Aula nº. 12. O Poder no Contrato de Trabalho

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DIREITO DO TRABALHO I
 PROFESSOR:
 Francisco Valdece Ferreira de Sousa
 valdece@fvadvogados.adv.br
 DIREITO DO TRABALHO I
01.- Introdução.
Um dos mais importantes efeitos do contrato de trabalho é o poder empregatício, que é exercido em diversas dimensões, a saber: poder diretivo, poder regulamentar, poder fiscalizador e poder disciplinar.
02.- Poder empregatício: Conceito e caracterização.
O poder nas relações entre capital e trabalho somente pode ser estudado a partir do conceito de subordinação jurídica. A relação de emprego reconhece a subordinação jurídica como elemento intrínseco do contrato de trabalho, uma vez que a todo poder corresponde um necessário dever de subordinação jurídica do empregado em face do empregador. 
É através da relação de emprego que nasce para o empregador o poder empregatício e, por consequência, para o empregado, o dever de obediência, que se exterioriza por intermédio da subordinação jurídica. 
O Poder Empregatício é o conjunto de prerrogativas asseguradas pela ordem jurídica e tendencialmente concentradas na figura do empregador, para exercício no contexto da relação de emprego. 
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O Poder no Contrato de Trabalho.
 DIREITO DO TRABALHO I
02.- Poder empregatício: Conceito e caracterização.
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O Poder Empregatício divide-se em:
Poder Diretivo, Organizativo ou de Comando, confere ao empregador as prerrogativas de organizar a estrutura, o espaço e o processo de trabalho, com a especificação e orientação cotidiana no que tange à prestação de serviços.
Poder Regulamentar, confere oa empregador as prerrogativas de fixar regras as que deverão ser observadas no âmbito do estabelecimento e da empresa.
Poder Fiscalizatório ou de Controle é o conjunto de prerrogativas que permitem ao empregador acompanhar de forma continua a prestação de trabalho, possibilitando, ainda, a vigilância efetivada ao longo do espaço empresarial interno.
Poder Disciplinar é o conjunto de prerrogativas que conferem ao empregador a faculdade de por sanções aos empregados em face do descumprimento por esses de suas obrigações contratuais.
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03.- Fundamentos do poder empregatício.
Os teóricos do Direito do Trabalho construíram teorias buscando fundamentar o poder empregatício. 
A primeira das teorias remete à ideia de que a empresa é uma propriedade privada, sendo este o fundamento do poder empregatício.
A segunda corrente vê a empresa como instituição de interesse social, que exige uma perfeita organização profissional do trabalho fornecido por seus empregados, o que tornaria o poder empregatício fator necessário para atingir o bem comum de ordem econômico-social.
Os partidários da concepção publicista entendem o poder empregatício como delegação do poder público.
Não obstante as teorias acima, a concepção hegemônica é que o próprio contrato de trabalho, consubstanciado em um acordo de vontades que origina a relação empregatícia, faz surgir direitos e deveres para os contratantes - empregador e empregado. Neste complexo de direitos e obrigações encontra-se inserido o poder empregatício.
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04.- Natureza jurídica do poder empregatício.
Existem quatro concepções que buscam identificar e nominar a natureza jurídica do poder empregatício, quais sejam:
Direito potestativo - prerrogativa assegurada pela ordem jurídica ao seu titular com o objetivo de alcançar efeitos jurídicos de seu interesse mediante o exclusivo exercício de sua própria vontade.
Direito subjetivo - é a prerrogativa conferida pela ordem jurídica ao titular no sentido de agir para satisfação de interesse próprio em estrita conformidade com a norma ou cláusula contratual por esta protegida.
Status jurídico - os defensores dessa concepção entendem que o contrato de trabalho cria um status jurídico pelo qual o empregador fica investido no poder de impor a pória vontade no âmbito empregatício, submetendo-se o empregado, como sujeito passivo da relação, à obrigação de ser conformar com as diretrizes patronais.
Direito-função - é uma variante do direito potestativo onde a orientação do poder visa a satisfação do interesse da empresa e não do empresário. 
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05.- Poder disciplinar e Direito Obreiro de Resistência.
A prática do jus resistentiae, com a recusa ao cumprimento de ordens ilícitas, corresponde, obviamente, ao exercício regular de um direito, não gerando, desse modo, falta trabalhista ao obreiro.
06.- Intervenção judicial.
É rara a situação em que o empregado recebe uma punição e postula a intervenção judicial, contudo, quando a questão envolve empregado protegido pelo manto da estabilidade provisória, não raro se vê o empregado buscando reverter eventual punição mediante intervenção do Poder Judiciário.
Cumpre anotar, por oportuno, que a atuação do Poder Judiciário tem como resultado a manutenção ou o cancelamento da punição, não se verificando, em nenhuma hipótese, a viabilidade de dosagem da pena imposta.
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07.- Poder empregatício e direitos da personalidade do trabalhador.
Novos desafios.
Pré-contrato,
Dinâmica da seleção e da admissão,
Ofensas físicas,
Ofensa morais,
Assédio sexual,
Revistas íntimas,
Revistas em pertences obreiros,
Assédio moral,
Divulgação de nomes e dados contratuais de empregados,
Câmeras televisivas de segurança em banheiros,
Dinâmica de metas de desempenho e respectivas cobranças,
Uso de técnicas motivacionais abusivas e desrespeitosas,
Controle de correspondências no ambiente laborativo,
controle de correspondências eletrônicas - e`mails,
controle de uso de equipamentos eletrônicos e de informática,
danos derivados de acidentes do trabalho, doença ocupacional,
dispensa discriminatória…
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