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Sujeito, ideologia, texto e contexto, sentidos

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Sujeito, ideologia, texto e contexto, 
sentidos 
APRESENTAÇÃO
O objetivo da Análise do Discurso, para Eni Orlandi, é compreender como um texto produz 
sentidos. Para isso, é preciso perceber o entrecruzamento de importantes conceitos, como o de 
sujeito e o de ideologia. Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá que as noções de sujeito, 
ideologia e sentidos são elaboradas teoricamente na Análise de Discurso de modo distinto 
daquele considerado pela Teoria da Enunciação ou pela Linguística Textual. Da mesma forma, 
verá que o texto e o contexto são percebidos de maneira diferente por essas teorias.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer as noções de sujeito, ideologia e sentido nos estudos da Análise de Discurso.•
Identificar as noções de texto e contexto nos estudos da Linguística Textual, da 
Enunciação e da Análise do Discurso.
•
Relacionar as noções de sujeito, ideologia e texto com a produção de sentidos de um 
discurso.
•
DESAFIO
Um texto nem sempre conta com linguagem verbal, uma imagem pode ser interpretada como 
um texto não verbal e ser cheia de possibilidades de sentido. Tendo isso em mente, veja a 
imagem a seguir.
Francisco
Realce
 
Você deve realizar uma breve análise deste texto, observando os elementos externos a que ele 
faz referência e buscando compreender como se dá a construção do humor nesse texto.
INFOGRÁFICO
A noção de texto pode ser definida diferentemente, dependendo da abordagem teórica pela qual 
a olhamos. Da mesma forma, a noção de contexto é entendida de maneiras diferentes nas 
diversas teorias que a estudam. Assim, neste infográfico você vai compreender como a noção de 
texto e contexto é percebida em três diferentes teorias: a Linguística Textual, a Teoria da 
Enunciação e a Análise do Discurso.
CONTEÚDO DO LIVRO
Você verá que as noções de sujeito, ideologia e sentido são elaboradas teoricamente na Análise 
de Discurso, de modo distinto daquele considerado pela Teoria da Enunciação ou pela 
Linguística Textual. Da mesma forma, verá que o texto e o contexto são percebidos de maneira 
diferente por essas teorias.
Assim, após a leitura do capítulo Sujeito, Ideologia, Texto e Contexto, Sentidos, do livro 
Linguística Avançada, será possível compreender como um texto produz sentidos, qual é a 
relação de um texto com o discurso, com a ideologia e o sujeito pelo viés da Análise do 
Discurso em contraponto a outras teorias dos estudos da linguagem.
Boa leitura.
LINGUÍSTICA 
AVANÇADA
Debbie Mello Noble
Priscilla Rodrigues Simões
Laís Virgínia Alves Medeiros
Sujeito, ideologia, texto 
e contexto, sentidos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Compreender as noções de sujeito, ideologia e sentido nos estudos 
da análise de discurso.
  Identi� car as noções de texto e contexto nos estudos da linguística 
textual, da enunciação e da análise do discurso.
  Relacionar as noções de sujeito, ideologia e texto com a produção 
de sentidos de um discurso.
Introdução
Neste texto, você irá ver como as noções de sujeito, ideologia e sentido 
são elaboradas teoricamente na análise de discurso de modo distinto 
daquele considerado pela teoria da enunciação ou pela linguística tex-
tual. Da mesma forma, verá que o texto e o contexto são percebidos de 
maneira diferente por essas teorias.
Ideologia, sujeito e sentidos
A discussão a respeito da noção de ideologia em análise de discurso (AD) se 
dá a partir da noção de interpelação do sujeito – pelo sujeito da ciência, pelo 
sujeito da religião e pelo sujeito do estado –, formulada por Althusser na obra 
Aparelhos Ideológicos de Estado, originalmente publicada em 1970. Nessa 
obra, o autor diz que “[...] a ideologia interpela os indivíduos em sujeitos [...]”, 
pois “[...] só há ideologia pelo sujeito e para os sujeitos [...]” (ALTHUSSER, 
1992, p. 93). 
Essa interpelação ocorre de forma inconsciente, por mecanismos que 
fazem parte da organização social, os aparelhos ideológicos de estado, os 
quais produzem um conjunto de valores e crenças ao qual todos os sujeitos 
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deveriam se submeter. Essa seria a realidade empírica, a vida real de todos nós, 
na qual estão incluídos nossos deveres e direitos de cidadãos. Dessa forma, 
todas as ações que julgamos ter origem em nossa força de vontade seriam, na 
verdade, imposições das representações ideológicas. 
A ideologia “[...] é uma ‘representação’ da relação imaginária dos indivíduos 
com suas condições reais de existência [...]” (ALTHUSSER, 1992, p. 85) e não 
uma escolha individual. Essa noção de ideologia concebe a realidade empírica 
como uma relação reflexiva de representações, ou seja, a realidade é uma 
“ilusão” criada por nós a partir de nosso lugar social. Toda a prática social 
ocorre por meio de e sob uma ideologia; e não há ideologia senão através do 
sujeito e para o sujeito, visto que todo o sujeito é interpelado pela ideologia.
Althusser diz que a interpelação é o processo de submissão do sujeito à 
ordem sócio histórica na qual ele se encontra e que é vasta de perspectivas 
ideológicas, que mantêm entre si relações de consenso, dissenso, intertextu-
alidade, interdiscursividade e atuam no processo de constituição dos sujeitos 
e dos sentidos. Situa-se a noção de sujeito juntamente com a de sentido, pois 
esses dois elementos se produzem como efeitos na teoria do discurso, pois são 
produzidos como efeitos ideológicos. Conforme o autor, todas as evidências 
que fazem uma palavra designar uma coisa ou possuir um significado, sob a 
ilusão de transparência e da literalidade, tratam-se de um efeito ideológico: 
“[...] a evidência de que vocês e eu somos sujeitos – e até aí não há problema – é 
um efeito ideológico, o efeito ideológico elementar.” (ALTHUSSER, 1992, p. 
94). As relações constituídas em uma sociedade não são arbitrárias, há sempre 
uma filiação a determinada perspectiva ideológica que regula não só o que se 
faz em determinada sociedade, mas também como se faz para estar inserido 
no lugar social “adequado” em relação ao modelo dominante. 
O funcionamento da ideologia se dá pela criação da ilusão de verdade dos 
fatos, impedindo a percepção das assimetrias entre o discurso e os efeitos de 
sentido sobre ele produzidos. Sobre a noção de formação ideológica, Pêcheux 
(1988) diz que é constituída por um complexo de atitudes e representações que 
se organiza a partir de inúmeras formações discursivas (FD), que mantêm 
entre si relações diversas de antagonismo, aliança e, até mesmo, dominação. 
A partir da noção de ideologia, Pêcheux formula a formação discursiva, 
a fim de dar conta da repartição e organização dos discursos com relação à 
instância ideológica. Assim, as formações discursivas representam diferentes 
formas de relação do sujeito com as formações ideológicas (FI) que atuam 
no contexto histórico-social, regulando o que pode ou não ser dito a partir 
de uma conjuntura determinada. O ponto essencial da noção de formação 
discursiva, de acordo com Pêcheux, é que ela não atua somente na natureza 
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dos termos empregados, mas, sobretudo, na forma sintática da combinação 
desses termos, por exemplo, o valor das conjunções, advérbios e adjetivos e 
suas funções diversas nos enunciados em que aparecem. O autor, então, con-
cebe duas noções distintas para pensar o discursivo: a formaçãoideológica e 
a formação discursiva , sendo que a principal distinção entre elas é o fato de 
que podemos ter várias FDs representando uma formação ideológica. Podemos 
também dizer que a noção de FI rompe com a possibilidade de existência de 
um sentido literal, dado a priori, às palavras, aos enunciados, ou a um texto 
(em sua forma verbal e não verbal), pois o sentido produzido sempre será 
determinado a partir da ideologia que interpela o sujeito interpretante. 
A interpelação ideológica atravessa a constituição do sujeito e do sentido. As 
tomadas de posição do sujeito se fazem de acordo com sua inserção em determinada 
formação ideológica, via formação discursiva, assim, seu discurso estará sempre 
partindo de algum viés da ideologia que o interpela. Pêcheux diz que a ideologia 
fornece as evidências de sentido único, que mascaram “[...] o caráter material do 
sentido das palavras e dos enunciados [...]” (PÊCHEUX, 1988, p. 160), fazendo o 
sujeito não perceber esse processo. Certos sentidos constituídos de acordo com 
determinada interpelação/identificação podem ser questionados e um sentido pode 
tornar-se outro. Segundo Pêcheux (1988, p. 160): “[...] as palavras, expressões [...] 
mudam de sentido segundo as posições sustentadas por aqueles que as empregam 
[...]”, posições estas que devem ser entendidas como lugares determinados na 
estrutura social. Esse processo representa a fragmentação e a dispersão do sentido 
que impede sua estabilização. O sentido, portanto, pode ser analisado a partir dos 
processos que o constituem e, também, daqueles que o deslocam. 
Por ser social, o sujeito está inserido em uma ordem histórica e com ela se relaciona, 
seja por meio da identificação, pela contraidentificação ou através da desidentificação 
diante dessa ordem. Portanto, não temos um sujeito intencional que decide sobre 
seus atos de forma livre e individual, nesta teoria, mas um sujeito constituído no corpo 
social, que age de acordo com a ideologia que o determina e o constitui. Apesar de ser 
determinado, entretanto, o sujeito também pode transformar, pode construir sentidos 
a partir daqueles que lhe são dados a priori pela interpretação.
Pêcheux (1988, p. 173) diz que o sujeito é afetado por dois tipos de esque-
cimento. O esquecimento nº 1 – “[...] o sujeito-falante não pode, por definição, 
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se encontrar no exterior da formação discursiva que o domina [...]” – se dá ao 
nível inconsciente quando o sujeito aceita determinada sequência linguística 
e recusa outra, a fim de produzir determinados sentidos aceitáveis pela forma-
-sujeito que regula os dizeres possíveis no interior de uma formação discursiva. 
No entanto, ele acredita que seu enunciado é a única forma clara e evidente 
de dizer o que deseja, desse modo, o funcionamento desse esquecimento 
no discurso ocorre ao nível da constituição, ou seja, do interdiscurso, no 
momento em que o sujeito seleciona as palavras, as expressões, o tom a ser 
usado, a fim de que seu discurso atinja o objetivo desejado (pedir, questionar, 
afirmar, ordenar, arguir, ironizar) ao menos em seu imaginário. 
O esquecimento nº 2 é, segundo Pêcheux (1988, p. 173), aquele “[...] pelo qual 
todo sujeito-falante ‘seleciona’ no interior da formação discursiva que o domina 
[...] um enunciado, forma ou sequência, e não outro, que, no entanto, está no 
campo daquilo que poderia reformulá-lo na formação discursiva considerada.”. 
Essa modalidade de esquecimento se caracteriza pela seleção daquilo 
que o sujeito “quer dizer” e do que “não quer dizer”. O funcionamento desse 
esquecimento se dá em nível pré-consciente, oferecendo ao sujeito a ilusão 
de que seu discurso reflete o conhecimento objetivo que ele tem da realidade, 
ou seja, de que é senhor de sua palavra, origem e fonte de sentido. O segundo 
esquecimento opera ao nível da formulação, ou seja, do intradiscurso, quando 
o dizer é materializado em linguagem e, por isso, pode ser analisado a partir 
da sua organização sintática, pois ela é um dos dispositivos materiais que 
funcionam como lugar de observação das marcas dos processos conscientes 
e inconscientes do sujeito do discurso. 
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Sobre o viés etimológico do termo sujeito
O termo “sujeito” conduz-nos à ambiguidade na teoria do discurso, pois recebe tanto o 
sentido de livre e responsável como o passivo e submisso às determinações da ideologia 
e do inconsciente. O que leva os analistas a questionarem, como faz Haroche (1992, p. 
178) “[...] esta ‘ficção’ de liberdade e de vontade do sujeito: o indivíduo é determinado, 
mas, para agir, ele deve ter a ilusão de ser livre mesmo quando se submete [...]”. Sob 
essa mesma ilusão, os sujeitos consideram-se livres para exercer sua vontade, mesmo 
quando sua filiação à determinada perspectiva ideológica está marcada nos discursos 
que ele produz. 
Segundo Haroche (1992, p. 158): “[...] o sentido primeiro de “sujeito” (surgido no século 
XII) significa: ‘submetido à autoridade soberana’”. Sujeição aparece igualmente na mesma 
época; no século XV, são derivadas as palavras “assujeitar” e depois “assujeitamento”. Bloch 
e Wartburg nos revelam também que o termo “sujeito”, significando no início “que é 
subordinado”, toma, a partir do século XVI, o sentido de “matéria, causa, motivo” e, enfim, 
de “pessoa que é motivo de algo, pessoa considerada em suas aptidões.”.
Texto e contexto
Breve percurso pela noção de texto
Quando se fala em texto, há uma difi culdade em defi ni-lo, o que, no entender 
de Eduardo Guimarães (1995) advém de uma impossibilidade na evidência 
de seu signifi cado. Isso se explica, para Indursky (2010), em razão de um 
pré-construído que circula sobre o texto, de que todo mundo sabe o que ele é. 
Assim, é necessário realizar uma volta ao tempo para compreender como 
o texto era entendido e realizar um percurso sobre essa noção tão importante 
para os estudos linguísticos. 
Indursky (2010) chama a atenção para o fato de o texto ser tomado como 
central nos estudos da linguagem na Antiguidade, destacando os trabalhos 
de Quintiliano e outros, que abordavam a arte de bem falar e bem escrever, 
que passava pela abordagem do texto. 
No entanto, ao longo da história dos estudos linguísticos, o estudo do texto 
foi declinando, em detrimento do estudo das línguas neolatinas, bem como do 
surgimento das novas gramáticas, que tinham por objetivo estabelecer novas 
línguas, fixando regras para elas. 
O foco passa a ser a fixação das regras gramaticais, ignorando o texto como 
uma unidade e passando a percebê-lo como encadeamento de um conjunto de 
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frases e períodos, o que levou à percepção do texto como um objeto empírico, 
o qual não precisa ser teorizado, uma vez que “todo mundo sabe o que é”.
A partir dos estudos de Noam Chomsky, a frase passa a ser o centro dos 
estudos linguísticos, considerando o elemento frasal como seu contexto. Indur-
sky aponta para um distanciamento da prática e do uso da língua, fixando-se 
os estudos no sistema linguístico.
Somente a partir de Hjelmslev, nos anos de 1940, há o surgimento do texto 
como um novo objeto de estudo. O autor entende que é necessário umestudo 
da linguagem no qual esteja inserido o texto, de qualquer língua, em qualquer 
momento. Ele olha para o texto ainda como algo inserido nos estudos da língua, 
como uma extensão, mas abandona o olhar do senso comum.
Nos anos de 1950 e 1960, Indursky (2010, p. 43) ressalta o surgimento de 
uma dupla inquietação: 
1. Como pensar, teoricamente, o que está além da frase?
2. Um texto é uma simples soma de frases? 
Essas inquietações deram espaço a novas formas de estudo, pois enquanto 
alguns linguistas preocupavam-se com algo próximo a uma sintaxe do texto, 
outros se questionavam acerca da significação, do contexto situacional e do 
sujeito falante. Assim, a autora aponta para o nascimento de dois diferentes 
objetos: o texto e o discurso e, com eles, várias perspectivas teóricas.
A primeira delas é a linguística textual, a qual surgiu com uma fase 
denominada transfrástica, ou seja, buscava entender as regularidades que 
transcendiam as frases, sem abandoná-las. Assim, texto era uma sequência 
coerente de frases. 
A linguística textual se dedica ao estudo do texto, unidade formal re-
sultante de uma manifestação oral ou escrita produzida por um locutor em 
um contexto. O produtor de um texto é um sujeito da intenção, aquele que 
tem o poder de usar a língua para dizer o que deseja. Ao interlocutor basta, 
então, seguir as pistas dos elementos linguísticos sintagmatizados para 
compreender o sentido que o texto tem, ou seja, aquele mesmo que o seu 
autor desejou transmitir. 
Você verá que a análise de textos, nessa teoria, está relacionada à remissão 
de itens linguísticos ao seu contexto imediato, seja no âmbito de um texto 
ou no da intertextualidade. Aquilo que foge à relação intralinguística, no 
processo de produção dos sentidos, é designado formalmente como um 
mecanismo determinado pela própria língua: metáfora, hipérbole, antítese, 
paradoxo, eufemismo, ironia, entre outras “figuras de linguagem” que con-
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tribuem para a interpretação de um texto, embora a tentativa de contenção 
da polissemia se mostre, muitas vezes, ineficiente para o processo de in-
terpretação textual.
Posteriormente, passou-se a buscar uma gramática do texto, ou seja, o 
entendimento do texto por meio de sua descrição e de sua totalidade. Nesse 
momento, ocorre uma transferência dos conhecimentos adquiridos sobre a 
frase para o âmbito do texto. 
A linguística textual, atualmente, caracteriza-se pelo processamento 
do texto, percebendo que “[...] não há como dar conta de uma estrutura 
profunda do texto, que esteja na base de todo e qualquer texto [...]” (IN-
DURSKY, 2010, p. 45). Assim, passam a considerar em seus estudos o 
contexto pragmático, pelo qual fariam associações para ampliar a com-
preensão do texto. 
Freda Indursky (2010, p. 52) ressalta que a grande contribuição da linguística textual 
é a ultrapassagem das fronteiras do estudo da frase e de ter constituído um novo 
objeto de análise, o texto.
Texto e contexto na enunciação
A partir da teoria da enunciação, o texto pode ser visto como equivalente ao 
enunciado. A teoria da enunciação afasta-se da noção de língua, enquanto 
somente um sistema, e passa a considerar também, segundo Indursky, as 
relações externas a esse sistema.
Assim, a frase dá lugar ao estudo da enunciação, conforme aponta Indursky 
(2010), considerando elementos externos, como o locutor (aquele que fala) e o 
interlocutor (aquele a quem se dirige), além do tempo e do espaço da enunciação. 
Dessa maneira, o contexto, na teoria da enunciação, seria o aqui, o agora, 
o enunciador e o enunciatário da situação de enunciação. O texto, por sua vez, 
ultrapassa seus limites internos, passando a exterioridade a ser considerada 
parte integrante dele. 
Eduardo Guimarães (1995) propõe que o texto seja considerado como uma 
operação enunciativa, propondo que os elementos coesivos sejam relacionados 
à exterioridade do texto, submetendo-o à interpretação. 
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Para Guimarães, as relações internas têm tanta importância quanto as relações externas. 
Isso difere o entendimento da teoria da enunciação daquele proposto pela linguística 
textual, que considerava o contexto como apartado do texto, apenas como um apoio 
na compreensão dos sentidos. Dessa forma, você pode compreender que um texto 
não tem sentido, no ponto de vista da enunciação, se for considerado fora de seu 
contexto e de sua situação de enunciação.
Assim, é possível afirmar que, para a teoria da enunciação, “[...] é possível 
pensar o texto como uma rede de relações semântico-textuais que espera por 
interpretação [...]” (INDURSKY, 2010, p. 56).
Texto, ideologia, sujeito e produção de sentidos
Texto e discurso
O texto, como objeto empírico, possui começo, meio e fi m, mas do ponto de 
vista da AD, pode ser tomado como um objeto linguístico-histórico, uma 
unidade que se estabelece pela historicidade enquanto unidade de sentido 
(ORLANDI, 2010).
Assim, ele será, como o discurso, incompleto. Também não será visto 
como uma unidade fechada, mas como unidade de análise, podendo ser con-
siderado uma unidade inteira. Ele estabelece relação com outros textos, com 
as condições de sua produção, com sua exterioridade, que lhe é constitutiva.
O texto não coincide com o discurso, ele é a materialidade pela qual é 
possível ter acesso ao discurso.
Você pode perceber que esse modo de compreender o texto difere das outras 
teorias que você viu anteriormente (linguística textual e enunciação). Com a 
noção de contexto, isso também ocorre. A AD entende que o contexto não é 
algo exterior ao texto, mas sim algo que coincide com ele, está imbricado nele. 
Por essa razão, dizemos que a exterioridade é constitutiva em AD.
Orlandi (1996, p. 56) afirma que o “[...] objetivo da AD é compreender como 
um texto funciona, como ele produz sentidos, sendo ele concebido enquanto 
objeto linguístico-histórico [...]”. A autora estabelece uma diferenciação entre a 
história em um texto e a historicidade, como você pode observar no Quadro 1.
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 Fonte: Adaptado de Orlandi (1996). 
História Historicidade
Cronologia Temporalidade interna ao texto
Evolução
Exterior Relação com o externo que 
é próprio ao texto
Complementar Constitutiva
Contexto Materialidade histórica 
Acontecimento
 Quadro 1. Diferenciação entre a história em um texto e a historicidade. 
A historicidade do texto é o modo de produção de sentidos do texto, uma 
vez que a história provê a linguagem de sentidos.
Para compreender um texto, do ponto de vista discursivo, é preciso rela-
cionar os diferentes processos de significação que acontecem no texto, que 
são função da historicidade (da história, do sujeito e dos sentidos do texto 
enquanto discurso). 
Nesse sentido, Orlandi (1996) afirma que o ponto de partidade análise de 
um texto deve ser sempre o postulado de que o sentido sempre pode ser outro 
e o sujeito não tem o controle daquilo que diz. 
O texto é entendido como unidade que dá acesso ao discurso: ele é o lugar da 
relação com a representação física da linguagem, é o material bruto de análise.
Apresenta também a seguinte proposta de análise:
  Remeter o texto ao discurso.
  Esclarecer as relações dele com as FD, pensando em suas relações 
com a ideologia. 
Assim, na perspectiva discursiva, “[...] o texto é lugar de jogo dos sen-
tidos, de trabalho da linguagem, de funcionamento da discursividade [...]” 
(ORLANDI, 1996, p. 61), como você verá a seguir.
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Produção de sentidos
Como você viu anteriormente, o sentido de um texto se estabelece pelas condi-
ções de sua produção e pela sua exterioridade constitutiva. Indursky (2010, p. 
70) ressalta que o sentido não pertence ao texto nem ao sujeito que o produziu, 
sendo “[...] resultado da relação entre os sujeitos históricos envolvidos em sua 
produção/interpretação [...]”.
As relações de um texto com outros textos possíveis é denominada, na 
análise do discurso, de interdiscurso, pois, para Indursky (2010), um texto 
é remetido a redes de formulações discursivas em que há a perda da origem 
do texto, ou seja, não se sabe mais onde ou quem é a origem de determinado 
discurso. O discurso, nesse sentido, está disperso em diversos textos, sendo 
relacionado ora com uma, ora com outra formação discursiva, que depende 
da filiação de um sujeito.
Assim, o interdiscurso será o lugar dos múltiplos sentidos, de onde o sujeito 
“seleciona” (mas não de modo consciente) alguns dizeres e esquece outros, 
tomando, portanto, posição em relação às possibilidades de sentido. 
Esse movimento é determinado ideologicamente, como você viu anterior-
mente. Para Orlandi (2007, p. 12), é na injunção do sujeito a “dar sentido” e a 
significar-se que este se submete à língua, por isso, a questão do sujeito está 
tão imbricada a dos efeitos de sentido. Assim, dizer que o sujeito é assujeitado, 
significa que a ideologia interpela o indivíduo em sujeito, fazendo com que ele 
se submeta à língua, significando-a e significando-se por meio do simbólico 
na história (ORLANDI, 2012). 
Podemos afirmar que o sujeito é, além de interpelado pela ideologia, atra-
vessado pelo inconsciente, pois “[...] assujeitamento e inconsciente são marcas 
decisivas na configuração do que se vai entender por sujeito [...]”, conforme 
afirma Ferreira (2007, p. 1). Dessa forma, o sujeito ganha uma posição inter-
valar entre a linguagem, a ideologia e a psicanálise (FERREIRA, 2007), que 
são as bases da teoria do discurso, conforme é possível perceber na Figura 1.
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Figura 1. Posição do sujeito.
Fonte: Noble (2016, p. 45).
A relação entre sujeito e sentidos pode ser mais bem 
visualizada no debate sobre linguagem inclusiva na 
dissertação de Medeiros (2016), em que é possível 
perceber que o sujeito pode (ou não) ser represen-
tado pela língua, podendo o sujeito (ou não) alterar 
a língua para que esta o represente. A autora apre-
senta uma análise de discursos a respeito de língua 
e gênero, a partir de textos institucionais e debates 
on-line sobre o tema. Acesse a dissertação pelo link 
ou código a seguir.
https://goo.gl/bQvhEV
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ALTHUSSER, L. Aparelhos ideológicos de estado. Rio de Janeiro: Graal, 1992.
FERREIRA, M.C. L. A trama enfática do sujeito. In: INDURSKY, F.; FERREIRA, M. C. L. 
(Org.). Análise do discurso no Brasil: mapeando conceitos, confrontando limites. São 
Carlos: Claraluz, 2007.
GUIMARÃES, E. Texto e enunciação. Organon, Porto Alegre, v. 9, n. 23, p. 63-67, 1995.
HAROCHE, C. Análise crítica dos fundamentos da forma sujeito (de direito). In: HARO-
CHE, C. Fazer dizer, querer dizer. São Paulo: Hucitec, 1992. 
INDURSKY, F. O texto nos estudos da linguagem: especificidades e limites. In: ORLANDI, 
E. P.; LAGAZZI-RODRIGUES, S. M. (Org.). Introdução às ciências da linguagem: discurso 
e textualidade. 2. ed. Campinas: Pontes, 2010. p. 33-80.
MEDEIROS, L. V. A. Essa língua não me representa: discursos sobre língua e gênero. 2016. 
105 f. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem)–Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/
handle/10183/149540>. Acesso em: 12 set. 2017.
NOBLE, D. M. “Quem mexeu no meu texto?”: língua, poder e autoria nos dizeres sobre 
o revisor de textos da publicidade. 2016. 123 f. Dissertação (Mestrado em Estudos 
Linguísticos)– Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016. Dispo-
nível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/149534>. Acesso em: 11 set. 2017.
ORLANDI, E. P. Análise do discurso. In: ORLANDI, E. P.; LAGAZZI-RODRIGUES, S. M. 
(Org.). Introdução às ciências da linguagem: discurso e textualidade. 2. ed. Campinas: 
Pontes, 2010. 
ORLANDI, E. P. Discurso e texto: formulação e circulação dos sentidos. 4. ed. Campinas: 
Pontes, 2012.
ORLANDI, E. P. O sujeito discursivo contemporâneo: um exemplo. In: INDURSKY, F.; 
FERREIRA, M. C. L. (Org.). Análise do discurso no Brasil: mapeando conceitos, confron-
tando limites. São Carlos: Claraluz, 2007. p. 11-20. 
ORLANDI, E. P. Texto e discurso. In: ORLANDI, E. P. Interpretação: autoria, leitura e efeitos 
do trabalho simbólico. Petrópolis: Vozes, 1996.
PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio (1975). Campinas: 
UNICAMP, 1988.
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DICA DO PROFESSOR
Você já ouviu falar em Discurso da Escritoralidade? Nesta Dica do Professor, você conhecerá 
uma nova maneira de compreender os processos de produção de sentido entre o Discurso da 
Escrita e o Discurso da Oralidade.
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EXERCÍCIOS
1) Sobre os conceitos de ideologia, sujeito e sentidos, assinale a alternativa CORRETA:
A) A produção de sentidos é arbitrária: o sujeito decide o sentido de um discurso.
B) Sujeito e sentido são determinados ideologicamente.
C) A ideologia é uma escolha individual, ou seja, cada indivíduo escolhe qual ideologia irá 
aderir.
D) O sujeito não pode ser relacionado aos sentidos de um discurso, pois nunca escolhe o que 
vai dizer.
E) A formação discursiva apenas se relaciona com a noção de sujeito, não tendo relação com 
a ideologia e com a produção de sentidos de um discurso.
Leia atentamente o texto abaixo: “SÍTIO – Vendo. Barbada. Ótima localização. Água 
à vontade. Árvores frutíferas. Caça abundante. Um paraíso. Antigos ocupantes 
despejados por questões morais. Ideal para casal de mais idade. Negócio de Pai para 
filhos. Tratar com Deus.” A partir dos elementos linguísticos deste classificado, é 
possível interpretar que existe uma relação presente que contribui para a construção 
de sentidos desse texto. 
2) 
 
Sobre isso, assinale a alternativa que explica corretamente essa relação:
A) A linguística textual propõe que o sentido do texto se dá ideologicamente, o que pode ser 
observado no trecho "tratar com Deus", que demonstra a produção do texto por um sujeito 
religioso.
B) O texto traz elementos intertextuais, que remetem ao episódio bíblico em que Adão e Eva 
foram expulsos do Paraísopor provarem do fruto proibido.
C) A relação que explica a produção de sentidos nesse texto é a incompletude do texto, 
presente nas frases curtas, conforme propõe a linguística textual.
D) Ao final do classificado temos “Tratar com Deus”, que define QUEM seria o anunciante 
desse classificado, ou seja, o enunciador, importante recurso externo proposto pela 
linguística textual.
E) A relação observada é com o contexto, ou seja, os elementos do texto que apontam para o 
local onde o anúncio foi produzido, como em SÍTIO, dando a entender que se trata de um 
local rural.
3) Assinale a alternativa CORRETA em relação às teorias do texto:
A) Hjmeslev propõe que os elementos coesivos sejam relacionados à exterioridade do texto, 
submetendo-o à interpretação.
B) Pela proposta da Análise do Discurso, entende-se que o produtor de um texto é um sujeito 
da intenção, aquele que tem o poder de usar a língua para dizer o que deseja.
C) A Análise do Discurso entende que o contexto não é algo exterior ao texto, mas sim algo 
que coincide com este, está imbricado nele.
D) A partir dos estudos de Noam Chomsky, o texto ganha papel central nos estudos da 
linguagem.
E) A enunciação propõe que é necessário um estudo da linguagem no qual esteja inserido o 
texto.
4) Assinale a alternativa CORRETA em relação às propostas da Teoria da Enunciação:
A) Na Teoria da Enunciação, o texto “é uma ‘representação’ da relação imaginária dos 
indivíduos com suas condições reais de existência”.
B) Para a Teoria da Enunciação, o texto ultrapassa seus limites internos, passando a 
exterioridade a ser considerada parte integrante dele.
C) As relações externas, na Teoria da Enunciação, não têm tanta importância quanto a 
observação das relações internas de um texto.
D) Na Teoria da Enunciação, a frase é considerada a base dos estudos.
E) A Teoria da Enunciação caracteriza-se pelo processamento do texto, percebendo que não 
há como dar conta de uma estrutura profunda do texto.
5) Acerca das propostas da Análise do Discurso (AD), assinale a alternativa 
CORRETA:
A) Para a AD, o discurso dá acesso aos sentidos de um texto.
B) Para compreender um texto, do ponto de vista discursivo, é preciso ter conhecimento do 
sujeito que o produziu.
C) A relação do texto com a história, na AD, é uma relação de cronologia e evolução.
D) As relações de um texto com outros textos possíveis é denominada, na AD, de 
interdiscurso.
E) Para a AD, o aqui, o agora, o enunciador e o enunciatário são as condições de produção de 
um texto.
NA PRÁTICA
O sentido de um texto se estabelece pelas condições de sua produção e pela sua exterioridade 
constitutiva. Indursky (2010, p. 70) ressalta que o sentido não pertence nem ao texto nem ao 
sujeito que o produziu, sendo “resultado da relação entre os sujeitos históricos envolvidos em 
sua produção/interpretação”.
As relações de um texto com outros textos possíveis é denominada, na Análise do Discurso, de 
interdiscurso, pois um texto é remetido a redes de formulações discursivas. O discurso, nesse 
sentido, está disperso em diversos textos, sendo relacionado ora com uma, ora com outra 
formação discursiva, que depende da filiação de um sujeito.
Assim, para melhor entendimento dessas noções, será analisado o artigo Identidade sem papel, 
onde é preciso destacar as condições de produção do texto, para, então, compreender o processo 
de produção de sentido.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
O texto de Ercília Cazarin, Gestos interpretativos na configuração metodológica de uma 
FD, apresenta a configuração metodológica de uma FD de forma prática.
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Leia a dissertação de mestrado, Essa língua não me representa: discursos sobre língua e 
gênero, de Laís Medeiros, onde é abordada a relação entre língua e gênero.
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Elementos epistemológicos e metodológicos da Análise Sociológica do Discurso: abrindo 
possibilidades para os estudos organizacionais
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Especificidade de uma disciplina de interpretação (a análise do discurso no Brasil): alguns 
apontamentos
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