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Afogamento em Pediatria

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Introdução: 
 Principal causa de mortes acidentais de crianças com idade 
inferior a 4 anos; 
 Incidência alta, apesar das medidas de prevenção; 
 Fatores ambientais, idade e condição socioeconômica 
contribuem para a ocorrência; 
 Tempo de submersão é determinante na gravidade do 
afogamento; 
 Toda criança afogada deve receber atendimento de 
urgência; 
 Adotar terapêuticas específicas é fundamental para 
minimizar complicações e melhorar prognóstico. 
Definição: 
 Afogamento corresponde ao comprometimento respiratório 
decorrente da submersão ou de imersão em líquido, 
independente do seu desfecho de sobrevida ou morte. 
Epidemiologia: 
 Brasil: 20% total das mortes por causas externas 
acidentais em crianças e adolescentes com idade inferior a 
15 anos; 
 Maior parte é do sexo masculino. 
Fatores de risco para afogamento: 
 
Fisiopatologia: 
 Pode durar de segundos a minutos; 
 Porcentagens de sequelas e óbitos: 
- Períodos curtos de submersão (2 a 5 minutos): não levam a 
morte/sequelas na maioria das vezes; 
- A partir de 6 minutos de submersão: 56% de morte e 
sequelas; 
- 11 a 25 minutos: 88% de morte e sequelas; 
- A partir de 25 minutos 100% de mortalidade. 
 Progressão do afogamento: 
- Vítima consciente: cuspir/engolir água, prender a respiração, 
aspiração da água pela via aérea, laringoespasmo e hipóxia 
cerebral. 
- Vítima inconsciente: aspiração de água, aumento da 
permeabilidade da membrana alvéolo-capilar, destruição de 
surfactante, atelectasia/redução da complacência pulmonar, 
lesão pulmonar e SARA. 
 Hipóxia/anóxia leva a uma acidose metabólica, gerando 
efeitos cardiovasculares: aumento da resistência vascular 
sistêmica e pulmonar, arritmias e diminuição da 
contratilidade cardíaca (falência da bomba cardíaca). 
 Outros distúrbios podem ocorrer, como hiponatremia (água 
doce), hipernatremia (água salgada); 
 A hipotermia está associada a submersão prolongada 
(diminuição da FC, do consumo de oxigênio e metabolismo 
celular - pior prognóstico neurológico e insucesso na 
RCP). 
Exames diagnósticos e laboratoriais: 
 Indicação baseada na clínica do paciente; 
 Rx de tórax; 
 Gasometria arterial; 
 Eletrólitos; 
 Glicemia; 
 Ureia, creatinina; 
 Hemograna. 
Estratificação de risco e guia de tratamento: 
 Gravidade está diretamente relacionada ao tempo de 
submersão; 
 Submersões rápidas (5 a 10 minutos): raramente deixam 
sequelas; 
 Tempo mais prolongado (acima de 25 minutos): culminam 
com PCR e morte; 
 Atendimento sempre sistematizado da forma mais rápida 
possível; 
 ABCDE; 
 Cuidado com possíveis lesões na coluna cervical. 
 
 Em Hipotermia (temperatura inferior a 35°C), tem-se como 
objetivo aumentar a temperatura em 1°C a 2°C por hora, até 
atingir 36°C; 
 Hipotermia leve (32 e 35°C): 
- Retirar roupas molhadas e frias; 
- Toalhas aquecidas; 
- Manta térmica. 
 Hipotermia moderada (28 e 32°C): 
- Oxigênio aquecido e umidificado; 
- SF endovenoso aquecido; 
- Bolsa/manta térmica; 
- Fontes de luz. 
 
Complicações: 
 Sepse; 
 Insuficiência renal; 
 SSIADH (síndrome da secreção inapropriada do hormônio 
antidiurético) – falência neurológica por má perfusão 
cerebral; 
 Respiratórias e neurológicas; 
 Falência de múltiplos órgãos. 
 Complicações respiratórias: síndrome do desconforto 
respiratório; edema pulmonar; 
pneumotórax/pneumomediastino. 
 Tratamento: ventilação mecânica protetora; corticoide em 
doses baixas; hidratar adequadamente a vítima; diuréticos 
de maneira criteriosa; NÃO há benefícios de uso de 
antibióticos profiláticos. 
 Complicações metabólicas: acidose metabólica; distúrbios 
eletrolíticos. 
Prognóstico: 
 Índices que pioram o prognóstico: 
- Idade inferior a 3 anos; 
- Duração da submersão superior a 5 minutos; 
- Ausência de reanimação nos primeiros 10 minutos; 
- Coma na chegada a emergência; 
- pH inferior a 7,1. 
Prevenção: 
 É a melhor forma de garantir um bom prognóstico; 
 Minimizar danos neurológicos e morte; 
 Supervisão constante e ativa do adulto; 
 Educar a criança – obedecer sinais de alerta; 
 Não deixar nadar sozinha; 
 Usar colete salva vidas; 
 Evitar pular, correr, empurrar próximo à piscinas, lagos, 
rios e mares; 
 Piscinas com tranca interna e grades de proteção, com pelo 
menos 1,5 m de altura; 
 Baldes e recipientes vazios com o fundo para cima e longo 
do alcance das crianças; 
 Tampa do vaso sanitário trancada; 
 Trancar portas de banheiro e lavanderia; 
 Oferecer treinamento de suporte básico de vida.

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