Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Maria Luiza – T5 UFMS CPTL OCLUSÃO ARTERIAL AGUDA Descompensação súbita da perfusão do membro por privação circulatória. Repercussões locais e sistêmicas. Embolia vs Trombose. Coágulo tá fora do vaso. Trombo tá no vaso no lugar formado. Êmbolo foi para a circulação por algum lugar. Embolia os vasos geralmente estão livres de aterosclerose importante e não possuem qualquer tipo de circulação colateral desenvolvida – manifestações intensas. A trombose ocorre na vizinhança de uma placa aterosclerótica ou em um aneurisma, clínica menos exuberante por já ter desenvolvido algum grau de circulação colateral. EMBOLIA 80-90% dos casos de embolia arterial, os êmbolos se originam do coração, principalmente do átrio esquerdo, em decorrência de fibrilação arterial. Cardíaco (FA, IAM), não cardíacos (aneurisma, paradoxais – quando um trombo venoso leva a trombo arterial por comunicação interatrial), outras origens ou idiopáticas. Fibrilação atrial: embolo surge de trombos murais atrais. IAM: surge de trombos murais ventriculares. Próteses valvulares cárdicas: suspeitar no início súbito de isquemia. Endocardite bacteriana ou micótica. Aneurismas proximais. Os êmbolos tendem a alojar-se nas bifurcações, onde o diâmetro do vaso diminui. Êmbolos a cavaleiro: podem resultar em isquemia grave bilateral dos MMII. Êmbolos cardiogênicos vão parar na: bifurcação da aorta, ilíaca, femoral, poplíteo, MMSS – a. braquial, cerebral. Características clínicas: fonte emboligênica – FA, aneurismas, pulsos contralaterais presentes e amplos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (Diagnóstico clínico) 5 Ps: Pain (dor). Ausência de pulso. Parestesia/paralisia. Palidez. Poiquilotermia – frio. O membro inferior pode ser salvo após 5/6h de isquemia grave. Manifestações diferente pelos vários tecidos: pele e osso – resistente. Tecido nervoso – o mais sensível. TROMBOSE CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Aterosclerose preexistente (claudicação, ausência de pulsos contralaterais). Circulação colateral. Isquemia “geralmente” é menos grave (não sempre). Aneurismas da a. poplítea (pode ser causa da trombose). Por isso, palpar sempre o pulso poplíteo, se tiver uma bola pode ser aneurisma trombosado. CLASSIFICAÇÃO DE RUTHERFORD I – Viável. II – Ameaçado. IIA – Marginalmente ameaçado. IIB – Ameaça imediata. III – Inviável. Diferenciar oclusão embólica e trombótica nem sempre é possível clinicamente. Idealmente fazer arteriografia sempre que suspeita de trombose. Se membro sob ameaça imediata (Rutherford IIB: fazer arteriografia em sala operatória pode ser necessário). DIAGNÓSTICO Embolia: início agudo, dor aguda e intensa, claudicação prévia ausente/raro, doença cardíaca frequente, pulso contralateral geralmente presente. Arteriografia artérias regulares e calibre normal, imagem de taça invertida, pouca ou nenhuma circulação colateral, geralmente localizada nas bifurcações. Trombose: início agudo, subagudo gradual, dor moderada/intensa, claudicação prévia presente, doença cardíaca ocasional, pulso contralateral geralmente ausente/diminuído. Arteriografia com artérias irregulares com outros sítios com estenose/calcificações, afilamento em “ponta de lápis”. OAA - TRATAMENTO GERAL Aquecimento do membro, analgesia, anticoagulação (evitar trombose secundária), cirurgia de emergência (ou encaminhamento em vaga zero). EMBOLIA – Embolectomia com cateter de Fogarty, emergência! Anticoagulação + investigação da fonte emboligênica (eco trans esofágico). TROMBOSE – Várias opções de tto de intervenção, cirúrgico ou endovascular, a depender da anatomia da obstrução (localização e extensão) + perfil clínico do paciente. Endovascular - Angioplastia com ou sem stent. Trombólise ou aspiração com cateter seguida de angioplastia. Cirúrgico – endarterectomia para lesões curtas e de fácil acesso. Revascularização aberta com ponte/enxerto. SÍNDROME DE REPERFUSÃO (Mionefropática) Lesão renal – mioglobinúria – IRA/Rabdomiólise. Hipercalemia (K) – taquiarritmia. Radicais livres tóxicos – depressão miocárdica/vasoplegia. Acidose láctica. Hidratação vigorosa, medidas para hipercalemia. A isquemia prolongada do membro inferior provoca disfunção da membrana das células musculares esqueléticas. Com o restabelecimento da perfusão, ocorre edema intracelular e intenso extravasamento capilar para o interstício muscular. Como os agrupamentos musculares estão envoltos pela fáscia (pouco distensível), o edema pode gerar pressões superiores e ocasionar hipoperfusão tecidual e isquemia muscular, gerando a síndrome compartimental. 2 Maria Luiza – T5 UFMS CPTL SÍNDROME COMPARTIMENTAL: Maior risco em revascularização após 4-6h de isquemia grave. Edema – Maior pressão compartimental – compressão de estruturas. Tto: fasciotomia. Dor intensa, empastamento tenso e doloroso a palpação, desconforto à extensão passiva com dorsiflexão ou flexão plantar do pé, parestesias do halux (sofrimento neurológico), pulso periférico ausente é o último sinal (não esperar). Diagnóstico precoce é a chave para um bom prognóstico. Diagnóstico questionável: medicações diretas dentro dos compartimentos ou aparelhos portáteis manuais, pressão > 30mmHg. Descompressão rápida para prevenir lesão permanente e incapacitante. Fasciotomia dos 4 compartimentos com incisões de pele de todo o local, fasciotomia ântero-lateral e posterior.
Compartilhar