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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA – LICENCIATURA GISELE NICOLETI DA SILVA A INFLUÊNCIA DA VIVÊNCIA CULTURAL SOBRE O PROCESSO EDUCACIONAL EM UM PAÍS MULTICULTURAL POUSO ALEGRE 2021 A INFLUÊNCIA DA VIVÊNCIA CULTURAL SOBRE O PROCESSO EDUCACIONAL EM UM PAÍS MULTICULTURAL 1. INTRODUÇÃO O Brasil é um país de dimensões continentais. Há vários grandes estados, agrupados em regiões que apresentam características pecualiares muito diferentes entre si. Cada região reflete sua história, modo de colonização, sofre influência de aspectos geográficos tais como relevo, solo, presença abundante ou ausência de recursos hídricos, paisagem vegetal dentre outros. Tais características lançam o educador a uma reflexão e diversos desafios decorrentes das barreiras culturais evidenciadas na prática em sala de aula, para os quais uma única resposta prévia e única é insuficiente para atender a todos os educandos. A linguagem (verba e não verbal) deve ser considerada dentro do contexto social e histórico dos interlocutores. O educando nascido e inserido em costumes próprios do nordeste do país absorve o conteúdo e reage de maneira diversa do educando proveniente de outras culturas regionais próprias do sul do país. O diálogo entre os conhecimentos, a interação e troca cultural é de suma importância, para a qual é necessário ao educador desprender-se de pré conceitos. Portanto, o presente busca abordar a problemática, propondo soluções à luz do que foi apresentado no decorrer do curso, alinhado com a evolução do tratamento estatal sobre o assunto. 2. LINEAMENTOS HISTORICOS: Os fenômenos sociais sempre influenciaram a educação no decorrer dos tempos. São levados para a sala de aula, que é um ambiente humano. As diferenças aparecem a todo momento, pois os educandos se manifestam através da linguagem, nas suas variadas formas, trocando, transmitindo e recebendo informações. Ao longo da história, a educação era direcionada a poucas pessoas em grupos homogêneos: ora limitada ao “cidadão grego” (que não era todo mundo), ora aos nobres e ao clero, muitas vezes com viés essencialmente religioso. Quando o capitalismo rompe com a estrutura feudal, a família continua sendo unidade da qual depende a sobrevivência, pela produção, ainda com contundentes influências do cristianismo no campo moral. Com a redução do poder monarquico, a estrutura estatal que se forma passará a proteger, acima de tudo, as relações comerciais e o patrimônio. O homem comum, segundo o qual se fixou uma aparente igualdade “burguesa”, tinha antes um perfil materializado, "coisificado"1. A criança que era tratada como um “pequeno adulto” no medievo, passa a ser letrado para “produzir” dentro do ofício da familia, e não como hipossuficiente, destinatário de proteção. Interessava para ao Estado o homem do sexo masculino, testador, proprietário, negociante, agente capaz, de estado civil determinado em relação ao casamento (casado ou solteiro) e não os demais sujeitos à margem deste perfil. Os pilares atuais não são mais os mesmos. Os antigos, estruturas até então intocáveis, ruíram-se. 1 O termo utilizado por César Fiuza seria a "coisificação do sujeito de direito, subproduto da visão de agente econômico ".Crise e interpretação do direito civil da escola da exegese às teorias da argumentação. In.: FIUZA, 2003. p. 27. No decorrer do tempo, a transmissão do conhecimento passa a ser realizada em um ambiente estatal e a criança começa a ser considerada como um ser humano em formação, com necessidades específicas. Começa a se falar em afeto dentro do processo de transmissão do conhecimento (Pestalozzi), por exemplo. Aparecem valores como o moral. A educação na era contemporânea passa a ter também fim social e político. Passa a ser difusora do nacionalismo. A guiza de exemplo, era fincada nos pilares de civilidade, servindo aos nazistas e facistas; já os socialistas viam a educação como forma de atender aos anseios do governo e da sociedade. Os capitalistas, por sua vez, enxergavam a educação como mola propulsora à produção de riquesas através do trabalho. Somente a revolução industrial é que irá romper com a unidade familiar patrimonial e de produção, superada pelo processo de industrialização. Ocorre, no entanto, que o sistema, tal qual apresentado, foi superado, assim como as aspirações sociais. O processo de industrialização ocasionará um giro na visão de sociedade e família, que passa a tomar novos contornos. Não será mais visto dentro de uma unidade de produção. O pai de família lança-se ao mercado de trabalho e não há transmissão de ofício de pai para filho. Aos poucos, a mãe também sai dos lares para o trabalho remunerado. Hoje, há consciência de que o ser humano “comum” é desigual. Ele pode ser tanto o menor, o hipossuficiente, a mulher, aos quais o atual sistema estende proteção, não somente ao homem proprietário de bens. As pessoas não são mais consideradas iguais em toda e qualquer situação da vida. Surge, por exemplo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento de âmbito mundial. O sentimento humanitário pós-guerras mundiais atravessa um processo de maturidade. Começa-se a entender sobre o respeito às diferenças. A humanidade chega a um consenso geral de privilegiar o ser humano como centro de toda proteção. Outras alterações que podem ser citadas, são as que ocorrem dentro das famílias diante de fenômenos como a pluralização da família (uniões homoafetivas, pais solteiros etc.) que supera a “tradicional”. Ciência, tecnologia, informação, acesso aos meios de comunicação etc., promovem descobertas e mudanças em todos os setores da vida humana e social que precisam ser absorvidas. A sociedade mudou e não pode mais ser tratada como antes. Em que pese a necessidade de traçar parâmetros curriculares nacionais, o enrigecimento e utilização dos mesmos dos códigos em toda situação, não resiste e passa a ser superado no dia-a-dia. 3. CONTORNOS ATUAIS E TENTATIVA DE SOLUÇÃO DA PROBLEMÁTICA SOB A ÓTICA DO DIREITO À EDUCAÇÃO E VIDA DIGNA: Já não há mais igualdade a ser tutelada quando as partes forem notadamente diferentes. O conhecimento tem proteção enquanto meio para se atingir uma vida digna. A Constituição Federal brasileira vigente nasceu no momento histórico em que a sociedade estaria passando pela transformação e inspirou-se no pensamento do Estado Democrático de Direito, dando importância primordial à dignidade da pessoa humana, fundamento da República, e à família, em conseqüência de ser meio para a promoção da dignidade humana, "funcionalizada em seus partícipes"2 . Pode-se afirmar, em propósito, que a dignidade da pessoa humana, alçada pelo art. 1º, III, da Constituição Federal, a fundamento da República, dá conteúdo à proteção da família atribuída ao Estado pelo art. 226 do mesmo texto maior: é a pessoa humana, o desenvolvimento de sua personalidade, o elemento finalístico da proteção estatal, para cuja realização devem convergir todas as normas do direito positivo, em particular aquelas que disciplinam o direito de família, regulando as relações mais íntimas e intensas do indivíduo no social. De se abandonar, portanto, todas as posições doutrinárias que, no passado vislumbraram em institutos do direito de família uma proteção supra-individual, seja em favor de objetivos políticos, atendendo a ideologias autoritárias, seja por inspiração religiosa.3 2 GAMA, Guilherme Calmon Nogueira. Filiação e reprodução assistida:introdução ao tema sob a perspectiva civil constitucional. In.: TEPEDINO, 2001. p. 517. 3 TEPEDINO, Gustavo. Novas Formas de Entidades Familiares: efeitos do casamento e da família não fundada no matrimônio. In: TEPEDINO, 2001. p. 326. Dentro do contexto de considerar cada membro no seio da família e ao mesmo tempo independente, a forma de transmissao do conhecimento passou a ser plural. A educação é colocada em situação de especial proteção pelo Estado, interpretada dentro do contexto de dignidade. Assim preconiza a Constituição Federal: Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Coloca-se a educação como dever do Estado e família (hoje plural). Importa destacar que ainda que existam instituições particulares de ensino, há uma grande regulamentação estatal. O diploma máximo também elenca princípios para o ensino, tais como o pluralismo de idéias, liberdade de aprender, dentre outros abaixo citados: Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade. VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. IX - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. A forma de pensar a aducação nos dias atuais, inclusive pelo Estado (legislador) que abrange todas as populações de um país desigual, como é o Brasil, assim como diversas formas de família atual, não pode ser estagnada, sob pena de atingir a dignidade do educando. O direito à vida "é o mais fundamental de todos os direitos, já que se constitui em pré-requisito à existência e exercício de todos os demais direitos"(MORAES, 2002.p.63), tais como igualdade, intimidade, liberdade, bem estar, que de nada adiantariam estar positivados estes sem a garantia daquele. O conceito de vida é por demais abrangente, sendo importante transcrever as palavras utilizadas por José Afonso da Silva: Não intentaremos dar uma definição disto que se chama vida, porque é aqui que se corre o grave risco de ingressar no campo da metafísica supra-real, que não nos levará a nada. Mas alguma palavra há de ser dita sobre esse ser que é objeto de direito fundamental. Vida, no texto constitucional, (art. 5º, caput), não será considerada apenas no seu sentido biológico de incessante auto-atividade funcional, peculiar à matéria orgânica, mas na sua acepção biográfica mais compreensiva. Sua riqueza significativa é de difícil apreensão porque é algo dinâmico, que se transforma incessantemente sem perder sua própria identidade. É mais um processo (processo vital), que se instaura com a concepção (ou germinação vegetal), transforma-se, progride, mantendo sua identidade, até que muda de qualidade, deixando, então, de ser vida para ser morte. Tudo que interfere em prejuízo deste fluir espontâneo e incessante, contraria a vida." (2001. p. 200) O conteúdo do direito à vida está intimamente relacionado à dignidade, de forma que impõe-se interpretar esse direito, considerando-se um implícito conceito de vida digna, oponível a todos, inclusive à Escola. A saúde psicofísica é necessária para o desenvolvimento humano em todos os sentidos da vida em sua integridade. É a conclusão histórica para explicar o estágio atual. 4. DA COEXISTÊNCIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO COM A DIGNIDADE EM UM PAÍS HETEROGÊNEO: O redirecionamento do pensamento social trouxe o ser humano e sua dignidade para o epicentro de todo sistema, elevando a proteção dos direitos da personalidade. É que, no Estado Democrático de Direito deve-se proporcionar o mínimo de condições necessárias de vida e de desenvolvimento da pessoa humana, não só patrimonialmente, como existencialmente. Os direitos da personalidade têm como maior fonte normativa a Constituição Federal, cuja técnica legislativa fez iniciar o Diploma Máximo com as disposições gerais contidas no Título I, denominado "Dos Princípios Fundamentais", dentre os quais a cidadania, dignidade humana, a igualdade material e formal4, fazendo com que tais princípios passassem a orientar todo o ordenamento e a interpretação constitucional e infraconstitucional. Se a identidade é a melhor expressão da personalidade, tal qual o nome, há que inclui-la no rol dos mesmos direitos. Todos os elementos identificadores da pessoa confundem-se a si próprio. Ou seja, é o educando ums ser social, dentro do contexto, que consome e produz cultura dentro da própria família. Cada indivíduo, que revela não só uma identificação ou diferenciação, mas a própria história do ser humano, seus mistérios, sua origem e tudo que absorve. 4 DONEDA, Danilo. Os direitos da personalidade e o novo código civil. In: TEPEDINO, 2.002.p. 45-46. A idéia de conhecer-se, de ser diferente é um direito em si próprio, não como um meio, mas sim como fim. Direito é de “ser em si”, ter sua história, de ter assegurado a sua unicidade no mundo. A identidade vem associada a idéia de integridade, que corresponde ao que é intangível, isto é, o que não pode ser tocado. A identidade pessoal, ela é concebida dentro da relação um com o outro, no quadro de uma comunidade de sentido.5 Cada membro protegido enquanto ser social e digno, em um processo diário de construção, não podendo ser reduzido a um mero dado insuficiente para as necessidades do educando. Portanto, a linguagem do educador e do educando deve ser vinculada e consonante, funcionando socialmente. A comunicação com o aluno de certa classe social é diferente da praticada com outros. O educando de uma instituição pública localizada em comunidade assolada por carências sociais e que sofrem problemas como o tráfico reage de certa maneira, pois o que vê e ouve faz com que tenha crenças a aspirações específicas. Já outro educando da mesma idade, mas oriundo de família abastada, matriculado em instituições particulares de alto custo, tem outras metas e base de conhecimento totalmente diversa. Contudo, em ambos haverá filhos vindos de famílias completamente diferentes, que podem ser, a titulo de ilustração, uma composta por pais extremamente religiosos e outra homoafetiva. 5 BARACHO, José Alfredo de Oliveira. A identidade genética do ser humano. Bioconstituição: bioética e direito. Disponível em: < http://www.gontijo-familia.adv.br/escritorio/outros172.htm> Acesso em 06/04/03. O mesmo ocorre com pessoas provenientes de regiões diferentes ou de famílias que possuem contextos diversos. O educador deve ser desprovido de pré conceitos sociais e culturais. Deve tentar conciliar todas as experiencias, sabendo ouvir e contextualizar as informações e reações dos alunos. Outro aspecto de relevância é a lingua falada e escrita tida como “oficial”, a norma culta que está na grade curricular de todas as instituições. O denominado “português correto” deve ser ensinado e cobrado nas instituições, mas não pode ser um fim em si mesmo. A linguaé um meio de se comunicar, mas não pode ser apenas um sistema de regras fechadas. Ao chegar à escola, o aluno possui um conhecimento linguístico e ao sair da instituição estará exposto aos coloquialismos. Essa experiência não pode ser simplesmente despresada. O ser humano se comunica em todo momento da vida e em cada ocasião utilizará uma linguagem: no trabalho, no tribunal, no hospital, na festa com amigos, com a família etc. Portanto, sem deixar de ministrar aulas e repassar as normas cultas de linguagem, que é um sistema de comunicação “oficial”, há que se dispensar cuidados em aceitar as diferenças entre pessoas, respeitando sua cultura, bem como aceitar que a linguagem sofre influência externa. O aprendizado não pode ser divorciado do processo diário, que sempre recebe signos diversos e a todo momento. 5. CONCLUSÃO: Resta superada a noção fechada e única de transmitir conhecimento. Este trabalho não tem a pretensão de concluir no sentido de ressaltar uma solução única para casos de diversidade (regional, economica, familiar etc.). É justamente contra a existência de pré-conceitos ou soluções prontas que apresentam-se diante de uma variedade de condições, que caminha o pensamento mais consentâneo com o atual momento da humanidade. Pode-se dizer que seria mais correto falar em análise do caso concreto e multiplicidade de soluções, mas sempre respeitando a individualidade. O educador deve ser desprovido de pré conceitos e deve tentar conciliar todas as experiencias, sabendo ouvir e contextualizar as informações e reações dos alunos. A lingua é um meio de se comunicar, mas não pode ser apenas um sistema de regras fechadas. Portanto, sem deixar de ministrar aulas e repassar as normas cultas de linguagem, há que se dispensar cuidados em aceitar as diferenças entre pessoas, respeitando sua cultura, bem como aceitar que a linguagem sofre influência externa. O professor deve absorver as diferenças positivamente. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ARRUDA, José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval. São Paulo: Ática, 1976. BARACHO, José Alfredo de Oliveira. A identidade genética do ser humano. Bioconstituição: bioética e direito. Disponível em: < http://www.gontijo- familia.adv.br/escritorio/outros172.htm> Acesso em 06/04/03 COULANGES, Fustel de. A cidade antiga: estudo sobre o culto, o direito e as instituições da Grécia e de Roma. Trad. J. Cretella Jr. e Agnes Cretella. São Paulo: RT, 2003. 363 p. DONEDA, Danilo. Os direitos da personalidade no novo Código Civil. In.: TEPEDINO, Gustavo (Coord). A parte geral do Novo Código Civil: estudos na perspectiva civil-constitucional. Rio de Janeiro: Renovar, 2002. p. 35-58. FIUZA, César. Crise e interpretação do direito civil da escola da exegese às teorias da argumentação. In.: FIUZA, César, SÁ, Maria de Fátima Freire de, NAVES, Bruno Torquato de Oliveira (Coord.). Direito Civil: atualidades. Belo Horizonte: Del Rey, 2003. p. 23-59. FRANÇA, Júnia Lessa. Et alli. Manual para normalização de publicações técnico- científicas. 6a ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.232p. FRANÇA R Limongi. Direitos da personalidade. Coordenadas. Revista dos Tribunais, n. 567, jan. 1983, p. 9. citado por VENCELAU, Rose de Melo. Status de filho e direito ao conhecimento da origem biológica. In.:RAMOS¸ Carmem Lucia Silveira (organizadora) et alli. Diálogos sobre direito civil: construindo a realidade contemporânea. Rio de Janeiro: Renovar, 2.002. p. 380. GALUPPO, Marcelo Campos. O direito civil no contexto da superação do positivismo jurídico: a questão do sistema. In.: FIUZA, César, SÁ, Maria de Fátima Freire de, NAVES, Bruno Torquato de Oliveira (Coord.). Direito Civil: atualidades. Belo Horizonte: Del Rey, 2003. p. 159-183. GAMA, Guilherme Calmon Nogueira. Filiação e reprodução assistida: introdução ao tema sob a perspectiva civil-constitucional. In.: TEPEDINO, Gustavo (Coord.). Problemas de Direito civil-constitucional. Rio de Janeiro: Renovar, 2001. p. 515- 546. MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. São Paulo: Atlas, 2002. NEVARES, Ana Luiza Maia. 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