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Fraturas do zigomático são lesões faciais comuns, representando a fratura facial mais usual ou a segunda em frequência, após as fraturas nasais. A elevada incidência destas fraturas provavelmente se relaciona com a posição proeminente do zigoma dentro do esqueleto facial, que frequentemente se expõe a forças traumáticas. Na fratura de arco zigomático, tanto a abordagem intrabucal quanto a extrabucal podem ser usadas para elevar e trazer o arco zigomático de volta à sua configuração normal. Além de restaurar o contorno facial, isso elimina a obstrução mecânica sobre o processo coronoide da mandíbula e a subsequente limitação de abertura de boca. • A elevação e a redução do arco zigomático devem ser realizadas dentro de poucos dias após o traumatismo. • Longas esperas podem manter o arco em uma configuração suportada estável difícil, e ele tende a colapsar ou retornar para sua posição traumatizada. • Principal estrutura do terço médio da face lateral. • Osso forte e espesso, o zigoma aproxima-se, em forma, a um quadrilátero, com uma superfície exterior convexa (bochecha) e uma superfície interior côncava (temporal). EXAME CLÍNICO Após o clínico determinar o estado neurológico de um paciente com suspeita de fratura do CZM, a primeira prioridade é a determinação do status visual do olho envolvido. O completo exame de fundo de olho e ocular deve ser realizado, com documentação completa dos resultados. O exame do zigoma envolve a inspeção e a palpação. • A inspeção é realizada a partir das vistas frontal, laterais, superior e inferior. Deve-se notar simetria, níveis pupilares, presença de edema orbital, equimose subconjuntival e projeção anterior e lateral dos corpos zigomáticos. Obs: o método mais útil para avaliar a posição do corpo do zigoma é a partir da vista superior. O paciente pode ser colocado em uma posição de decúbito ou reclinado em uma cadeira. O cirurgião inspeciona a partir de uma posição superior, avaliando a maneira como o corpo zigomático se projeta anterior e lateralmente ao rebordo supraorbital, comparando um lado com o outro. Não se deve esquecer de realizar um exame intraoral, pois as fraturas zigomáticas são muitas vezes acompanhadas por equimoses no sulco vestibular superior e fraturas dentoalveolares superiores. A palpação deve ser sistemática e completa, e um lado deve ser comparado com o outro. Os rebordos orbitais são palpados em primeiro lugar. Quando fraturas estão presentes, a palpação frequentemente é acompanhada por alteração na densidade dos tecidos. O tratamento das fraturas do terço médio da face pode ser dividido do seguinte modo: 1. no das que afetam a relação oclusal – como as fraturas Le Fort I, II ou III 2. no das que não necessariamente afetam a oclusão, como as fraturas isoladas de zigoma, arco zigomático ou do complexo NOE. • O tratamento visa basicamente à restauração das funções ocular, nasal e mastigatória e à estética facial. • Mais comum do terço médio da face • A redução aberta geralmente é realizada por meio de uma combinação de acessos intrabucal, na região lateral da sobrancelha e infraorbitário. • Um instrumental é usado para elevar e posicionar corretamente o zigoma. Caso uma adequada estabilização não seja possível pela simples redução manual, pode ser necessário o uso de placas no pilar zigomaticomaxilar, na área zigomaticofrontal e no rebordo infraorbitário. FRATURA DE ZIGOMÁTICO Do tratamento das fraturas NOE é reproduzir as funções nasolacrimal e ocular normais, enquanto os ossos nasais e os ligamentos cantais mediais são apropriadamente posicionados para assegurar a estética pós-operatória normal. Vários sinais e sintomas acompanham as fraturas zigomáticas. A presença e a gravidade dependerão da extensão e tipo de lesão zigomática. Por exemplo, o achatamento facial é mais pronunciado em lesões em que o corpo do zigomático tenha sido muito deslocado, ao contrário daqueles em que o corpo não tenha sido deslocado. Da mesma forma, é esperado que as fraturas do arco zigomático produzam menos ruptura ocular do que as fraturas do CZM.. • Equimose periorbitária bilateral pode estar na pálpebra inferior e na área infraorbital ou em torno da borda orbital inteira. • Edema • Dor (Dor intensa normalmente não é uma característica de lesões zigomáticas, a menos que o segmento fraturado esteja móvel. Pacientes, no entanto, queixam-se de desconforto associado ao hematoma. O exame de palpação dos locais fraturados também provoca uma resposta álgica) e crepitação à palpação. • Equimose subconjuntival (hiposfagma): é encontrada na região conjuntiva do olho (região branca do olho) – hemorragia subconjuntival. • Afundamento do zigomático: faz a palpação e o paciente apresenta um lado mais fundo que o outro • Perda de acuidade visual ou mesmo amaurose • Limitação de abertura bucal: esta condição ocorre com uma incidência ainda maior em fraturas isoladas do arco zigomático. A razão citada para este trismo pós-fratura é o bloqueio na translação do processo coronoide da mandíbula abaixo dos fragmentos zigomáticos deslocados. • Enfisema: presença de bolhas de ar na pele. Bolhas na região da parede anterior do seio Obs: Via de regra o impacto é unilateral Obs: Muito comum ter fraturas isoladas do arco zigomático = acaba afetando o processo coronóide da mandíbula • Distopia: Plano pupilar do globo ocular está alterado. Normalmente leva à visão dupla. Desvelamento dos planos pupilares em relação horizontal. • Diplopia: visão dupla / visão embaçada / paciente com dois planos pupilares. Existem duas variedades de diplopia: a diplopia monocular, ou embaçamento da visão através de um olho com o outro fechado e a diplopia binocular, em que o embaçamento da visão ocorre apenas quando o paciente olha através de ambos os olhos. Segundo alguns autores, a gravidade da diplopia está associada à gravidade das lesões do terço médio facial. • Enoftalmia: quando o olho perde a projeção ântero- posterior. Se a lesão zigomática produziu um aumento de volume orbital, geralmente por deslocamento lateral e inferior do zigomático e/ou ruptura das paredes orbitais inferior, medial e/ou laterais, ou levou a uma diminuição no volume dos tecidos moles orbitais por herniação, pode resultar em enoftalmia. Características clínicas da enoftalmia: acentuação do sulco da pálpebra superior e estreitamento da fissura palpebral, causando pseudoptose da pálpebra superior. • Oftalmoplegia: perda da mobilidade ocular. Se perder todos os movimentos do olho, ocorreu uma lesão do nervo oculomotor e abducente e troclear – “síndrome da fissura orbitária superior” • Parestesia do nervo infra-orbitário e alveolar superior anterior • Limitação de abertura bucal Obs: amaurose: perda da visão!! Radiografia axial de Hirtz e radiografia PA de Waters, são as solicitadas, em que procura-se alterações, como desnivelamento de corticais, integridade dos pilares de sustentação da face (fronto-zigomático, zigomático maxilar ou zigomático-alveolar, arco zigomático e margem infraorbitária) e Velamento do seio maxilar (sangue dentro da cavidade sinusal) • Solução de continuidade das corticais ósseas: pilar fronto-zigomático, margem infra-orbitária, cista zigomático alveolar e arco zigomático. • Cavalgamento dos cotos fraturados • Investigar fraturas de soalho e parede medial de órbita As vezes precisamos de tomografia, principalmente para avaliar a integridade do soalho e medial da órbita - Quando existe essa fratura se tem globe out. Já em fratura de teto de órbita - globe inside Tipo I: fratura sem deslocamento. Conduta conservadora – osso permanece no canto. afundamento do arco zigomático. Tipo II: exclusiva do arco zigomático. Somente no arco a intensidade do impacto. Se for zigoma + arco não é consideradotipo II. TIPO III: fratura com deslocamento, mas sem rotação TIPO IV: fratura com deslocamento e com rotação medial TIPO V: fratura com deslocamento e com rotação para lateral TIPO VI: fratura complexa do zigomático / cominutiva OBS: Redução da fratura - correção da posição anatômica da fratura. Na maioria das vezes é feita com anestesia local Os métodos de tratamento de um osso malar fraturado recomendados por vários autores relatam tratamentos que incluem manipulação digital simples sob anestesia geral, manipulação externa por meio de um fórceps dental em chifre de vaca prendendo as bordas do osso, tração e elevação por meio de fio ou elevadores ósseos pesados passados por pequenas incisões externas locais e elevação via incisão na mucosa do sulco gengival na fossa canina. Obs: a decisão de intervir deve ser baseada em sinais, sintomas e incapacidade funcional. Essa decisão não precisa ser feita às pressas porque fraturas do CZM não são emergências e o tratamento pode ser adiado, se necessário. No entanto, durante a primeira semana após o trauma, o tecido mole sofre mudanças consistentes com a sequência normal de cicatrização de feridas. Obs: Outra consideração importante na decisão de se intervir cirurgicamente é o estado do olho oposto. Se o paciente apresentar diminuição na visão do olho oposto ao da fratura por qualquer motivo, pode-se decidir não tratar a fratura do CZM deslocada associada ao único olho funcionalmente normal. Vários métodos estão disponíveis para a redução e fixação das fraturas zigomáticas, o que não indica que uma técnica é sempre superior às outras. Obs: Não é tanto a técnica real, mas a correta aplicação dos princípios que produz resultados satisfatórios. • O zigomático fraturado é, talvez, o menos compreendido e o mais frequentemente maltratado dentre as fraturas faciais. Muito da dificuldade em tratar estas fraturas deriva das relações anatômicas complexas e múltiplas que o zigoma mantém dentro do esqueleto facial.
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