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• Doença infectocontagiosa, piogranulomatosa (nódulos com conteúdo purulento; • Caracterizada por lesões respiratórias, linfáticas e cutâneas; • Causada pela bactéria Burkholderia mallei • Sinonímias: catarro de burro, catarro de mormo, garrotilho atípico, cancro nasal; • É uma zoonose; doença de notificação compulsória (que cause qualquer tipo de dano, com capacidade de gerar circunstancias extremamente nocivas); • Sistema governamental para notificação: e-sisbravet.com.br; • Cocos gram- negativos (podem estar em cadeias); • Imóveis; • Não formam esporos; • Fatores de virulência: exotoxinas e endotoxinas; • Os muares e asininos são mais predispostos que os equinos (que são mais suscetíveis a doença clínica); • Pode acometer também ovinos, caprinos, cães e gatos; (dispersores da bactéria; • Humano: acidental/ocupacional; • Bovinos, suínos e aves são resistentes; infectam, mas não adoecem, são refratários; • Outros fatores predisponentes: treinamento excessivo de animais (hipismo, corrida, salto, provas de laço, tambor ou outras atividades esportivas ou de entretenimento); atividades que propiciem a aglomeração de animais; condições impróprias de higiene nos criatórios e/ou intenso parasitismo intestinal. • Fontes de infecção: animais doentes ou reservatórios (subclínica); - Animais doentes eliminam o agente em secreções nasais purulentas, aerossóis, lesões cutâneas e ou linfáticas; - Ocasionalmente elimina pelas fezes e urina; - Secreções contaminam pasto, água, alimentos e fômites: cordas, cabrestos, arreios, selas, raspadeiras de crina, utensílios de casqueamento, entre outros; • Vias de infecção: oral (principal para equídeos) e transcutânea (respiratória); Morbidade variável, letalidade alta; 1. Infecção oral (água e alimentos contaminados) (linfonodos da região da cabeça e mesentéricos); 2. Disseminação via linfo-hemática = pulmões, rins, baço, fígado e articulações (forma aguda da doença); Exemplo: claudicação; 3. Inflamações de caráter purulento (piogranulomas) em vários órgãos (principalmente vias respiratórias); • Animais com cianose (mucosa oral) já tem um quadro de endotoxemia; • Podem ocorrer ulceras orais; LPS se depositam nos vasos criando inflamação; • Linfangite: formação de nódulos palpáveis ao longo da cadeia linfática => principalmente membros (conhecido popularmente como rosário); • Infecção transcutânea: traumatismos por objetos perfurocortantes e fômites; • Microrganismo tende a permanecer restrito no tecido cutâneo/subcutâneo, formando de nódulos e abscessos; ocasionalmente pode se disseminar para linfonodos regionais = linfangite e linfadenite; • Alguns animais podem ter cura clinica aparente, sendo portadores; • Há formação de cicatrizes em formato de estrela nas mucosas nasal, bucal ou na pele; • Imunidade celular é mais efetiva, embora a bactéria consiga permanecer no interior de fagócitos; • Imunidade humoral não protetora; • Cerca de 14 meses pós-infecção ocorre o declínio de anticorpos séricos => dificulta o sorodiagnóstico; • Pi: variável (de semanas a meses); • Evolução pode ser: • Hiperaguda: incomum (ocorre morte em até 72h); • Aguda: óbito em duas semanas ou mais; • Crônica: animais podem permanecer infectados por vários anos, mantendo a doença nos criatórios; assintomáticos ou com sinais brandos; • Muares ou asininos geralmente tem manifestação hiperaguda e aguda da doença, sendo um quadro clinico mais grave e com alta letalidade, podendo evoluir para fase crônica; • Sinais gerais: febre (41°C), úlceras e cicatrizes em mucosas, linfangite, intolerância a exercícios ou trabalho, secreção nasal, dificuldade respiratória, perda de peso progressiva, diarreia, edemas; Podem ocorrer de forma isolada ou simultânea no mesmo animal; 1. Manifestação nasal: secreção nasal espessa (uni ou bilateral), com ou sem estrias de sangue, secreção ocular purulenta, linfadenite submandibular, dificuldade respiratória, úlceras na cavidade nasal, intenso processo inflamatório local, com presença de pus, hemorragias e necrose das mucosas e do septo nasal; 2. Manifestação pulmonar: febre (≥ 40°C), tosse, dificuldade respiratória (dispneia), respiração ruidosa, inapetência, emagrecimento progressivo, intolerância a exercícios ou trabalho; 3. Manifestação cutânea: múltiplos abscessos, úlceras na pele (região torácica e face medial dos membros), podem drenar conteúdo seroso a purulento => áreas alopécicas, cicatrizes cutâneas em forma de estrela em alguns animais, vasos linfáticos edemaciados e com nódulos, podendo drenar conteúdo seroso a purulento, ulcerações (principalmente em membros posteriores); 4. Outras manifestações clínicas: edema na região abdominal, no prepúcio, nos testículos e nos membros, caquexia, artrite, claudicação (membros posteriores, principalmente); - O membro acometido permanece sempre semi- flexionado; • Hematológicos: não são característicos, geralmente leucocitose por neutrofilia e desvio à esquerda regenerativo, monocitose, hipergamaglobulinemia (anticorpos altos) e graus variados de anemia; • Microbiológicos: amostra de eleição é material purulento obtido de lavados transtraqueais, nódulos cutâneos ou linfonodos, conteúdo purulento de secreções nasais, colheita asséptica por punção aspirativa e fragmentos de órgãos colhidos à necropsia; - Isolamento; - Ágar batata glicerinado (1%), ou ágar sangue ovino (5%), isolada após 48h em aerobiose a 37°C, colônias 1mm diâmetro, irregulares, mucoides, brilhantes, não hemolíticas, branco-acinzentadas; • Devido ao risco de infecção humana nos procedimentos de colheita de amostra, preferencialmente MV oficiais devem realizar; • Amostras enviadas a laboratório de biossegurança de nível ≥ 3 ou com reconhecida experiência no isolamento do agente. • Achados anatomopatológicos: animais que evoluem a óbito (ou eutanasiados), devem ser submetidos à necropsia sob supervisão do MV do serviço de defesa animal do estado; - Linfangite / linfadenite, nódulos e abscessos na pele e ao longo de trajetos linfáticos, secreção nasal purulenta, úlceras e cicatrizes profundas na pele e nas mucosas nasal e/ou oral, pneumonia e múltiplos abscessos, hemorragia e necrose nos lobos pulmonares, cavidades contendo pus espesso de coloração amarelo-acinzentada, nódulos e abscessos em fígado, baço, rins, petéquias e equimoses na pleura visceral, fossas e seios nasais com úlceras, abscessos e cicatrizes em formato de estrela; Diagnostico oficial no Brasil por meio da Portaria 35 (abril/2018) • ELISA (exigido para o trânsito nacional de animais) ou Fixação de complemento (trânsito internacional de equídeos – exigência da OIE; detecta IgM e IgG, tem baixa sensibilidade no período inicial da infecção); TRIAGEM - Os resultados negativos tem validade por 60 dias (a partir da data da colheita) para o transporte de animais; - Os resultados positivos precisam ser comunicados ao serviço de defesa animal do estado; • Western blotting e maleinização; COMPLEMENTARES • Resultados negativos em qualquer teste de triagem não há necessidade de realização de teste complementar; • Manifestação clinica compatível com o mormo + o resultado negativo em teste de triagem: FAZ O TESTE COMPLEMENTAR (necessária autorização do MAPA); • Resultado positivo ou inconclusivo em qualquer teste de triagem: realizar teste complementar exceto quando o animal estiver em área endêmica com foco, apresentar sinais clínicos compatíveis com a doença, pois nesse caso ele é considerado positivo. • A maleinização poderá ser empregada como teste complementar exclusivamente em equídeos com menos de 6 meses de idade, que apresentarem sintomatologia clinica compatível com a doença (necessária autorização do MAPA). • Maleinização: utiliza como reagente um derivado proteico purificado (PPD-maleína) que se encontra comercialmente. É uma solução de frações proteicas de B. mallei solúveis ativamente produzidas durante o crescimento bacteriano em meio liquido e tratadas pelo calor; alta especificidade e baixa sensibilidade; - Via intradérmica 0.1ml do antígeno na mucosa da pálpebra inferior do olho; - Animais isolados e leitura após 24 a 48h; - A leitura e interpretação do teste precisa ser feita pelo MV representante do PNSE do estado com a presença do MV do MAPA; • Animais positivos tendem a ter aumento da temperatura retal, blefarospasmo (fotofobia), conjuntivite com ou sem secreção e marcante edema palpebral e intraorbital; • Animais anérgicos podem apresentam resultados falso-negativos e a contaminação faz com que haja falsa positivos; • Diagnostico diferencial: garrotilho, influenza, linfangite, anemia infecciosa equina, arterite viral equina, esporotricose, rodococose; • Apesar do agente ser sensível a determinados antimicrobianos in vitro, não é permitido o tratamento de equídeos infectados; - Dificuldade de penetração do antimicrobiano nos locais infectados, risco de transmissão e cura clínica; • Os animais positivos deverão ser eutanasiados e suas carcaças devidamente evisceradas, com MV oficial presente; • IN 06 (janeiro/2018) – MAPA - Medidas gerais de biosseguridade: desinfecção (iodo, hipoclorito de sódio ou formol), quarentena, redução de fontes de estresse e manejo. - Medidas especificas: realização periódica do teste de FC ou ELISA, testes complementares confirmatórios, medidas para erradicação de focos; não há vacinas. • Saúde publica: zoonose grave, de curso fatal em humanos; diagnostico e instituição de tratamento geralmente tardios; clinica muito semelhante ao que apresenta os animais; vacinas estão em fase de pesquisa.
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