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1 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed Habilidades específicas IV Evolução médica O preenchimento do prontuário médico é obrigação e responsabilidade intransferíveis do médico; SOAP - subjetivo, objetivo, avaliação e plano; ● Subjetivo = dados dos sentimentos e percepções do cidadão em relação à sua saúde ● Objetivo = registro do exame físico, sinais e sintomas detectados, além do resultado de exames realizados ● Avaliação = parecer do médico, conclusão ● Plano = conjunto de funcionalidades que permite registrar a conduta de cuidado ao cidadão em relação aos problemas avaliados POPE = prontuário orientado por problemas e evidências; ● Usado principalmente em pacientes de alta permanência ● Evitar uma longa lista de problemas ● Os problemas podem ser subdivididos em ativo (necessita de atendimento contínuo), resolvido e inativo (risco de recidiva ou complicação, mas que não causam incômodo ao paciente e não requer vigilância contínua) Neuro ___________________________________________LESÃO PIRAMIDAL Deve-se diferenciar se é síndrome de 1° ou de 2° neurônio: ● Há realmente fraqueza/paresia ou plegia? ● Sistema central, periférico ou ambos? ● Onde exatamente está a lesão? Paraparesia = 2 pernas (crural); Diparesia = 2 braços (braquial); Plegia = zero força; Paresia = lesão parcial; 1° neurônio = encéfalo e medula; ● Hiperreflexia, pois o 2° neurônio não recebe a resposta e contrai de maneira exagerada ● Hipertonia (rígido) ● Babinski e clônus = alterações em síndrome de 1° neurônio 2° neurônio = nervos periféricos; ● Hipotonia, pois o 2° neurônio perdeu a comunicação ● Hiporreflexia ● Marcha escarvante em síndrome de 2° neurônio ● Sensibilidade é alterada na área de fraqueza em 2° neurônio - o que o diferencia de 1° neurônio Choque medular = flácido, demorando de 5 a 7 dias para voltar ao normal, sendo de forma gradual; ● Reflexo bulbocavernoso é o 1° a voltar ● Fase aguda = hipotonia e hiporreflexia ____________________________________SÍNDROMES MEDULARES Nível vertebral é diferente de nível medular; ● C2 até T10 + 2 = nível medular ● T1 = lombar alto ● T12 = lombar baixo ● L1 = ainda pode ter síndrome de 1° neurônio, mas abaixo disso é 2° neurônio Dermátomos: ● C4-5 = ombros (vértebra C2-3) ● T1 = fúrcula esternal ● T4 = mamilo ● T10 = umbigo ● T12 = crista ilíaca ● L4-5 = hálux Síndrome central da medula = dilatação do canal central da medula; ● Siringomielia ● Perda da força bilateral do braço = diparesia braquial ● Parte medial do tracto corticoespinhal lateral Síndrome do funículo posterior = propriocepção consciente, tato epicrítico e sensibilidade vibratória; ● Sífilis terciária Síndrome de hemissecção medular = Brown-Séquard; ● Perde motricidade do mesmo lado da lesão ● Perde grácil e cuneiforme do mesmo lado da lesão ● Perde sensibilidade (dor, temperatura, tato leve e protopático) contralateral a lesão Síndrome extrapiramidal = o sistema extrapiramidal é responsável por modular e automatizar o movimento e ajustar o movimento fino; ● Andar sem cair é responsabilidade extrapiramidal, sem necessidade de pensamento Núcleos da base = exacerbação ou lentificação de movimentos; ● Quando exacerba, há necessidade de medicamentos inibitórios, como as drogas gabaérgicas (gabapentina) ● Quando lentifica, há necessidade de medicamentos excitatórios ● Exacerbação = coréia (bilateral) e hemibalismo (unilateral) → lesão do núcleo subtalâmico ● Lentificação = Parkinson → diminui dopamina, o que pode ser reação medicamentosa (plazil) ● A hipertonia do Parkinson é plástica = sinal da roda denteada ● Diferente da hipertonia do AVE, que é elástica = sinal do canivete __________________ALTERAÇÕES DA FALA E DA LINGUAGEM 2 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed Área de Broca e de Wernicke = lado dominante do cérebro, a maioria é no esquerdo; Disfasia = termo genérico para alterações de fala; Afasia motora = não se expressa, mas entende; Afasia de condução = não consegue repetir frases; Disartria = consegue se expressar, mas perde a capacidade de articular as palavras; Dislalia = troca letras; Disfonia = perde o tom/timbre da voz ou cochicha; Disritmolalia = alteração do ritmo; Dislexia = perda da capacidade de organizar as palavras; Agrafia = perda da capacidade de escrever; ___________________________________________PARALISIA FACIAL Pode ser central ou periférica; NO AVE o paciente consegue enrugar a testa; A parte superior (testa) possui fibras do nervo facial que vem dos 2 lados do córtex; Se o nervo é lesado perde toda a hemiface, inclusive a testa; Boca torta + testa enrugada = AVE; Quadro infeccioso = paralisia de Bell; ● Tratamento = aciclovir 5 dias, corticoide 5 dias, colírio e tampão + fisioterapia Abordagem sindrômica das doenças febris agudas Manutenção da temperatura do corpo depende do controle hipotalâmico, localizado no hipotálamo anterior pré-óptico e posterior; ● Lesão cerebral grave pode ter perda da função de controle e temperatura ● Centro termorregulador do hipotálamo é responsável pela homeostase da temperatura ● Recebe 2 tipos de sinais: 1. Nervos periféricos - estímulos periféricos de calor e frio 2. Temperatura do sangue Quando o ambiente está frio, o hipotálamo indica a vasoconstrição dos capilares próximos à superfície da pele, cessa a produção de suor e há piloereção, aprisionando a camada de ar; Quando o ambiente está quente, o hipotálamo dilata os capilares para liberar o ar quente e há secreção de suor; Febre leve ou febrícula = até 37,5; Febre moderada = 37,5 a 38,5; Febre alta ou elevada = acima de 38,5; Hiperpirexia > 41,5° Hipotermia leve = 32 a 35; Hipotermia moderada = 30 a 32; Hipotermia grave = abaixo de 30; Sinal de Lenander = temperatura retal 1°C maior quando comparada a axilar; ● Patológico Importante saber a quanto tempo persiste a febre e se ela é constante ou intermitente; Fisiopatologia = a febre ocorre pela ação de fatores pirogênicos sobre o centro termorregulador do hipotálamo; ● Pode ser endógeno (IL-1, IL-6, TNF-alfa, IFN-beta, IFN-gama e prostaglandina E2) ou exógeno ● Desencadeia respostas metabólicas, vasoconstrição periférica, tremores e calafrios, estimulação simpática e secreção de tiroxina ● A febre causa estresse oxidativo muscular, preocupante em pacientes cardiopatas, pois diminui o débito cardíaco; ● Em crianças aumenta a produção e interleucinas e pode levar a convulsões, já que o limiar delas é menor; ● Altera-se metabolismos de lipídeos e colesterol; Via humoral 1 = consiste na ativação dos receptores TLR-4 na barreira hematoencefálica pelos fatores exógenos; ● Os pirogênios exógenos estimulam leucócitos a liberar pirogênios endógenos como IL-1 e o TNF, que aumentam as enzimas (ciclo-oxigenases) responsáveis pela conversão do ácido araquidônico em prostaglandina ● No hipotálamo, a prostaglandina promove a ativação de receptores do núcleo pré-óptico, levando ao aumento do ponto de ajuste hipotalâmico Via humoral 2 = pode ser direta ou indireta: ● Indireta = citocinas irão ativar os receptores TLR- 4 na barreira hematoencefálica, desencadeando toda a sequência descrita na via humoral 1 ● Direta = citocinas atuam diretamente no núcleo pré-óptico, aumentando o ponto de ajuste hipotalâmico Os antitérmicos atuam inibindo, principalmente, prostaglandina; ● Inibição transitória A suspeita de febre é confirmada medindo a temperatura; 3 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed ● Ela deve ser caracterizada: início (súbito ou gradual), intensidade, duração (aguda ou prolongada > 10 dias), cronologia e evolução Na anamnese são perguntados antecedentespessoais relacionados aos medicamentos usados, patologias concomitantes, viagens recentes a áreas endêmicas de doenças infecciosas (malária, dengue, febre amarela, hepatites virais), exposição sexual, esplenectomia real ou funcional e uso de drogas ilícitas; Sintomas sistêmicos = astenia, inapetência, cefaleia, mialgia, artralgia, calafrios, sudorese, taquicardia, taquipneia, náuseas, vômitos, taquisfigmia (aceleração do pulso), oligúria, dor no corpo, delírio, confusões mentais e convulsões; Caracterização da febre = conforme seu início e sua intensidade; ● Início = súbito quando sempre acompanhada dos demais sintomas da síndrome febril e gradual quando prevalece a sudorese, cefaleia e inapetência ● Intensidade = leve, moderada ou elevada, conforme já descrito Tipos de febre = contínua, irregular, remitente, intermitente e recorrente/ondulante: ● Contínua = temperatura permanece sempre acima do normal com variações de até 1ºC. Ex: febre tifóide, pneumonia ● Irregular = picos muito altos intercalados por períodos de baixa temperatura ou até apirexia, sem nenhum caráter cíclico nessas variações. Ex: sepse ● Remitente = há hipertermia diária com variações de mais de 1º, sem períodos de apirexia. Ex: pneumonia, septicemia, tuberculose ● Intermitente = hipertermia é ciclicamente interrompida por um período de temperatura normal. Pode ser cotidiana, terça (um dia com febre e outro sem) ou quartã (um dia com febre e dois sem). Ex: malária, infecção urinária ● Recorrente = semanas ou dias com temperatura corporal normal até que períodos de temperatura elevada ocorrem. Durante a fase de febre não há grandes oscilações. Ex: câncer (linfoma) Os picos febris da malária estão relacionados com a finalização do ciclo esquizogônico do parasita, com consequente rompimento das hemácias e liberação de seu conteúdo, sendo divido em 3 fases: 1. Início súbito, marcado por uma intensa sensação de frio e calafrios, tremores incontroláveis, náuseas, vômitos, palidez e “pele fria”, com duração média de 1 a 2 horas 2. Pico de temperatura (39-41°), manifestando calor intenso, rosto afogueado, delírios, náuseas e vômitos, com duração de 2 a 8 horas 3. Queda de temperatura, com presença de sudorese abundante, “sensação de alívio”, prostração e sono, com duração de 3 horas Sinal de Faget = febre + bradicardia; ● Indicativo de febre amarela ● Dissociação pulso temperatura Avaliação da febre: F - Fundação = início E - Energia = intensidade B - Brevidade = duração R - Rota = modo de evolução E - Encerramento = término ________________FEBRE DE ORIGEM INDETERMINADA (FOI) Febre de origem indeterminada clássica = caracterizada por temperaturas axilares maiores que 38,3 em várias ocasiões com duração maior que 3 semanas e impossibilidade de estabelecer um diagnóstico após 3 consultas ambulatoriais ou 3 dias e internação hospitalar; Febre de origem indeterminada nosocomial = temperaturas acima de 38,3 em pacientes internados com ausência de infecção ou doença incubada à admissão; ● O pré-requisito mínimo é pelo menos 3 dias de internação Febre de origem indeterminada neutropênica = febre maior que 38,3 naqueles pacientes que possuem neutrófilo com valor absoluto menor que 500 (imunossuprimido), ou nos quais exista expectativa de queda para tais valores em 1 a 2 dias; ● Relativamente comum em pacientes da oncologia ● Considerado grave Febre de origem indeterminada relacionada ao HIV = febre maior que 38,3 em várias ocasiões em pacientes infectados pelo vírus HIV ● Paciente imunodeprimidos podem ter o centro termorregulador hiperestimulados ● Muito comum ser tratada com antibióticos, pois são mais suscetíveis às infecções 3 principais causas da FOI: 1. Neoplasias - perda de peso inexplicada 2. Infecciosas - tuberculose é a + comum 3. Reumatológicas - presença de úlcera orais Diagnóstico = é clínico, aferindo a temperatura, realizar anamnese e exame físico; Tratamento = tratar a causa base ou reduzir outros sintomas, evitar complicações, reduzir demanda metabólica; ● Tratar febre com medição de temperatura axilar > 37,8°C ● Farmacológico e não farmacológico ● Dipirona = potente ação antitérmica e analgésica, porém sem ação anti-inflamatória IV: 2 a 5 mL; dose máxima diária de 10mL VO: 500mg a 1g até 4x ao dia ● Paracetamol = ação antitérmica, anti- inflamatória e analgésica, porém apresenta risco e hepatotoxicidade. 4 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed VO: 500 mg a 1 g/dose até 4x/dia ● AAS (ácido acetilsalicílico) = o antitérmico mais antigo. É contraindicado em casos de dengue e história de hipersensibilidade; cautela com pacientes com história de sangramento por úlcera péptica, outros sangramentos e trombocitopenia VO: 300 a 900 mg/dose de 4/4 horas ou 6/6 horas Síndrome de Reye = grave disfunção hepatocerebral, com alta letalidade, observada em certos indivíduos acometidos por certas doenças virais aguda (varicela, influenza); ● De 4 a 12 anos ● Associação com aspirina/salicilatos (AAS) Síndromes ictéricas Icterícia = coloração amarelada da pele, escleróticas e membranas mucosas consequente à deposição de bilirrubina, que deve estar em níveis elevado no plasma (hiperbilirrubinemia); ● Clinicamente detectada quando a concentração sérica ultrapassa 2-3mg/100ml ● Valor normal 0,3-1/100ml Metabolismo das bilirrubinas = captação, conjugação ou excreção; ● Captação = a bilirrubina formada a partir da degradação do grupo heme das hemácias é captada pelos hepatócitos. Essa bilirrubina é ligada à albumina para ser transportada pelo sangue, já que é insolúvel, sendo denominada bilirrubina indireta (não conjugada) ● Conjugação = dentro do hepatócito a bilirrubina é convertida em um composto solúvel pela enzima glucoroniltransferase, sendo denominada bilirrubina direta (conjugada) ● Excreção = metabolizada por bactérias formando o urobilinogênio. Uma parte desse composto é reabsorvida e excretada na urina (colúria) e o restante pelas fezes dando uma coloração característica (acolia fecal) Etilistas, cirróticos têm dificuldade de conjugação da bilirrubina; Hiperbilirrubinemia indireta = a bilirrubina indireta pode estar aumentada por aumento da produção (hemólise que aumenta o substrato para a produção de bilirrubina), diminuição da captação (medicamentos, infecções, desnutrição) e diminuição da conjugação (síndrome de Gilbert e Crigler-Najar ou neonatal que é fisiológica); Hiperbilirrubinemia direta = a bilirrubina direta já passou pelas fases de captação e conjugação, então problema está na excreção; ● Lesão dos hepatócitos dificultando a excreção adequada da bile: hepatites virais, álcool, drogas, doença de Wilson, febre amarela ● Obstrução dos canalículos biliares impedindo o fluxo da bile: coledocolitíase, pancreatite crônica, colangiocarcinoma, câncer de cabeça de pâncreas, câncer de vesícula biliar Há causas pré-hepáticas, hepáticas e pós-hepáticas (obstrutivas); Principais queixas = icterícia + prurido, coceira, acolia fecal, dor em hipocôndrio direito, perda de peso, náuseas e vômitos; Na anamnese se atentar a idade (hepatite A em crianças e adolescentes e câncer de vias biliares em pacientes idosos), profissão (exposição a infecções virais, como hepatite B e C e HIV, em médicos e enfermeiros), procedência/viagens (regiões endêmicas de esquistossomose, hepatites, febre amarela, leptospirose), raça (negros apresentam maior incidência de anemia falciforme), hábitos (uso de bebida alcoólica e drogas), antecedentes (transfusão de sangue, contato com pacientes ictéricos, história familiar de hepatite, antecedentes de cirurgias, tumores,tatuagens, tratamento dentário), pródomos de hepatite (queixas de náusea, anorexia e aversão ao cigarro, precedendo aparecimento de icterícia, sugerem hepatite viral), uso de medicamentos e exposição a tóxicos; Exame físico = febre baixa sem calafrios na hepatite aguda viral e na hepatite alcoólica. Já febre alta com calafrios em contaminação bacteriana na bile (colangite) e pode acompanhar-se de hepatomegalia dolorosa. Em cirróticos, sugere bacteremia. A febre pode fazer parte de um quadro infeccioso de qualquer natureza e a icterícia pode ter a sepse como causa; ● Colúria = presença de pigmento biliar na urina pela hiperbilirrubinemia direta. Somente a direta pode causar colúria, já que é solúvel ● Acolia fecal = deficiência ou obstrução à excreção de bilirrubina para o intestino sugere obstrução biliar extra-hepática. Causada pela colestase da bile impedindo que a bilirrubina direta chegue até o intestino para ser convertida em estercobilina ● Prurido cutâneo = secundário à retenção de sais biliares, pode ser a primeira manifestação de cirrose biliar primária ● Perda de peso = comum em doenças hepáticas e em neoplasias Queixa ou presença de dor abdominal ao exame físico; ● Cólica biliar = dor em cólica no hipocôndrio direito ou no quadrante superior direito do abdome sugere cálculo biliar 5 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed ● Dor ou desconforto no hipocôndrio direito = em casos de aumento rápido do volume do fígado como nas hepatites agudas, nos tumores e na congestão hepática, ou no abscesso hepático ● Dor pancreática = dor em faixa no andar superior do abdome, acompanhada de vômitos. Ocorre em casos de pancreatites, tumores pancreáticos ou obstrução das vias biliares por cálculo Exame do fígado = hepatomegalia dolorosa em hepatites agudas, colangites, tumores, congestão hepática, abscesso hepático; ● Fígado nodular em tumores e cirrose ● Fígado diminuído em casos de hepatite grave e cirrose ● Vesícula biliar palpável sugere obstrução biliar extra-hepática, neoplasia justa-ampolar ou coledocolitíase Sinal ou regra de Courvoisier-Terrier = vesícula biliar palpável e indolor em pacientes icterícia ● Sugere neoplasia pancreática, principalmente periampular ● Pode ser usada para distinguir o câncer pancreático da colecistite aguda ou coledocolitíase Manifestações de hipertensão portal = circulação colateral portossistêmica, esplenomegalia e ascite; Manifestações de doença hepática crônica = aranhas vasculares, eritema palmar (foto), diminuição dos pelos, atrofia testicular, ginecomastia, distúrbios de coagulação, hálito hepático, encefalopatia hepática e flapping; Esplenomegalia = pode ser manifestação da síndrome de hipertensão portal, fazer parte do quadro de hemólise ou acompanhar infecções; Ascite = hipertensão portal e carcinomatose peritoneal; Edema periférico = pode ser manifestação de hipoalbuminemia que acompanha as hepatopatias graves, nesses casos o edema é frio, depressivo e indolor Esteatorréia pode estar presente, muitas vezes associada a perda de peso e a má absorção de cálcio e de vitaminas lipossolúveis (ADEK), sugere obstrução das vias biliares; Classificadas quanto à fisiopatogenia e quanto ao perfil da hiperbilirrubinemia: ● Fisiopatogenia = hemolítica ou pré-hepática (produção e/ou captação), hepatocelular ou hepática (conjugação) ou obstrutiva ou pós- hepática (excreção) ● Hiperbilirrubinemia = predominantemente não conjugada ou predominantemente conjugada Pré-hepático = hemólise e hiperbilirrubinemia indireta; ● Quadro clínico = palidez, taquicardia, fadiga, icterícia leve, sem colúria e sem acolia fecal ● Processos hemolíticos, como anemias sideroblásticas e megaloblásticas, ou processos hereditários, como anemia falciforme e talassemias ● A bilirrubina não conjugada além de lipossolúvel, tem afinidade com o tecido nervoso e, quando em concentrações elevadas no sangue em recém- nascidos, impregna os gânglios da base de kernicterus Icterícia neonatal = zonas de icterícia de Kramer; ● Ela ocorre pois os recém-nascidos possuem baixos níveis de UDP-glicuronosil transferase Principais causas de anemia hemolítica = imunológica, metabólica (deficiência de G6PD e de PDK), membrana celular (esferocitose hereditária, eliptocitose hereditária), hemoglobina (anemia falciforme) e molécula de membrana (hemoglobinúria paroxística noturna) Hepáticas = quando há lesão hepática, pode haver bilirrubina não conjugada e conjugada, pois ambas podem ser encontradas no interior do hepatócito; ● Aumentos unicamente de bilirrubina indireta = excluindo a presença de hemólise, pensar em defeitos genéticos (síndrome de Gilbert e síndrome Crigler-Najjar 1 e 2) Síndrome de Gilbert = distúrbio genético do fígado, caracterizado por aumentos de bilirrubina indireta ou 6 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed não conjugada, que pode causar sintomas como icterícia; ● Deficiência da UDP-glicuronosil-transferase ● Desencadeada por fatores hormonais, após exercícios físicos, durante a menstruação e episódios de infecções e no jejum prolongado ● Os episódios de bilirrubina se resolvem espontaneamente ● É + frequente em homens entre 20 e 30 anos Pós-hepáticas = causas obstrutivas; ● Coledocolitíase, pancreatite crônica, colangiocarcinoma, câncer da cabeça do pâncreas e da vesícula biliar Exames complementares = bilirrubinas totais e frações (separa direta de indireta), AST, ALT, TP, TTPA, fosfatase alcalina e Gama-GT (sugere doença canalicular), sorologias para hepatites A, B e C, urina I - urobilinogênio, desidrogenase láctica (DHL - elevada em casos de hemólise), exame de fezes (hemólise quando há elevação de estercobilinogênio e urobilinogênio), eletroforese de hemoglobina (suspeita de hemoglobinopatia), exame de urina (hemoglobinúria sugestiva de hemólise intravascular), teste de Coombs (detecta anemia hemolítica autoimune); ● Ultrassonografia abdominal = 1° exame de imagem solicitado na icterícia aguda, identifica sinais de hepatopatia crônica e lesões expansivas ● Tomografia computadorizada = mede precisamente o calibre da árvore biliar, detecta lesões expansivas menores que 5 mm, porém apresenta risco de contraste endovenoso. Não é tão acurado quando a ultrassonografia na detecção de coledocolitíase ● Biópsia hepática ● Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPRE) Tratamento = tratar a causa base; ● Hepatite viral aguda = tratamento domiciliar e sintomático ● Obstrução de drenagem biliar por cálculo = tratamento endoscópico ou cirúrgico ● Tumor = intervenção cirúrgica, com avaliação da extensão e do tipo de câncer Linfonodomegalias Avalia-se o sistema linfático; Anamnese: ● Existe linfonodomegalia? ● Quais as características? Tamanho, mobilidade, consistência, aderência ● Localizada ou generalizada? ● Existem sintomas ou sinais localizados que sugerem infecção ou neoplasia em local específico? ● Existem sintomas constitucionais como febre, perda de peso, fadiga ou sudorese que sugerem distúrbios como tuberculose, linfoma, doenças vasculares do colágeno, infecção não reconhecida ou malignidade? ● Existem pistas epidemiológicas como exposições ocupacionais, viagens recentes ou comportamentos de alto risco que sugerem distúrbios específicos? ● O paciente está tomando algum medicamento que pode causar linfadenopatia? Idade do paciente = pacientes com idade avançada apresentam acometimento linfonodal devido à neoplasia muito +frequente do que pessoas jovens; ● Cerca da metade das crianças saudáveis têm linfonodos palpáveis a qualquer momento = causas benignas ou infecciosas Evolução = aumento linfonodal devido à infecção viral ou bacteriana torna-se menos provávelapós um período de observação de 8 a 12 semanas; ● Aguda = relacionais, infecções virais, bacterianas ● Crônica = doenças neoplásicas, inflamação granulomatosas (tuberculose, infecção fúngica, sarcoidose) Sintomas constitucionais = febre, perda de peso, fadiga, sudorese noturna; ● Tuberculose, linfoma, doenças autoimunes Medicamentos que podem causar linfonodomegalia = pode ser isolada ou acompanhada de rash cutâneo, febre e hepatoesplenomegalia: ● Anticonvulsivantes ● Fenitoína ● Alopurinol ● Carbamazepina ● Atenolol ● Penicilinas ● Cefalosporinas ● Quinidina ● Captopril ● Hidralazina ● Pirimetamina ● Sulfonamidas Linfadenopatias periféricas (LAP) = tuberculose (TB) é a principal causa benigna em adultos e crianças; ● Em pacientes com TB é aconselhada a avaliação HIV, pois aumenta a incidência de TB extrapulmonar ● A mononucleose infecciosa afeta pacientes de todas as idades, no entanto, é + frequente antes da adolescência A malignidade não é comum; ● Leucemia em crianças menores ● Linfoma de Hodgkin em adolescentes ● A localização da LAP altera a possibilidade de malignidade 7 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed Exame físico = palpação com a ponta dos dedos contra a pele adjacente; ● Valsalsa pode ser usada para facilitar a detecção de um linfonodo ● Certificar se é mesmo um linfonodo ● Localização, simetria, tamanho, número, consistência, sinais flogísticos ● Lembre-se que o fígado e o baço são partes do tecido linfóide ● Examinar grupos cervicais, axilares, inguinais, linfonodos epitrocleares e poplíteos Nódulos epitrocleares palpáveis são sempre patológicos; ● Podem ser causados por infecções no antebraço, linfoma, sarcoidose, artrite reumatoide e sífilis secundária A maior parte das linfadenomegalias é localizada, sendo em sua maior parte na cabeça e pescoço; Quando a linfadenopatia é localizada, o clínico deve anexamente a região drenada pelos linfonodos em busca de evidência de infecção, lesões de pele ou tumores; A infecção bacteriana ou viral da face, nasofaringe ou orofaringe é a causa + comum de LAP cervical; LAP generalizada causado por vírus como Ebstein-Barr e citomegalovírus, podem apresentar linfadenite cervical bilateral aguda; Linfadenite piogênica aguda, geralmente por infecção cutânea por Staphylococcus aureus ou faringite por Streptococcus do grupo A, é + comum em crianças; A linfadenopatia supraclavicular tem maior risco de malignidade, principalmente após os 40 anos; ● Supraclavicular direita está associada a câncer de mediastino, pulmão e esôfago ● Supraclavicular esquerda (de Virchow) pode sinalizar patologia no abdome, tórax, nos testículos, ovários, rins, pâncreas, próstata, estômago, vesícula biliar - foto com a seta ● Paraumbilical (sister Joseph) = neoplasia abdominal ou pélvica ● Fossa infraclavicular = câncer de mama ou linfonodo malignos ● Fossa inguinal = adenopatias bilaterais dolorosas - sinal de doença venérea ___________LINFADENOPATIA NA REGIÃO INGUINAL X IST Cancro mole = incubação entre 4 a 7 dias após contato sexual; ● Bactéria Haemophilus ducreyi ● Aparece uma pápula eritematosa com halo eritematoso, que se transforma em pústula, erosão e úlcera ● Úlcera dolorosa, o que ajuda a diferenciar do cancro na sífilis, que costuma ser indolor ● 1 a 2 semanas após o aparecimento da úlcera surge linfonodomegalia inguinal (geralmente unilateral), que pode supurar Linfonogranuloma venéreo = período de incubação de 3 a 12 dias; ● Bactéria Clamídia tracomatis ● Estágio primário = febre, calafrios, cefaleia, mialgia, artralgia e leucocitose ● Lesão ulcerosa indolor no sítio de inoculação raramente é detectada ● Estágio secundário = após 10 a 30 dias (ou até 6 meses depois) = febre e mal estar associado a linfonodomegalia dolorosa inguinal Herpes genital = vesículas agrupadas sobre a base eritematosa ou erosões e fissuras; ● Herpes simplex ● As lesões podem ser bastante dolorosas e acompanhadas de febre e mal-estar ● A linfonodomegalia é dolorosa e costuma acometer a região inguinal, podendo ser unilateral ou bilateral Sífilis = inicialmente uma úlcera genital não dolorosa (cancro duro) associada a linfonodomegalia inguinal indolor predominantemente unilateral (sífilis primária); ● Treponema pallidum ● Depois de 4 a 8 semanas do cancro duro surgem lesões eritematosas máculo- papulares distribuídas por todo o corpo, incluindo palmas e solas ● O quadro pode ser acompanhado de linfonodomegalia 8 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed generalizada, cefaleia, esplenomegalia discreta e mialgias _________________________________________________LOCALIZAÇÃO Adenopatia generalizada em geral tem caráter de doença sistêmica = mononucleose infecciosa, citomegalovirose, infecção HIV, tuberculose, histoplasmose, sífilis, brucelose, leptospirose, lúpus eritematoso sistêmico Adenopatia localizada em geral = doença regional; ___________________________________________INFECÇÕES VIRAIS Mononucleose = causada pelo Ebstein-Barr; ● Linfonodomegalia generalizada, com predomínio na cervical, podendo haver discreto rash cutâneo ● Febre, mal-estar, dor de garganta, mialgia ● Hemograma linfocitose com linfócitos atípicos, discreto aumento de transaminases e plaquetopenia discreta ● Diagnóstico confirmado se anticorpos heterófilos no sangue mediante a sorologia para Epstein- Barr (+específico) Toxoplasmose = diagnóstico diferencial da mononucleose infecciosa; ● Linfonodomegalia generalizada, que predomina na região cervical ● Febre, mal-estar, dor de garganta, mialgia, cefaleia, rash cutâneo, hepatoesplenomegalia ● Em imunodeprimidos pode ser grave e inclui manifestações como massas tumorais em sistema nervoso central, coriorretinite e pneumonite ● Diagnóstico: sorologia ou isolando o Toxoplasma gondii em histologia, líquidos corporais ou sangue Paracoccidioidomicose = tosse produtiva, dor torácica, dispneia e febre; ● Costuma acometer principalmente linfonodo da região cervical, que podem supurar (abrir, fistulizar) ● Pessoas do meio rural ● Podem ocorrer úlceras orais, nasais e do trato gastrointestinal ● Pode acometer isoladamente os pulmões, os linfonodos ou se apresentar de forma disseminada ● Forma disseminada com HIV ● Diagnóstico: biópsia e cultura dos órgãos afetados, sorologia ou detecção do fungo em secreções respiratórias Tuberculose = linfadenite localizada, infecção pulmonar com linfonodomegalia hilar ou infecção disseminada com linfonodomegalia generalizada; ● Tosse produtiva prolongada, febre, perda de peso e sudorese noturna ● A linfadenite pode acometer qualquer cadeia linfonodal, sendo + frequente na cervical ● O linfonodo costuma ter necrose central, podendo supurar ● Formas disseminadas podem envolver órgão do corpo e se apresentar como linfonodomegalia generalizada ● + grave em imunodeprimidos ● Diagnóstico: pesquisa e cultura do bacilo na secreção pulmonar ou na biópsia dos órgãos afetados __________________________________TAMANHO DO LINFONODO Um linfonodo normal tem menos de 1 cm de diâmetro no adulto; Variações: ● Linfonodo inguinal de até 1,5 cm deve ser considerado normal ● Linfonodos epitrocleares é de até 0,5 cm Linfonodos normais são maiores em crianças de 2 a 10 anos, porém maior de 2 cm sugere malignidade (ex: linfoma) ou doença granulomatosa (tuberculose ou doença da arranhadura do gato); _________________________________SENSIBILIDADE DOLOROSA Quando um linfonodo aumenta rapidamente de tamanho, sua cápsula se estica e causa dor; É resultante de um processo inflamatório ou supuração; 9 Beatriz Erdtmann Silveira – MedicinaUniFacimed A dor também pode resultar de hemorragia no centro necrótico de um nódulo maligno; A presença ou ausência de sensibilidade não diferencia de forma confiável linfonodos benignos de malignos; ________________________________________________CONSISTÊNCIA Nódulos duros como pedra são tipicamente um sinal de câncer, geralmente metastático; Nódulos muito firmes e emborrachados sugerem linfoma; Nódulos mais macios são o resultado de infecções ou condições inflamatórias; _____________________________________________AGRUPAMENTOS Emaranhado = um grupo de linfonodos que parece conectado e parece se mover como uma unidade; Podem ser benignos, como na tuberculose, sarcoidose ou linfogranuloma venéreo; Mas também podem ser malignos, como no carcinoma metastático ou linfomas; ______DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: MALIGNO X BENIGNO Fatores que aumentam a probabilidade de processo neoplásico: Sintomas crônicos, paciente com + de 40 anos, linfonodos maiores que 1 cm, principalmente maiores do que 2,25 cm; Linfonodos endurecidos e aderidos a planos profundos; Linfonodomegalia cervical associada a fatores de risco para neoplasia de cabeça e pescoço, como tabagismo, etilismo e idade avançada; Linfonodomegalia supraclavicular; _____________________________NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS Leucemias = os vários tipos de leucemia podem cursar com linfonodomegalia que, de modo geral, é generalizada; ● Fadiga, febre e sangramento, podendo haver hepatoesplenomegalia ● Hemograma costuma indicar o diagnóstico, relevando citopenias associadas à leucocitose pronunciada (leucemia mieloide crônica), linfocitose pronunciada (leucemia linfoide crônica) ou excesso de blastos (leucemias agudas) Linfomas = o linfoma não-Hodgkin e o linfoma de Hodgkin são neoplasias que tipicamente se apresentam por linfonodomegalia, além de sintomas constitucionais como febre, emagrecimento e sudorese noturna; ● Linfoma não-Hodgkin = linfonodomegalia generalizada associada a graus variáveis de hepatoesplenomegalia ● Linfoma de Hodgkin = linfonodomegalia localizada, com ou sem hepatoesplenomegalia associada ● Diagnóstico feito por biópsia ____________DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL LAP PERIFÉRICO Periférica localizada? Qual cadeia linfonodal? CHICAGO: ● C = cânceres = malignidades hematológicas = doença de Hodgkin, linfoma não Hodgkin, leucemia e malignidades metastáticas = tumor de mama, pulmão, rim ● H = síndrome de hipersensibilidade = doença de soro, drogas ● I = infecções (+ comum) = virais (EBV, citomegalovírus, HIV), bacterianas (TB), fúngicas, protozoárias, rickettsias (tifo), helmintos ● C = distúrbios do tecido conjuntivo = lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide, dermatomiosite ● A = doenças linfoproliferativas atípicas = doença de Castleman, Wegener ● G = granulomatoso = histoplasmose, infecções micobacterianas, Cryptococcus, beriliose, doença da arranhadura do gato, silicose ● O = outros ________________________________EXAMES COMPLEMENTARES Linfonodomegalia causada por processos infecciosos benignos ou lesões de pele não necessitam de exames complementares em um primeiro momento; Os exames devem ser solicitados de forma individualizada na avaliação de um paciente com linfonodomegalia; ● Localizada = hemograma e USG do local acometido ● Generalizada = hemograma, RX de tórax, USG do abdome Investigação de linfonodomegalia não explicada = no hemograma: ● Leucocitose com neutrofilia pode sugerir infecção bacteriana ● Aumento do número de blastos pode sugerir leucemia aguda ● Aumento dos linfócitos pode sugerir leucemia linfóide crônica ● Linfócitos atípicos em um paciente jovem com linfonodomegalia generalizada pode sugerir mononucleose ● Hemograma com eosinofilia pode sugerir reação a drogas Biópsia = método de escolha para linfonodomegalia localizada ou generalizada inexplicadas; ● Deve ser escolhido o maior dos linfonodos e retirado inteiro para a análise ● Se nenhum linfonodo predominar, a ordem decrescente de preferência para a escolha do linfonodo deve ser supraclavicular, cervical, axilar e inguinal ● Na linfonodomegalia cervical localizada em que haja suspeita de tumor, a punção-biópsia por agulha fina é o “padrão-ouro” e deve preceder a biópsia excisional 10 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed PAAF = citologia aspirativa por agulha fina = padrão ouro para LAP; ● Procedimento simples e seguro, preciso no diagnóstico de hiperplasia reativa, infecções, linfadenopatias granulomatosas, linfomas e neoplasias metastáticas ________________________________________________TRATAMENTO Tratamento da causa subjacente; Síndromes pleuro-pulmonares Síndrome brônquica = asma, DPOC, bronquiectasias e infecções traqueobrônquicas; ● Sintomas = dispneia e tosse (podem estar ausentes); ● Inspeção = taquipneia, redução da expansibilidade e tiragem ● Palpação = FTV normal ou diminuído ● Percussão = som claro pulmonar ou hipersonoridade ● Ausculta = diminuição do MV com expiração prolongada, sibilos predominantemente expiratórios em ambos os campos pulmonares e pode haver roncos e estertores grossos ● Esforço respiratório variável, tosse, expectoração e ruídos adventícios (roncos e sibilos) ● Fisiopatologia = inflamação (edema, hipersecreção), obstrução (edema, hipersecreção, broncoespasmos, estreitamentos e angulações) e comprometimento funcional (difuso ou localizado) Bronquite = obstrução, inflamação e alterações difusas decorrentes de hipersecreção, edema de mucosa e broncoespasmo; ● Normalmente paciente cursa com dispneia ● Aguda = causada por alergias, viral, bacteriana, tóxica. Cursa com taquipneia, dispneia, tosse seca e pouco produtiva, expectoração hialina ou mucóide, esforço respiratório e dor retroesternal ● Crônica = tabagismo, poluição ambiental, alérgica/tóxica, infecções de repetição, sinusopatia crônica. Cursa com taquipneia, dispneia, tosse produtiva, expectoração amarelada, esverdeada ou escura, esforço respiratório ● Sinais da bronquite aguda = biotipo inespecífico, fácies de sofrimento, taquipneia, esforço respiratório, FTV normal, aumentado ou reduzido, hipersonoridade, MV diminuído com ou sem ruídos adventícios, roncos (mobilização das secreções) e sibilos (broncoespasmos) ● Sinais da bronquite crônica = brevilíneo ou obeso (síndrome metabólica), pletórico (tentativa de oxigenação) e cianótico (hipoxemia) “Blue Bloater”, taquipneia, esforço respiratório, FTV variável, hipersonoridade, MV diminuído com estertores brônquicos/alveolares, roncos e sibilos ● RX com hiperinsuflação Síndromes parenquimatosas = consolidação, atelectasia, hiperaeração, congestão passiva dos pulmões e escavação/caverna pulmonar; Consolidação pulmonar = pneumonias, infarto pulmonar e tuberculose ● Sintomas = tosse produtiva, dispneia e dor torácica ● Inspeção = taquipneia e expansibilidade diminuída do lado acometido ● Palpação = expansibilidade diminuída e FTV aumentado ● Percussão = submacicez ou macicez ● Ausculta = presença de estertores finos, pode haver som brônquico ou broncovesicular, substituindo o MV, sopro tubário, broncofonia, egofonia ou pectorilóquia Atelectasia = neoplasias e corpos estranhos; ● Sintomas = dispneia e tosse seca ● Inspeção = retração do hemitórax e tiragem ● Palpação = expansibilidade diminuída e FTV diminuído ou abolido ● Percussão = submacicez ou macicez ● Ausculta = redução do MV, ressonância vocal reduzida, podendo haver som brônquico ou broncovesicular substituindo o MV Hiperaeração = enfisema pulmonar; ● Sintomas = dispneia ● Inspeção = expansibilidade diminuída e tórax em tonel nos casos avançados ● Palpação = expansibilidade diminuída e FTV diminuído 11 Beatriz ErdtmannSilveira – Medicina UniFacimed ● Percussão = som claro pulmonar no início e hipersonoridade à medida que a enfermidade se agrava ● Ausculta = MV diminuído e fase expiratória prolongada Congestão passiva dos pulmões = insuficiência ventricular esquerda e estenose mitral; ● Sintomas = dispneia de decúbito e paroxística noturna, tosse seca ou com expectoração rósea, na congestão aguda ● Inspeção = expansibilidade normal ou diminuída ● Palpação = expansibilidade normal ou diminuída e FTV normal ou aumentado ● Percussão = submacicez nas bases pulmonares ● Ausculta = estertores finos nas bases dos pulmões e ressonância vocal normal Escavação/caverna pulmonar = abscessos, neoplasias, micoses e tuberculose; ● Sintomas = tosse seca ou com expectoração purulenta ou hemóptica ● Inspeção = expansibilidade diminuída na região afetada ● Palpação = expansibilidade diminuída e FTV aumentado (se houver secreção) ● Percussão = som claro pulmonar, hipersonoridade ou som timpânico (quando ocorrer nível hidroaéreo) ● Ausculta = som broncovesicular ou brônquico no lugar do MV, pode haver sopro ou ressonância vocal aumentada Síndromes pleurais = síndrome pleurítica, derrame pleural e pneumotórax; Síndrome pleurítica = tuberculose, pneumonias, doença reumática, viroses e neoplasias da pleura e pulmão; ● Sintomas = dor torácica ventilatória dependente ● Inspeção = expansibilidade diminuída ● Palpação = expansibilidade e FTV normais ou diminuídos ● Percussão = som claro pulmonar ou submacicez ● Ausculta = atrito pleural Derrame pleural = pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses, síndrome nefrótica e insuficiência cardíaca; ● Sintomas = dispneia, tosse seca e dor torácica ● Inspeção = expansibilidade diminuída e sinal de Lemo-Torres (abaulamento dos EIC durante a expiração) nos derrames de grande volume ● Palpação = expansibilidade diminuída e FTV reduzido ou abolido na área do derrame ● Percussão = macicez ou submacicez ● Ausculta = MV reduzido ou abolido na área do derrame Pneumotórax = lesão traumática, tuberculose, pneumoconiose e neoplasias; ● Sintomas = dispneia aguda e dor torácica ● Inspeção = sem alterações ou abaulamentos nos EIC quando de grande volume ● Palpação = expansibilidade diminuída e FTV diminuído ou abolido ● Percussão = hipersonoridade ou som timpânico (hidropneumotórax) ● Ausculta = MV diminuído ou abolido e ressonância vocal diminuída Asma brônquica = sibilância, dispneia, opressão torácica e tosse; ● Tríade = broncoconstrição + espessamento da parede das vias respiratórias + aumento da produção de muco ● Episódios recorrentes de espasmo brônquico, dispneia, sensação de opressão torácica, sibilos e tosse ● Hiperreatividade brônquica REVERSÍVEL ● Sintomas = fácies de sofrimento, ansiedades palidez, sudorese fria, tosse seca ou com expectoração mucóide ● Sinais = posição ancorada de esforço respiratório, expansibilidade reduzida, FTV reduzido, hipersonoridade, MV reduzido, roncos e sibilos, tempo expiratório aumentado, estertores brônquicos ● Piora nos períodos noturnos e pela manhã, ao acordar ou aos exercícios ● A tosse pode ser seca ou produtiva, geralmente com expectoração mucóide - caso haja infecção bacteriana concomitante ela pode se tornar mucopurulenta ● O diagnóstico é clínico → sintomas compatíveis + variação e limitação ao fluxo aéreo (espirometria, broncoprovocação e variação do pico de fluxo expiratório PFE) ● A espirometria é usada para confirmar o diagnóstico, documentar a gravidade da broncoconstrição e monitorar a evolução da doença e resposta ao tratamento ● Exames complementares = medida do óxido nítrico exalado e avaliação da eosinofilia no escarro induzido ● 0 pontos = asma controlada ● 1 - 2 pontos = parcialmente controlada ● 3 ou + ou quando há exacerbação no último mês = não controlada Início do tratamento após diagnosticado: 12 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed ● DDX = DPOC, DRGE, rinite/sinusite, bronquiectasias, corpo estranho/disfunção da prega vocal (DPV) DPOC = hiperplasia do epitélio respiratório + hipersecreção brônquica (bronquite crônica); ● Tórax em tonel, hipersonoridade à percussão, FTV e MV diminuídos, roncos, sibilos e estertores podem estar presentes ● Pode evoluir para cor pulmonale com turgência jugular, edema de membros inferiores, hepatomegalia e hiperfonese da 2a bulha no foco pulmonar ● Taquipneia, tempo expiratório prolongado, respiração com lábios semicerrados, uso de musculatura acessória, cianose ● + comum depois dos 40 anos de idade, associado ao tabagismo atual ou passado ● Espirometria VEF1/CVF < ou = 0,7 ● Gasometria arterial SpO2 < 92% ● RX de tórax = pobreza vascular e hiperinsuflação pulmonar, além de bolhas parenquimatosas ● TC de tórax = demonstra a existência e o tipo de enfisema, além da ocorrência de bronquiectasias, bolhas e perfusão em mosaico, indicando obstrução de pequenas vias respiratórias ● Ecodopplercardiograma = suspeita de hipertensão pulmonar e cor pulmonale ● Dosagem de alfa-1-antitripsina ● DDX = asma brônquica, bronquiolite, bronquiectasias, tuberculose, ICC Bronquiectasias = dilatação brônquica IRREVERSÍVEL por destruição das camadas que formam a parede, com reação mucopurulenta, decorrente de processo infeccioso com infiltração neutrofílica; ● 2 grupos = associada à fibrose cística e não associadas à fibrose cística ● Tosse produtiva + dispneia + broncoespasmo + dor torácica + hemoptise ● Estertores finos e/ou bolhas verificadas no início e no meio da inspiração, além de eventuais sibilos ● Pós infecção - pneumonia ● Pós obstrução - corpo estranho, rolhas de secreção, tumores brônquicos, congênita ● Sintomas = fácies de doença crônica, infecção de repetição, febre baixa sem causa aparente, tosse produtiva crônica, broncorreia e drenagem postural, hemoptóicos ou hemoptise, vômica eventual ● Sinais = estado geral normal ou emagrecido, cianose com hipocratismo digital, expansibilidade reduzida, FTV reduzido, normal ou aumento, MV reduzido, presença de roncos e sibilos, estertores brônquicos e alveolares ● DDX = DPOC ● RX de tórax para diagnóstico = perda de volume e empilhamento de vasos pulmonares, com imagens que lembram linhas de trem nas bases pulmonares e opacidades radiopacas que caracterizam secreção mucoide nos brônquios dilatados ● TC = bronquíolos a menos de 3 cm da pleura visceral que sugere espessamento da parede bronquiolar e/ou presença do sinal do anel de sinete e espessamento grosseiro da parede brônquica na doença + avançada ● Gram-negativos são os agentes que + colonizam bronquiectasias Obstruções brônquicas = pode ter causa extramural, parietal e luminal; ● Extramural = linfonodomegalia, pinçamento, dilatação, vascular, coleções ou massas parenquimatosas, retrações fibróticas ● Parietal = infecções, tumores, crondromalácias, estenose fibróticas ● Luminal = corpo estranho, rolhas de secreção e coágulos 13 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed ● Sintomas dependem do tipo e grau de obstrução, tempo de instalação, localização, mudanças no padrão de tosse e da expectoração ● Sinais frequentes = mudança no padrão de tosse ou da expectoração, ruído expiratório fixo, expansão ou retração localizada, tosse seca ou produtiva com hemoptóicos, dispneia, dor pleurítica ● Complicações = atelectasia e enfisema localizado ● Atelectasia = obstrução brônquica completa, retração torácica intercostal, desvio homolateral do mediastino (traqueia), expansibilidade reduzida, FTV ausente, roncos e sibilos e atrito pleural eventual ● Enfisema localizado = obstrução brônquica incompleta, com mecanismovalvular, abaulamento torácico ou intercostal, Pneumonias = processo inflamatória agudo que pode ser causado por agentes infecciosos como bactérias, vírus, fungos e parasitos; ● São classificadas em adquiridas na comunidade (PAC) e nosocomial ● Cardiopatas, diabéticos e paciente com doença pulmonar crônica são grupos com maior gravidade ● Tosse seca ou com expectoração + dor torácica do tipo pleurítica + febre + dispneia + fraqueza ● Exame físico apresenta síndrome de consolidação pulmonar = expansibilidade pulmonar reduzida, FTV aumentado, macicez ou submacicez, MV diminuído, estertores finos, sopro tubário e pectoriloquia (percepção clara das palavras através da ausculta) ● Pode ocorrer derrame pleural ● Taquipneia com FR>30 irpm tem risco de óbito ● RX de tórax = opacidades alveolares, além de poder identificar derrame pleural e monitorar a resposta ao tratamento. Deve ser repetida após 6 semanas do início dos sintomas em tabagistas com mais de 50 anos e nos casos de persistência dos sintomas ● TC = detecta complicações e diferencia da neoplasia ● Hemograma = leucopenia indica mau prognóstico ● Ureia = acima de 65 mg/dL é sinal de gravidade ● Proteína C reativa = marcador de atividade inflamatória com valor prognóstico ● Procalcitonina = marcador de atividade inflamatória ● Gasometria arterial = SpO2 < 90% indica pneumonia grave e indica internação ● Gravidade = CURB-65 = confusão mental, ureia < 50 mg/dL, FR > 30 irpm, pressão arterial sistólica < 90 ou diastólica < 60 mmHg, idade > 65 anos ● DDX = tromboembolia/infarto pulmonar, neoplasias malignas, bronquiolite obliterante, tuberculose pulmonar, edema pulmonar, atelectasia pulmonar, colecistite, abscesso subfrênico, pancreatite aguda, abscesso hepático amebiano ● A ventilação mecânica é o principal fator de risco para a pneumonia nosocomial ● Diagnóstico da PAMV = aumento do número de leucócitos totais, aumento e mudança do aspecto da secreção traqueal, piora ventilatória, febre ou hipotermia e ausculta compatível com consolidação ● O início do tratamento antimicrobiano não deve aguardar os resultados de cultura e deve ser pautada nos dados clínico laboratorial e radiológicos Abscesso pulmonar = processo infeccioso que ocorre supuração, necrose e formação de cavidade; ● Pode ser primário (decorrente de aspiração ou embolia séptica) ou secundário (decorrente neoplasia maligna, complicação cirúrgica ou imunossupressão) ● Quadro agudo de pneumonite anaeróbica, que se não tratado adequadamente evolui para pneumonia necrosante, induzindo fibrose ● Tosse com escarro pútrido + hemoptise + febre (até 38,5) + sudorese noturna + anorexia + dor pleurítica + perda de peso ● Rx de tórax = incialmente como broncopneumonia 14 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed ● Exames complementares = aumento da velocidade de hemossedimentação e da PC-R, anemia de inflamação crônica e leucocitose com granulações tóxicas nos neutrófilos ● DDX = tuberculose, embolia séptica, neoplasia de pulmão Tuberculose = contínua produção e eliminação de escarro contendo quantidades variáveis de bacilos; ● Tosse produtiva + hemoptise + febre preferencialmente vespertina + perda de peso + suores noturnos intensos + perda de apetite + fraqueza + astenia ● Hemograma = normal ou mostrando anemia, leucocitose, monocitose e eosinofilia ● Hiponatremia como distúrbio hidroeletrolítico + comum ● Exames = pesquisa da presença de bacilo álcool- acidorresistente (BAAR) + cultura para M. tuberculosis ● RX de tórax = opacidades alveolares heterogêneas, não restritas ao lobo pulmonar, além de pequenos nódulos de evolução lenta, predominantemente nos lobos superiores e nos segmentos posteriores desses lobos + cavitações de permeio, única ou múltiplas, de bordas espessas ● Síndrome de Mendelson = pneumonia por aspiração péptica ● DDX = tromboembolismo, infarto pulmonar e atelectasia pós-operatória Paracoccidioidomicose = mais comuns em homens entre 20 e 50 anos; ● Lesão pulmonar acompanhada de lesão da mucosa bucal, da bucofaringe ou dos linfonodos satélites da região ● O quadro clínico se assemelha ao da tuberculose, por isso ela deve ser logo afastada ● RX = lesões bilaterais extensas formadas por infiltrados densos e irregulares de padrão alveolar intersticial e mistos, os quais, em certas áreas, se fundem em um conglomerado. Lesões quase sempre poupam os ápices e bases resultando em bolhas subpleurais Histoplasmose pulmonar = inalação de conídeos encontrados na natureza, principalmente em cavernas com morcegos; ● A magnitude das manifestações depende da exposição e da imunidade do hospedeiro ● Na fase aguda o RX demonstra existência de linfonodomegalias hilares bilaterais e mediastinais, associadas a infiltrado reticulonodular peri-hilar bilateral ● Diagnóstico = identificação do fungo em cultura de escarro ou de material obtido por fibrobroncoscopia Candidíase = suspeitada quando for identificado repetidas vezes na secreção brônquica de pacientes com doença pulmonar de etiologia obscura, bem como quando houver outros focos de candidíase; ● Não tem padrão radiológico característico Aspergilose = dispneia + febre + broncoespasmo; ● Tamponamento brônquico por secreção espessa é frequente ● Eosinofilia sanguínea e no escarro ● Diagnóstico baseado na história de asma brônquica de longa duração, acompanhada de febre, secreção espessa e viscosa + infiltrados pulmonares transitórios durante o período de exacerbação Criptococose pulmonar = febre + tosse com expectoração mucóide + escarro hemoptóico ou hemoptise; ● Sudorese noturna + emagrecimento + fraqueza ● RX = nódulos bem definidos e não calcificados, solitários ou múltiplos, raramente com cavitação, tipicamente de localização subpleural Fibrose pulmonar idiopática = predominante no sexo masculino entre 60 e 70 anos; ● Tosse seca + dispneia ● Sem ortopneia ou dispneia paroxística noturna e baqueteamento digital ● Ausculta de estertores finos tipo “velcro”, especialmente ao final da inspiração, nas bases pulmonares ● Complicações = síndrome de insuficiência cardíaca direita e cor pulmonale crônico ● RX de tórax = opacidades pulmonares reticulares, com predomínio basal 15 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed e subpleural, frequentemente associadas a faveolamento + diminuição do volume pulmonar ● TC de tórax = opacidades reticulares, bronquiectasias de tração, faveolamento, áreas de opacidade tipo “vidro fosco”, fibrose com distorção da arquitetura pulmonar predominante nas regiões periféricas Tromboembolia pulmonar = oclusão causada por coágulo sanguíneo; ● Insuficiência cardíaca direita aguda como principal causa de óbito ● Choque ou hipotensão arterial ou sem choque + sinais ecocardiográficos ou laboratoriais de insuficiência cardíaca direita ● TEP não maciça = taquipneia > 20 irpm + dispneia + dor torácica pleurítica + apreensão + tosse + hemoptise ● Avaliação da probabilidade clínica da doença = escore de Wells e escore de Genebra revisado ● RX de tórax = oligoemia regional (sinal de Westermark) + dilatação das artérias pulmonares + opacidades periféricas em cunha (sinal ou corcunda de Humpton) - mas não confirma diagnóstico ● Gasometria arterial = hipoxemia e/ou hipocapnia ● ECG = sinais de sobrecarga direita ou apenas taquicardia sinusal ● Dímero-D = descarta TEP em paciente com baixa e moderada probabilidade clínica, mas não com alta ● EcoDoppler de membros inferiores = diagnóstico de TVP ● Ecocardiograma = estratificação de risco ● Cintilografia pulmonar de ventilação e perfusão = quando normal descarta TEP e diagnostica, exceto em pacientesde baixa probabilidade clínica ● Angiotomografia de tórax = investigação de outras possibilidades diagnósticas ● Arteriografia pulmonar = quando os métodos de imagem são inconclusivos ● Anticoagulação nos pacientes com moderada e alta probabilidade, na ausência de contraindicações ● DDX = pneumonia, ICC, DPOC e asma Hipertensão pulmonar = redução da área transversal das artérias pulmonares causada por uma combinação de vasoconstrição, trombose, inflamação e remodelamento proliferativo e obstrutivo das paredes das artérias pulmonares que resultam em uma pressão maior que 25 mmHg; ● Os medicamentos atuam na via do óxido nítrico, via da endotelina ou na via da prostaciclina ● Grupo 1 = hipertensão arterial pulmonar (HAP) ● Grupo 2 = HP associada a doenças cardíacas esquerda ● Grupo 3 = HP associada a doenças pulmonares e/ou hipóxia ● Grupo 4 = causas multifatoriais ● Dispneia aos mínimos esforços + fadiga + pré- síncope pelo baixo débito cardíaco ● Classe I = paciente com HP e sem limitações físicas ● Classe II = discreta limitação física ● Classe III = importante limitação física ● Classe IV = incapacidade de realizar qualquer atividade física, podendo apresentar dispneia até em repouso ● Hipofonese da segunda bulha no foco pulmonar e mais tardiamente sopro de insuficiência tricúspide, de insuficiência pulmonar, distensão jugular, hepatomegalia, edema periférico e ascite ● RX de tórax = identificar doenças associadas à HP, além de evidenciar artérias pulmonares com perda de vascularização periférica pulmonar, abaulamento do arco médio e aumento de átrio direito ● ECG = pode ser normal ou com desvio de eixo para direita, aparecimento da onda P pulmonale, sinais de hipertrofia de VD ● Ecocardiograma = exclusão de causas cardíacas esquerdas associadas, além de avaliar os fatores prognósticos, como a ocorrência de derrame pericárdico, sinais de disfunção ventricular direita e aumento do átrio direito ● Cateterismo cardíaco direito = possibilita a CONFIRMAÇÃO do diagnóstico de HP Câncer de pulmão = sexo masculino, tabagismo, estado geral comprometido, perda de peso maior que 15% e comorbidades, aumento da desidrogenase láctica (DHL), anemia, hipercalcemia e hipoalbuminemia são fatores de pior prognóstico; ● Síndrome de Horner = ptose palpebral, miose, enoftalmia e anidrose causas pela invasão do tumor à cadeia simpática cervical 16 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed ● Tumor de Pancoast = tumor do sulco superior ● Síndrome de Déjérine-Klumpke = causada pela invasão do tumor de Pancoast no plexo braquial, causando dor irradiada para o ombro e membro superior homolateral, síndrome de Horner, fraqueza e atrofia de músculos da mão, principalmente do quarto e do quinto dedo + parestesias da face medial do braço e antebraço, com perda do reflexo de tríceps ● Exames diagnósticos = citologia do escarro, punção aspirativa por agulha fina, broncoscopia, ultrassonografia endobrônquica (EBUS), videotoracoscopia (VATS), toracocentese (alívio sintomático e diagnóstico citológico de derrame pleural) e toracotomia Derrame pleural = acúmulo de líquido acima de 100 mL no espaço pleural; ● Dor torácica + tosse seca + dispneia ● Febre + astenia + inapetência + perda ponderal = dependendo da doença de base ● Expansibilidade diminuída, FTV abolido, macicez à percussão, MV abolido e egofonia na parte mais alta do derrame ● Divide-se em transudato e exsudato através dos critérios de Light ● Transudatos = insuficiência cardíaca, cirrose hepática e hipoproteinemia ● Exsudatos = pneumonia, tuberculose pleural, TEP e neoplasias metastáticas ● Toracocentese para retirar e analisar o líquido ● A maioria dos líquidos é inodoro, mas quando evolui para empiema, por infecção bacteriana, possui odor pútrido e aspecto purulento ● Cultura de bactérias, fungos, pesquisa de BAAR e cultura para M. tuberculosis ● Solicitar a taxa de glicose do derrame, pois quando baixa indica doença reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico e empiema ● Elevação de neutrófilos = secundário a processo infeccioso ● Predomínio de linfócitos = tuberculose pleural ● Adenosina-deaminase (ADA) quando elevada indica derrame tuberculoso, doença reumatóide, linfoma ou empiema ● Sinal de Lemos Torres = corresponde a um abaulamento expiratório localizado nos últimos espaços intercostais, principalmente à expiração forçada nos pequenos e médios derrames ● Sinal de Litten = corresponde a ausência da visualização da depressão intercostal inspiratória no hemitórax acometido ● Sinal de Signorelli corresponde a mudança do som claro pulmonar durante a percussão da coluna vertebral ● Parábola de Damoiseau = delimita o limite superior do derrame pleural Pneumotórax = espontâneo (primário e secundário), traumático ou iatrogênico (por procedimento médico); ● Primário = sem doença pulmonar prévia ● Secundário = decorrente de doença pulmonar em atividade ● Dor torácica súbita, bem localizada, em pontada + dispneia + tosse seca ● Diminuição da expansibilidade torácica + hipersonoridade + MV diminuído ou abolido + abaulamento do hemitórax afetado em casos de maior gravidade + FTV reduzido ● Taquicardia + hipotensão + cianose + dispneia profusa = pneumotórax hipertensivo Insuficiência respiratória aguda (IRA) = classifica em IRA hipoxêmica (prejuízo na oxigenação, reduzindo a pressão de oxigênio no sangue arterial menor que 60 mmHg) e IRA hipercápnica prejuízo na eliminação de CO2, elevando-o para valores acimas de 45 mmHg); ● Dispneia + taquipneia + cianose + sudorese ● Alterações no nível de consciência e coma em casos + graves ● Causa base de origem pulmonar ou extrapulmonar Dor torácica Ameaças à vida: ● SCA (síndrome coronariana aguda) ● Dissecção aórtica ● TEP ● Pneumotórax 17 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed ● Tamponamento cardíaco ● Rotura esofágica Checar os sinais vitais, pulsos, PA nos 4 membros, palpação, ausculta e exame neurológico; Dissecção aórtica = dor intensa, lancinante, retroesternal ou face anterior do tórax, irradiação para o dorso, pescoço, ombros e interescapular, pulso assimétrico, sinais neurológicos focais, postura inquieta para obter o alívio; ● EF = assimetria de pulso e de pressão arterial sistêmica, sopro de regurgitação aórtico, sinais de insuficiência cardíaca e de má perfusão tecidual TEP = dor súbita pleurítica, sinais de TVP (assimetria de panturrilha); Pneumotórax = dor súbita + dispneia, associado a trauma ou procedimento → hipertensivo ● USG e RX ● Exame físico = taquicardia e hipotensão Tamponamento = dispneia + fadiga + desconforto torácico + edema + choque cardiogênico; ● Tríade de Beck = hipotensão, hipofonese de bulhas e estase jugular ● Não faz USG diagnóstico, pois ele é clínico Rutura esofágica = dor retroesternal lancinante; ● Pode haver enfisema subcutâneo ● HP de alcoolismo + vômitos SCA = alterações típicas em ECG + sudorese + náuseas e vômitos + associação com esforço físico + irradiação da dor para MMSS + síncope + hipotensão; ● Exames complementares = ECG, RX, USG, D- dímero, troponina, hemoglobina, TC de Tórax, angioTC, enzimas canaliculares e pancreáticas Dor torácica não é sinônimo de causa cardíaca!!! Fisiopatologia da dor = a dor ou desconforto pode resultar de 2 mecanismos: 1. Fibras somáticas = inervação de pele, estruturas superficiais e pleura parietal. Precisamente descrita, forte intensidade e bem localizada 2. Fibras viscerais = coração, esôfago e pleura visceral. Desconforto, peso, mal-estar, sem localização precisa Quanto maior a idade maior a chance de DAC, assim como homens são mais suscetíveis; Anamnese inicial do paciente com dortorácica: ● Há quanto tempo começou? ● Tem fator desencadeante? ● Localização? ● Irradiação? ● Melhora com nitrato sublingual? ● Intensidade? ● Característica (aperto, queimação, ventilatório- dependente)? ● Sintomas associados (dispneia, palpitação, síncope)? ● Fatores de risco (tabagismo, HAS, DM, passado de IAM)? Dor típica e atípica de SCA: Existem 3 tipos de dor torácica: 1. Tipo A = presença de 3 ou mais características típicas 2. Tipo B = presença de 2 características típicas 3. Tipo C = presença de 1 característica típica _____________________CARACTERÍSTICAS DA DOR TORÁCICA Definitivamente anginosa = desconforto retroesternal precipitado pelo esforço, com irradiação típica para o ombro, mandíbula ou face interna do braço, aliviada pelo repouso ou nitrato; Provavelmente anginosa = dor torácica cujas características fazem da insuficiência coronária aguda a principal hipótese, porém com necessidade de exames complementares para confirmação do diagnóstico; Possivelmente anginosa = dor torácica cujas características não fazem da insuficiência coronária aguda a principal hipótese diagnóstica, porém com necessidade de exames complementares para a exclusão do diagnóstico; Definitivamente não anginosa = dor torácica cujas características não incluem a insuficiência coronária aguda como diagnóstico diferencial. Dor com aspectos evidentes de origem não cardíaca; ________________________________________________________CAUSAS 18 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed Principais grupos de etiologias de dor torácica, por ondem de descente de prevalência: ● Musculoesqueléticas ● Gastrointestinais ● Cardíacas ● Psiquiátricas ● Pulmonares Musculoesquelética = há presença de história de atividade física repetitiva ou não usual, apresentando dor bem localizada e desencadeada pela compressão de um ponto. Sua intensidade pode variar desde surda até desconforto intenso e persistente, durando horas a dias; ● A sintomatologia álgica frequentemente surge durante os movimentos ventilatórios, em especial na inspiração profunda ou na movimentação dos braços e do pescoço ● É importante a avaliação cuidadosa da pele buscando lesões específicas associadas a síndromes musculoesqueléticas Gastroesofágica = geralmente a apresentação clínica do paciente não oferece substrato adequado para se distinguir a dor cardíaca da esofágica; ● Sintomatologias que sugerem etiologia esofágica = presença de pirose, regurgitação, disfagia, dor tipicamente pós-prandial persistente por mais de 1 hora e aliviada pela ingestão de antiácidos Dor de isquemia miocárdica = localização retroesternal, com irradiação para pavilhões auriculares, maxilar inferior, nuca, região cervical, membros superiores, ombros, região epigástrica e interescapulovertebral; ● Quase sempre é constritiva, onde o paciente leva a mão ao peito. Tipo aperto, opressão, peso, queimação, sufocação, nó na garganta ● Intensidade varia de acordo com o grau de comprometimento isquêmico = leve, moderada e intensa ● Fatores desencadeantes/ agravantes = na angina o esforço físico, emoções, taquicardia, frio e refeição copiosa. Já no IAM, o repouso ● Atenuantes = repouso e vasodilatadores coronários ● Manifestações concomitantes = náuseas, vômitos e sudorese fria nos casos de IAM ● Sua duração apresenta 3 tipos: 1. Angina estável = duração curta de 2 a 3 minutos, raramente ultrapassa 10 minutos = hipóxia 2. Angina instável = até 20 minutos = alterações histológicas 3. Infarto do miocárdio = mais de 20 minutos até horas = necrose Dor de origem pericárdica = aguda, retroesternal, que pode irradiar para o pescoço e costas, de característica constritiva, queimação, de grande intensidade, contínua durante várias horas, agrava-se com a respiração, decúbito dorsal, movimentos na cama e do tronco, alivia quando inclina o tórax para frente ou genupeitoral; ● Causada pelo atrito entre membranas devido ao acúmulo de líquidos ● EF = presença de atrito pericárdico ● ECG = supra-desnivelamento de ST difuso Causas psicogênicas = dor torácica associada com taquicardia, hiperventilação, sudorese e palpitações, precedidos por sensação de medo e apreensão; _________________________________________________EXAME FÍSICO Alertas de gravidade = hemodinâmicos e neurológicos; Avaliar sinais vitais; estado geral; pulsos em ambos os membros superiores e inferiores; examinam-se as pernas para verificar os pulsos arteriais, a perfusão, existência de edema, veias varicosas e sinais de TVP; pressão arterial em ambos os membros superiores; inspeciona-se o pescoço para averiguar a existência de distensão venosa e refluxo hepatojugular e observam-se as formas nas ondas venosas, palpa-se o pescoço para avaliar os pulsos carotídeos, linfadenopatias ou anormalidades tireoidianas, auscultam-se as artérias carótidas para identificar sopros; inspeciona-se o tórax a procura de lesões dérmicas oriundas de trauma ou infecção por herpes-zóster e efetua-se a palpação para identificar crepitação e áreas de maior sensibilidade; realiza-se percussão do tórax e ausculta para verificar a existência e a simetria dos ruídos respiratórios, sinais de congestão, atrito e derrame pleural; ausculta do precórdio - intensidade e o tempo do 1ª bulha cardíaca (B1) e do 2º bulha cardíaca (B2), o movimento respiratório do componente pulmonar de B2, atrito pericárdico, crepitações, sopros e galopes; Quando se detectam sopros, devem-se observar tempo, duração, tonalidade, formato, intensidade e resposta às modificações de posição, manobras de preensão manual e de Valsalva; Quando se detectam galopes, deve-se efetuar a diferenciação entre B4, que é frequentemente auscultada na vigência de disfunção diastólica ou isquemia miocárdica, e a B3, auscultada na disfunção sistólica; Palpa-se o abdome para averiguar a existência de organomegalia, áreas de maior sensibilidade e massas, especialmente nas regiões epigástrica e hipocôndrio direito. 19 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed ________________________________EXAMES COMPLEMENTARES Os exames são solicitados de acordo com a avaliação inicial do paciente. No geral, o ECG e RX de tórax são sempre solicitados para DDC de SCA, dissecção de aorta e TEP; ________________________________________________TRATAMENTO Tratamento = depende da etiologia da dor torácica; ● Osteomuscular = anti-inflamatórios (diclofenaco), relaxantes musculares (ciclobenzaprina 5 a 10 mg, VO, a noite) e repouso ● SCA = morfina (IV 2-4 mg a cada 5-15 min. CI: hipotensão e infarto da parede posterior), oxigênio (se Sat<94%), nitrato (dinitrato de isossorbida 5 mg sublingual 5-5 min até 3x. CI: hipotensão, bradicardia, uso de inibidor de fosfodiesterase até 48 horas, infarto de VD), AAS VO 200 mg (dose de ataque se <70 anos; 100 mg/dia após), betabloqueador (metoprolol 50 mg VO 6/6h. CI: FC<60, PAS<100, BAV de 2° ou 3°), aspirina (160 a 325 mg VO. CI: úlcera ativa), clopidogrel (300 mg VO de ataque seguido de 75 mg VO 1x ao dia. Não fazer ataque em >75 anos), enoxaparina (1mg/kg via subcutânea), IECA (captopril 2,5 mg, VO, depois 25-50 mg, VO 12/12h) e terapia de reperfusão ● Embolia pulmonar = heparina não fracionada (dose de ataque 80 UI/kg, EV; após infusão contínua com dose inicial de 18 UI/kg/hora) e estreptoquinase (250.000 EV em 30 min. seguido de 100.000 U/h em bomba de infusão por 24h) ● Dissecção de aorta = betabloqueador (esmolol, bolus inicial de 500 ug/kg, seguido se infusão de 50-200 ug/kg/min), nitroprussiato de sódio (infusão inicial de 0,5 a 3 ug/kg/min. Não deve ser usado sem betabloqueador devido a taquicardia reflexa) e morfina (IV 2-4 mg a cada 5-15 min) Valvulopatias ____________________________________________________ANAMNESEIdade = crianças e jovens (anomalias congênitas, episódios iniciais de moléstias reumáticas), 20 a 50 anos (hipertensão arterial, doenças coronarianas, complicação da doença de chagas); Sexo = feminino e jovens prolapso mitral e estenose e masculino até os 45 anos aterosclerose coronária; Cor da pele = negros anemia falciforme e HAS; Profissão = esforço físico intenso (insuficiência cardíaca), estresse emocional (HAS, cardiopatia isquêmica); Naturalidade e local de residência = doenças endêmicas, doença de chagas; Antecedentes pessoais = infecções estreptocócicas, bucofaringite → lesões valvares de origem reumática; dieta rica em lipídeos → aterosclerose, lesões renais → HAS, transtornos emocionais, ansiedade e depressão → manifestações cardiovasculares; ________________________________________________________SOPROS Aparecem devido ao aumento da velocidade, diminuição da viscosidade sanguínea, zona de estreitamento, zona dilatada ou membrana de borda livre; Características semiológicas dos sopros = situação no ciclo cardíaco, localização, irradiação, intensidade, timbre, tonalidade, modificação com a fase de respiração, posição do paciente e exercício físico; B1 = sístole → fechamento da mitral e da tricúspide; B2 = diástole → fechamento da aórtica e da pulmonar; __________________________________________ESTENOSE AÓRTICA Redução do orifício da valva aórtica; Causas = alterações da via de saída do VE por mal formações congênitas, moléstia reumática e degeneração senil (calcificação); Principal causa = idoso (60/80 aos) + hipertensão/dislipidemia Sintomatologia = depende da hipertrofia do VE, pois o coração tenta vencer a obstrução para manter o débito; 20 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed ● Hipoxemia crônica pela degeneração de miofibrilas/falência do VE ● Angina + síncope = estenose grave ● Pulso radial de pequena amplitude = parvus et tardus ● Ictus cordis intenso, pouco deslocado para esquerda e para baixo ● Frêmito sistólico ● Sopro sistólico ejetivo/em diamante, rude, mesossistólico (crescente), foco aórtico irradiado para cima e face lateral do pescoço ● Desdobramento de B2 na estenose aórtica grave ● Handgrip diminui o sopro Sinais de gravidade = pico tardio, B2 hipofonética e fenôme de Gallavardin; Fenômeno de Gallavardin = sopro piante = quando o sopro da estenose aórtica se irradia para o foco mitral, podendo parece que existem 2 sopros diferentes ECG = sobrecarga de VE; ● Sinal de Strain = infra de ST (primeira parte lenta e depois rápido) ● Sokolov: S(1) + R(V5) > 35 mm RX = calcificação e área cardíaca normal; Ecocardiograma = essencial para avaliar a gravidade da estenose → quanto + rápido sai o jato maior é o grau de estenose = menor abertura valvar; ● Também avalia o grau de hipertrofia do VE (grave >15 mm) Aumento da pressão do VE → hipertrofia concêntrica e depois dilatação excêntrica (anos); Tríade clássica: 1. Angina 2. Síncope 3. Insuficiência cardíaca ● E = dispneia + ortopneia ● D = estase jugular + edema de MMII Pode gerar sangramento intestinal baixo = síndrome de Heyde; ___________________________________________ESTENOSE MITRAL Estreitamento do orifício atrioventricular esquerdo; Causas = moléstia reumática, lúpus, artrite reumatoide; Progressão lenta de forma leve, moderada ou grave; Fisiopatologia = infecção por S. pyogenes devido faringoamigdalite → são produzidos anticorpos, que se acumulam no coração, principalmente na valva mitral → fusão comissural, espessamento, fibrose/calcificação; Dilatação do AE e o VE é poupado; Leve = assintomático; Moderado = dispneia + palpitações após esforços + congestão na circulação pulmonar + gradiente de pressão entre o AE e VE; ● B1 hiperfonética no foco mitral ● Estalido de abertura mitral ● Sopro diastólico em ruflar, mesodiastólico ● B2 hipofonética no foco pulmonar Grave = intensificação dos achados do moderado + dispneia paroxística noturna + tosse seca + hemoptise; Pode haver crepitações pulmonares, turgência jugular, refluxo hepatojugular, edema de MMII, pulso arrítmico (FA); Síndrome de Ortner = rouquidão pela compressão do nervo laríngeo recorrente pela grande dilatação do AE; Síndrome de Lutembacher = estenose mitral (geralmente reumática, mas ocasionalmente congênita) associada a shunt esquerda-direita devido a um defeito de septo atrial; ● Paciente pode não evoluir com a clínica clássica de estenose mitral (basicamente congestão pulmonar), pois o fluxo de sangue ao invés de ser direcionado para o pulmão termina passando para o lado direito do coração, gerando a longo prazo um quadro clínico típico de CIA (sobrecarga de câmaras direita → IC direita) ● Além dos achados clássicos de estenose mitral (tríade = hiperfonese de B1, ruflar diastólico e estalido de abertura) é comum auscultar o desdobramento fixo de B2 típico de CIA ECG = sobrecarga de átrios = alteração da onda P; ● Índice de Morris = onda P plus minus ● Onda P apiculada = aumento da amplitude RX = sinais de aumento do AE; ● Sinal do 4° arco = aurícula E aumentada ● Sinal da bailarina = desvio do brônquio fonte E pelo aumento de AE ● Sinal do duplo contorno = crescimento de AE 21 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed ● ÁREA CARDÍACA NORMAL, pois VE não aumenta Ecocardiograma = cúspide em taco de hóquei e abertura em boca de peixe; ● Escore de Wilkins = mobilidade, espessamento, calcificação e aparelho valvar ● Avalia gradiente e área _____________________________________INSUFICIÊNCIA MITRAL Fechamento incompleto da valva mitral com refluxo para o AE durante a sístole ventricular; Causas = molestia reumática, prolapso de valva mitral (PVM), IAM, endocardite infecciosa e cardiomiopatia com grande dilatação da cavidade ventricular; Fisiopatologia = sobrecarga de volume no AE e no próximo batimento sobrecarga de VE → hipertrofia excêntrica → aumento da pressão pulmonar → congestão pulmonar; Pós-IAM/ endocardite = disfunção do músculo papilar, com regurgitação para o AD normal, porém sem tempo de adaptação ao maior fluxo de sangue, o que aumenta a pressão interatrial, que é transmitida a rede capilar pulmonar → congestão pulmonar e edema intersticial, dispneia intensa e edema agudo de pulmão; ● VE hipercinético ● Ictus cordis intenso, mas não deslocado ● Sopro sistólico de regurgitação no foco mitral, em platô, irradiado para axila ● B4 originada pela contração vigorosa do AE Etiologia reumática = instalação gradativa e evolução crônica, onde o AE vai dilatando progressivamente; ● Pouca elevação da pressão interatrial ● Pressão venocapilar aumenta pouco ● Ictus amplo ● Frêmito sistólico no foco mitral ● B3 ● Sopro sistólico de regurgitação no foco mitral, holossistólico com platô, que irradia para axila e mascara B1 ● Ritmo irregular = fibrilação atrial (FA) ● Aumenta com Handgrip Rivero-Carvallo = diferencia sopro de insuficiência tricúspide e mitral; ● Com o paciente em decúbito dorsal, coloca-se o estetoscópio na área tricúspide, pondo-se a atenção na intensidade do sopro. Solicita-se inspiração profunda, no qual o examinador observa alterações na intensidade do sopro ● Se não houver alterações ou o sopro reduzir = manobra negativa = sopro da área mitral ● Se o sopro aumentar = sopro da tricúspide Síndrome de Barlow = PVM = incapacidade da válvula mitral de impedir o retorno de sangue do VE para o AE, sendo de causa primária, localizada unicamente na válvula mitral; ● Sintomas variáveis = arritmias, dor precordial não isquêmica ● Clique mesossistólico na área mitral, acompanhado ou não de sopro mesossistólico ● + comum em mulheres ECG = sobrecarga de VE; ● Índice de Sokolov ● Sinal de Strain RX = sinal do 4° arco, da bailarina