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Avaliação clínica em saúde da mulher

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HAM II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
Avaliação clínica em saúde da mulher 
➢ ANAMNESE 
❖ QUEIXAS MAMÁRIAS 
→ Sempre é bom frisar que o exame se baseia em uma 
comunicação médico-paciente CORRETA E ADEQUADA. 
→ Sempre informe a paciente o que será feito e qual o 
procedimento você utilizará. 
→ Dor mamária (mastodinia ou mastalgia): 
▪ Representa 50% das queixas em mastologia; 
▪ Mais comum na menacme (idade fértil) e tende a diminuir 
com a menopausa, mostrando estreita interação com o 
ciclo menstrual; 
▪ Apesar de não ter relação com o câncer de mama, a 
mastalgia é causa de ansiedade. 
▪ CLASSIFICAÇÃO: 
✓ Cíclica: dor é difusa e bilateral, variando de 
intensidade ao longo do ciclo menstrual: intensifica-
se na última semana do ciclo e melhora após a 
menstruação. 
✓ Acíclica: não há associação com o ciclo menstrual, 
sendo bem localizada e unilateral, geralmente 
causada por cistos, mastites, traumas, 
tromboflebite superficial (doença de Mondor) e 
mastopatia diabética. 
✓ Extramamária: tem origem fora da mama, como 
costocondrite (síndrome de Tietze), neurites, 
traumas e fraturas de costela. Outras causas como 
cardiopatias, gastrites e doenças hepáticas podem 
estar relacionadas. 
▪ Para diagnósticos são necessários anamnese + exame 
clínico detalhado. 
▪ Mamografia e ultrassonografia devem ser solicitadas de 
acordo com as suspeitas clinicas de lesões focais 
evidenciadas ao exame clínico. 
→ Nódulo mamário: 
▪ Podem ser benignos ou malignos; 
▪ Os mais frequentes são os fibroadenomas, cistos, 
lipomas, adenomas, tumor filodes e o carcinoma. 
▪ Devem ser caracterizados quanto a: 
✓ Localização (uni ou bilateral) 
✓ Tamanho 
✓ Crescimento (rápido, progressivo ou estacionário) 
✓ Consistência 
✓ Mobilidade 
✓ Sensibilidade 
 
→ Derrame papilar (secreção, fluxo ou descarga mamilar): 
▪ Galactorreia: secreção é leitosa, bilateral, multiductal, 
fora do ciclo grávido puerperal, e, geralmente, causada 
pelo aumento da prolactina produzida por tumores 
hipofisários ou uso de medicamentos (fenotiazinas, 
metildopa, neurolépticos, antidepressivos, opiáceos, 
ranitidina) e drogas ilícitas (cocaína). 
▪ Derrame fisiológico: secreção é multiductal, bilateral, 
provocada ou espontânea, de cor amarela, esverdeada 
ou escura, geralmente causada pela manipulação mamilar 
ou ectasia ductal. 
▪ Derrame patológico: secreção é unilateral, uniductal, 
espontânea, persistente e de coloração cristalina (água 
de rocha), serosa ou hemática. Geralmente é causada 
por papiloma ductal ou carcinoma mamário. 
➢ EXAME FÍSICO 
❖ INSPEÇÃO ESTÁTICA 
→ Solicite que a paciente fique despida e 
sentada com os membros superiores 
relaxados ao lado do seu corpo. 
→ Analisar pele; contorno; forma; volume; 
abaulamentos; aspecto pupilar; edemas; 
simetria *Lembrando que é comum ter 
uma diferença das mamas e inclusive das 
aréolas* 
❖ INSPEÇÃO DINÂMICA 
→ Solicitar que a paciente fique sentada e pedir que ela realize 
alguns movimentos, assim, a paciente irá levantar os braços 
para acima da cabeça ou colocar as mãos na cintura. 
→ Analisar os mesmos itens da inspeção estática 
 
❖ PALPAÇÃO 
→ As mamas são divididas em 
quadrantes por linhas horizontal 
e vertical, dividindo os 
quadrantes em superiores e 
inferiores, externos e internos: 
IMPORTANTE SABER! 
HAM II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
→ A palpação das mamas é realizada com a paciente deitada 
com as mãos atrás da cabeça e os braços bem abertos. 
→ A palpação deve ser suavemente realizada, partindo-se da 
região subareolar e estendendo-se às regiões paraesternais, 
infraclaviculares e axilares. A palpação mamaria deve seguir 
movimentos horários ou anti-horários. 
→ A paciente deve estar coberta pelo lençol, quando for iniciar 
o exame da mama direita, descobre a mama direita e faça o 
exame, ao finalizar cubra a mama direita novamente. *Faça o 
mesmo para a outra mama* 
→ Manobras para a palpação: 
 
→ Avaliar: 
✓ Volume do panículo adiposo e seu possível comprometimento 
por processo inflamatório ou neoplásico; 
✓ Quantidade de parênquima mamário e eventuais alterações; 
✓ Elasticidade da papila; 
✓ A presença de secreção papilar; 
✓ Temperatura da pele da região mamária; 
→ A manobra de expressão papilar só é realizada se a paciente 
referir secreções passadas antes de realizar o exame. Se 
obtiver, o examinador deve fazer 
delicada pressão ao nível da aréola 
e da papila. Identificada a presença 
de secreção papilar, é importante 
esclarecer: 
✓ Se a secreção provem de um único 
conduto ou de vários; 
✓ Se o óstio ductal, sede do derrame, é periférico (ducto 
superficial) ou central (ducto profundo); 
✓ Localização; 
✓ Aspecto da secreção (sanguíneo, seroso, claro, purulento, 
leitoso, pastoso, esverdeado, acastanhado). 
→ Palpação dos linfonodos axilares e supraclaviculares: 
✓ Antes de fazer a palpação, devem-se inspecionar as axilas, à 
procura de alterações anormais. 
✓ A paciente deve ficar sentada de frente para o examinador. 
Com a mão espalmada, faz-se a palpação deslizante do oco 
axilar e suas proximidades. As fossas supraclaviculares e a 
axila são palpadas com as pontas dos dedos. 
 
 
➢ ANAMNESE 
❖ QUEIXAS GINECOLÓGICAS 
→ Hemorragias: Quaisquer sangramentos sem as características 
da menstruação normal são chamados de hemorragia (ou 
sangramento) uterina anormal (HUA ou SUA). 
 
→ Dor: 
▪ A localização habitual é a região pélvica. Às vezes, a dor é 
abdominopélvica ou lombossacra. 
▪ Pode ser espontânea ou provocada pelo coito, por 
deambulação, por ortostatismo ou por palpação. • 
▪ Pode ser contínua, paroxística ou relacionada com o ciclo 
menstrual. 
▪ É grande a importância de causas não ginecológicas nos 
quadros dolorosos da pelve, da região lombossacra e perineal, 
destacando-se as afecções dos órgãos do sistema urinário, 
digestório e osteoarticular. 
▪ As principais causas de dor pélvica ginecológicas são os 
processos inflamatórios, as distopias genitais, as neoplasias 
anexiais (causando aderências, compressões ou torção), a 
gravidez ectópica e a endometriose. 
▪ Dismenorreia e dispareunia. 
HAM II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
→ Tumoração: O relato do aparecimento de uma “tumoração” 
merece sempre atenção. 
▪ Avaliar: Época do aparecimento; Localização; Velocidade 
de crescimento; Presença de outros sintomas originados 
de eventual compressão de órgãos vizinhos. 
▪ As “tumorações” dos órgãos genitais femininos podem 
ser: Abdominopélvicas, vaginais ou vulvares. 
 
→ Corrimento (leucorreia): 
▪ Alteração das características da secreção normal, que 
tem o aspecto de “catarro fluido” ou de “clara de ovo”. 
A secreção normal aumenta sob ação estrogênica (pico 
ovulatório e terapêutica hormonal). 
▪ Não se esquecer que é fisiológica a secreção das 
glândulas vestibulares maiores (Bartholin) durante a 
excitação sexual. 
▪ Nos corrimentos patológicos, suas características 
variam conforme a etiologia e é sempre acompanhado 
de outras alterações como prurido, ardência e odor 
fétido. 
 
 
→ Prurido: 
▪ Prurido como sintoma isolado é pouco frequente. Pode, 
entretanto, ser muito intenso e penoso para a paciente. 
▪ Costuma surgir nas lesões distróficas da vulva 
(principalmente em pacientes idosas) e nas vulvites 
micóticas e alérgicas. 
▪ O prurido vulvar é frequente em paciente diabéticas. 
▪ Não se esquecer de que o câncer da vulva está quase 
sempre associado a prurido. 
→ Disfunção sexual: 
▪ Consiste em alterações ou perturbações na resposta à 
estimulação sexual. 
▪ Pode ser de origem orgânica, psicológicaou mista. 
→ Alterações dos pelos: 
▪ Alterações na distribuição dos pelos podem acompanhar 
certos desequilíbrios hormonais. 
▪ A produção aumentada de androgênios pelas 
suprarrenais ou pelos ovários, como na síndrome dos 
ovários policísticos, pode provocar crescimento 
excessivo de pelos no buço, face, lobos das orelhas, 
triângulo púbico superior, tronco ou membros. 
▪ Cumpre assinalar que alguns medicamentos podem 
causar hirsutismo, incluindo ciclosporina, minoxidil, 
diazóxido, corticoides e penicilamina. 
 
➢ EXAME GINECOLÓGICO 
❖ TESTE DE SCHILLER 
→ Realiza-se limpeza do colo com a retirada de muco e 
secreções, utilizando algodão embebido em solução de ácido 
acético a 3%. 
→ Após aplica-se solução à base de iodo: a solução de Schiller (2g 
de iodeto, 4g de iodeto de potássio e 200mL de água 
destilada). 
→ Esse exame baseia-se na presença de glicogênio nas células 
da ectocérvice, quando estão normais, e essas células ricas 
em glicogênio coram-se de marrom (área iodo positiva, teste 
de Schiller negativo). 
→ Quando essas células estão anormais, por alteração oncótica, 
elas não se corarão de marrom (área iodo negativa, teste de 
Schiller positivo). 
→ Essa coloração vai variar de intensidade, de acordo com os 
níveis de estrogênio da paciente, sendo muito forte (++++) 
durante a gravidez e diminuindo progressivamente na 
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menacme, no hipoestrogenismo e no hipoestrogenismo 
acentuado (climatério prolongado), e, quando existe área de 
ectrópio, essa também se corará muito pouco, ficando com 
tons marrons-claros. 
→ Na maioria das vezes, realizamos a remoção da solução de 
Schiller por meio da aplicação de bissulfito de sódio e procede-
se a colposcopia. 
→ O teste de Schiller não é recomendado como exame de 
rastreamento, mas, pode ser utilizado como teste auxiliar na 
avaliação clínica. 
❖ TOQUE VAGINAL 
→ Para o exame dos órgãos genitais internos (útero, trompas e 
ovários), realizamos o toque, que é feito pela vagina ou pelo 
reto (para pacientes que não tiveram sexarca). 
→ Se a paciente for magra, com um pouco de experiência 
conseguimos realizar o toque unidigital, mas, do contrário, ele 
é bidigital. 
→ Usualmente, as pessoas destras utilizam a mão direita (calçada 
com luva lubrificada) para realizar o toque e, com a mão 
esquerda, palpam o abdome (toque bimanual). 
→ Avaliar: 
✓ Textura e a elasticidade das paredes vaginais. 
✓ Posição do útero (antevertido, retrovertido ou 
intermediário), tamanho, forma, mobilidade e sensibilidade. 
✓ Ovários (esses não são palpados no climatério nem em 
pacientes obesas) e as trompas, que normalmente não 
são palpáveis. 
✓ Presença de massa anexial ou líquido no fundo de saco 
vaginal (fundo de saco de Douglas). 
❖ EXAME ESPECULAR 
→ Tem como finalidade a coleta de material para exame 
citológico, bacteriológico, cristalização e filância do muco 
cervical. É realizado através de um instrumento denominado 
espéculo. 
1) Explicar bem o exame a paciente, solicitando-a que use a 
vestimenta adequada e adote a posição de talha 
litotômica; 
2) Deve-se escolher o espéculo de tamanho adequado à 
paciente. 
3) O examinador afastará os grandes e pequenos lábios 
com o polegar e o 3º dedo da mão esquerda para que o 
espéculo possa ser introduzido suavemente na vagina. 
4) O espéculo é introduzido fechado transversalmente 
seguindo-se o eixo vaginal, até o seu fundo, quando então 
são abertas as valvas, centrando-se o colo uterino. 
5) Observa-se, então, se o colo já se apresenta entre as 
valvas, devendo o mesmo ser completamente exposto. 
6) O colo é então inspecionado, avaliando-se: 
✓ Tamanho 
✓ Forma 
✓ Posição 
✓ Cor 
✓ Forma do Orifício Externo 
✓ Características do Muco Endocervical 
✓ Presença de Lesões 
7) Deve identificar a lâmina com o nome da paciente. Em 
seguida, introduzir o a parte “ondulada” do palito no 
ectocérvice do colo uterino, e o conteúdo despejado na 
lâmina; do mesmo modo com a parte “lisa” do palito, que 
deve colher o material do fundo de saco de Douglas; e 
por fim, com a escova, introduzi-la na endocérvice do 
colo uterino, despejando o material na lâmina. 
8) A seguir é coletado material para o exame da secreção 
vaginal 
9) A retirada do espéculo é efetuada em manobra inversa 
à da sua colocação; durante sua retirada, deve-se 
examinar as paredes vaginais anterior e posterior. 
10) Após o exame especular é realizado o exame de toque 
vaginal.

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