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MUSICOTERAPIA Práticas Integrativas Complementares Introdução O estudo da música tem sido valorizado em diversas áreas como: Percepção auditiva Relação entre música e movimento Música e memória Emoções evocadas por música Além disso, muitos estudos têm apontado para o papel da música como ferramenta de intervenção em diferentes alterações neurológicas como: afasia, autismo e dislexia. A percepção do som envolve uma série de estruturas cerebrais, tais como córtex pré-frontal, córtex pré-motor, córtex motor, córtex somatosensorial, lobos temporais, córtex parietal, córtex occipital, cerebelo e áreas do sistema límbico, incluindo a amígdala e o tálamo (OVERY; MOLNAR-SZACKACS, 2009). O que é musicoterapia? É um processo sistemático de intervenção em que o musicoterapeuta ajuda o cliente a promover a saúde utilizando experiencias musicais; Definindo Musicoterapia – Bruscia: “A Musicoterapia é o campo da medicina que estuda o complexo som – ser humano – som, para utilizar o movimento, o som e a música, com o objetivo de abrir canais de comunicação no ser humano, para produzir efeitos terapêuticos, psico profiláticos e de reabilitação no mesmo e na sociedade” Teoria da Musicoterapia – Benenzon “A Musicoterapia objetiva desenvolver potenciais e/ou restabelecer funções do indivíduo para que ele/ela possa alcançar uma melhor integração intra e/ou interpessoal e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida” Contextualizando... A musicoterapia é conhecida desde a antiguidade e utilizada desde os anos 40 como um ramo da medicina. Foram os EUA o país que contou com a primeira associação para impulsionar este ramo da ciência, com a «National Society for Musical Therapeutics», fundada pela pioneira Eva Augusta Vescelius. Em 1950 foi fundada a «National Association for Music Therapy». Quem são os profissionais que desenvolvem esta terapia? A musicoterapia pode ser desenvolvida por uma equipe de saúde multidisciplinar, constituída por musicoterapeutas, por terapeutas ocupacionais, psicólogos, educadores, médicos e fonoaudiólogos. Os objetivos dos musicoterapeutas são determinar e utilizar abordagens de musicoterapia que ajudem efetivamente na restauração, manutenção e melhoria da saúde mental e física. Nesta terapia pode e deve unir-se à expressão corporal, pois os sons podem causar no ser humano efeitos calmantes ou excitantes. Quem pode usufruir dessa terapia? Pessoas com: autismos, síndrome de down (e outras) Problemas de saúde mental (transtornos de ansiedade, pânico), Déficits de atenção, Traumas emocionais, Traumas causados por acidentes, Paralisia cerebral, Distúrbios de comportamento e outros Problemas de cognição em geral. Todos os indivíduos que busquem de alguma maneira, melhorar a saúde, seja mental, psicológica e/ou física. Música = Terapia A contribuição da musicoterapia nos diferentes contextos hospitalares (internação, hospital-dia e serviço ambulatorial) tem sido reconhecida por minimizar os efeitos da hospitalização, entre outros, influenciando diretamente na qualidade de vida do paciente. Social, afetiva, profissional e saúde “Durante quase toda a história do homem a música e a terapia tem estado estreitamente vinculadas, com frequência de forma inseparável.” (Schneider et al., apud Gaston (1968), p. 21) Além de estar presente “... em todas as culturas conhecidas”(Gfeller, 1992, p.42) a música foi também, desde os primórdios, canal que o ser humano utilizou para uma tentativa de cura ou alívio de doenças. Benefícios da musicoterapia I: Estimula a memória em pacientes com Alzheimer Aumenta a autoestima e interação social nos idosos Controle sobre padrões de caminhada após uma lesão cerebral (Rev Méd Chile 2001; 129: 219-23). Melhora o humor e ansiedade Ajuda a tolerar o tratamento contra o câncer Melhora a comunicação Auxilia no sono Benefícios da musicoterapia II A musicoterapia ajuda o paciente em diversos aspectos da saúde, como: Desenvolver habilidades sensório-motoras Promover uma melhor orientação e atenção Desenvolver habilidade de interpretação Melhorar as habilidades integrativas e de grupo Desenvolver a capacidade de intimidade interpessoal Contribuir para o alívio da dor Combater o estresse e a depressão Diminuir a ansiedade Aumentar a capacidade respiratória Estimular a coordenação motora Controlar a pressão arterial Contraindicação da musicoterapia A musicoterapia tem uma contraindicação para indivíduos com epilepsia musico gênica, ou seja, determinados ruídos ou músicas podem provocar ataques epiléticos. Temos que considerar que em determinados casos música produz alegria e estimula o movimento intensivo, mas o abuso pode criar desequilíbrios e produzir efeitos negativos. A música eletrônica tem que ser tratada com cuidado, uma vez que em alguns casos pode ter efeitos sedativos e noutros, como em algumas deficiências mentais, pode ser alucinógeno. Métodos utilizados Existem dois tipos gerais de musicoterapia: Musicoterapia receptiva: que orienta pacientes ou clientes a ouvir música ao vivo ou gravada, selecionada por um musicoterapeuta. Musicoterapia ativa: às vezes chamada de musicoterapia expressiva, que envolve clientes ou pacientes no ato de produzir música vocal ou instrumental. Onde a Musicoterapia está sendo aplicada? A Musicoterapia vem sendo aplicada em inúmeros hospitais, clínicas e centros de reabilitação para a integração física, psicológica e emocional. Além de ser utilizada na maioria das APAEs, vem sendo implantada nos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e nos Centros de Atendimento Psiquiátrico para adultos e crianças, além de Hospitais e Centros de Neurologia, em Organizações Não-Governamentais (ONGs) e em escolas especiais. Princípios da Musicoterapia 1. Princípio do "ethos", referindo-se à capacidade que a música possui para provocar estados de ânimo. 2. Princípio da totalidade, em que mente e corpo são influenciados reciprocamente pela música tendo um propósito comum; nesse caso, por exemplo, uma emoção provocada pela audição de uma música possui a capacidade de objetivar uma emoção pessoal parecida; além disso, a música cria uma atmosfera de unidade e intimidade, inclusive nos grupos mais heterogêneos. Dessa forma, barreiras sociais, raciais, culturais ou linguísticas podem ser vencidas facilmente. 3. Princípio homeostático, sugerindo que o organismo humano mostra uma forte tendência a funcionar bem em todo momento; os diferentes órgãos e sistemas exercem um controle automático para manter a saúde corporal em perfeito equilíbrio. Aliás, o princípio do prazer e da dor indica que existem para compensar-se mutuamente. 4. Princípio de Iso, em que o ritmo musical deve acompanhar o ritmo mental do indivíduo (hiper ou hipoatividade), bem como seu estado de ânimo ("mood"), para que possa haver uma abertura no canal comunicativo entre paciente e terapeuta. 5. Princípio do objeto intermediário, em que o recurso sonoro utilizado com o paciente torna-se, como um prolongamento do próprio organismo, meio positivo para integração entre paciente e terapeuta. 6. Princípio do objeto integrador quando, em processo musicoterápico, verifica-se a presença de um instrumento musical (corpo, som ou objeto sonoro) como líder na comunicação. Efeitos e qualidades da música Conforme Bontempo (1992, p.11) o deslocamento das vibrações sonoras no líquido cerebrospinal e nas cavidades de ressonância do cérebro determina um tipo de massagem sônica que, segundo a qualidade harmônica do som, produz efeitos positivos ou negativos, benéficos ou não ao sistema pisco-bioenergético. Percebe-se que as vibrações ao entrarem em contato com o cérebro humano, desencadeiam certas reações, que dependendo da intensidade, podem produzir efeitos positivos ou negativos, influenciando em todo o sistema orgânico humano. Efeitos e qualidades da música: 1. Anti-neurótico 2. Antidistônico (efeito sedativo) 3. Anti-stress 4. Sonífero e tranqüilizante5. Regulador psicossomático 6. Analgésico e/ou anestésico 7. Equilibrador do sistema cardiocirculatório 8. Equilibrador do metabolismo profundo. 9. Motiva. 10. Influencia a percepção de mundo Musicoterapia/Crianças/Autismo Ajuda a Desenvolver habilidades de interação social, como também cognitivas, emocionais e comunicacionais; Gestos, dança e musicalidade, estimulam a coordenação motora; Canto e imitação de sons, fortalecem relações com o mundo real e ambiente diário; Conclusão Referências Bibliográficas OLIEVIRA FV, REGO Neta MM, MAGALHÃES JM, Oliveria ADS, Amorim, FCM, Carvalho CMS. Contribuição da musicoterapia no transtorno do espectro autista: revisão integrativa da literatura. J. nurs. health. 2021;11(1):e2111117779. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/enfermagem/article/view/17779 Rocha, Viviane Cristina da e Boggio, Paulo SérgioA música por uma óptica neurocientífica. Per Musi [online]. 2013, n. 27 [Acessado 24 Maio 2022] , pp. 132-140. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1517-75992013000100012>. Epub 20 Dez 2012. ISSN 2317-6377. https://doi.org/10.1590/S1517-75992013000100012. VENÂNCIO, Tatiana. 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