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1Bromatologia e tecnologia dos alimentos BROMATOLOGIA E TECNOLOGIA DOS ALIMENTOS RESUMOS MATERIAL COMPLEMENTAR SUMÁRIO 1. ADITIVOS ALIMENTARES ........................................................................................... 4 1.1 PERMISSÃO PARA USO ..................................................................................................................5 1.2 CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................................................5 1.3 CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS ....................................................................................................6 1.3.1 AROMATIZANTE ..........................................................................................................................................................................................................6 1.3.2 CORANTE .......................................................................................................................................................................................................................6 1.3.3 EDULCORANTE ............................................................................................................................................................................................................7 1.3.4 ESTABILIZANTE DE COR ..........................................................................................................................................................................................7 1.3.5 REALÇADOR DE SABOR ...........................................................................................................................................................................................7 1.4 CONSERVAÇÃO DO ALIMENTO .......................................................................................................8 1.4.1 ACIDULANTE .................................................................................................................................................................................................................8 1.4.2 ANTIOXIDANTE ............................................................................................................................................................................................................8 1.4.3 CONSERVANTE ............................................................................................................................................................................................................8 1.4.4 REGULADOR DE ACIDEZ ..........................................................................................................................................................................................8 1.5 TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO .......................................................................................................9 1.5.1 AGENTE DE FIRMEZA ................................................................................................................................................................................................9 1.5.2 ANTIESPUMANTE .......................................................................................................................................................................................................9 1.5.3 ANTIUMECTANTE .......................................................................................................................................................................................................9 1.5.4 EMULSIFICANTE .......................................................................................................................................................................................................10 1.5.5 ESTABILIZANTE .........................................................................................................................................................................................................10 1.5.6 UMECTANTE ...............................................................................................................................................................................................................10 1.5.7 MELHORADOR DE FARINHA ................................................................................................................................................................................10 2. ROTULAGEM EM ALIMENTOS .................................................................................. 12 2.1 O QUE NÃO PODE TER NO RÓTULO? ............................................................................................13 2.2 ROTULAGEM NUTRICIONAL OBRIGATÓRIA ..................................................................................13 2.3 ALIMENTOS ALERGÊNICOS ..........................................................................................................13 3. EMBALAGEM ........................................................................................................... 15 3.1 REQUISITOS DE UMA EMBALAGEM ..............................................................................................15 3.2 TIPO DE EMBALAGENS ................................................................................................................15 3.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À TÉCNICA GASOSA ............................................................................17 4. DIET X LIGHT X ZERO ............................................................................................... 18 4.1 ALIMENTOS PARA FINS ESPECIAIS ..............................................................................................18 3Bromatologia e tecnologia dos alimentos 4.2 ALIMENTOS DIET .........................................................................................................................18 4.3 ALIMENTOS LIGHT .......................................................................................................................18 5. MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS ......................................................... 19 5.1 MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO PELO FRIO ....................................................................................19 5.1.1 REFRIGERAÇÃO .........................................................................................................................................................................................................19 5.1.1.1 Fatores que influenciam o armazenamento por Refrigeração ......................................................................... 19 5.2 CONGELAMENTO .........................................................................................................................20 5.2.1 Tipos de congelamento...........................................................................................................................................................................................20 5.3 MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO PELO CALOR .................................................................................20 5.3.1 PASTEURIZAÇÃO ......................................................................................................................................................................................................21 5.3.2 ESTERILIZAÇÃO .........................................................................................................................................................................................................21 5.3.3 TINDALIZAÇÃO E APERTIZAÇÃO ........................................................................................................................................................................21 5.4 MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CONTROLE DE UMIDADE .............................22 5.4.1 SECAGEM .....................................................................................................................................................................................................................225.4.2 DESIDRATAÇÃO .........................................................................................................................................................................................................22 5.4.3 SALGA ............................................................................................................................................................................................................................22 5.5 BRANQUEAMENTO ......................................................................................................................22 5.6 LIOFILIZAÇÃO ..............................................................................................................................23 5.7 DEFUMAÇÃO................................................................................................................................23 5.8 IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS .......................................................................................................23 6. ANÁLISE SENSORIAL DE ALIMENTOS ...................................................................... 25 6.1 TIPOS DE TESTES ........................................................................................................................25 7. TESTE EM ANÁLISE SENSORIAL DE ALIMENTOS ...................................................... 26 7.1 TESTES DISCRIMINATIVOS ..........................................................................................................26 7.2 TESTE AFETIVO ............................................................................................................................27 7.3 TESTES DESCRITIVOS ..................................................................................................................27 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 28 4Bromatologia e tecnologia dos alimentos aditivo alimentar é toda substância (mistura de substâncias), adicionada ao ali- mento com a finalidade de impedir alterações, manter, conferir ou intensificar seu aro- ma, cor, sabor ou seu estado físico geral, ou exercer qualquer ação exigida para uma boa tecnologia de fabricação do alimento. É válido ressaltar que o aditivo alimentar não deve ser adicionado com a finalidade de ocultar/mascarar alterações no produto ou falhas de processamento. O uso de aditivos alimentares deve ser limitado a alimentos específicos, em condi- ções específicas e utilizando a menor concentração para alcançar o efeito desejado. Seu emprego justifica-se sempre que: y sejam utilizados aditivos autorizados em concentrações tais que sua ingestão diária não supere os valores da Ingestão Diária Aceitável (IDA) recomendados. y atenda às exigências de pureza estabelecidas pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) ou pela Organização Mundial de Saúde. IMPORTANTE! Ingestão Diária Aceitável (IDA) é um valor numérico, medido em mg/kg, que determina a quantidade que se pode consumir de uma substância durante todos os dias, com segurança, por toda a vida. Os principais órgãos regulamentadores do uso de aditivos alimentares estão listados no quadro a seguir. Tabela 1. Principais órgãos regulamentadores do uso de aditivos alimentares ÓRGÃO REGULAMENTADORES JFCFA – Comitê de Especialistas Joint FAO/OMS sobre Aditivos Alimentares Objetivo: Monitorar a presença de aditivos em alimentos, bem como con- taminantes, substâncias tóxicas e resíduos de medicamentos veterinários. Assessora o Codex Alimentarius em suas decisões. CCA – Comissão do Codex Alimentarius • Determina os métodos de análise e a funcionalidade de um aditivo químico; • Determina em quais alimentos estes podem ser empregados; • Elabora os códigos de rotulagem; • Determina a Ingestão Diária Aceitável (IDA); • Determina o Sistema Internacional de Numeração de Aditivos (INS). 1. ADITIVOS ALIMENTARES 5Bromatologia e tecnologia dos alimentos ÓRGÃO REGULAMENTADORES CNNPA – Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos • Determina o tipo de alimentos na qual pode ser adicionado; • Determina o Código de Verificação; • Determina o Limite Máximo Permitido (expresso em g/100g ou g/100ml). Fonte: Autoria Própria, 2020. 1.1 PERMISSÃO PARA USO Tabela 2. Indicações para o uso de aditivos1 QUANDO É INDICADO QUANDO NÃO É INDICADO – Melhorar ou preservar o valor nutricional do ali- mento; – Reduzir as perdas dos alimentos; – Tornar o alimento mais atrativo ao consumidor; – Fornecer condições necessárias ao processa- mento do alimento; – Padronizar a qualidade do alimento. – Não atender a legislação ou houver evidência de que não é seguro; – Reduzir o valor nutricional dos alimentos; – Quando utilizado para encobrir falhas no proces- so ou alterações na matéria-prima; – Induzir o consumidor a erro, engano ou confusão; – Encobrir alteração ou adulteração da matéria-pri- ma ou do produto já elaborado; – Quando não estiver autorizado por legislação es- pecífica. 1.2 CLASSIFICAÇÃO Os Aditivos Alimentares podem ser classificados em três grupos de acordo com a função esperada. O quadro seguinte mostra essa classificação. Tabela 3. Classificação dos aditivos1 CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS CONSERVAÇÃO DO ALIMENTO TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO Aromatizante Corante Edulcorante Realçador de sabor Acidulante Antoxidante Conservante Regulador de acidez Sequestrante Agente de firmeza Antiespumante Antiumectante Emulsificante Estabilizante Umectante Melhorador de farinha 6Bromatologia e tecnologia dos alimentos 1.3 CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS Grupo de aditivos capaz de interferir ou oferecer características sensoriais ao pro- duto. É representado pelos aromatizantes, corantes, edulcorantes, realçadores de sabor. Logo a seguir trouxemos mais detalhes sobre cada um deles. 1.3.1 AROMATIZANTE Servem para fornecer sabor e aroma aos alimentos industrializados, aproximando- -os ao máximo dos produtos naturais, aumentando assim a aceitação do consumidor. Podem ter origem artificial (sintético) ou natural. Exemplos: y Butanoato de etila: essência de morango; y Etanoato de butila: essência de framboesa; y Benzoato de metila: essência de kiwi; y Propanoato de isobutila: essência de rum; y Metanoato + heptanoato de etila: essência de uva; y Etanoato de benzila: essência de jasmim; y Nonanoato de etila: essência de rosa. 1.3.2 CORANTE É substância que confere, intensifica ou restaura a cor de um alimento. É importante que os corantes apresentem resistência contra a luz. Podem ser naturais ou sintéticos. Tabela 4. Diferença entre o corante natural e o corante sintético1,2 Classificação CORANTE NATURAL CORANTE SINTÉTICO Extraído de vegetais e as vezes animais Ex.: açafrão, colorau, antocianinas, carotenoides, urucum, cochonilha Não apresentam valor nutritivo São introduzidos nos alimentos e bebidas como ob- jetivo de conferir cor. IMPORTANTE! A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permite o uso de apenas onze corantes sintéticos em alimentos e bebidas. São eles: Amarelo Tartrazina, Amarelo Crepúsculo, Vermelho 40, Vermelho de Eritrosina, Ponceau 4R, Azorrubina, Amaranto, Azul de Indigotina, Azul Brilhante, Azul Patente V e Verde Rápido. 7Bromatologia e tecnologia dos alimentos 1.3.3 EDULCORANTE São substância adicionadas aos alimentos em substituição ao açúcar. Os edulcoran- tes são compostos por substâncias com grande poder adoçante e por um agente de corpo, que confere durabilidade e textura ao produto final. Alguns adoçantes são chamados de “edulcorantes intensos”, por proporcionarem um sabor um sabor doce e intenso, sem adição de calorias, ou com uma quantidade re- duzida destas. Como são muito doces, são necessárias apenas pequenas quantidades. Exemplo: acessulfame-k, aspartame, ciclamato, sacarina, sucralose etc. A substituição da sacorose por edulcorantes sintéticos não é simples,pois este de- sempenha um papel não apenas de saborizante, mas, em muitos casos, também atua como conservante. IMPORTANTE! Vários adoçantes atualmente comercializados contêm dois ou mais edulcorantes em suas fórmulas. Segundo os fabricantes, essa mistura potencializa as vantagens de cada edulcorante e neutralizar as desvantagens. 1.3.4 ESTABILIZANTE DE COR Substância que estabiliza, mantém ou intensifica a cor de um alimento. Tem a função de estabilizar a cor do alimento durante seu tempo de prateleira. Exemplos: INS 504i Carbonato de magnésio INS 528 Hidróxido de magnésio 1.3.5 REALÇADOR DE SABOR Substância que ressalta ou realça o sabor/aroma de um alimento. Exemplos: INSS 621 Glutamato monossódico INS 626 Ácido guanílico INS 627 Guanilato de sódio INS 630 Ácido inosínico INS 631 Ácido inosinato dissódico 8Bromatologia e tecnologia dos alimentos 1.4 CONSERVAÇÃO DO ALIMENTO 1.4.1 ACIDULANTE Tem o objetivo de aumentar a acidez ou conferir um sabor ácido aos produtos ali- mentícios. Está relacionado com a conservação por baixar o pH. Geralmente são utiliza- dos em bebidas gasosas, principalmente aquelas as quais se deseja dar sabor parecido ao das frutas. Também é utilizado em doces, geleis, sorvetes, balas e produtos de confeitaria. 1.4.2 ANTIOXIDANTE Tem o objetivo de retardar o aparecimento de alteração oxidativa no alimento, como: y o escurecimento das frutas; y a descoloração das carnes; y a deterioração por oxidação dos sucos de frutas cítricas. Exemplos de antioxidantes: INS 300 Ácido ascórbico INS 315 Ácido eriórbico INS 325 Lactato de sódio INS 330 Ácido cítrico 1.4.3 CONSERVANTE Este aditivo impede ou retarda a alteração dos alimentos provocada por microrganis- mos ou enzimas. São exemplos de conservantes: INS 202 Sorbato de potássio INS 211 Benzoato de dódio INS 250 Nitrito de sódio INS 251 Nitrato de sódio INS 282 Propionato de cálcio 1.4.4 REGULADOR DE ACIDEZ Tem o objetivo de alterar ou controlar a acidez ou alcalinidade dos alimentos. Exemplos: INS 170i Carbonato de Cálcio INS 270 Ácido láctico 9Bromatologia e tecnologia dos alimentos INS 330 Ácido cítrico INS 500 i Carbonato de sódio INS 575 Glucona-delta-lactona 1.5 TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO 1.5.1 AGENTE DE FIRMEZA Este aditivo tem o objetivo de manter os tecidos de frutas/hortaliças firmes e crocan- tes. Exemplos: INS 170i Carbonato de cálcio INS 333 Citrato de cálcio INS 509 Cloreto de cálcio INS 526 Hidróxido de cálcio 1.5.2 ANTIESPUMANTE Este aditivo tem o objetivo de prevenir ou reduzir a formação de espuma. Exemplos: INS 404 Alginato de cálcio INS 570i Ácido esteárico 1.5.3 ANTIUMECTANTE Substância capaz de reduzir as características higroscópicas dos alimentos e dimi- nuir a tendência de adesão umas às outras, das partículas individuais. Exemplos: INS 170i Carbonato de cálcio INS 500i Carbonato de sódio INS 551 Dióxido de silício INS 528 Hidróxido de magnésio INS 554 Silicato de alumínio e sódio 10Bromatologia e tecnologia dos alimentos 1.5.4 EMULSIFICANTE Este aditivo torna possível a formação de uma mistura uniforme de duas ou mais fases imiscíveis no alimento. INS 322 Lectinas INS 414 Goma arábica INS 466 Carboximetilcelulose sódica INS 1001v Tartarato de colina 1.5.5 ESTABILIZANTE Este aditivo torna possível a miscibilidade entre duas ou mais substâncias imiscíveis em um alimento. Exemplos: INS 331i Citrato monossódico INS 460i Celulose microcristalina INS 471 Mono e diglicerídeos de ácidos graxos 1.5.6 UMECTANTE Protege os alimentos da perda de umidade em ambiente de baixa umidade relativa. Exemplos: INS 325 Lactato de sódio INS 420 Sorbitol e xarope de sorbitol INS 421 Manitol INS 422 Glicerol, Glicerina 1.5.7 MELHORADOR DE FARINHA Este aditivo melhora a qualidade tecnológica da farinha de trigo para os fins a que se destina. INS 300 Ácido ascórbico INS 327 Lactato de sódio INS 529 Óxido de cálcio INS 1100 Alfa-amilase 11Bromatologia e tecnologia dos alimentos IMPORTANTE! Os aditivos alimentares devem ser declarados fazendo parte da lista de ingredientes. Deve ser especificado a função principal do aditivo no alimento e o seu nome completo (e/ou o INS). 12Bromatologia e tecnologia dos alimentos 2. ROTULAGEM EM ALIMENTOS O rótulo do alimento é uma forma de comunicação entre os produtos e os consumidores. Existem informações que devem estar obrigatoriamente no rótulo. Essas informações são: y Denominação de venda do alimento; y Lista de ingredientes; y Identificação da origem; y Prazo de validade; y Conteúdo líquido; y Identificação do Lote; y Nome ou razão social e endereço do importador, no caso de alimentos importados; y Instruções sobre o preparo e o uso do alimento quando necessário (cuidados de conservação, número de registro no órgão competente, nome ou razão social e endereço do importador). Tabela 5. Informações que devem estar no rótulo2 OBSERVAÇÕES Denominação de venda do alimento Nome específico que indica a origem e as características do alimento. Lista de ingredientes Informa os ingredientes que compõem o produto. A lista de ingredientes deve estar em ordem decrescente (o primeiro ingre- diente é aquele que está em maior quantidade. Alimentos de ingredientes únicos não precisam citar a lista de ingredientes. Todo produto deve citar a informação se contém ou não contém glúten. Origem do produto Importante para o consumidor entrar em contato com o fabricante se for ne- cessário. Deve apresentar o endereço completo (bairro/município/estado), país de ori- gem, CNPJ, telefone. Prazo de validade Os produtos devem apresentar o DIA, o MÊS e o ANO (produtos com prazo de validade de até três meses), ou pelo menos o MÊS e o ANO (para produtos com prazo de validade maior que três meses). Para produtos que colocam apenas o mês e o ano, o fabricante deve garantir que aquele produto estará válido para uso até o final do mês estabelecido. Conteúdo Líquido Indica a quantidade total contido na embalagem Lote Conjunto de produtos do mesmo tipo, processados pelo mesmo fabricante, em um espaço de tempo determinado, sob condições essencialmente iguais. Caso haja algum problema o produto pode ser recolhido e analisado pelo lote ao qual pertence. Rotulagem Nutricional A informação nutricional contida no rótulo é a forma mais fácil de você com-parar um alimento com outro e, assim, fazer escolhas corretas. 13Bromatologia e tecnologia dos alimentos IMPORTANTE! Produtos de origem animal devem ter o selo de serviço de inspeção (federal, estadual ou municipal). 2.1 O QUE NÃO PODE TER NO RÓTULO? y Figuras, palavras ou expressões falsas ou que levem o consumidor ao erro; y Indicar que o produto possui propriedades terapêuticas ou medicinais; y Destacar a ausência de componentes na formulação do alimento; y Atribuir propriedades que não possam ser demostradas. 2.2 ROTULAGEM NUTRICIONAL OBRIGATÓRIA Como dito anteriormente, a informação nutricional contida no rótulo é a forma mais fácil de comparar um alimento com outro e, assim, fazer escolhas corretas. É possível, por exemplo, comparar iogurtes de diferentes marcas e escolher aquele que tem menos gor- dura total e gordura saturada. Na rotulagem nutricional devem estar presentes os seguin- tes itens: porção, medida caseira, valores diários (%VD), valor energético, macronutrientes (g) e micronutrientes (mg). Tabela 6. Observações sobre os itens da rotulagem nutricional obrigatória2 ITENS OBSERVAÇÕES Porção Quantidade de alimento que deveria ser consumido por pessoas sadias com a finalidade de promover uma alimentação saudável. Medida caseira Indica a medida caseira utilizada pelo consumidor para medir alimentos Valores Diários São as quantidades dos nutrientes que a população brasileira deve con- sumir para ter uma alimentação saudável (estabelecido com base em uma dieta de 2000 kCal) Valor energético (VET) Calculado a partir da quantidade de: carboidratos (4kcal/g), proteínas (4kcal/g), e gorduras totais(9kcal/g), 2.3 ALIMENTOS ALERGÊNICOS A rotulagem de alimentos alergênicos é regulada pela resolução RDC Nº 26/2015 que dispõe sobre os requisitos para rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias alimentares. Os alimentos considerados alergênicos são: y Trigo, centeio, cevada, aveia e suas estirpes hibridizadas; y Crustáceos; 14Bromatologia e tecnologia dos alimentos y Ovos; y Peixes; y Amendoim; y Soja; y Leites de todas as espécies de animais mamíferos; y Amêndoas; y Avelãs; y Castanha-de-caju; y Castanha-do-brasil ou castanha-do-pará; y Macadâmia; y Nozes; y Pecãs; y Pistaches. 15Bromatologia e tecnologia dos alimentos 3. EMBALAGEM Embalagem é todo acondicionante que exerça função de proteção do alimento in na- tura, da matéria-prima alimentar ou do produto alimentício no decorrer de suas fases de elaboração e armazenamento. As funções da embalagem de alimentos são: y Proteger o alimento contra contaminação ou perdas; y Facilitar o transporte; y Facilitar a distribuição do produto; y Identificar o fabricante; y Atrair a atenção do consumidor; y Instruir o consumidor no uso do produto. 3.1 REQUISITOS DE UMA EMBALAGEM y Ser adequada à forma, tamanho e peso do produto; y Não ser tóxica; y Dar proteção contra a passagem de umidade, ar e luz; y Ter resistência ao impacto; y Abrir com facilidade e fechar com segurança; y Propiciar descarte, reciclagem ou fácil reutilização; y Ter design que atenda as exigências legas com relação à rotulagem dos alimentos. 3.2 TIPO DE EMBALAGENS Tabela 7. Tipos de embalagem1,3 RÍGIDAS SEMIRRÍGIDAS FLEXÍVEIS Metal Vidro Papelão Garrafas e recipientes plásticos Laminados mistos Papel Alumínio (folha) 16Bromatologia e tecnologia dos alimentos Tabela 8. Observações gerais sobre cada tipo de embalagem1,3 Tipo Observações EMBALAGEM RÍGIDAS Metal Lata: embalagem rígida, constituída tradicionalmente por uma fo- lha-de-flandre, podendo ter uma camada de verniz. Folha-de-fladres: material constituído por uma chapa de aço re- vestida com estanho em ambas as faces. Vantagem: o alimento pode ser processado e esterilizado na pró- pria embalagem. Vidro Alto valor mercadológico. Impermeável, rígida, resistente a temperatura de esterilização (100ºC), fácil abertura e possibilidade de fechar o recipiente de- pois de aberto. Papelão Simples barata e relativamente leve. Embalagem primária (desidratados, fermento em pó, oleaginosas etc.). Embalagem secundária (facilitar o transporte e a distribuição das embalagens primárias. 100% biodegradável. SEMI RÍGIDAS Plásticas Vantagens: leveza, possibilidade de visualizar o produto, Facilida- de de abertura da embalagem. Desvantagens: Baixa resistência ao calor. Suscetibilidade ao ataque de luz. Laminados mistos Tetra Brik Possuem, em média, seis camadas. Geralmente estão organiza- das na seguinte ordem: 1-polietileno, 2-papel, 3-poetileno, 4-folha de alumínio, 5-polietileno e 6-polietileno. FLEXÍVEIS Papel Sacos e papéis de embrulho. São leves e podem ser moldadas de acordo com a conveniência. Altamente reciclável. Não é resistente a água. IMPORTANTE! Embalagem ativa é a embalagem que possui agentes aditivos que interagem com o produto de forma desejável, tendo como propósito proteger, prolongar a vida de prateleira, preservar as propriedades sensoriais além de manter a qualidade e a integridade do produto. 17Bromatologia e tecnologia dos alimentos 3.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À TÉCNICA GASOSA Esses sistemas podem se classificar dependendo da técnica gasosa aplicada na em- balagem. Tabela 9. Classificação quanto à atmosfera utilizada para conservação1,3 ATMOSFERA NORMAL ATMOSFERA CONTROLADA (AC) ATMOSFERA MODIFICADA (AM) O produto alimentício é embalado em condições gasosas do ar ambiente Ocorre a redução na concentração de O2 ou aumento na concentração de CO2 na embalagem do produto com o objetivo de manter a qualidade do produto. Há maior controle das quantidades de O2 e CO2 O alimento é acondicionado em filmes plásticos. 18Bromatologia e tecnologia dos alimentos 4. DIET X LIGHT X ZERO 4.1 ALIMENTOS PARA FINS ESPECIAIS Os alimentos para fins especiais são definidos pela legislação como sendo aquele alimento especialmente formulado ou processado, nos quais se introduzem modificações no conteúdo de nutrientes, adequados à utilização em dietas, atendendo às necessidades de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas específicas. 4.2 ALIMENTOS DIET São aqueles destinados a dietas com restrição de nutrientes (carboidratos, gorduras, proteínas, sódio), alimentos para controle de peso e alimentos para dietas de ingestão controlada de açúcares. Nos alimentos diet há ausência total de algum componente (car- boidrato, gordura, proteína, sódio etc.) IMPORTANTE! Nem todo produto diet apresenta redução significativa da quantidade de calorias! 4.3 ALIMENTOS LIGHT O termo Light pode ser utilizado em duas situações: quando um produto é baixo (ou reduzido) em valor energético; ou quando um produto é baixo (ou reduzido) em algum nutriente (açúcares, gorduras totais, gorduras saturadas, colesterol ou sódio). A redução deve ser da seguinte forma: y Valor energético: redução mínima de 25% no valor energético; y Açúcares, Gorduras Totais, Colesterol, Sódio: redução mínima de 25% no conteúdo de açúcares; y Gorduras Saturadas: redução mínima de 25% no conteúdo de gorduras saturadas. É válido ressaltar que a redução não deve resultar em um aumento das quantidades de ácidos graxos trans. 19Bromatologia e tecnologia dos alimentos 5. MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS Os processos de conservação de alimentos são baseados na eliminação total ou parcial dos agentes que alteram os produtos, sejam os de natureza biológica (microrga- nismos), sejam os de natureza química (enzimas). Consistem na aplicação de alguns princípios físicos ou químicos tais como: uso de altas e baixas temperaturas, eliminação de água, aplicação de aditivos conservantes, ar- mazenamento em atmosfera controlada, uso de certas radiações e filtração. Os métodos de conservação dos alimentos têm por objetivo aumentar a vida útil dos alimentos através de técnicas que evitem alterações microbianas, enzimáticas, químicas e físicas, entretanto mantendo seus nutrientes e suas características organolépticas (aro- ma, sabor, textura). 5.1 MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO PELO FRIO Processo de conservação por ação indireta (modificação do meio) sobre microrga- nismos e enzimas. O efeito conservador pelo frio baseia-se na inibição total ou parcial dos principais agentes responsáveis pela alteração dos alimentos. Quanto mais baixa for a temperatura, mais reduzida será a ação química, enzimática e o crescimento microbiano. A indicação de cada um dos diferentes processos de conservação pelo frio é feita de acordo com o tipo, constituição, composição química e o tempo requerido para a conser- vação do alimento, sem que haja sensíveis perdas de seu valor nutritivo, de suas carac- terísticas organolépticas e diminuição de peso, por desidratação. Os principais métodos são: refrigeração e congelamento. 5.1.1 REFRIGERAÇÃO Principal método de preservação para certos alimentos ou preservação temporária. Utiliza temperaturas de 0 a 7°C. É um método ideal para a maioria dos alimentos perecíveis, como: ovos, laticínios, carnes, pescado, hortaliças e frutas. Com a refrigeração se consegue que o sabor, odor e aspecto natural dos produtos se distanciem pouco do gênero fresco. 5.1.1.1 Fatores que influenciam o armazenamento por Refrigeração Ação da temperatura – Os processos enzimáticos, químicos e microbiológicos cau- sadores de deterioração são menos rápidos se a temperatura for mais baixa. Ação da Umidade Relativa – Umidades relativa elevada favorecem a multiplicação de microrganismos e por outro lado se tem pouca perda de peso do produto. 20Bromatologia e tecnologia dos alimentos Tempo de Refrigeração – Depende do tipo de alimentos,da temperatura e da conta- minação inicial dos alimentos. 5.2 CONGELAMENTO Neste método é utilizado temperaturas mais baixas do que na refrigeração (<0°C) re- tardando praticamente todo o processo metabólico microbiano. A escolha da temperatura utilizada no armazenamento depende do aspecto econômico e características de cada produto (na prática: 0 a -40ºC, e a mais usada: -18°C). Os principais alimentos conserva- dos por congelamento são carnes, pescado, ervilha, morango, milho. 5.2.1 Tipos de congelamento Moderno ou Rápido – O processo é realizado em minutos ou segundos, há a for- mação de pequenos cristais de gelo no interior da célula e nos espaços extracelulares, e assim não rompendo a mesma; preservando os nutrientes. Tradicional ou Lento – O processo é realizado em horas, há a formação de grandes cristais de gelo no interior da célula e nos espaços extracelulares, rompendo a mesma, perdendo a textura, valor nutricional e aroma. Tabela 10. Principais métodos de congelamento4,5 MÉTODOS DE CONGELAMENTO MÉTODO DEFINIÇÃO Congelamento a ar Circulante O equipamento chama-se túnel de congelamento e a temperatura do ar nos modernos tuneis é de -30°C a -40°C Congelamento por imersão Consiste de um tanque com meio de congelamento: salmoura (mais usa-da) ou solução de propilenoglicol. Congelamento por contato O produto é congelado pelo contato com placas metálicas. O equipamen-to é empregado para congelar produtos em caixas de pequena espessura Congelamento Criogênico É utilizado para produtos de pequenas dimensões como hambúrguer, piz- za, bolo etc. utilizam-se como refrigerantes: Freon 12 (-30°C), Gás carbô- nico (-70°C) ou Nitrogênio liquido (-180°C), que são aspergidos na super- fície do produto movimentado por um transportados. 5.3 MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO PELO CALOR Processo de conservação por ação direta sobre os microrganismo e enzimas. A con- servação pelo calor consiste na destruição térmica de microorganismos e na prevenção de contaminação. A destruição de microorganismos pelo calor se deve à coagulação de suas proteínas e especialmente a inativação das enzimas necessárias para seu metabolismo. 21Bromatologia e tecnologia dos alimentos Quando mencionamos conservação de alimentos pelo calor, estamos nos referindo aos processos controlados, realizados comercialmente, tais como: pasteurização ou es- terilização. 5.3.1 PASTEURIZAÇÃO É o método de conservação pelo calor que utiliza temperaturas abaixo de 100°C. Tem como objetivo destruir pelo calor todas as bactérias patogênicas. Tabela 11. Tipos de pasteurização4,5 TIPOS DE PASTEURIZAÇÃO LENTA RÁPIDA 63º – 65°C, durante 30 minutos 72º – 75°C, durante 15 segundos. 5.3.2 ESTERILIZAÇÃO Tratamento térmico que se refere à completa destruição microbiana de um alimento ou produto. Isso significa que toda flora microbiana patogênica ou deterioradora, inclusive as formas esporuladas, assim como enzimas , serão destruídas e/ou inativadas e o produ- to se apresentará estéril. É o método de conservação pelo calor que utiliza temperaturas acima de 100°C. Ocorre a destruição de micro-organismos e inativação de enzimas capa- zes de deteriorar o produto y Aquecimento até 100°C – para alimentos com pH abaixo de 4,5 – chamada de esterilização ao banho-maria. Devem ser aquecidos em recipientes já hermeticamente fechados. Aplica-se às conservas de frutas em geral. y Aquecimento > 100°C – utilizado para alimentos com pH acima de 4,5. É denominada de esterilização em autoclaves, como o processo U.H.T 5.3.3 TINDALIZAÇÃO E APERTIZAÇÃO Tindalização: Nesse processo a temperatura varia de 60º a 90ºC, durante alguns mi- nutos. Os esporos não serão destruídos. Depois do resfriamento, os esporos entram em germinação e no prazo de 24 horas é efetuado novo aquecimento (varia de 3 a 12 opera- ções). Processo pouco usado por ser demorado e de custo elevado. Apertização: É a aplicação do processo térmico a um alimento convenientemente acondicionado em uma embalagem hermética (latas, vidros e plásticos) ou outros mate- riais autocláveis e relativamente isentos de ar. É a esterilização de um alimento acondicio- nado em uma embalagem hermética (latas, vidros, plásticos...). A temperatura pode variar com o pH e as características dos alimentos. 22Bromatologia e tecnologia dos alimentos 5.4 MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CONTROLE DE UMIDADE A conservação pelo controle da umidade é um método que consiste na aplicação de calor para a remoção de água. Dependendo da intensidade do calor, obtém-se a secagem ou desidratação através da retirada máxima de água dos alimentos. Os alimentos que sofreram concentração ou desidratação exigem cuidados es- peciais em relação às embalagens e aos locais de estocagem. Por serem desidratados, absorvem água com muita facilidade. Assim, se as embalagens forem danificadas, por exemplo, ocorrerá absorção de umidade do ambiente, o que pode levar ao desenvolvimen- to de bolores, à multiplicação de bactérias, ou mesmo à germinação de esporos, gerando perda de produtos. A umidade dos alimentos pode ser alterada através dos métodos destacados a seguir: 5.4.1 SECAGEM Processo de conservação pelo calor natural (sol), onde são necessárias medidas sa- nitárias de controle. O tempo de secagem depende da variedade do produto, condições climáticas etc. Ex: Carne de sol, Charque, Uva Passa, Banana Passa. 5.4.2 DESIDRATAÇÃO Processo pelo calor artificial, em condições controladas. A desidratação é feita por ar quente e a temperatura varia de 50°C a 200°C, e está na dependência do produto. Ex: Café, Leite em pó, Farinhas. 5.4.3 SALGA Processo de conservação que utiliza o cloreto de sódio como elemento conservador. É um processo de conservação por ação indireta sobre os microrganismos e enzimas, pela modificação do estado (meio) do alimento. A salga pode ser: seca, úmida ou mista. 5.5 BRANQUEAMENTO Definição: Pré-cocção de alimentos em meio líquido em ebulição, por alguns minu- tos, passando para água fria. O objetivo desse método é obter a coagulação das fibras externas, manter a cor, inativar enzimas e inibir microrganismos. Ideal para preparação dos alimentos para congelamento, conservas e frituras. Tratamento térmico brando o qual utiliza temperaturas entre 70 a 100°C, em tempos que variam de 1a 5 minutos, com posterior resfriamento para evitar que o produto perma- 23Bromatologia e tecnologia dos alimentos neça por mais tempo na temperatura elevada, causando um cozimento no produto. Esse tratamento é geralmente aplicado em frutas e hortaliças. 5.6 LIOFILIZAÇÃO Definição: Processo baseado na sublimação da água, porém é de alto custo (equi- pamento utilizado e energia consumida). Pode ser aplicado em produtos de alto valor co- mercial. Ex: café, camarão. Visto que o calor aplicado na desidratação dos alimentos sempre provoca alguma perda das características sensoriais e nutricionais, a liofilização tem sido utilizada como método alternativo de retirada da umidade dos alimentos. A liofilização se processa basicamente em duas etapas. Primeiramente, procede-se à congelação convencional do alimento a fim de obter a concentração dos nutrientes. A seguir, o alimento é colocado em câmaras a vácuo com temperaturas entre 40 e 50 ºC, para que os cristais de gelo passem ao estado de vapor sem se derreter. A passagem dos cristais de gelo (estado sólido) ao estado gasoso (vapor d’água) denomina-se sublimação. 5.7 DEFUMAÇÃO Definição: Processo de aplicação da fumaça aos produtos alimentícios. Os com- ponentes da fumaça agem sobre os microrganismos devido ao seu potencial bacteri- cida e bacteriostático. Além disso, contribui no aroma e sabor característico de alguns alimentos. Geralmente, a defumação é utilizada após o término da fabricação de alimentos aos quais já foram aplicados aditivos e até tratamentos térmicos. O efeito da conservação pela fumaça deve-se à composição desta, que é obtida pela queima incompleta de certas madeiras. Nessa temperatura, são produzidosinúmeros áci- dos orgânicos éteres e fenóis ácidos, compostos carbonilados, álcoois, hidrocarbonetos e, especialmente, o aldeído fórmico. A fumaça que contém essas substâncias penetra nas camadas mais externas do produto, causando uma desidratação superficial que auxilia na ação bacteriostática (inibição da multiplicação bacteriana). 5.8 IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS Definição: Processo físico de tratamento que consiste em submeter o alimento, já embalado ou a granel, a doses controladas de radiação ionizante, com a finalidade sanitá- ria, fitossanitária e ou tecnológica. 24Bromatologia e tecnologia dos alimentos O processo de irradiação compreende a exposição de alimentos, pré- embalados ou a granel (sem embalagem), a um preestabelecido nível de radiação de ionização, sendo muito importante conhecer as fontes de radiação de ionização: a forma como é que a energia quantificada e também as suas limitações e vantagens. 25Bromatologia e tecnologia dos alimentos 6. ANÁLISE SENSORIAL DE ALIMENTOS É uma disciplina científica utilizada para evocar, medir, analisar e interpretar reações das características de alimentos e outros materiais da forma como são percebidas pelos sentidos da visão, olfato, gosto, tato e audição”. Ou seja, “é uma ciência usada para medir através dos sentidos humanos um determinado atributo ou a característica global do pro- duto e quantificá-la.”. Aplicações: y Controle das etapas de desenvolvimento de um novo produto; y Controle de qualidade; y Estabilidade de armazenamento; y Testar a percepção humana em face dos atributos dos alimentos. Condições para análise sensorial: y Cabines individuais/mesas redondas; y Cores branca ou neutras (cinza); y Iluminação natural, luz fluorescente ou colorida; y Locais tranquilos; y Locais longe de odores; y Usar recipientes brancos, limpos e inodoros; y Padronizar quantidade e temperatura; y A técnica de preparação deve ser fielmente reproduzida para cada amostra; y Silêncio; y Uniformizar a apresentação; y Codificar as amostras com 3 dígitos usando a tabela de números aleatórios (random orders) para codificar as amostras; y Delineamento estatístico. 6.1 TIPOS DE TESTES 1) Métodos Sensoriais Discriminativos; 2) Métodos Sensoriais Subjetivos; 3) Métodos Sensoriais Descritivos. 26Bromatologia e tecnologia dos alimentos 7. TESTE EM ANÁLISE SENSORIAL DE ALIMENTOS 7.1 TESTES DISCRIMINATIVOS Nos Testes Discriminativos são avaliadas as diferenças sensoriais entre dois ou mais produtos. É realizada uma avaliação global ou de um atributo específico. Pode ser aplicado nas seguintes situações: y Monitoramento de julgadores; y Alterações na formulação, processo, embalagem, diferença entre lotes ou decorrente do período de armazenamento. Tabela 12. Principais testes discriminativos utilizados na análise sensorial6,7 TESTES OBSERVAÇÕES COMPARAÇÃO PAREADA Amostras são apresentadas aos pares Provadores indicam qual amostra apresenta maior intensidade quanto ao atributo ava- liado (doçura, acidez) – 50% ao acaso Limitação: não indica a magnitude da diferença DUO TRIO Duas codificadas e uma referência (R) ou padrão (P) simultaneamente ou R primeiro; Provadores indicam qual amostra é igual à R; Chance de acerto ao acaso 50%; Intermediário entre Pareado e Triangular; TRIANGULAR Determina diferenças sensoriais inespecíficas, entre dois tratamentos ou produtos Controle de qualidade; Diferença perceptível entre três amostras; Apresentação de três amostras codificadas (duas iguais e uma diferente) Limitações: sabores fortes, residuais, fadiga sensorial e erro de tendência central ORDENAÇÃO Avaliação simultânea de uma série de amostras codificadas; Provadores organizam as amostras em ordem crescente ou decrescente para uma dada característica; Qualidade geral ou para preferência; Limitação: não estima a magnitude da diferença COMPARAÇÃO MÚLTIPLA Extensão do Duo-Trio; Avaliação de atributo específico, qualidade sensorial global ou preferência; Apresentação de série amostras codificadas e de uma amostra referência (R) ou padrão (P) Provadores indicam se as amostras são iguais ou diferentes de R (discriminação), clas- sificando o tamanho da diferença (magnitude e direção da diferença) 27Bromatologia e tecnologia dos alimentos 7.2 TESTE AFETIVO O teste afetivo (ou sensorial) avalia a resposta individual (aceitação ou preferência) de consumidores habituais ou potenciais de um produto a uma ideia ou a uma caracterís- tica do mesmo. Tabela 13. Principais testes afetivos utilizados na análise sensorial6,7 TESTES OBSERVAÇÕES MÉTODO SENSORIAL AFETIVO Avaliar a aceitação e preferência dos consumidores em relação a um ou mais produtos. TESTE DE ACEITAÇÃO Avalia o quanto um consumidor gosta ou desgosta de um determinado produto TESTE DE PREFERÊNCIA Determina a preferência que o consumidor tem sobre um produto em re-lação a outro Escala Hedônica! Relativo ao Gostar Modelo de escala ( ) Comeria isto sempre que tivesse oportunidade ( ) Comeria isto muito frequentemente ( ) Comeria isto frequentemente ( ) Comeria isto de vez em quando ( ) Comeria isto se tivesse acessível, mas não me esforçaria para isto ( ) Não gosto disto, mas comeria ocasionalmente ( ) Raramente comeria isto ( ) Só comeria isto se não pudesse escolher outro 7.3 TESTES DESCRITIVOS Esta técnica permite a avaliação dos atributos sensoriais de produtos. Neste caso, são empregadas equipes treinadas de provadores. São utilizados para avaliar: y Perfil do Sabor; y Perfil da Textura; y ADQ: Método do Índice de Qualidade (MIQ); Pescados; Score avaliativo. 28Bromatologia e tecnologia dos alimentos REFERÊNCIAS 1. Fellows, P.J. Tecnologia do Processamento de Alimentos: Princípios e Prática. Porto Alegre. Armed, 2006. 2. Brasil. Anvisa. Resolução da Diretoria Colegiada nº 259: Aprova regulamento técnico sobre rrotulagem de alimentos embalados. Brasília, 20 de setembro de 2002. 3. ABRE – Associação Brasileira de Embalagem. Diretrizes de rotulagem ambiental para Embalagens. São Paulo/SB; 2010. 4. Evangelista, J. Alimentos: um estudo abrangente. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2002. 5. Gava, A. J. Tecnologia de Alimentos: princípios e aplicações. Nobel, São Paulo, 2008. 6. Meilgaard M, Civille GV, Carr BT. Sensory Evaluation Techniques. 4. ed. Flórida – USA: CRC Press; 2007. p. 354. 7. Domene SMS. Técnica dietética: teoria e aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koo- gan; 2011. 8. Brasil. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Portaria nº 157, de 19 de agosto de 2002. 9. American Society for Testing and Materials – ASTM. E 1490-92: Standard practice for descriptive skin feel of creams and lotions (reapproved 1997). ASTM International, 1992, 15p. 10. Anvisa. Resolução da Diretoria Colegiada nº 259: Aprova regulamento técnico sobre rrotulagem de alimentos embalados. Brasília, 20 de setembro de 2002. 11. Anvisa. Resolução da Diretoria Colegiada nº 360: Aprova Regulamento técnico sobre rotulagem nutricional de alimentos embalados, tornando obrigatória a rotulagem nu- tricional. Brasília, 23 de dezembro de 2003 12. Anvisa. Resolução da Diretoria Colegiada nº 26: Estabelece os requisitos para rotula- gem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias alimentares. Brasília, 2 de julho de 2015. 13. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12994: métodos de análise sensorial de alimentos e bebidas: terminologia. Rio de Janeiro, 1993. 2p. MATERIAL COMPLEMENTAR BONS ESTUDOS!
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