do canal são chamados de ativadores. Quando estes fármacos se ligam e não abrem o canal que se mantém bloqueado são chamados de bloqueadores. Mecanismo chave-fechadura Manda mensagem para a célula via produz um efeito na célula Fármacos que se ligam e ativam os receptores Ex.: Agonista do receptor beta-1 do coração é a adrenalina (a adrenalina se liga ao receptor que codifica sua mensagem e manda os segundos mensageiros aumentarem e ficarem perto dele. Ou seja, aumenta cálcioe aumenta a contração do coração) Bloqueia o receptor, diminuindo segundos mensageiros que consequentemente diminui a resposta da célula Proteína do tipo canal iônico O funcionamento é o mesmo que os agonistas e antagonistas, mas aqui os fármacos são chamados de ativadores e bloqueadores 18 OPA! Os anestésicos (propofol, halotano, ketamina, mepivqacaina, bupivacaina, articaina) se ligam nos canais de sódio dos neurônios e fecham o canal, diminuindo a neurotransmissão, potencial de ação dos neurônios. Não entrando mais sódio não vai ter resposta do neurônio, então vai anestesiar o paciente . Já o ansiolítico (Rivotril), abrem o canal, o anestésico bloqueia um canal de sódio e o ansiolítico abre um canal de cloreto se ligando no canal e mandando ele abrir. • Bombas e Transportadores ↪ As bombas transportam normalmente íons em um ângulo de 360 graus (normalmente joga íons de dentro para fora ou de fora para dentro da célula). ↪ Os transportadores trabalham em 180 graus retirando neurotransmissores ou glicose do meio extracelular e colocando no meio intracelular. ↪ Os fármacos se ligam (mecanismo chave- fechadura) em uma parte da bomba ou transportador e ativam (ativadores). Quando estes fármacos se ligam e não deixam eles girarem são chamados de bloqueadores. OPA! Neurotransmissores transportam noradrenalina, adrenalina, dopamina, serotonina, que são neurotransmissores que transporta de fora para dentro da célula (sentido único). E existem fármacos que se ligam nesses transportadores e os bloqueiam, como os antidepressivos, que bloqueia o transporte de serotonina para dentro do neurônio OPA! Existem fármacos que bloqueiam a bomba de sódio e potássio (ATPASE) na despolinização dos neurônios. Esses fármacos são chamados de bloqueadores, ainda não existe fármaco que desativa essa bomba, ainda não foi desenvolvido, mas existem os que as bloqueiam, como, por exemplo, a digoxina que é um fármaco cardiotônico usado para aumentar a contração do coração, bloqueando uma bomba dessa (omeprazol é um bloqueador de bomba de prótons no estomago, só que não é uma bomba de sódio e potássio, e, sim, de hidrogênio e potássio). OPA! Nas enzimas é a mesma coisa, fármacos que as inibem são chamados de bloqueadores. Os AINEs são bloqueadores de enzimas, bloqueiam a enzima ciclooxigenase (cox) diminuindo os mediadores da inflamação.