Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tricuríase Ciclo Conta apenas com um hospedeiro para se completar, que no caso é o ser humano (o reservatório). Os ovos imaturos são liberados no ambiente e levam de 2 a 3 semanas para se tornarem infectantes podendo permanecer no ambiente externo por até 5 anos. Os ovos no solo não são embrionados, isto é, não são aptos para exercer a infecção. Patologia e sintomatologia ● Vivem no intestino ● Ação tóxica/ irritativa dos tecidos, podendo levar a necroses focais. ● Inflamação da mucosa intestinal ● Aumento da motilidade intestinal devido a liberação de toxinas pela larva ● Eosinofilia ● Alteração da permeabilidade celular na mucosa ● A gravidade da doença depende da carga parasitária, mas também da idade, estado nutricional e distribuição de vermes adultos no hospedeiro. ➢ Infecção leve: Menos de 1000 vermes/g/fezes ➢ Infecção moderada: de 1000 a 9999 vermes/g/fezes ➢ Infecção grave: superior a 10000 vermes/g;fezes ● Correlação positiva da intensidade da infecção e gravidade da sintomatologia. ● Na infecção grave é observada diarreia intermitente com presença abundante de muco, sangue, dor abdominal com tenesmo, anemia, desnutrição grave, caracterizada por peso e altura abaixo que o normal. ● Os adultos de Trichuris trichiura em infecções leves ou moderadas: vermes habitam ceco e colo ascendente. ● Casos graves -> prolapso retal Tratamento ● Albendazol, Tinidazol, Annita, Secnidazol. Profilaxia ● Lavar e desinfetar frutas e verduras sem cozimento ● Lavar mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas, brincar com animais, antes de comer ou preparar alimentos. Miíase A miíase pode ocorrer quando há deposição de ovos ou larvas imaturas sobre o corpo do homem e outros mamíferos (vivos ou mortos) ou em aberturas (naturais ou feridas) destes. Alguns fatores que levam a predisposição do seu desenvolvimento: ● Lesões expostas com exsudações e higiene corporal e oral deficientes ● retardo mental, senilidade ● etilismo crônico ● doenças vasculares ● neoplasias ● distúrbios psiquiátricos ● diabetes e imunodepressão Classificação das miíases ● Miíase primária ou obrigatória: causada por larvas biontófagas,ou seja, que se alimentam de tecido vivo. ● Miíase secundária ou facultativa: causada por larvas necrobiontófagas, que depositam seus ovos ou larvas em matéria orgânica em decomposição ou tecidos necrosados. ● Pseudomiíase ou miíase acidental: não tem preferência por desenvolvimento, são acidentalmente deglutidas ou depositadas em cavidades, causando eventuais sintomas inespecíficos, normalmente relacionados à obstrução no trato geniturinário e digestivo. Formas de evolução ● Ovos ● Larvas ● Pupa ● Insetos Larvas ● Estágio da larva pode servir para estimar o tempo em que a parasitose se instalou no paciente ● “Bicheira” -> larvas secretam enzimas proteolíticas que destroem o tecido. Dermatobius hominis ● Mosca berneira: Dermatobia hominis ● Doença: Miíase (Berne) ● Infestação de vertebrados vivos por larvas que se alimentam de tecidos ou líquidos corpóreos. ● CICLO: Fêmeas após fecundação, capturam insetos (vetores) para depositarem seus ovos -> vetor transporta ovos para o hospedeiro -> larva eclode e penetra na pele -> larva madura cai no solo -> pupas no solo. ● A fêmea coloca os ovos na parte abdominal de outros insetos (foréticos) que se alimentam de sangue ou secreções (moscas ou pernilongos). Durante o pouso no hospedeiro, os ovos eclodem e a larva de Dermatobia penetra a pele sã (biontófaga) e evolui, dentro da lesão, até a larva 2. ● Após 6-12 semanas, a larva 3 emerge do hospedeiro e cai no solo onde se transforma em pupa. ● Emergência da mosca adulta após 4-11 semanas, vive poucos dias, copula e realiza postura (5-12 dias) ● O local de infecção fica suscetível a entrada de oportunistas: bactérias ● A infecção normalmente é benigna (inflamação localizada) Tratamento ● Remoção da larva com esparadrapo ou éter ou técnicas cirúrgicas ● Desbridamento cirúrgico em casos de inviabilidade tecidual ● Eventualmente, aplicação de um antibiótico ● Casos de miíase cavitária, na qual a retirada das larvas é dificultada pela sua localização: dose única de Ivermectina -> leva à resolução do quadro após 48 h, com a morte e eliminação das larvas, sem causar toxicidade ao paciente. Cochliomyia sp. ● Popularmente conhecida como Moscas varejeiras: Cochliomyia hominivorax (biontófaga); Cochliomyia macellaria (necrobiontófaga - ovos em tecidos necrosados) ● “Bicheira” ● CICLO: Fêmeas de Cochliomyia hominivorax depositam 200-300 ovos/dia durante 3-4 dias ao redor de um ferimento recente (biontófaga, oviposição somente em seres vivos). 12-24 horas depois as larvas eclodem, fixam-se e nutrem-se de tecidos; durante 6-7 dias há duas ecdises (L1-L3); abandonam o hospedeiro e pupam no solo (6-8 dias); emergem os adultos. Patogenia ● Larvas secretam enzimas proteolíticas ● Ferimento aumenta de tamanho ● Decomposição de material no ferimento ● Miíases secundárias e miíases por necrobiontófagas atraem moscas. ● OBS: Larvas são capazes de penetrar em estruturas ósseas e no encéfalo humano, o que pode levar o hospedeiro a óbito. Tratamento ● Limpar ferimento (com anestesia local) ● Remoção individual das larvas (fluido corporal tóxico) ● Aconselhável: aplicação de um antibiótico de largo espectro ● No caso de miíase cavitária (ingestão de ovos/larvas de uma variedade de moscas): antihelmínticos. Controle ● Zoonose: Tratamento também dos animais ● Manipulação em gado (castrações/descornas) no inverno ● Tratamento do gado com Ivermectina/ Doramectina para diminuir a densidade populacional das moscas Miíases - Ação terapêutica ● Tratamento pode ser vantajoso no caso de resistência a antibióticos ● Utilização larvas necrobiontófagas ● úlceras crônicas: pé diabético, estase venosa (forma de terapia milenar) ● Remoção de tecidos necróticos: secreção de proteases; ingestão do tecido liquefeito. ● Atividade antimicrobiana: S.aureus, Streptococcus sp.
Compartilhar