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AULA 12/03
· Fichamento: texto 7 (Apostila UFCV)
“O termo estrutura compreende as relações entre os elementos linguísticos ocorridas no interior da língua (a língua é entendida como sistema de signos convencionados em uma comunidade linguística) […]”
p. 21
O Estruturalismo foi um dos eixos centrais para a Linguística formal. A Linguística, como ciência, começou a partir da publicação da obra de Saussure Curso de Linguística Geral – não por ele, mas por dois de seus alunos no ano de 1916 –, e o estruturalismo corresponde (também) na constituição da língua como objeto científico. Os estruturalistas dizem que a língua é uma estrutura ou um sistema que possui elementos interligados. No fragmento acima, compreende-se que esses elementos, dentro do estruturalismo, possuem relações no interior da língua. 
“É cientificamente legítimo descrever a linguagem como sendo essencialmente uma entidade autônoma de dependências internas (…) A análise dessa entidade permite constantemente isolar partes que se condicionam reciprocamente, cada uma delas dependendo de algumas outras, sendo inconcebível e indefinível sem essas outras partes.”
p. 22
Dentro do Estruturalismo há a concepção de que os elementos que constituem a língua são interdependentes. Acima, no comentário de Louis Hjelmslev, vemos que essas partes (elementos) da língua se condicionam reciprocamente, ou seja, elas necessitam entre si para que haja uma compreensão total da língua. Hjelmslev acrescenta que é impossível de conceber sentido uma vez que se tira uma dessas partes, tornando-se, assim, indefinível a compreensão. Hoje, sabemos que a sintaxe é a parte da gramática que estuda justamente essa relação entre os elementos constituintes da língua; e a Linguística, atualmente, atribui à sintaxe essas relações formais das partes, atribuindo-lhe uma estrutura. Dessa forma, vemos a importância dos estudos contemporâneos de Saussure à atualidade.
“Na obra de Saussure, podemos citar seu trabalho sobre as vogais do indo-europeu e o estudo de anagramas para a compreensão da versificação indo-europeia arcaica. Contudo, sua imagem ficará marcada, como afirma Lopes (1976), pelas ideias que fundamentaram a Linguística estrutural europeia.”
p. 23
Ainda que Saussure não tenha estabelecido o estruturalismo e, assim, publicado ou tido pretensão de elaborar teses sobre esse tema, suas ideias contribuíram de forma significativa. O Formalismo, que se caracteriza como a língua sendo uma estrutura composta de palavras que se interligam, é fundamentado com os estudos de Saussure com a língua. 
“Para Saussure (2006, p. 27), o estudo da linguagem apresenta duas partes: uma tem como objeto a LÍNGUA que, em sua essência é social, independente do indivíduo, e seu estudo é unicamente psíquico; a outra tem por objeto a FALA, parte individual da linguagem, de caráter psicofísico.” “Língua e fala são dois objetos diretamente ligados: ‘a língua é necessária para que a fala seja inteligível e produza todos os seus efeitos; mas esta é necessária para que a língua se estabeleça’ (SAUSSURE, 2006, p. 27).”
p. 23
Essa dicotomia língua/fala apresentada por Saussure nos seus estudos de Linguística corresponde a duas partes da linguagem. Enquanto uma é social, convencional, universalizada e de caráter psíquico, que, no caso, a língua (ou langue, como dizia ele), a outra era individual e de caráter psicofísico. Ou seja, a língua é o que está em nós, na mente, internalizada. E a fala é o ato de reproduzir o som, e com variedades dialetais, ou seja, a parte física. Embora haja as diferenças entre ligue e parole, elas são interdependentes. 
“Saussure entende o signo linguístico como resultante da associação de um conceito e uma imagem acústica, ambos de natureza psíquica, e não, a união entre uma coisa e uma palavra, ambas de natureza material.”
p. 24
Como dito, para Saussure, o signo linguístico é composto de um conceito e uma imagem acústica. E eles são somente psíquicos. O conceito consiste no significado desse signo. Já a imagem acústica é a projeção mental de um som que conseguimos fazer. 
“O signo linguístico, segundo Saussure, apresenta duas características principais: a arbitrariedade e a linearidade.”
p. 25
A arbitrariedade para Saussure diz respeito – de um modo simplista – ao fato de a língua ser convencional e, assim, as palavras não surgem por semelhança sonora ou coincidência acústica. A linearidade corresponde ao fato de que as palavras se seguem uma após outra, formando uma linha conceitual, uma sequência (formando uma cadeia). 
“Depois de estudados a natureza do signo e seus princípios, cabe fazer a diferenciação entre os conceitos de signo linguístico, símbolo e ícone […]”
p. 26
Os signos linguísticos são signos verbais que só se traduzem por outros signos (e é de caráter arbitrário). Os símbolos não são signos linguísticos (verbais), mas representam noções abstratas. Já o ícone não são nem signos; são tão somente imagens. Estes dois últimos são estudados na Semiótica, enquanto que os signos linguísticos são estudados na linguística. 
“[…] Saussure observa que esses signos ocorrem formando uma cadeia de elementos, através de combinações que se apoiam na extensão […]”
p. 27
A definição de sintagma está expressa como a combinação de elementos seguindo o princípio da linearidade. 
“[…] paradigma, esse, por sua vez, pode ser definido como uma classe de elementos que podem ser colocados no mesmo ponto de uma cadeia.”
p. 28
Tomando por base esse conceito de paradigma, percebe-se que há uma seleção entre muitos elementos que podem estar no mesmo ponto de uma cadeia, ou seja, numa frase. Por exemplo, a palavra “amávamos”, que está na primeira do plural do pretérito imperfeito; assim, selecionamos essa palavra e excluímos outras que fazem parte do mesmo paradigma: pretérito perfeito, pretérito mais que perfeito e futuro do pretérito. 
“Uma das dicotomias propostas por Saussure é a que envolve as noções de Linguística estática e Linguística evolutiva, também denominada de Linguística sincrônica e Linguística diacrônica, respectivamente.”
p. 29
A Linguística sincrônica corresponde a um “corte” no tempo para estudar determinada língua referente a esse tempo. Por isso o termo estática, pois se considera apenas um tempo, sem regressá-lo ou avançá-lo. Já a Linguística diacrônica corresponde aos estudos dos fatos linguísticos (de determinada língua, claro) ao longo do tempo. Aí se leva em consideração outros fatores que precedem esses fatos ou os que se seguem na história da língua.