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Mielomeningocele O que é? ↝ Herniação de medula, raízes nervosas, meninges e líquor. Região ↝ Pode ocorrer da região cervical até a sacral. Sendo mais comum na região lombossacral. Comprometimento motor ↝ Paralisia flácida (Hipotonia) - MMII enfraquecidos; ↝ Atrofia muscular; ↝ Ausência de força; ↝ Diminuição ou abolição dos reflexos tendíneos (Hiporreflexia ou arreflexia). Prognóstico ↝ O prognóstico vai se basear no nível da lesão neurológica. ↝ Geralmente, inicia a marcha 2 anos depois de uma criança típica; ↝ A maturação da marcha é aos 4 anos de idade; ↝ Se até aos 6 anos não ficar em pé de forma independente, a deambulação se torna improvável. Alterações sensitivas ↝ Diminuição (Hipoestesia) ou abolição da sensibilidade exteroceptiva (dor, tato e temperatura) e proprioceptiva (noção da posição do corpo no espaço). ↝ Pode ocorrer alterações sensitivas abaixo do nível da lesão. Isso implica em comprometimento neurológico, urológico e ortopédico. Níveis da lesão neurológica ↝ Torácica: · Sem a movimentação dos MMII; · Quando criança - deambulação feita com órtese reciprocação e muletas; · Adulto - uso de cadeira de rodas. ↝ Lombar alta: · Iliopsoas, adutores e quadríceps preservados; · Necessário uso de órtese longa para deambulação; · 50% continuam deambulando após a adolescência. ↝ Lombar baixo: · Iliopsoas, adutores, quadríceps, flexores mediais do joelho, tibial anterior e/ou glúteos médios preservados; · Prognóstico de marcha bom; · Maioria faz uso de órtese suropodálica e muletas canadenses. ↝ Sacral: · Todos músculos citados acima preservados e possui flexão plantar e/ou extensão de quadril. · A maioria atinge a deambulação comunitária. Complicações Neurológicas ↝ Bolsa exposta com a medula e raízes nervosas ↝ Hidrocefalia (90%) · Processo patológico que interfere na produção, circulação e absorção do líquor. · É o aumento da quantidade e da pressão do líquor, levando a dilatação dos ventrículos e compressão do tecido nervoso (quase sempre necessita de cirurgia). · Tipos de hidrocefalia: · HIDROCEFALIA COMUNICANTE (não obstrutiva): O líquor circula livremente, aumento na produção ou deficiência na absorção. · HIDROCEFALIA NÃO COMUNICANTE (obstrutiva): há um bloqueio no sistema ventricular, impedindo a circulação do líquor. (Mais comum: estreitamento do Aqueduto de Sylvius - liga o 3° ao 4° ventrículo). ↝ Síndrome de Arnold Chiari (principal causa para a hidrocefalia) · Malformações que há herniação de estruturas cerebelares envolvendo ou não o tronco encefálico. Subdivididos em 5 tipos: Tipo 0: alterações da dinâmica do LCR (líquido cefalorraquidiano) no nível do forame magno. Tipo I: protrusão caudal nas tonsilas cerebelares maior que 5mm, por debaixo do forame magno. Tipo II: herniação caudal por meio do forame magno do vermis cerebelar, porção inferior do tronco cerebral e quadro vermis. Comprime o 4° ventrículo - hidrocefalia. (mais comum na mielomeningocele) Tipo III: encefalocele occipital com parte das anomalias associadas a chiari do tipo II. Tipo IV: hipoplasia grave (cerebelo menor do que o normal) ou aplasia de cerebelo, associadas à fossa posterior com pequeno tamanho. ↝ Síndrome de medula presa · O filo terminal pode permanecer fixado na dura-máter, no nível L5 ou S1 (ao invés do L1), e com isso a medula é estirada durante a fase de crescimento da criança. 10 a 30% das crianças desenvolvem após a reparação de uma mielomeningocele. · Ocasiona: escoliose, alterações na marcha, alterações miccionais e espasticidade. ↝ Siringomielia · Uma desordem progressiva, onde ocasiona uma formação de cavidade líquida (siringe) dentro da medula espinal. Mais comum quando a lesão ocorre a nível cervical e torácica alta. · 75 a 85% em Chiari do tipo I; · Os sinais irão depender da região da medula que é formada a cavidade líquida: Corno anterior: sinais de NMI Corno lateral: sinais de NMS - trato corticoespinhal lateral - espasticidade, hiperreflexia e sinal de babinsk. Corno posterior: sinais de ataxia dos MMII. Deformidades ortopédicas ↝ Em todos casos - há contratura no quadril e joelho e deformidades nos pés. ↝ A nível da lesão: · Torácica: escoliose e cifose; · Lombar: luxação de quadril; · Sacral e lombar baixa: úlceras de pressão. Complicações urológicas ↝ Na ponte existem centros responsáveis pela micção e por inibir a micção. ↝ Nervos simpáticos (T1 e L2): libera a noradrenalina que facilita o enchimento e estimula a contração do esfíncter (segurar urina); ↝ Nervos parassimpáticos (S2 a S4): libera a acetilcolina que facilita o esvaziamento vesical e contrai o músculo detrusor (solta a urina). · BEXIGA NEUROGÊNICA REFLEXA: Lesão do NMS - sem sensação e sem condição de iniciar a micção ou de inibir. (perda de urina incontrolável). · BEXIGA NEUROGÊNICA AUTÔNOMA: Lesão do NMI - incapaz de contrair o detrusor (retenção de urina), e com isso não percebe o enchimento e perde a urina através de gotejamento contínuo.