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Abordagem sindrômica das doenças

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1 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
Habilidades específicas IV 
 
Evolução médica 
O preenchimento do prontuário médico é obrigação e 
responsabilidade intransferíveis do médico; 
SOAP - subjetivo, objetivo, avaliação e plano; 
● Subjetivo = dados dos sentimentos e percepções 
do cidadão em relação à sua saúde 
● Objetivo = registro do exame físico, sinais e 
sintomas detectados, além do resultado de 
exames realizados 
● Avaliação = parecer do médico, conclusão 
● Plano = conjunto de funcionalidades que permite 
registrar a conduta de cuidado ao cidadão em 
relação aos problemas avaliados 
POPE = prontuário orientado por problemas e evidências; 
● Usado principalmente em pacientes de alta 
permanência 
● Evitar uma longa lista de problemas 
● Os problemas podem ser subdivididos em ativo 
(necessita de atendimento contínuo), resolvido e 
inativo (risco de recidiva ou complicação, mas 
que não causam incômodo ao paciente e não 
requer vigilância contínua) 
 
Neuro 
___________________________________________LESÃO PIRAMIDAL 
Deve-se diferenciar se é síndrome de 1° ou de 2° 
neurônio: 
● Há realmente fraqueza/paresia ou plegia? 
● Sistema central, periférico ou ambos? 
● Onde exatamente está a lesão? 
Paraparesia = 2 pernas (crural); 
Diparesia = 2 braços (braquial); 
Plegia = zero força; 
Paresia = lesão parcial; 
1° neurônio = encéfalo e medula; 
● Hiperreflexia, pois o 2° neurônio não recebe a 
resposta e contrai de maneira exagerada 
● Hipertonia (rígido) 
● Babinski e clônus = alterações em síndrome de 1° 
neurônio 
2° neurônio = nervos periféricos; 
● Hipotonia, pois o 2° neurônio perdeu a 
comunicação 
● Hiporreflexia 
● Marcha escarvante em síndrome de 2° neurônio 
● Sensibilidade é alterada na área de fraqueza em 
2° neurônio - o que o diferencia de 1° neurônio 
Choque medular = flácido, demorando de 5 a 7 dias para 
voltar ao normal, sendo de forma gradual; 
● Reflexo bulbocavernoso é o 1° a voltar 
● Fase aguda = hipotonia e hiporreflexia 
____________________________________SÍNDROMES MEDULARES 
Nível vertebral é diferente de nível medular; 
● C2 até T10 + 2 = nível medular 
● T1 = lombar alto 
● T12 = lombar baixo 
● L1 = ainda pode ter síndrome de 1° neurônio, mas 
abaixo disso é 2° neurônio 
Dermátomos: 
● C4-5 = ombros (vértebra C2-3) 
● T1 = fúrcula esternal 
● T4 = mamilo 
● T10 = umbigo 
● T12 = crista ilíaca 
● L4-5 = hálux 
Síndrome central da medula = dilatação do canal central 
da medula; 
● Siringomielia 
● Perda da força bilateral do braço = diparesia 
braquial 
● Parte medial do tracto corticoespinhal lateral 
Síndrome do funículo posterior = propriocepção 
consciente, tato epicrítico e sensibilidade vibratória; 
● Sífilis terciária 
Síndrome de hemissecção medular = Brown-Séquard; 
● Perde motricidade do mesmo lado da lesão 
● Perde grácil e cuneiforme do mesmo lado da 
lesão 
● Perde sensibilidade (dor, temperatura, tato leve 
e protopático) contralateral a lesão 
Síndrome extrapiramidal = o sistema extrapiramidal é 
responsável por modular e automatizar o movimento e 
ajustar o movimento fino; 
● Andar sem cair é responsabilidade 
extrapiramidal, sem necessidade de pensamento 
Núcleos da base = exacerbação ou lentificação de 
movimentos; 
● Quando exacerba, há necessidade de 
medicamentos inibitórios, como as drogas 
gabaérgicas (gabapentina) 
● Quando lentifica, há necessidade de 
medicamentos excitatórios 
● Exacerbação = coréia (bilateral) e hemibalismo 
(unilateral) → lesão do núcleo subtalâmico 
● Lentificação = Parkinson → diminui dopamina, o 
que pode ser reação medicamentosa (plazil) 
● A hipertonia do Parkinson é plástica = sinal da 
roda denteada 
● Diferente da hipertonia do AVE, que é elástica = 
sinal do canivete 
__________________ALTERAÇÕES DA FALA E DA LINGUAGEM 
 
2 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
Área de Broca e de Wernicke = lado dominante do 
cérebro, a maioria é no esquerdo; 
Disfasia = termo genérico para alterações de fala; 
Afasia motora = não se expressa, mas entende; 
Afasia de condução = não consegue repetir frases; 
Disartria = consegue se expressar, mas perde a 
capacidade de articular as palavras; 
Dislalia = troca letras; 
Disfonia = perde o tom/timbre da voz ou cochicha; 
Disritmolalia = alteração do ritmo; 
Dislexia = perda da capacidade de organizar as palavras; 
Agrafia = perda da capacidade de escrever; 
___________________________________________PARALISIA FACIAL 
Pode ser central ou periférica; 
NO AVE o paciente consegue enrugar a testa; 
A parte superior (testa) possui fibras do nervo facial que 
vem dos 2 lados do córtex; 
Se o nervo é lesado perde toda a hemiface, inclusive a 
testa; 
Boca torta + testa enrugada = AVE; 
 
Quadro infeccioso = paralisia de Bell; 
● Tratamento = aciclovir 5 dias, corticoide 5 dias, 
colírio e tampão + fisioterapia 
 
Abordagem sindrômica das doenças 
febris agudas 
Manutenção da temperatura do corpo depende do 
controle hipotalâmico, localizado no hipotálamo 
anterior pré-óptico e posterior; 
● Lesão cerebral grave pode ter perda da função de 
controle e temperatura 
● Centro termorregulador do hipotálamo é 
responsável pela homeostase da temperatura 
● Recebe 2 tipos de sinais: 
1. Nervos periféricos - estímulos periféricos de 
calor e frio 
2. Temperatura do sangue 
Quando o ambiente está frio, o hipotálamo indica a 
vasoconstrição dos capilares próximos à superfície da 
pele, cessa a produção de suor e há piloereção, 
aprisionando a camada de ar; 
Quando o ambiente está quente, o hipotálamo dilata os 
capilares para liberar o ar quente e há secreção de suor; 
Febre leve ou febrícula = até 37,5; 
Febre moderada = 37,5 a 38,5; 
Febre alta ou elevada = acima de 38,5; 
Hiperpirexia > 41,5° 
Hipotermia leve = 32 a 35; 
Hipotermia moderada = 30 a 32; 
Hipotermia grave = abaixo de 30; 
Sinal de Lenander = temperatura retal 1°C maior quando 
comparada a axilar; 
● Patológico 
Importante saber a quanto tempo persiste a febre e se ela 
é constante ou intermitente; 
Fisiopatologia = a febre ocorre pela ação de fatores 
pirogênicos sobre o centro termorregulador do 
hipotálamo; 
● Pode ser endógeno (IL-1, IL-6, TNF-alfa, IFN-beta, 
IFN-gama e prostaglandina E2) ou exógeno 
● Desencadeia respostas metabólicas, 
vasoconstrição periférica, tremores e calafrios, 
estimulação simpática e secreção de tiroxina 
● A febre causa estresse 
oxidativo muscular, preocupante 
em pacientes cardiopatas, pois 
diminui o débito cardíaco; 
● Em crianças aumenta a 
produção e interleucinas e pode 
levar a convulsões, já que o limiar 
delas é menor; 
● Altera-se 
metabolismos de lipídeos e 
colesterol; 
Via humoral 1 = consiste na 
ativação dos receptores TLR-4 na 
barreira hematoencefálica pelos 
fatores exógenos; 
● Os pirogênios exógenos 
estimulam leucócitos a liberar 
pirogênios endógenos como IL-1 
e o TNF, que aumentam as 
enzimas (ciclo-oxigenases) responsáveis pela 
conversão do ácido araquidônico em 
prostaglandina 
● No hipotálamo, a prostaglandina promove a 
ativação de receptores do núcleo pré-óptico, 
levando ao aumento do ponto de ajuste 
hipotalâmico 
Via humoral 2 = pode ser direta ou indireta: 
● Indireta = citocinas irão ativar os receptores TLR-
4 na barreira hematoencefálica, desencadeando 
toda a sequência descrita na via humoral 1 
● Direta = citocinas atuam diretamente no núcleo 
pré-óptico, aumentando o ponto de ajuste 
hipotalâmico 
Os antitérmicos atuam inibindo, principalmente, 
prostaglandina; 
● Inibição transitória 
A suspeita de febre é confirmada medindo a temperatura; 
 
3 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
● Ela deve ser caracterizada: início (súbito ou 
gradual), intensidade, duração (aguda ou 
prolongada > 10 dias), cronologia e evolução 
Na anamnese são perguntados antecedentespessoais 
relacionados aos medicamentos usados, patologias 
concomitantes, viagens recentes a áreas endêmicas de 
doenças infecciosas (malária, dengue, febre amarela, 
hepatites virais), exposição sexual, esplenectomia real ou 
funcional e uso de drogas ilícitas; 
Sintomas sistêmicos = astenia, inapetência, cefaleia, 
mialgia, artralgia, calafrios, sudorese, taquicardia, 
taquipneia, náuseas, vômitos, taquisfigmia (aceleração do 
pulso), oligúria, dor no corpo, delírio, confusões mentais e 
convulsões; 
Caracterização da febre = conforme seu início e sua 
intensidade; 
● Início = súbito quando sempre acompanhada dos 
demais sintomas da síndrome febril e gradual 
quando prevalece a sudorese, cefaleia e 
inapetência 
● Intensidade = leve, moderada ou elevada, 
conforme já descrito 
Tipos de febre = contínua, irregular, remitente, 
intermitente e recorrente/ondulante: 
● Contínua = temperatura permanece sempre 
acima do normal com variações de até 1ºC. Ex: 
febre tifóide, pneumonia 
● Irregular = picos muito altos intercalados por 
períodos de baixa temperatura ou até apirexia, 
sem nenhum caráter cíclico nessas variações. Ex: 
sepse 
● Remitente = há hipertermia diária com variações 
de mais de 1º, sem períodos de apirexia. Ex: 
pneumonia, septicemia, tuberculose 
● Intermitente = hipertermia é ciclicamente 
interrompida por um período de temperatura 
normal. Pode ser cotidiana, terça (um dia com 
febre e outro sem) ou quartã (um dia com febre e 
dois sem). Ex: malária, infecção urinária 
● Recorrente = semanas ou dias com temperatura 
corporal normal até que períodos de 
temperatura elevada ocorrem. Durante a fase de 
febre não há grandes oscilações. Ex: câncer 
(linfoma) 
Os picos febris da malária estão relacionados com a 
finalização do ciclo esquizogônico do parasita, com 
consequente rompimento das hemácias e liberação de seu 
conteúdo, sendo divido em 3 fases: 
1. Início súbito, marcado por uma intensa sensação 
de frio e calafrios, tremores incontroláveis, 
náuseas, vômitos, palidez e “pele fria”, com 
duração média de 1 a 2 horas 
2. Pico de temperatura (39-41°), manifestando 
calor intenso, rosto afogueado, delírios, náuseas 
e vômitos, com duração de 2 a 8 horas 
3. Queda de temperatura, com presença de 
sudorese abundante, “sensação de alívio”, 
prostração e sono, com duração de 3 horas 
Sinal de Faget = febre + bradicardia; 
● Indicativo de febre amarela 
● Dissociação pulso temperatura 
Avaliação da febre: 
F - Fundação = início 
E - Energia = intensidade 
B - Brevidade = duração 
R - Rota = modo de evolução 
E - Encerramento = término 
________________FEBRE DE ORIGEM INDETERMINADA (FOI) 
Febre de origem indeterminada clássica = caracterizada 
por temperaturas axilares maiores que 38,3 em várias 
ocasiões com duração maior que 3 semanas e 
impossibilidade de estabelecer um diagnóstico após 3 
consultas ambulatoriais ou 3 dias e internação hospitalar; 
Febre de origem indeterminada nosocomial = 
temperaturas acima de 38,3 em pacientes internados com 
ausência de infecção ou doença incubada à admissão; 
● O pré-requisito mínimo é pelo menos 3 dias de 
internação 
Febre de origem indeterminada neutropênica = febre 
maior que 38,3 naqueles pacientes que possuem 
neutrófilo com valor absoluto menor que 500 
(imunossuprimido), ou nos quais exista expectativa de 
queda para tais valores em 1 a 2 dias; 
● Relativamente comum em pacientes da oncologia 
● Considerado grave 
Febre de origem indeterminada relacionada ao HIV = 
febre maior que 38,3 em várias ocasiões em pacientes 
infectados pelo vírus HIV 
● Paciente imunodeprimidos podem ter o centro 
termorregulador hiperestimulados 
● Muito comum ser tratada com antibióticos, pois 
são mais suscetíveis às infecções 
3 principais causas da FOI: 
1. Neoplasias - perda de peso inexplicada 
2. Infecciosas - tuberculose é a + comum 
3. Reumatológicas - presença de úlcera orais 
Diagnóstico = é clínico, aferindo a temperatura, realizar 
anamnese e exame físico; 
Tratamento = tratar a causa base ou reduzir outros 
sintomas, evitar complicações, reduzir demanda 
metabólica; 
● Tratar febre com medição de temperatura axilar 
> 37,8°C 
● Farmacológico e não farmacológico 
● Dipirona = potente ação antitérmica e analgésica, 
porém sem ação anti-inflamatória 
 IV: 2 a 5 mL; dose máxima diária de 10mL 
 VO: 500mg a 1g até 4x ao dia 
● Paracetamol = ação antitérmica, anti-
inflamatória e analgésica, porém apresenta risco 
e hepatotoxicidade. 
 
4 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
 VO: 500 mg a 1 g/dose até 4x/dia 
● AAS (ácido acetilsalicílico) = o antitérmico mais 
antigo. É contraindicado em casos de dengue e 
história de hipersensibilidade; cautela com 
pacientes com história de sangramento por 
úlcera péptica, outros sangramentos e 
trombocitopenia 
 VO: 300 a 900 mg/dose de 4/4 horas ou 
6/6 horas 
Síndrome de Reye = grave disfunção hepatocerebral, com 
alta letalidade, observada em certos indivíduos 
acometidos por certas doenças virais aguda (varicela, 
influenza); 
● De 4 a 12 anos 
● Associação com aspirina/salicilatos (AAS) 
 
Síndromes ictéricas 
Icterícia = coloração amarelada da pele, escleróticas e 
membranas mucosas consequente à deposição de 
bilirrubina, que deve estar em níveis elevado no plasma 
(hiperbilirrubinemia); 
● Clinicamente detectada quando a concentração 
sérica ultrapassa 2-3mg/100ml 
● Valor normal 0,3-1/100ml 
Metabolismo das bilirrubinas = captação, conjugação ou 
excreção; 
● Captação = a bilirrubina formada a partir da 
degradação do grupo heme das hemácias é 
captada pelos hepatócitos. Essa bilirrubina é 
ligada à albumina para ser transportada pelo 
sangue, já que é insolúvel, sendo denominada 
bilirrubina indireta (não conjugada) 
● Conjugação = dentro do hepatócito a bilirrubina 
é convertida em um composto solúvel pela 
enzima glucoroniltransferase, sendo 
denominada bilirrubina direta (conjugada) 
● Excreção = metabolizada por bactérias formando 
o urobilinogênio. Uma parte desse composto é 
reabsorvida e excretada na urina (colúria) e o 
restante pelas fezes dando uma coloração 
característica (acolia fecal) 
Etilistas, cirróticos têm dificuldade de conjugação da 
bilirrubina; 
Hiperbilirrubinemia indireta = a bilirrubina indireta pode 
estar aumentada por aumento da produção (hemólise que 
aumenta o substrato para a produção de bilirrubina), 
diminuição da captação (medicamentos, infecções, 
desnutrição) e diminuição da conjugação (síndrome de 
Gilbert e Crigler-Najar ou neonatal que é fisiológica); 
Hiperbilirrubinemia direta = a bilirrubina direta já passou 
pelas fases de captação e conjugação, então problema está 
na excreção; 
● Lesão dos hepatócitos dificultando a excreção 
adequada da bile: hepatites virais, álcool, drogas, 
doença de Wilson, febre amarela 
● Obstrução dos canalículos biliares impedindo o 
fluxo da bile: coledocolitíase, pancreatite crônica, 
colangiocarcinoma, câncer de cabeça de 
pâncreas, câncer de vesícula biliar 
Há causas pré-hepáticas, hepáticas e pós-hepáticas 
(obstrutivas); 
Principais queixas = icterícia + prurido, coceira, acolia 
fecal, dor em hipocôndrio direito, perda de peso, náuseas 
e vômitos; 
Na anamnese se atentar a idade (hepatite A em crianças e 
adolescentes e câncer de vias biliares em pacientes 
idosos), profissão (exposição a infecções virais, como 
hepatite B e C e HIV, em médicos e enfermeiros), 
procedência/viagens (regiões endêmicas de 
esquistossomose, hepatites, febre amarela, leptospirose), 
raça (negros apresentam maior incidência de anemia 
falciforme), hábitos (uso de bebida alcoólica e drogas), 
antecedentes (transfusão de sangue, contato com 
pacientes ictéricos, história familiar de hepatite, 
antecedentes de cirurgias, tumores,tatuagens, 
tratamento dentário), pródomos de hepatite (queixas de 
náusea, anorexia e aversão ao cigarro, precedendo 
aparecimento de icterícia, sugerem hepatite viral), uso de 
medicamentos e exposição a tóxicos; 
Exame físico = febre baixa sem calafrios na hepatite 
aguda viral e na hepatite alcoólica. Já febre alta com 
calafrios em contaminação bacteriana na bile (colangite) 
e pode acompanhar-se de hepatomegalia dolorosa. Em 
cirróticos, sugere bacteremia. A 
febre pode fazer parte de um 
quadro infeccioso de qualquer 
natureza e a icterícia pode ter a 
sepse como causa; 
● Colúria = presença de 
pigmento biliar na 
urina pela hiperbilirrubinemia direta. Somente a 
direta pode causar colúria, já 
que é solúvel 
● Acolia fecal = 
deficiência ou obstrução à 
excreção de bilirrubina para o 
intestino sugere obstrução 
biliar extra-hepática. Causada 
pela colestase da bile 
impedindo que a bilirrubina direta chegue até o 
intestino para ser convertida em estercobilina 
● Prurido cutâneo = secundário à retenção de sais 
biliares, pode ser a primeira manifestação de 
cirrose biliar primária 
● Perda de peso = comum em doenças hepáticas e 
em neoplasias 
Queixa ou presença de dor abdominal ao exame físico; 
● Cólica biliar = dor em cólica no hipocôndrio 
direito ou no quadrante superior direito do 
abdome sugere cálculo biliar 
 
5 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
● Dor ou desconforto no hipocôndrio direito = em 
casos de aumento rápido do volume do fígado 
como nas hepatites agudas, nos tumores e na 
congestão hepática, ou no abscesso hepático 
● Dor pancreática = dor em faixa no andar superior 
do abdome, acompanhada de vômitos. Ocorre em 
casos de pancreatites, tumores pancreáticos ou 
obstrução das vias biliares por cálculo 
Exame do fígado = hepatomegalia dolorosa em hepatites 
agudas, colangites, tumores, congestão hepática, abscesso 
hepático; 
● Fígado nodular em tumores e cirrose 
● Fígado diminuído em casos de hepatite grave e 
cirrose 
● Vesícula biliar palpável sugere obstrução biliar 
extra-hepática, neoplasia justa-ampolar ou 
coledocolitíase 
Sinal ou regra de Courvoisier-Terrier = vesícula biliar 
palpável e indolor em pacientes icterícia 
● Sugere neoplasia pancreática, principalmente 
periampular 
● Pode ser usada para distinguir o câncer 
pancreático da colecistite aguda ou 
coledocolitíase 
Manifestações de hipertensão portal = circulação 
colateral portossistêmica, esplenomegalia e ascite; 
 
Manifestações de 
doença hepática 
crônica = aranhas 
vasculares, eritema 
palmar (foto), 
diminuição dos pelos, 
atrofia testicular, 
ginecomastia, distúrbios de coagulação, hálito hepático, 
encefalopatia hepática e flapping; 
Esplenomegalia = pode ser manifestação da síndrome de 
hipertensão portal, fazer parte do quadro de hemólise ou 
acompanhar infecções; 
Ascite = hipertensão portal e carcinomatose peritoneal; 
Edema periférico = pode ser manifestação de 
hipoalbuminemia que acompanha as hepatopatias graves, 
nesses casos o edema é frio, depressivo e indolor 
Esteatorréia pode estar presente, muitas vezes associada 
a perda de peso e a má absorção de cálcio e de vitaminas 
lipossolúveis (ADEK), sugere obstrução das vias biliares; 
Classificadas quanto à fisiopatogenia e quanto ao perfil da 
hiperbilirrubinemia: 
● Fisiopatogenia = hemolítica ou pré-hepática 
(produção e/ou captação), hepatocelular ou 
hepática (conjugação) ou obstrutiva ou pós-
hepática (excreção) 
● Hiperbilirrubinemia = predominantemente não 
conjugada ou predominantemente conjugada 
Pré-hepático = hemólise e hiperbilirrubinemia indireta; 
● Quadro clínico = palidez, taquicardia, fadiga, 
icterícia leve, sem colúria e sem acolia fecal 
● Processos hemolíticos, como anemias 
sideroblásticas e megaloblásticas, ou processos 
hereditários, como anemia falciforme e 
talassemias 
● A bilirrubina não conjugada além de lipossolúvel, 
tem afinidade com o tecido nervoso e, quando em 
concentrações elevadas no sangue em recém-
nascidos, impregna os gânglios da base de 
kernicterus 
 
Icterícia neonatal = zonas de icterícia de Kramer; 
● Ela ocorre pois os recém-nascidos possuem 
baixos níveis de UDP-glicuronosil transferase 
 
Principais causas de anemia hemolítica = imunológica, 
metabólica (deficiência de G6PD e de PDK), membrana 
celular (esferocitose hereditária, eliptocitose 
hereditária), hemoglobina (anemia falciforme) e molécula 
de membrana (hemoglobinúria paroxística noturna) 
 
Hepáticas = quando há lesão hepática, pode haver 
bilirrubina não conjugada e conjugada, pois ambas podem 
ser encontradas no interior do hepatócito; 
● Aumentos unicamente de bilirrubina indireta = 
excluindo a presença de hemólise, pensar em 
defeitos genéticos (síndrome de Gilbert e 
síndrome Crigler-Najjar 1 e 2) 
Síndrome de Gilbert = distúrbio genético do fígado, 
caracterizado por aumentos de bilirrubina indireta ou 
 
6 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
não conjugada, que pode causar sintomas como icterícia; 
● Deficiência da UDP-glicuronosil-transferase 
● Desencadeada por fatores hormonais, após 
exercícios físicos, durante a menstruação e 
episódios de infecções e no jejum prolongado 
● Os episódios de bilirrubina se resolvem 
espontaneamente 
● É + frequente em homens entre 20 e 30 anos 
Pós-hepáticas = causas obstrutivas; 
● Coledocolitíase, pancreatite crônica, 
colangiocarcinoma, câncer da cabeça do 
pâncreas e da vesícula biliar 
Exames complementares = bilirrubinas totais e frações 
(separa direta de indireta), AST, ALT, TP, TTPA, fosfatase 
alcalina e Gama-GT (sugere doença canalicular), 
sorologias para hepatites A, B e C, urina I - urobilinogênio, 
desidrogenase láctica (DHL - elevada em casos de 
hemólise), exame de fezes (hemólise quando há elevação 
de estercobilinogênio e urobilinogênio), eletroforese de 
hemoglobina (suspeita de hemoglobinopatia), exame de 
urina (hemoglobinúria sugestiva de hemólise 
intravascular), teste de Coombs (detecta anemia 
hemolítica autoimune); 
● Ultrassonografia abdominal = 1° exame de 
imagem solicitado na icterícia aguda, 
identifica sinais de hepatopatia crônica e lesões 
expansivas 
● Tomografia computadorizada = mede 
precisamente o calibre da árvore biliar, detecta 
lesões expansivas menores que 5 mm, porém 
apresenta risco de contraste endovenoso. Não é 
tão acurado quando a ultrassonografia na 
detecção de coledocolitíase 
● Biópsia hepática 
● Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada 
(CPRE) 
Tratamento = tratar a causa base; 
● Hepatite viral aguda = tratamento domiciliar e 
sintomático 
● Obstrução de drenagem biliar por cálculo = 
tratamento endoscópico ou cirúrgico 
● Tumor = intervenção cirúrgica, com avaliação da 
extensão e do tipo de câncer 
 
Linfonodomegalias 
Avalia-se o sistema linfático; 
Anamnese: 
● Existe linfonodomegalia? 
● Quais as características? Tamanho, mobilidade, 
consistência, aderência 
● Localizada ou generalizada? 
● Existem sintomas ou sinais localizados que 
sugerem infecção ou neoplasia em local 
específico? 
● Existem sintomas constitucionais como febre, 
perda de peso, fadiga ou sudorese que sugerem 
distúrbios como tuberculose, linfoma, doenças 
vasculares do colágeno, infecção não reconhecida 
ou malignidade? 
● Existem pistas epidemiológicas como exposições 
ocupacionais, viagens recentes ou 
comportamentos de alto risco que sugerem 
distúrbios específicos? 
● O paciente está tomando algum medicamento 
que pode causar linfadenopatia? 
Idade do paciente = pacientes com idade avançada 
apresentam acometimento linfonodal devido à neoplasia 
muito +frequente do que pessoas jovens; 
● Cerca da metade das crianças saudáveis têm 
linfonodos palpáveis a qualquer momento = 
causas benignas ou infecciosas 
Evolução = aumento linfonodal devido à infecção viral ou 
bacteriana torna-se menos provávelapós um período de 
observação de 8 a 12 semanas; 
● Aguda = relacionais, infecções virais, bacterianas 
● Crônica = doenças neoplásicas, inflamação 
granulomatosas (tuberculose, infecção fúngica, 
sarcoidose) 
Sintomas constitucionais = febre, perda de peso, fadiga, 
sudorese noturna; 
● Tuberculose, linfoma, doenças autoimunes 
Medicamentos que podem causar linfonodomegalia = 
pode ser isolada ou acompanhada de rash cutâneo, febre 
e hepatoesplenomegalia: 
● Anticonvulsivantes 
● Fenitoína 
● Alopurinol 
● Carbamazepina 
● Atenolol 
● Penicilinas 
● Cefalosporinas 
● Quinidina 
● Captopril 
● Hidralazina 
● Pirimetamina 
● Sulfonamidas 
Linfadenopatias periféricas (LAP) = tuberculose (TB) é a 
principal causa benigna em adultos e crianças; 
● Em pacientes com TB é aconselhada a avaliação 
HIV, pois aumenta a incidência de TB 
extrapulmonar 
● A mononucleose infecciosa afeta pacientes de 
todas as idades, no entanto, é + frequente antes 
da adolescência 
A malignidade não é comum; 
● Leucemia em crianças menores 
● Linfoma de Hodgkin em adolescentes 
● A localização da LAP altera a possibilidade de 
malignidade 
 
7 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
Exame físico = palpação com a ponta dos dedos contra a 
pele adjacente; 
● Valsalsa pode ser usada para facilitar a detecção 
de um linfonodo 
● Certificar se é mesmo um linfonodo 
● Localização, simetria, tamanho, número, 
consistência, sinais flogísticos 
● Lembre-se que o fígado e o baço são partes do 
tecido linfóide 
● Examinar grupos cervicais, axilares, inguinais, 
linfonodos epitrocleares e poplíteos 
Nódulos epitrocleares palpáveis são sempre patológicos; 
● Podem ser causados 
por infecções no antebraço, 
linfoma, sarcoidose, artrite 
reumatoide e sífilis 
secundária 
A maior parte das 
linfadenomegalias é 
localizada, sendo em sua 
maior parte na cabeça e pescoço; 
Quando a linfadenopatia é localizada, o clínico deve 
anexamente a região drenada pelos linfonodos em busca 
de evidência de infecção, lesões de pele ou tumores; 
A infecção bacteriana ou viral da face, nasofaringe ou 
orofaringe é a causa + comum de LAP cervical; 
LAP generalizada causado por vírus como Ebstein-Barr e 
citomegalovírus, podem apresentar linfadenite cervical 
bilateral aguda; 
Linfadenite piogênica aguda, geralmente por infecção 
cutânea por Staphylococcus aureus ou faringite por 
Streptococcus do grupo A, é + comum em crianças; 
A linfadenopatia supraclavicular tem maior risco de 
malignidade, principalmente após os 40 anos; 
● Supraclavicular direita está associada a câncer de 
mediastino, pulmão e esôfago 
● Supraclavicular esquerda (de 
Virchow) pode sinalizar patologia 
no abdome, tórax, nos testículos, 
ovários, rins, pâncreas, próstata, 
estômago, vesícula biliar - foto com 
a seta 
 
● Paraumbilical (sister Joseph) = 
neoplasia abdominal ou pélvica 
● Fossa infraclavicular = câncer 
de mama ou linfonodo malignos 
● Fossa inguinal = adenopatias 
bilaterais dolorosas - sinal de 
doença venérea 
___________LINFADENOPATIA NA REGIÃO INGUINAL X IST 
Cancro mole = incubação entre 4 a 7 dias após contato 
sexual; 
● Bactéria Haemophilus ducreyi 
● Aparece uma pápula 
eritematosa com halo 
eritematoso, que se 
transforma em pústula, 
erosão e úlcera 
● Úlcera dolorosa, o que 
ajuda a diferenciar do 
cancro na sífilis, que 
costuma ser indolor 
● 1 a 2 semanas após o aparecimento da úlcera 
surge linfonodomegalia inguinal (geralmente 
unilateral), que pode supurar 
Linfonogranuloma venéreo = 
período de incubação de 3 a 12 
dias; 
● Bactéria Clamídia 
tracomatis 
● Estágio primário = febre, 
calafrios, cefaleia, 
mialgia, artralgia e 
leucocitose 
● Lesão ulcerosa indolor no sítio de inoculação 
raramente é detectada 
● Estágio secundário = após 10 a 30 dias (ou até 6 
meses depois) = febre e mal estar associado a 
linfonodomegalia dolorosa inguinal 
Herpes genital = vesículas agrupadas sobre a base 
eritematosa ou erosões e fissuras; 
● Herpes simplex 
● As lesões podem ser 
bastante dolorosas e 
acompanhadas de febre e 
mal-estar 
● A linfonodomegalia é 
dolorosa e costuma 
acometer a região inguinal, podendo ser 
unilateral ou bilateral 
Sífilis = inicialmente uma úlcera genital não dolorosa 
(cancro duro) associada a 
linfonodomegalia inguinal 
indolor predominantemente 
unilateral (sífilis primária); 
● Treponema pallidum 
● Depois de 4 a 8 semanas 
do cancro duro 
surgem lesões 
eritematosas 
máculo-
papulares 
distribuídas por 
todo o corpo, 
incluindo palmas e 
solas 
● O quadro pode ser 
acompanhado de 
linfonodomegalia 
 
8 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
generalizada, cefaleia, esplenomegalia discreta e 
mialgias 
_________________________________________________LOCALIZAÇÃO 
Adenopatia generalizada em geral tem caráter de doença 
sistêmica = mononucleose infecciosa, citomegalovirose, 
infecção HIV, tuberculose, histoplasmose, sífilis, 
brucelose, leptospirose, lúpus eritematoso sistêmico 
Adenopatia localizada em geral = doença regional; 
 
 
 
 
___________________________________________INFECÇÕES VIRAIS 
Mononucleose = causada pelo Ebstein-Barr; 
● Linfonodomegalia generalizada, com predomínio 
na cervical, podendo haver discreto rash cutâneo 
● Febre, mal-estar, dor de garganta, mialgia 
● Hemograma linfocitose com linfócitos atípicos, 
discreto aumento de transaminases e 
plaquetopenia discreta 
● Diagnóstico confirmado se anticorpos heterófilos 
no sangue mediante a sorologia para Epstein-
Barr (+específico) 
Toxoplasmose = diagnóstico diferencial da mononucleose 
infecciosa; 
● Linfonodomegalia generalizada, que predomina 
na região cervical 
● Febre, mal-estar, dor de garganta, mialgia, 
cefaleia, rash cutâneo, hepatoesplenomegalia 
● Em imunodeprimidos pode ser grave e inclui 
manifestações como massas tumorais em 
sistema nervoso central, coriorretinite e 
pneumonite 
● Diagnóstico: sorologia ou isolando o Toxoplasma 
gondii em histologia, líquidos corporais ou 
sangue 
Paracoccidioidomicose = tosse 
produtiva, dor torácica, dispneia e 
febre; 
● Costuma acometer 
principalmente 
linfonodo da região 
cervical, que podem 
supurar (abrir, fistulizar) 
● Pessoas do meio rural 
● Podem ocorrer úlceras orais, nasais e do trato 
gastrointestinal 
● Pode acometer isoladamente os pulmões, os 
linfonodos ou se apresentar de forma 
disseminada 
● Forma disseminada com HIV 
● Diagnóstico: biópsia e cultura dos órgãos 
afetados, sorologia ou detecção do fungo em 
secreções respiratórias 
Tuberculose = linfadenite localizada, infecção pulmonar 
com linfonodomegalia hilar ou infecção disseminada com 
linfonodomegalia generalizada; 
● Tosse produtiva prolongada, febre, perda de peso 
e sudorese noturna 
● A linfadenite pode acometer qualquer cadeia 
linfonodal, sendo + frequente na cervical 
● O linfonodo costuma ter necrose central, 
podendo supurar 
● Formas disseminadas podem envolver órgão do 
corpo e se apresentar como linfonodomegalia 
generalizada 
● + grave em imunodeprimidos 
● Diagnóstico: pesquisa e cultura do bacilo na 
secreção pulmonar ou na biópsia dos órgãos 
afetados 
__________________________________TAMANHO DO LINFONODO 
Um linfonodo normal tem menos de 1 cm de diâmetro no 
adulto; 
Variações: 
● Linfonodo inguinal de até 1,5 cm deve ser 
considerado normal 
● Linfonodos epitrocleares é de até 0,5 cm 
Linfonodos normais são maiores em crianças de 2 a 10 
anos, porém maior de 2 cm sugere malignidade (ex: 
linfoma) ou doença granulomatosa (tuberculose ou 
doença da arranhadura do gato); 
_________________________________SENSIBILIDADE DOLOROSA 
Quando um linfonodo aumenta rapidamente de tamanho, 
sua cápsula se estica e causa dor; 
É resultante de um processo inflamatório ou supuração; 
 
9 Beatriz Erdtmann Silveira – MedicinaUniFacimed 
A dor também pode resultar de hemorragia no centro 
necrótico de um nódulo maligno; 
A presença ou ausência de sensibilidade não diferencia de 
forma confiável linfonodos benignos de malignos; 
________________________________________________CONSISTÊNCIA 
Nódulos duros como pedra são tipicamente um sinal de 
câncer, geralmente metastático; 
Nódulos muito firmes e emborrachados sugerem 
linfoma; 
Nódulos mais macios são o resultado de infecções ou 
condições inflamatórias; 
_____________________________________________AGRUPAMENTOS 
Emaranhado = um grupo de linfonodos que parece 
conectado e parece se mover como uma unidade; 
Podem ser benignos, como na tuberculose, sarcoidose ou 
linfogranuloma venéreo; 
Mas também podem ser malignos, como no carcinoma 
metastático ou linfomas; 
______DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: MALIGNO X BENIGNO 
Fatores que aumentam a probabilidade de processo 
neoplásico: 
Sintomas crônicos, paciente com + de 40 anos, linfonodos 
maiores que 1 cm, principalmente maiores do que 2,25 
cm; 
Linfonodos endurecidos e aderidos a planos profundos; 
Linfonodomegalia cervical associada a fatores de risco 
para neoplasia de cabeça e pescoço, como tabagismo, 
etilismo e idade avançada; 
Linfonodomegalia supraclavicular; 
_____________________________NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS 
Leucemias = os vários tipos de leucemia podem cursar 
com linfonodomegalia que, de modo geral, é 
generalizada; 
● Fadiga, febre e sangramento, podendo haver 
hepatoesplenomegalia 
● Hemograma costuma indicar o diagnóstico, 
relevando citopenias associadas à leucocitose 
pronunciada (leucemia mieloide crônica), 
linfocitose pronunciada (leucemia linfoide 
crônica) ou excesso de blastos (leucemias 
agudas) 
Linfomas = o linfoma não-Hodgkin e o linfoma de Hodgkin 
são neoplasias que tipicamente se apresentam por 
linfonodomegalia, além de sintomas constitucionais como 
febre, emagrecimento e sudorese noturna; 
● Linfoma não-Hodgkin = linfonodomegalia 
generalizada associada a graus variáveis de 
hepatoesplenomegalia 
● Linfoma de Hodgkin = linfonodomegalia 
localizada, com ou sem hepatoesplenomegalia 
associada 
● Diagnóstico feito por biópsia 
____________DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL LAP PERIFÉRICO 
Periférica localizada? Qual cadeia linfonodal? 
CHICAGO: 
● C = cânceres = malignidades hematológicas = 
doença de Hodgkin, linfoma não Hodgkin, 
leucemia e malignidades metastáticas = tumor de 
mama, pulmão, rim 
● H = síndrome de hipersensibilidade = doença de 
soro, drogas 
● I = infecções (+ comum) = virais (EBV, 
citomegalovírus, HIV), bacterianas (TB), 
fúngicas, protozoárias, rickettsias (tifo), 
helmintos 
● C = distúrbios do tecido conjuntivo = lúpus 
eritematoso sistêmico, artrite reumatóide, 
dermatomiosite 
● A = doenças linfoproliferativas atípicas = doença 
de Castleman, Wegener 
● G = granulomatoso = histoplasmose, infecções 
micobacterianas, Cryptococcus, beriliose, doença 
da arranhadura do gato, silicose 
● O = outros 
________________________________EXAMES COMPLEMENTARES 
Linfonodomegalia causada por processos infecciosos 
benignos ou lesões de pele não necessitam de exames 
complementares em um primeiro momento; 
Os exames devem ser solicitados de forma 
individualizada na avaliação de um paciente com 
linfonodomegalia; 
● Localizada = hemograma e USG do local 
acometido 
● Generalizada = hemograma, RX de tórax, USG do 
abdome 
Investigação de linfonodomegalia não explicada = no 
hemograma: 
● Leucocitose com neutrofilia pode sugerir 
infecção bacteriana 
● Aumento do número de blastos pode sugerir 
leucemia aguda 
● Aumento dos linfócitos pode sugerir leucemia 
linfóide crônica 
● Linfócitos atípicos em um paciente jovem com 
linfonodomegalia generalizada pode sugerir 
mononucleose 
● Hemograma com eosinofilia pode sugerir reação 
a drogas 
Biópsia = método de escolha para linfonodomegalia 
localizada ou generalizada inexplicadas; 
● Deve ser escolhido o maior dos linfonodos e 
retirado inteiro para a análise 
● Se nenhum linfonodo predominar, a ordem 
decrescente de preferência para a escolha do 
linfonodo deve ser supraclavicular, cervical, 
axilar e inguinal 
● Na linfonodomegalia cervical localizada em que 
haja suspeita de tumor, a punção-biópsia por 
agulha fina é o “padrão-ouro” e deve preceder a 
biópsia excisional 
 
10 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
PAAF = citologia aspirativa por agulha fina = padrão ouro 
para LAP; 
● Procedimento simples e seguro, preciso no 
diagnóstico de hiperplasia reativa, infecções, 
linfadenopatias granulomatosas, linfomas e 
neoplasias metastáticas 
________________________________________________TRATAMENTO 
Tratamento da causa subjacente; 
 
 
Síndromes pleuro-pulmonares 
Síndrome brônquica = asma, DPOC, bronquiectasias e 
infecções traqueobrônquicas; 
● Sintomas = dispneia e tosse (podem estar 
ausentes); 
● Inspeção = taquipneia, redução da 
expansibilidade e tiragem 
● Palpação = FTV normal ou diminuído 
● Percussão = som claro pulmonar ou 
hipersonoridade 
● Ausculta = diminuição do MV com expiração 
prolongada, sibilos predominantemente 
expiratórios em ambos os campos pulmonares e 
pode haver roncos e estertores grossos 
● Esforço respiratório variável, tosse, expectoração 
e ruídos adventícios (roncos e sibilos) 
● Fisiopatologia = inflamação (edema, 
hipersecreção), obstrução (edema, 
hipersecreção, broncoespasmos, estreitamentos 
e angulações) e comprometimento funcional 
(difuso ou localizado) 
Bronquite = obstrução, inflamação e alterações difusas 
decorrentes de hipersecreção, edema de mucosa e 
broncoespasmo; 
● Normalmente paciente cursa com dispneia 
● Aguda = causada por alergias, viral, bacteriana, 
tóxica. Cursa com taquipneia, dispneia, tosse 
seca e pouco produtiva, expectoração hialina ou 
mucóide, esforço respiratório e dor 
retroesternal 
● Crônica = tabagismo, poluição ambiental, 
alérgica/tóxica, infecções de repetição, 
sinusopatia crônica. Cursa com taquipneia, 
dispneia, tosse produtiva, expectoração 
amarelada, esverdeada ou escura, esforço 
respiratório 
● Sinais da bronquite aguda = biotipo inespecífico, 
fácies de sofrimento, taquipneia, esforço 
respiratório, FTV normal, aumentado ou 
reduzido, hipersonoridade, MV diminuído com 
ou sem ruídos adventícios, roncos (mobilização 
das secreções) e sibilos (broncoespasmos) 
● Sinais da bronquite crônica = brevilíneo ou obeso 
(síndrome metabólica), pletórico (tentativa de 
oxigenação) e cianótico (hipoxemia) “Blue 
Bloater”, taquipneia, esforço respiratório, FTV 
variável, hipersonoridade, MV diminuído com 
estertores brônquicos/alveolares, roncos e 
sibilos 
● RX com hiperinsuflação 
Síndromes parenquimatosas = consolidação, atelectasia, 
hiperaeração, congestão passiva dos pulmões e 
escavação/caverna pulmonar; 
Consolidação pulmonar = pneumonias, infarto pulmonar 
e tuberculose 
● Sintomas = tosse produtiva, dispneia e dor 
torácica 
● Inspeção = taquipneia e expansibilidade 
diminuída do lado acometido 
● Palpação = expansibilidade diminuída e FTV 
aumentado 
● Percussão = submacicez ou macicez 
● Ausculta = presença de estertores finos, pode 
haver som brônquico ou broncovesicular, 
substituindo o MV, sopro tubário, broncofonia, 
egofonia ou pectorilóquia 
Atelectasia = neoplasias e corpos estranhos; 
● Sintomas = dispneia e tosse seca 
● Inspeção = retração do hemitórax e tiragem 
● Palpação = expansibilidade diminuída e FTV 
diminuído ou abolido 
● Percussão = submacicez ou macicez 
● Ausculta = redução do MV, ressonância vocal 
reduzida, podendo haver som brônquico ou 
broncovesicular substituindo o MV 
Hiperaeração = enfisema pulmonar; 
● Sintomas = dispneia 
● Inspeção = expansibilidade diminuída e tórax em 
tonel nos casos avançados 
● Palpação = expansibilidade diminuída e FTV 
diminuído 
 
11 Beatriz ErdtmannSilveira – Medicina UniFacimed 
● Percussão = som claro pulmonar no início e 
hipersonoridade à medida que a enfermidade se 
agrava 
● Ausculta = MV diminuído e fase expiratória 
prolongada 
Congestão passiva dos pulmões = insuficiência 
ventricular esquerda e estenose mitral; 
● Sintomas = dispneia de decúbito e paroxística 
noturna, tosse seca ou com expectoração rósea, 
na congestão aguda 
● Inspeção = expansibilidade normal ou diminuída 
● Palpação = expansibilidade normal ou diminuída 
e FTV normal ou aumentado 
● Percussão = submacicez nas bases pulmonares 
● Ausculta = estertores finos nas bases dos 
pulmões e ressonância vocal normal 
Escavação/caverna pulmonar = abscessos, neoplasias, 
micoses e tuberculose; 
● Sintomas = tosse seca ou com expectoração 
purulenta ou hemóptica 
● Inspeção = expansibilidade diminuída na região 
afetada 
● Palpação = expansibilidade diminuída e FTV 
aumentado (se houver secreção) 
● Percussão = som claro pulmonar, 
hipersonoridade ou som timpânico (quando 
ocorrer nível hidroaéreo) 
● Ausculta = som broncovesicular ou brônquico no 
lugar do MV, pode haver sopro ou ressonância 
vocal aumentada 
Síndromes pleurais = síndrome pleurítica, derrame 
pleural e pneumotórax; 
Síndrome pleurítica = tuberculose, pneumonias, doença 
reumática, viroses e neoplasias da pleura e pulmão; 
● Sintomas = dor torácica ventilatória dependente 
● Inspeção = expansibilidade diminuída 
● Palpação = expansibilidade e FTV normais ou 
diminuídos 
● Percussão = som claro pulmonar ou submacicez 
● Ausculta = atrito pleural 
Derrame pleural = pleurites, pneumonias, neoplasias, 
colagenoses, síndrome nefrótica e insuficiência cardíaca; 
● Sintomas = dispneia, tosse seca e dor torácica 
● Inspeção = expansibilidade diminuída e sinal de 
Lemo-Torres (abaulamento dos EIC durante a 
expiração) nos derrames de grande volume 
● Palpação = expansibilidade diminuída e FTV 
reduzido ou abolido na área do derrame 
● Percussão = macicez ou submacicez 
● Ausculta = MV reduzido ou abolido na área do 
derrame 
Pneumotórax = lesão traumática, tuberculose, 
pneumoconiose e neoplasias; 
● Sintomas = dispneia aguda e dor torácica 
● Inspeção = sem alterações ou abaulamentos nos 
EIC quando de grande volume 
● Palpação = expansibilidade diminuída e FTV 
diminuído ou abolido 
● Percussão = hipersonoridade ou som timpânico 
(hidropneumotórax) 
● Ausculta = MV diminuído ou abolido e 
ressonância vocal diminuída 
Asma brônquica = sibilância, dispneia, opressão torácica 
e tosse; 
● Tríade = broncoconstrição + espessamento da 
parede das vias respiratórias + aumento da 
produção de muco 
● Episódios recorrentes de espasmo brônquico, 
dispneia, sensação de opressão torácica, sibilos e 
tosse 
● Hiperreatividade brônquica REVERSÍVEL 
● Sintomas = fácies de sofrimento, ansiedades 
palidez, sudorese fria, tosse seca ou com 
expectoração mucóide 
● Sinais = posição ancorada de esforço 
respiratório, expansibilidade reduzida, FTV 
reduzido, hipersonoridade, MV reduzido, roncos 
e sibilos, tempo expiratório aumentado, 
estertores brônquicos 
● Piora nos períodos noturnos e pela manhã, ao 
acordar ou aos exercícios 
● A tosse pode ser seca ou produtiva, geralmente 
com expectoração mucóide - caso haja infecção 
bacteriana concomitante ela pode se tornar 
mucopurulenta 
● O diagnóstico é clínico → sintomas compatíveis + 
variação e limitação ao fluxo aéreo (espirometria, 
broncoprovocação e variação do pico de fluxo 
expiratório PFE) 
● A espirometria é usada para confirmar o 
diagnóstico, documentar a gravidade da 
broncoconstrição e monitorar a evolução da 
doença e resposta ao tratamento 
● Exames complementares = medida do óxido 
nítrico exalado e avaliação da eosinofilia no 
escarro induzido 
● 0 pontos = asma controlada 
● 1 - 2 pontos = parcialmente controlada 
● 3 ou + ou quando há exacerbação no último mês 
= não controlada 
Início do tratamento após diagnosticado: 
 
 
12 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
● DDX = DPOC, DRGE, rinite/sinusite, 
bronquiectasias, corpo estranho/disfunção da 
prega vocal (DPV) 
DPOC = hiperplasia do epitélio respiratório + 
hipersecreção brônquica (bronquite crônica); 
● Tórax em tonel, hipersonoridade à percussão, 
FTV e MV diminuídos, roncos, sibilos e estertores 
podem estar presentes 
● Pode evoluir para cor pulmonale com turgência 
jugular, edema de membros inferiores, 
hepatomegalia e hiperfonese da 2a bulha no foco 
pulmonar 
● Taquipneia, tempo expiratório prolongado, 
respiração com lábios semicerrados, uso de 
musculatura acessória, cianose 
● + comum depois dos 40 anos de idade, associado 
ao tabagismo atual ou passado 
● Espirometria VEF1/CVF < ou = 0,7 
● Gasometria arterial SpO2 < 92% 
● RX de tórax = 
pobreza vascular e 
hiperinsuflação 
pulmonar, além de 
bolhas 
parenquimatosas 
● TC de tórax = 
demonstra a existência 
e o tipo de enfisema, 
além da ocorrência de 
bronquiectasias, bolhas 
e perfusão em mosaico, 
indicando obstrução de 
pequenas vias 
respiratórias 
● Ecodopplercardiograma = suspeita de 
hipertensão pulmonar e cor pulmonale 
● Dosagem de alfa-1-antitripsina 
● DDX = asma brônquica, bronquiolite, 
bronquiectasias, tuberculose, ICC 
Bronquiectasias = dilatação brônquica IRREVERSÍVEL 
por destruição das camadas que formam a parede, com 
reação mucopurulenta, decorrente de processo infeccioso 
com infiltração neutrofílica; 
● 2 grupos = associada à fibrose cística e não 
associadas à fibrose cística 
● Tosse produtiva + dispneia + broncoespasmo + 
dor torácica + hemoptise 
● Estertores finos e/ou bolhas verificadas no início 
e no meio da inspiração, além de eventuais sibilos 
● Pós infecção - pneumonia 
● Pós obstrução - corpo estranho, rolhas de 
secreção, tumores brônquicos, congênita 
● Sintomas = fácies de doença crônica, infecção de 
repetição, febre baixa sem causa aparente, tosse 
produtiva crônica, broncorreia e drenagem 
postural, hemoptóicos ou hemoptise, vômica 
eventual 
● Sinais = estado geral normal ou emagrecido, 
cianose com hipocratismo digital, 
expansibilidade reduzida, FTV reduzido, normal 
ou aumento, MV reduzido, presença de roncos e 
sibilos, estertores brônquicos e alveolares 
● DDX = DPOC 
● RX de tórax para diagnóstico = perda de volume 
e empilhamento de vasos pulmonares, com 
imagens que lembram linhas de trem nas bases 
pulmonares e opacidades radiopacas que 
caracterizam secreção mucoide nos brônquios 
dilatados 
 
● TC = bronquíolos a menos de 3 cm da pleura 
visceral que sugere espessamento da parede 
bronquiolar e/ou presença do sinal do anel de 
sinete e espessamento grosseiro da parede 
brônquica na doença + avançada 
● Gram-negativos são os agentes que + colonizam 
bronquiectasias 
Obstruções brônquicas = pode ter causa extramural, 
parietal e luminal; 
● Extramural = linfonodomegalia, pinçamento, 
dilatação, vascular, coleções ou massas 
parenquimatosas, retrações fibróticas 
● Parietal = infecções, tumores, crondromalácias, 
estenose fibróticas 
● Luminal = corpo estranho, rolhas de secreção e 
coágulos 
 
13 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
● Sintomas dependem do tipo e grau de obstrução, 
tempo de instalação, localização, mudanças no 
padrão de tosse e da expectoração 
● Sinais frequentes = mudança no padrão de tosse 
ou da expectoração, ruído expiratório fixo, 
expansão ou retração localizada, tosse seca ou 
produtiva com hemoptóicos, dispneia, dor 
pleurítica 
● Complicações = atelectasia e enfisema localizado 
● Atelectasia = obstrução brônquica completa, 
retração torácica intercostal, desvio homolateral 
do mediastino (traqueia), expansibilidade 
reduzida, FTV ausente, roncos e sibilos e atrito 
pleural eventual 
● Enfisema localizado = obstrução brônquica 
incompleta, com mecanismovalvular, 
abaulamento torácico ou intercostal, 
Pneumonias = processo inflamatória agudo que pode ser 
causado por agentes infecciosos como bactérias, vírus, 
fungos e parasitos; 
● São classificadas em adquiridas na comunidade 
(PAC) e nosocomial 
● Cardiopatas, diabéticos e paciente com doença 
pulmonar crônica são grupos com maior 
gravidade 
● Tosse seca ou com expectoração + dor torácica do 
tipo pleurítica + febre + dispneia + fraqueza 
● Exame físico apresenta síndrome de 
consolidação pulmonar = expansibilidade 
pulmonar reduzida, FTV aumentado, macicez ou 
submacicez, MV diminuído, estertores finos, 
sopro tubário e pectoriloquia (percepção clara 
das palavras através da ausculta) 
● Pode ocorrer derrame pleural 
● Taquipneia com FR>30 irpm tem risco de óbito 
● RX de tórax = opacidades alveolares, além de 
poder identificar derrame pleural e monitorar a 
resposta ao tratamento. Deve ser repetida após 6 
semanas do início dos sintomas em tabagistas 
com mais de 50 anos e nos casos de persistência 
dos sintomas 
● TC = detecta complicações e diferencia da 
neoplasia 
● Hemograma = leucopenia indica mau 
prognóstico 
● Ureia = acima de 65 mg/dL é sinal de gravidade 
● Proteína C reativa = marcador de atividade 
inflamatória com valor prognóstico 
● Procalcitonina = marcador de atividade 
inflamatória 
● Gasometria arterial = SpO2 < 90% indica 
pneumonia grave e indica internação 
● Gravidade = CURB-65 = confusão mental, ureia < 
50 mg/dL, FR > 30 irpm, pressão arterial sistólica 
< 90 ou diastólica < 60 mmHg, idade > 65 anos 
 
 
● DDX = tromboembolia/infarto pulmonar, 
neoplasias malignas, bronquiolite obliterante, 
tuberculose pulmonar, edema pulmonar, 
atelectasia pulmonar, colecistite, abscesso 
subfrênico, pancreatite aguda, abscesso hepático 
amebiano 
● A ventilação mecânica é o principal fator de risco 
para a pneumonia nosocomial 
● Diagnóstico da PAMV = aumento do número de 
leucócitos totais, aumento e mudança do aspecto 
da secreção traqueal, piora ventilatória, febre ou 
hipotermia e ausculta compatível com 
consolidação 
● O início do tratamento antimicrobiano não deve 
aguardar os resultados de cultura e deve ser 
pautada nos dados clínico laboratorial e 
radiológicos 
Abscesso pulmonar = processo infeccioso que ocorre 
supuração, necrose e formação de cavidade; 
● Pode ser primário (decorrente de aspiração ou 
embolia séptica) ou secundário (decorrente 
neoplasia maligna, complicação cirúrgica ou 
imunossupressão) 
● Quadro agudo de pneumonite anaeróbica, que se 
não tratado adequadamente evolui para 
pneumonia necrosante, induzindo fibrose 
● Tosse com escarro pútrido + hemoptise + febre 
(até 38,5) + sudorese noturna + anorexia + dor 
pleurítica + perda de peso 
● Rx de tórax = incialmente como 
broncopneumonia 
 
 
14 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
● Exames complementares = aumento da 
velocidade de hemossedimentação e da PC-R, 
anemia de inflamação crônica e leucocitose com 
granulações tóxicas nos neutrófilos 
● DDX = tuberculose, embolia séptica, neoplasia de 
pulmão 
Tuberculose = contínua produção e eliminação de escarro 
contendo quantidades variáveis de bacilos; 
● Tosse produtiva + hemoptise + febre 
preferencialmente vespertina + perda de peso + 
suores noturnos intensos + perda de apetite + 
fraqueza + astenia 
● Hemograma = normal ou mostrando anemia, 
leucocitose, monocitose e eosinofilia 
● Hiponatremia como distúrbio hidroeletrolítico + 
comum 
● Exames = pesquisa da presença de bacilo álcool-
acidorresistente (BAAR) + cultura para M. 
tuberculosis 
● RX de tórax = 
opacidades alveolares 
heterogêneas, não restritas 
ao lobo pulmonar, além de 
pequenos nódulos de 
evolução lenta, 
predominantemente nos 
lobos superiores e nos 
segmentos posteriores 
desses lobos + cavitações de 
permeio, única ou múltiplas, 
de bordas espessas 
● Síndrome de Mendelson = pneumonia por 
aspiração péptica 
● DDX = tromboembolismo, infarto pulmonar e 
atelectasia pós-operatória 
Paracoccidioidomicose = mais comuns em homens entre 
20 e 50 anos; 
● Lesão pulmonar 
acompanhada de lesão da 
mucosa bucal, da bucofaringe 
ou dos linfonodos satélites da 
região 
● O quadro clínico se 
assemelha ao da tuberculose, 
por isso ela deve ser logo 
afastada 
● RX = lesões bilaterais 
extensas formadas por 
infiltrados densos e irregulares de padrão 
alveolar intersticial e mistos, os quais, em certas 
áreas, se fundem em um conglomerado. Lesões 
quase sempre poupam os ápices e bases 
resultando em bolhas subpleurais 
Histoplasmose pulmonar = inalação de conídeos 
encontrados na natureza, principalmente em cavernas 
com morcegos; 
● A magnitude das manifestações depende da 
exposição e da imunidade do hospedeiro 
● Na fase aguda o RX demonstra existência de 
linfonodomegalias hilares bilaterais e 
mediastinais, associadas a infiltrado 
reticulonodular peri-hilar bilateral 
● Diagnóstico = identificação do fungo em cultura 
de escarro ou de material obtido por 
fibrobroncoscopia 
Candidíase = suspeitada quando for identificado 
repetidas vezes na secreção brônquica de pacientes com 
doença pulmonar de etiologia obscura, bem como quando 
houver outros focos de candidíase; 
● Não tem padrão radiológico característico 
Aspergilose = dispneia + febre + broncoespasmo; 
● Tamponamento brônquico por secreção espessa 
é frequente 
● Eosinofilia sanguínea e no escarro 
● Diagnóstico baseado na história de asma 
brônquica de longa duração, acompanhada de 
febre, secreção espessa e viscosa + infiltrados 
pulmonares transitórios durante o período de 
exacerbação 
Criptococose pulmonar = febre + tosse com expectoração 
mucóide + escarro hemoptóico ou hemoptise; 
● Sudorese noturna + emagrecimento + fraqueza 
● RX = nódulos bem definidos e não calcificados, 
solitários ou múltiplos, raramente com cavitação, 
tipicamente de localização subpleural 
Fibrose pulmonar idiopática = predominante no sexo 
masculino entre 60 e 70 anos; 
● Tosse seca + dispneia 
● Sem ortopneia ou dispneia paroxística noturna e 
baqueteamento digital 
● Ausculta de estertores finos tipo “velcro”, 
especialmente ao final da inspiração, nas bases 
pulmonares 
● Complicações = 
síndrome de 
insuficiência 
cardíaca direita e 
cor pulmonale 
crônico 
● RX de tórax = 
opacidades 
pulmonares 
reticulares, com 
predomínio basal 
 
15 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
e subpleural, frequentemente associadas a 
faveolamento + diminuição do volume pulmonar 
● TC de tórax = opacidades reticulares, 
bronquiectasias de tração, faveolamento, áreas 
de opacidade tipo “vidro fosco”, fibrose com 
distorção da arquitetura pulmonar 
predominante nas regiões periféricas 
Tromboembolia pulmonar = oclusão causada por coágulo 
sanguíneo; 
● Insuficiência cardíaca direita aguda como 
principal causa de óbito 
● Choque ou hipotensão arterial ou sem choque + 
sinais ecocardiográficos ou laboratoriais de 
insuficiência cardíaca direita 
● TEP não maciça = taquipneia > 20 irpm + 
dispneia + dor torácica pleurítica + apreensão + 
tosse + hemoptise 
● Avaliação da probabilidade clínica da doença = 
escore de Wells e escore de Genebra revisado 
● RX de tórax = oligoemia regional (sinal de 
Westermark) + dilatação das artérias 
pulmonares + opacidades periféricas em cunha 
(sinal ou corcunda de Humpton) - mas não 
confirma diagnóstico 
● Gasometria arterial = hipoxemia e/ou hipocapnia 
● ECG = sinais de sobrecarga direita ou apenas 
taquicardia sinusal 
● Dímero-D = descarta TEP em paciente com baixa 
e moderada probabilidade clínica, mas não com 
alta 
● EcoDoppler de membros inferiores = diagnóstico 
de TVP 
● Ecocardiograma = estratificação de risco 
● Cintilografia pulmonar de ventilação e perfusão = 
quando normal descarta TEP e diagnostica, 
exceto em pacientesde baixa probabilidade 
clínica 
● Angiotomografia de tórax = investigação de 
outras possibilidades diagnósticas 
● Arteriografia pulmonar = quando os métodos de 
imagem são inconclusivos 
● Anticoagulação nos pacientes com moderada e 
alta probabilidade, na ausência de 
contraindicações 
● DDX = pneumonia, ICC, DPOC e asma 
Hipertensão pulmonar = redução da área transversal das 
artérias pulmonares causada por uma combinação de 
vasoconstrição, trombose, inflamação e remodelamento 
proliferativo e obstrutivo das paredes das artérias 
pulmonares que resultam em uma pressão maior que 25 
mmHg; 
● Os medicamentos atuam na via do óxido nítrico, 
via da endotelina ou na via da prostaciclina 
● Grupo 1 = hipertensão arterial pulmonar (HAP) 
● Grupo 2 = HP associada a doenças cardíacas 
esquerda 
● Grupo 3 = HP associada a doenças pulmonares 
e/ou hipóxia 
● Grupo 4 = causas multifatoriais 
● Dispneia aos mínimos esforços + fadiga + pré-
síncope pelo baixo débito cardíaco 
● Classe I = paciente com HP e sem limitações 
físicas 
● Classe II = discreta limitação física 
● Classe III = importante limitação física 
● Classe IV = incapacidade de realizar qualquer 
atividade física, podendo apresentar dispneia até 
em repouso 
● Hipofonese da segunda bulha no foco pulmonar e 
mais tardiamente sopro de insuficiência 
tricúspide, de insuficiência pulmonar, distensão 
jugular, hepatomegalia, edema periférico e ascite 
● RX de tórax = identificar doenças associadas à HP, 
além de evidenciar artérias pulmonares com 
perda de vascularização periférica pulmonar, 
abaulamento do arco médio e aumento de átrio 
direito 
● ECG = pode ser normal ou com desvio de eixo 
para direita, aparecimento da onda P pulmonale, 
sinais de hipertrofia de VD 
● Ecocardiograma = exclusão de causas cardíacas 
esquerdas associadas, além de avaliar os fatores 
prognósticos, como a ocorrência de derrame 
pericárdico, sinais de disfunção ventricular 
direita e aumento do átrio direito 
● Cateterismo cardíaco direito = possibilita a 
CONFIRMAÇÃO do diagnóstico de HP 
Câncer de pulmão = sexo masculino, tabagismo, estado 
geral comprometido, perda de peso maior que 15% e 
comorbidades, aumento da desidrogenase láctica (DHL), 
anemia, hipercalcemia e hipoalbuminemia são fatores de 
pior prognóstico; 
● Síndrome de Horner = ptose palpebral, miose, 
enoftalmia e anidrose causas pela invasão do 
tumor à cadeia simpática cervical 
 
16 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
● Tumor de Pancoast = tumor do sulco superior 
● Síndrome de Déjérine-Klumpke = causada pela 
invasão do tumor de Pancoast no plexo braquial, 
causando dor irradiada para o ombro e membro 
superior homolateral, síndrome de Horner, 
fraqueza e atrofia de músculos da mão, 
principalmente do quarto e do quinto dedo + 
parestesias da face medial do braço e antebraço, 
com perda do reflexo de tríceps 
● Exames diagnósticos = citologia do escarro, 
punção aspirativa por agulha fina, broncoscopia, 
ultrassonografia endobrônquica (EBUS), 
videotoracoscopia (VATS), toracocentese (alívio 
sintomático e diagnóstico citológico de derrame 
pleural) e toracotomia 
Derrame pleural = acúmulo de líquido acima de 100 mL 
no espaço pleural; 
● Dor torácica + tosse seca + dispneia 
● Febre + astenia + inapetência + perda ponderal = 
dependendo da doença de base 
● Expansibilidade diminuída, FTV abolido, macicez 
à percussão, MV abolido e egofonia na parte mais 
alta do derrame 
● Divide-se em transudato e exsudato através dos 
critérios de Light 
 
 
● Transudatos = insuficiência cardíaca, cirrose 
hepática e hipoproteinemia 
● Exsudatos = pneumonia, tuberculose pleural, 
TEP e neoplasias metastáticas 
● Toracocentese para retirar e analisar o líquido 
● A maioria dos líquidos é inodoro, mas quando 
evolui para empiema, por infecção bacteriana, 
possui odor pútrido e aspecto purulento 
● Cultura de bactérias, fungos, pesquisa de BAAR e 
cultura para M. tuberculosis 
● Solicitar a taxa de glicose do derrame, pois 
quando baixa indica doença reumatóide, lúpus 
eritematoso sistêmico e empiema 
● Elevação de neutrófilos = secundário a processo 
infeccioso 
● Predomínio de linfócitos = tuberculose pleural 
● Adenosina-deaminase (ADA) quando elevada 
indica derrame tuberculoso, doença reumatóide, 
linfoma ou empiema 
● Sinal de Lemos Torres = corresponde a um 
abaulamento expiratório localizado nos últimos 
espaços intercostais, principalmente à expiração 
forçada nos pequenos e médios derrames 
● Sinal de Litten = corresponde a ausência da 
visualização da depressão intercostal 
inspiratória no hemitórax acometido 
● Sinal de Signorelli corresponde a mudança do 
som claro pulmonar durante a percussão da 
coluna vertebral 
● Parábola de Damoiseau = delimita o limite 
superior do derrame pleural 
 
Pneumotórax = espontâneo (primário e secundário), 
traumático ou iatrogênico (por procedimento médico); 
● Primário = sem doença pulmonar prévia 
● Secundário = decorrente de doença pulmonar em 
atividade 
● Dor torácica súbita, bem localizada, em pontada 
+ dispneia + tosse seca 
● Diminuição da expansibilidade torácica + 
hipersonoridade + MV diminuído ou abolido + 
abaulamento do hemitórax afetado em casos de 
maior gravidade + FTV reduzido 
● Taquicardia + hipotensão + cianose + dispneia 
profusa = pneumotórax hipertensivo 
Insuficiência respiratória aguda (IRA) = classifica em IRA 
hipoxêmica (prejuízo na oxigenação, reduzindo a pressão 
de oxigênio no sangue arterial menor que 60 mmHg) e 
IRA hipercápnica prejuízo na eliminação de CO2, 
elevando-o para valores acimas de 45 mmHg); 
● Dispneia + taquipneia + cianose + sudorese 
● Alterações no nível de consciência e coma em 
casos + graves 
● Causa base de origem pulmonar ou 
extrapulmonar 
 
Dor torácica 
Ameaças à vida: 
● SCA (síndrome coronariana aguda) 
● Dissecção aórtica 
● TEP 
● Pneumotórax 
 
17 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
● Tamponamento cardíaco 
● Rotura esofágica 
Checar os sinais vitais, pulsos, PA nos 4 membros, 
palpação, ausculta e exame neurológico; 
Dissecção aórtica = dor intensa, lancinante, retroesternal 
ou face anterior do tórax, irradiação para o dorso, 
pescoço, ombros e interescapular, pulso assimétrico, 
sinais neurológicos focais, postura inquieta para obter o 
alívio; 
● EF = assimetria de pulso e de pressão arterial 
sistêmica, sopro de regurgitação aórtico, sinais 
de insuficiência cardíaca e de má perfusão 
tecidual 
TEP = dor súbita pleurítica, sinais de TVP (assimetria de 
panturrilha); 
Pneumotórax = dor súbita + dispneia, associado a trauma 
ou procedimento → hipertensivo 
● USG e RX 
● Exame físico = taquicardia e hipotensão 
Tamponamento = dispneia + fadiga + desconforto 
torácico + edema + choque cardiogênico; 
● Tríade de Beck = hipotensão, hipofonese de 
bulhas e estase jugular 
● Não faz USG diagnóstico, pois ele é clínico 
Rutura esofágica = dor retroesternal lancinante; 
● Pode haver enfisema subcutâneo 
● HP de alcoolismo + vômitos 
SCA = alterações típicas em ECG + sudorese + náuseas e 
vômitos + associação com esforço físico + irradiação da 
dor para MMSS + síncope + hipotensão; 
● Exames complementares = ECG, RX, USG, D-
dímero, troponina, hemoglobina, TC de Tórax, 
angioTC, enzimas canaliculares e pancreáticas 
Dor torácica não é sinônimo de causa cardíaca!!! 
Fisiopatologia da dor = a dor ou desconforto pode resultar 
de 2 mecanismos: 
1. Fibras somáticas = inervação de pele, estruturas 
superficiais e pleura parietal. Precisamente 
descrita, forte intensidade e bem localizada 
2. Fibras viscerais = coração, esôfago e pleura 
visceral. Desconforto, peso, mal-estar, sem 
localização precisa 
Quanto maior a idade maior a chance de DAC, assim como 
homens são mais suscetíveis; 
Anamnese inicial do paciente com dortorácica: 
● Há quanto tempo começou? 
● Tem fator desencadeante? 
● Localização? 
● Irradiação? 
● Melhora com nitrato sublingual? 
● Intensidade? 
● Característica (aperto, queimação, ventilatório-
dependente)? 
● Sintomas associados (dispneia, palpitação, 
síncope)? 
● Fatores de risco (tabagismo, HAS, DM, passado de 
IAM)? 
 
Dor típica e atípica de SCA: 
 
Existem 3 tipos de dor torácica: 
1. Tipo A = presença de 3 ou mais características 
típicas 
2. Tipo B = presença de 2 características típicas 
3. Tipo C = presença de 1 característica típica 
 
_____________________CARACTERÍSTICAS DA DOR TORÁCICA 
Definitivamente anginosa = desconforto retroesternal 
precipitado pelo esforço, com irradiação típica para o 
ombro, mandíbula ou face interna do braço, aliviada pelo 
repouso ou nitrato; 
Provavelmente anginosa = dor torácica cujas 
características fazem da insuficiência coronária aguda a 
principal hipótese, porém com necessidade de exames 
complementares para confirmação do diagnóstico; 
Possivelmente anginosa = dor torácica cujas 
características não fazem da insuficiência coronária 
aguda a principal hipótese diagnóstica, porém com 
necessidade de exames complementares para a exclusão 
do diagnóstico; 
Definitivamente não anginosa = dor torácica cujas 
características não incluem a insuficiência coronária 
aguda como diagnóstico diferencial. Dor com aspectos 
evidentes de origem não cardíaca; 
________________________________________________________CAUSAS 
 
18 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
Principais grupos de etiologias de dor torácica, por ondem 
de descente de prevalência: 
● Musculoesqueléticas 
● Gastrointestinais 
● Cardíacas 
● Psiquiátricas 
● Pulmonares 
Musculoesquelética = há presença de história de atividade 
física repetitiva ou não usual, apresentando dor bem 
localizada e desencadeada pela compressão de um ponto. 
Sua intensidade pode variar desde surda até desconforto 
intenso e persistente, durando horas a dias; 
● A sintomatologia álgica frequentemente surge 
durante os movimentos ventilatórios, em 
especial na inspiração profunda ou na 
movimentação dos braços e do pescoço 
● É importante a avaliação cuidadosa da pele 
buscando lesões específicas associadas a 
síndromes musculoesqueléticas 
Gastroesofágica = geralmente a apresentação clínica do 
paciente não oferece substrato adequado para se 
distinguir a dor cardíaca da esofágica; 
● Sintomatologias que sugerem etiologia esofágica 
= presença de pirose, regurgitação, disfagia, dor 
tipicamente pós-prandial persistente por mais de 
1 hora e aliviada pela ingestão de antiácidos 
Dor de isquemia miocárdica = localização retroesternal, 
com irradiação para pavilhões auriculares, maxilar 
inferior, nuca, região cervical, membros superiores, 
ombros, região epigástrica e interescapulovertebral; 
● Quase sempre é constritiva, onde o paciente leva 
a mão ao peito. Tipo aperto, 
opressão, peso, queimação, 
sufocação, nó na garganta 
 
● Intensidade varia de 
acordo com o grau de 
comprometimento isquêmico = 
leve, moderada e intensa 
● Fatores 
desencadeantes/ agravantes = na angina o 
esforço físico, emoções, taquicardia, frio e 
refeição copiosa. Já no IAM, o repouso 
● Atenuantes = repouso e vasodilatadores 
coronários 
● Manifestações concomitantes = náuseas, vômitos 
e sudorese fria nos casos de IAM 
● Sua duração apresenta 3 tipos: 
1. Angina estável = duração curta de 2 a 3 minutos, 
raramente ultrapassa 10 minutos = hipóxia 
2. Angina instável = até 20 minutos = alterações 
histológicas 
3. Infarto do miocárdio = mais de 20 minutos até 
horas = necrose 
Dor de origem pericárdica = aguda, retroesternal, que 
pode irradiar para o pescoço e costas, de característica 
constritiva, queimação, de grande intensidade, contínua 
durante várias horas, agrava-se com a respiração, 
decúbito dorsal, movimentos na cama e do tronco, alivia 
quando inclina o tórax para frente ou genupeitoral; 
● Causada pelo atrito entre membranas devido ao 
acúmulo de líquidos 
● EF = presença de atrito pericárdico 
● ECG = supra-desnivelamento de ST difuso 
Causas psicogênicas = dor torácica associada com 
taquicardia, hiperventilação, sudorese e palpitações, 
precedidos por sensação de medo e apreensão; 
_________________________________________________EXAME FÍSICO 
Alertas de gravidade = hemodinâmicos e neurológicos; 
Avaliar sinais vitais; estado geral; pulsos em ambos os 
membros superiores e inferiores; examinam-se as pernas 
para verificar os pulsos arteriais, a perfusão, existência de 
edema, veias varicosas e sinais de TVP; pressão arterial 
em ambos os membros superiores; inspeciona-se o 
pescoço para averiguar a existência de distensão venosa e 
refluxo hepatojugular e observam-se as formas nas ondas 
venosas, palpa-se o pescoço para avaliar os pulsos 
carotídeos, linfadenopatias ou anormalidades 
tireoidianas, auscultam-se as artérias carótidas para 
identificar sopros; inspeciona-se o tórax a procura de 
lesões dérmicas oriundas de trauma ou infecção por 
herpes-zóster e efetua-se a palpação para identificar 
crepitação e áreas de maior sensibilidade; realiza-se 
percussão do tórax e ausculta para verificar a existência e 
a simetria dos ruídos respiratórios, sinais de congestão, 
atrito e derrame pleural; ausculta do precórdio - 
intensidade e o tempo do 1ª bulha cardíaca (B1) e do 2º 
bulha cardíaca (B2), o movimento respiratório do 
componente pulmonar de B2, atrito pericárdico, 
crepitações, sopros e galopes; 
Quando se detectam sopros, devem-se observar tempo, 
duração, tonalidade, formato, intensidade e resposta às 
modificações de posição, manobras de preensão manual e 
de Valsalva; 
 
Quando se detectam galopes, deve-se efetuar a 
diferenciação entre B4, que é frequentemente auscultada 
na vigência de disfunção diastólica ou isquemia 
miocárdica, e a B3, auscultada na disfunção sistólica; 
Palpa-se o abdome para averiguar a existência de 
organomegalia, áreas de maior sensibilidade e massas, 
especialmente nas regiões epigástrica e hipocôndrio 
direito. 
 
19 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
________________________________EXAMES COMPLEMENTARES 
 
Os exames são solicitados de acordo com a avaliação 
inicial do paciente. No geral, o ECG e RX de tórax são 
sempre solicitados para DDC de SCA, dissecção de 
aorta e TEP; 
________________________________________________TRATAMENTO 
Tratamento = depende da etiologia da dor torácica; 
● Osteomuscular = anti-inflamatórios 
(diclofenaco), relaxantes musculares 
(ciclobenzaprina 5 a 10 mg, VO, a noite) e 
repouso 
● SCA = morfina (IV 2-4 mg a cada 5-15 min. CI: 
hipotensão e infarto da parede posterior), 
oxigênio (se Sat<94%), nitrato (dinitrato de 
isossorbida 5 mg sublingual 5-5 min até 3x. CI: 
hipotensão, bradicardia, uso de inibidor de 
fosfodiesterase até 48 horas, infarto de VD), AAS 
VO 200 mg (dose de ataque se <70 anos; 100 
mg/dia após), betabloqueador (metoprolol 50 
mg VO 6/6h. CI: FC<60, PAS<100, BAV de 2° ou 
3°), aspirina (160 a 325 mg VO. CI: úlcera ativa), 
clopidogrel (300 mg VO de ataque seguido de 75 
mg VO 1x ao dia. Não fazer ataque em >75 anos), 
enoxaparina (1mg/kg via subcutânea), IECA 
(captopril 2,5 mg, VO, depois 25-50 mg, VO 
12/12h) e terapia de reperfusão 
● Embolia pulmonar = heparina não fracionada 
(dose de ataque 80 UI/kg, EV; após infusão 
contínua com dose inicial de 18 UI/kg/hora) e 
estreptoquinase (250.000 EV em 30 min. seguido 
de 100.000 U/h em bomba de infusão por 24h) 
● Dissecção de aorta = betabloqueador (esmolol, 
bolus inicial de 500 ug/kg, seguido se infusão de 
50-200 ug/kg/min), nitroprussiato de sódio 
(infusão inicial de 0,5 a 3 ug/kg/min. Não deve 
ser usado sem betabloqueador devido a 
taquicardia reflexa) e morfina (IV 2-4 mg a cada 
5-15 min) 
 
Valvulopatias 
____________________________________________________ANAMNESEIdade = crianças e jovens (anomalias congênitas, 
episódios iniciais de moléstias reumáticas), 20 a 50 anos 
(hipertensão arterial, doenças coronarianas, complicação 
da doença de chagas); 
Sexo = feminino e jovens prolapso mitral e estenose e 
masculino até os 45 anos aterosclerose coronária; 
Cor da pele = negros anemia falciforme e HAS; 
Profissão = esforço físico intenso (insuficiência cardíaca), 
estresse emocional (HAS, cardiopatia isquêmica); 
Naturalidade e local de residência = doenças endêmicas, 
doença de chagas; 
Antecedentes pessoais = infecções estreptocócicas, 
bucofaringite → lesões valvares de origem reumática; 
dieta rica em lipídeos → aterosclerose, lesões renais → 
HAS, transtornos emocionais, ansiedade e depressão → 
manifestações cardiovasculares; 
________________________________________________________SOPROS 
Aparecem devido ao aumento da velocidade, diminuição 
da viscosidade sanguínea, zona de estreitamento, zona 
dilatada ou membrana de borda livre; 
 
Características semiológicas dos sopros = situação no 
ciclo cardíaco, localização, irradiação, intensidade, 
timbre, tonalidade, modificação com a fase de respiração, 
posição do paciente e exercício físico; 
B1 = sístole → fechamento da mitral e da tricúspide; 
B2 = diástole → fechamento da aórtica e da pulmonar; 
 
__________________________________________ESTENOSE AÓRTICA 
Redução do orifício da valva aórtica; 
Causas = alterações da via de saída do VE por mal 
formações congênitas, moléstia reumática e degeneração 
senil (calcificação); 
Principal causa = idoso (60/80 aos) + 
hipertensão/dislipidemia 
Sintomatologia = depende da hipertrofia do VE, pois o 
coração tenta vencer a obstrução para manter o débito; 
 
20 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
● Hipoxemia crônica pela degeneração de 
miofibrilas/falência do VE 
● Angina + síncope = estenose grave 
● Pulso radial de pequena amplitude = parvus et 
tardus 
● Ictus cordis intenso, pouco deslocado para 
esquerda e para baixo 
● Frêmito sistólico 
● Sopro sistólico ejetivo/em diamante, rude, 
mesossistólico (crescente), foco aórtico irradiado 
para cima e face lateral do pescoço 
● Desdobramento de B2 na estenose aórtica grave 
● Handgrip diminui o sopro 
Sinais de gravidade = pico tardio, B2 hipofonética e 
fenôme de Gallavardin; 
Fenômeno de Gallavardin = sopro piante = quando o 
sopro da estenose aórtica se irradia para o foco mitral, 
podendo parece que existem 2 sopros diferentes 
ECG = sobrecarga de VE; 
● Sinal de Strain = infra de ST (primeira parte lenta 
e depois rápido) 
● Sokolov: S(1) + R(V5) > 35 mm 
RX = calcificação e área cardíaca normal; 
Ecocardiograma = essencial para avaliar a gravidade da 
estenose → quanto + rápido sai o jato maior é o grau de 
estenose = menor abertura valvar; 
● Também avalia o grau de hipertrofia do VE 
(grave >15 mm) 
Aumento da pressão do VE → hipertrofia concêntrica e 
depois dilatação excêntrica (anos); 
Tríade clássica: 
1. Angina 
2. Síncope 
3. Insuficiência cardíaca 
● E = dispneia + ortopneia 
● D = estase jugular + edema de MMII 
Pode gerar sangramento intestinal baixo = síndrome de 
Heyde; 
___________________________________________ESTENOSE MITRAL 
Estreitamento do orifício atrioventricular esquerdo; 
Causas = moléstia reumática, lúpus, artrite reumatoide; 
Progressão lenta de forma leve, moderada ou grave; 
Fisiopatologia = infecção por S. pyogenes devido 
faringoamigdalite → são produzidos anticorpos, que se 
acumulam no coração, principalmente na valva mitral → 
fusão comissural, espessamento, fibrose/calcificação; 
Dilatação do AE e o VE é poupado; 
Leve = assintomático; 
Moderado = dispneia + palpitações após esforços + 
congestão na circulação pulmonar + gradiente de pressão 
entre o AE e VE; 
● B1 hiperfonética no foco mitral 
● Estalido de abertura mitral 
● Sopro diastólico em ruflar, mesodiastólico 
● B2 hipofonética no foco pulmonar 
Grave = intensificação dos achados do moderado + 
dispneia paroxística noturna + tosse seca + hemoptise; 
Pode haver crepitações pulmonares, turgência jugular, 
refluxo hepatojugular, edema de MMII, pulso arrítmico 
(FA); 
Síndrome de Ortner = rouquidão pela compressão do 
nervo laríngeo recorrente pela grande dilatação do AE; 
Síndrome de Lutembacher = estenose mitral (geralmente 
reumática, mas ocasionalmente congênita) associada a 
shunt esquerda-direita devido a um defeito de septo 
atrial; 
● Paciente pode não evoluir com a clínica clássica 
de estenose mitral (basicamente congestão 
pulmonar), pois o fluxo de sangue ao invés de ser 
direcionado para o pulmão termina passando 
para o lado direito do coração, gerando a longo 
prazo um quadro clínico típico de CIA 
(sobrecarga de câmaras direita → IC direita) 
● Além dos achados clássicos de estenose mitral 
(tríade = hiperfonese de B1, ruflar diastólico e 
estalido de abertura) é comum auscultar o 
desdobramento fixo de B2 típico de CIA 
ECG = sobrecarga de átrios = alteração da onda P; 
● Índice de Morris = onda P plus minus 
● Onda P apiculada = aumento da amplitude 
RX = sinais de aumento do AE; 
● Sinal do 4° arco = aurícula E aumentada 
● Sinal da bailarina = desvio do brônquio fonte E 
pelo aumento de AE 
● Sinal do duplo contorno = crescimento de AE 
 
 
21 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed 
● ÁREA CARDÍACA NORMAL, pois VE não aumenta 
Ecocardiograma = cúspide em taco de hóquei e abertura 
em boca de peixe; 
 
● Escore de Wilkins = mobilidade, espessamento, 
calcificação e aparelho valvar 
 
● Avalia gradiente e área 
_____________________________________INSUFICIÊNCIA MITRAL 
Fechamento incompleto da valva mitral com refluxo para 
o AE durante a sístole ventricular; 
Causas = molestia reumática, prolapso de valva mitral 
(PVM), IAM, endocardite infecciosa e cardiomiopatia com 
grande dilatação da cavidade ventricular; 
Fisiopatologia = sobrecarga de volume no AE e no 
próximo batimento sobrecarga de VE → hipertrofia 
excêntrica → aumento da pressão pulmonar → congestão 
pulmonar; 
Pós-IAM/ endocardite = disfunção do músculo papilar, 
com regurgitação para o AD normal, porém sem tempo de 
adaptação ao maior fluxo de sangue, o que aumenta a 
pressão interatrial, que é transmitida a rede capilar 
pulmonar → congestão pulmonar e edema intersticial, 
dispneia intensa e edema agudo de pulmão; 
● VE hipercinético 
● Ictus cordis intenso, mas não deslocado 
● Sopro sistólico de regurgitação no foco mitral, em 
platô, irradiado para axila 
● B4 originada pela contração vigorosa do AE 
Etiologia reumática = instalação gradativa e evolução 
crônica, onde o AE vai dilatando progressivamente; 
● Pouca elevação da pressão interatrial 
● Pressão venocapilar aumenta pouco 
● Ictus amplo 
● Frêmito sistólico no foco mitral 
● B3 
● Sopro sistólico de regurgitação no foco mitral, 
holossistólico com platô, que irradia para axila e 
mascara B1 
● Ritmo irregular = fibrilação atrial (FA) 
● Aumenta com Handgrip 
Rivero-Carvallo = diferencia sopro de insuficiência 
tricúspide e mitral; 
● Com o paciente em decúbito dorsal, coloca-se o 
estetoscópio na área tricúspide, pondo-se a 
atenção na intensidade do sopro. Solicita-se 
inspiração profunda, no qual o examinador 
observa alterações na intensidade do sopro 
● Se não houver alterações ou o sopro reduzir = 
manobra negativa = sopro da área mitral 
● Se o sopro aumentar = sopro da tricúspide 
Síndrome de Barlow = PVM = incapacidade da válvula 
mitral de impedir o retorno de sangue do VE para o AE, 
sendo de causa primária, localizada unicamente na 
válvula mitral; 
● Sintomas variáveis = arritmias, dor precordial 
não isquêmica 
● Clique mesossistólico na área mitral, 
acompanhado ou não de sopro mesossistólico 
● + comum em mulheres 
ECG = sobrecarga de VE; 
● Índice de Sokolov 
● Sinal de Strain 
RX = sinal do 4° arco, da bailarina