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Resumo Direito Civil - Aula 06 (04.05.2011)

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Civil – Prof. André Roberto 
Data: 04/05/11 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 
www.enfasepraetorium.com.br 
 
 
Assuntos tratados: 
 
1º Horário. 
 Bens / Bens considerados em si mesmos / Bens Móveis e Imóveis / Bens 
Imóveis por Natureza / Bens Imóveis por Acessão / Acessão Física / Acessão vs. 
Benfeitoria / Acessão Inversa / Acessão Natural / Acessão Intelectual vs. 
Pertença / Bens Imóveis por Definição Legal 
 
2º Horário. 
 Bens Móveis / Navios e Aeronaves / Veículos Automotores Terrestres / Bens 
Fungíveis ou Infungíveis / Bens Consumíveis ou Não Consumíveis / Bens 
Divisíveis e Indivisíveis / Bens Singulares e Universais / Estabelecimento / Bens 
de Família / Tipos de Bens de Família / Bem de Família Legal / Bem de Família 
Convencional 
 
1º Horário 
 
BENS 
 
O CC/02 disciplina a matéria nos arts. 79 a 103. 
 
1. Bens considerados em si mesmos 
O CC/16 ora usava o termo coisa, ora usava o termo bens, sem que se pudesse 
identificar qual seria o gênero e qual a espécie. Existe uma discussão sobre as 
expressões, que, embora já tenha sido mais intensa no CC/16, ainda se encontra 
presente nos dias atuais. 
O CC/02, ao se referir genericamente ao objeto das relações jurídicas, fala em 
bem, ao passo que fala em coisa quando tratar do direito real. A coisa seria a espécie e 
bem jurídico o gênero, dando-se uma conotação corpórea à coisa, de modo que a 
transferência se dá pela tradição ou registro. 
 
 
 Civil – Prof. André Roberto 
Data: 04/05/11 
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1.1. Bens Móveis e Imóveis 
1.1.1. Bens Imóveis 
Os bens imóveis aparecem do art. 79 ao art. 81 do CC e são divididos em: 
imóveis por natureza, imóveis por acessão e imóveis por definição legal. O artigo 79 
cuida das duas primeiras categorias e os arts. 80 e 81 cuidam do imóvel por definição 
legal. 
 
1.1.1.1. Bens Imóveis por Natureza 
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou 
artificialmente. 
O solo é naturalmente imóvel, porque não pode ser dotado de movimento 
próprio e não pode ser removido. 
O art. 1.229 estende ao proprietário do solo o direito ao espaço aéreo e ao 
subsolo correspondentes. Então, o imóvel abrange o solo, o subsolo e o espaço aéreo 
correspondente. 
Antes, se entendia que o proprietário poderia se aproveitar ilimitadamente de 
seus bens. Com o passar do tempo, a doutrina e jurisprudência vem entendendo que o 
direito de propriedade também deve ser ponderado. Hoje, a ideia de abuso de direito 
limitará o direito do proprietário quanto ao uso do bem, tendo relevo aqui a função 
social da propriedade. Daí a redação com o dispositivo: 
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo 
correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o 
proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma 
altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las. 
Deve-se ater também ao art. 1.230 do CC, na medida em que se ressalva que 
nem tudo que se encontra no subsolo será do proprietário. Por exemplo, o recurso 
mineral e de energia destacam-se do direito de propriedade, sendo pertencentes ao 
Poder Público. O acessório tem um titular, enquanto o principal tem outro. 
Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos 
minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e 
outros bens referidos por leis especiais. 
Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos 
minerais de emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos a 
transformação industrial, obedecido o disposto em lei especial. 
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Data: 04/05/11 
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Em caráter excepcional, permitiu-se que o proprietário pudesse obter 
autorização para utilizar as matérias primas que possam ser empregadas diretamente 
na construção civil. É o caso do granito, por exemplo. 
No espaço aéreo, destaca-se o direito de construir. Embora o proprietário 
possa se utilizar do espaço aéreo, as construções devem atender a especificações 
destinadas ao bem comum, normalmente ditadas pelo Código de Obra. Apenas nos 
casos em que a legislação municipal seja omissa que a disciplina se dará pelo Código 
Civil, sendo, portanto, subsidiário. 
Têm-se bons exemplos quanto ao afastamento em relação à propriedade 
vizinha e quanto à altura para a construção. O legislador do CC/02 é omisso, não 
estabelecendo uma altura máxima para a construção, que geralmente vem ditada pelo 
Plano Diretor. Itens que costumam limitar o gabarito ditado à construção comum é a 
proximidade à praia, a construções tombadas, etc. 
O afastamento segue a mesma lógica; uma construção somente pode ser 
extremada até a linha divisória, sendo essa uma regra geral que só se aplica na 
omissão da lei municipal. 
O afastamento do terreno vizinho segue a mesma lógica, de modo que não se 
deve criar com a nova construção um constrangimento ao vizinho. Em regra, permite-
se que o proprietário construa até o limite daquela área. Já, se se pretende construir 
janelas ou varandas, que permitem maior visibilidade, diminuindo a intimidade do 
vizinho, o CC/02 estabelece o distanciamento mínimo de 1,5 m, o que não impede que 
a legislação municipal dite distanciamento diverso. 
A existência de normas e posturas que vão interferir no direito de construir, 
conforme as limitações de interesse público e função social da propriedade, que vão 
acabar por limitar o direito de propriedade. 
O direito de construir cai mais em provas de procuradorias. 
 
1.1.1.2. Bens Imóveis por Acessão 
1.1.1.2.1. Acessão Física 
Fala-se em acessão física, no sentido de incorporação de elemento que seria 
naturalmente imóvel, mas que, ao ser incorporado ao solo, torna-se imóvel. A partir 
desse momento, vige o princípio da gravitação do acessório, relacionado ao 
superficies solo cedit, que significa que o acessório incorporado segue o principal. 
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Essa acessão artificial (porque houve a intervenção humana, não se fazendo 
artificialmente), faz com que o acessório (uma construção ou uma plantação) siga o 
principal, o solo. 
Representam uma acessão artificial, pois quem vai incorporá-la ao solo é pelo 
proprietário ou possuidor. 
Por força dessa regra geral, presume-se que o proprietário foi quem fez a 
acessão. Trata-se de presunção relativa, permitindo-se que se prove o contrário. 
Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se 
feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário. 
Quando se demonstra que a construção ou plantação não foi realizada pelo 
proprietário, mas por um terceiro, isso não significa que imediatamente iremos afastar 
o princípio da gravitação. Significa apenas que aquilo construído ou plantado passará a 
pertencer ao proprietário do solo. 
O que se discute, na verdade, é a qualidade atribuída ao possuidor, se se trata 
de possuidor de má fé ou de boa fé, o que vai ser determinantes para as 
conseqüências geradas. Vale frisar que ainda aqui se fará presente o princípio da 
gravitação, o que fará com que o construidor perca a construção ou plantação para o 
dono do solo. 
Se o possuidor estiver de má fé, não terá direito à indenização ou à retenção. O 
benefício econômico revertido em proveito do dono do solo existe como instrumento 
de sanção, com o fim de inibir condutas de má fé. 
Deve-se ressalvar o art. 1.256 do CC, pelo que o possuidor de má fé terá direito 
à indenização se ficar comprovado que o proprietário também estava de má fé. Por 
exemplo, o proprietário percebe a ocorrência de esbulho possessório, tendo o 
possuidor dado início a uma plantação; se o proprietário deixar de agir imediatamente 
e aguardar até o fim da execução do plantio, estará de má fé. Para que o proprietário 
seja considerado como de boa fé, deve tomar a providência tão logo tenha tomado 
conhecimento do respectivo fato. 
Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as 
sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões. 
Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de 
construção, ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua. 
Se o proprietário de nada sabia e se reagiu tão logo tenha tomado 
conhecimento, a construção ou plantação se reverte em favor seu favor, não tendo o 
possuidor direito a nada, nem mesmo à indenização. 
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Se o possuidor estiver de boa fé, deve-se aplicar o art. 1225, pelo que terá 
direito à indenização. 
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em 
proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-
fé, terá direito a indenização. 
 
 Acessão vs. Benfeitoria: 
No art. 1.219, o legislador já havia tratado dos efeitos da posse de má fé, tendo 
falado de um direito de retenção, o que não se encontra no art. 1255. O art. 1225 fala 
tão somente do direito de indenização. 
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias 
necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a 
levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito 
de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. 
Deve-se diferenciar acessão artificial de benfeitoria: 
a. Acessão: se caracteriza como coisa nova incorporada ao bem principal 
através de obras realizadas pelo proprietário ou possuidor da coisa. Aqui se 
tem o caráter de novidade, e a coisa nova gera o aumento da propriedade 
física e não apenas o valor econômico dela. Tendo em vista a extensão da 
área, exige-se até mesmo modificação registral. 
Ex: Construção de casa nova em terreno, de edifício, de novo pavimento 
com mais unidades; plantio em terra nua. 
b. Benfeitoria: obras e serviços realizados naquilo que já existe e que, embora 
possam aumentar o valor econômico da coisa, não importando no aumento 
da propriedade, a coisa em si permanece com a mesma extensão de 
propriedade, daí não se exigir a alteração no registro do imóvel. Tais obras 
podem ter caráter de essencialidade, utilidade ou de mero conforto. 
Ex: Pintura de uma casa; substituição do piso; reforma de muro. 
A benfeitoria permite a retenção, enquanto a acessão não permite. Doutrina e 
jurisprudência concordam que quem esta numa situação maior deve ser tratado do 
mesmo modo que aquele que esta em situação menor, devendo-se estender ao 
possuidor de boa fé que realiza acessões também o direito de retenção do art. 1.219. 
Nesse sentido é o Enunciado 81 da I Jornada do CJF. 
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81 – Art. 1.219: O direito de retenção previsto no art. 1.219 do CC, decorrente da 
realização de benfeitorias necessárias e úteis, também se aplica às acessões 
(construções e plantações) nas mesmas circunstâncias. 
Na posse de má fé, o possuidor não tem direito a nada, a não ser que o 
proprietário também esteja de má fé, como já visto. 
Nas benfeitorias, há direito à indenização quanto às necessárias, mesmo que o 
terceiro esteja de má fé. Aqui não se devem estender as prerrogativas das benfeitorias 
às acessões. Isso porque as acessões ampliam a utilidade do bem, mas não são em 
regra indispensáveis e, como ao possuidor de má fé não se confere direito à 
indenização pelas benfeitorias úteis, também não se poderia conferir na acessão. 
Para a prova discursiva, deve-se ater que o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01) 
introduziu em nosso sistema, em nome da função social da propriedade, um 
instrumento de política urbana denominado edificação compulsória. Nessa ótica, 
mudar-se-ia o contexto. Sendo o poder público quem determina a construção, a 
acessão se torna obrigatória. Não será questão de mera utilidade facultativa, mas de 
necessidade. Aí, poder-se-ia estender a regra das benfeitorias necessárias à acessão, se 
justificando o tratamento simétrico. 
 
 Acessão Inversa 
Finalizando, deve-se destacar quanto à posse de boa fé ao instituto da acessão 
inversa, consagrado no dispositivo seguinte: 
Art. 1.255, Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder 
consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, 
adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada 
judicialmente, se não houver acordo. 
A regra é que o acessório segue o principal, com ou sem indenização. Todavia, 
o legislador, em atenção à função social da propriedade, admite que, noscasos em que 
a construção ou plantação excedem manifestamente o valor do bem principal e se foi 
realizada por possuidor de boa fé, é legítimo inverter o princípio da gravitação: a 
propriedade do solo se perde em favor da construção ou plantação realizada. O 
proprietário, então, passa a ter indenização pela perda do solo perdido. 
Quando a acessão inversa atinge o solo inteiro, haverá perda integral do bem 
imóvel; no caso de construção em parte do solo alheio apenas, a acessão inversa for 
parcial. 
O legislador determina que se mensure o quanto se excedeu: até o limite de 
1/20 (5%), deve-se aplicar o art. 1.258. Trata-se de um prejuízo menor, caso em que se 
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considera que a acessão inversa seria a melhor saída, devendo-se indenizar a área 
invadida. Os 5% não justificariam a demolição de uma construção como um todo, 
porque o valor da construção é muito maior que o valor do bem invadido. 
Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio 
em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé 
a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa 
parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área 
perdida e a desvalorização da área remanescente. 
Essa hipótese confere direito à acessão inversa até ao possuidor de má fé, mas, 
nesse caso, a indenização deve ser paga em valor dez vezes maior, o que representa 
uma indenização de caráter punitivo. 
Art. 1.258, Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos 
neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que 
invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder 
consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção invasora sem 
grave prejuízo para a construção. 
 
1.1.1.2.2. Acessão Natural 
Aqui não há uma atuação voluntária por parte do proprietário ou do possuidor, 
tratando-se de fato jurídico em sentido estrito. 
As acessões naturais apresentam quatro espécies, que costumas cair pouco em 
prova, salvo no MPF. Todas as situações ocorrem em terreno próximo à água, rio, etc. 
a. Abandono de Álveo: o álveo (fundo do rio) se vê abandonado pelas águas. O 
rio seca, então o solo passa a ficar exposto. Os proprietários de terrenos vizinhos 
passam a ser proprietários da área, na medida de suas testadas. 
b. Formação de Ilha: há redução parcial do montante de água, restando-se uma 
parte do terreno exposto, a ilha. A ilha formada pertencerá ao proprietário da área 
mais próxima. Isso só se aplica a ilhas fluviais, pois as ilhas marítimas são foreiras 
(terrenos de marinha). 
c. Aluvião: ocorre o depósito de partes sólidas na margem de uma propriedade, 
ampliando, em razão disso, a propriedade imobiliária. Se o depósito se der de modo 
lento e gradual, representar-se-á a aluvião. 
Aqui não há controvérsia. O processo se dá de modo lento, não sendo possível 
se identificar um único momento como responsável pelo benefício de um em 
detrimento de prejuízo do outro, não gerando dever de indenizar. 
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d. Avulsão: procedimento semelhante à aluvião, mas em que a ampliação 
ocorre em decorrência de fenômeno abrupto, o que permite estabelecer o nexo causal 
entre a perda de um e o ganho do outro. Aquele que se prejudicou com fenômeno da 
natureza tem direito à indenização. 
No caso da avulsão, cabe àquele beneficiado pela avulsão decidir se quer ou 
não incorporar a área arrastada. Se o quiser, deve registrar a ampliação no registro da 
propriedade, caso em que terá o dever de indenizar o outro; se a área arrastada não 
lhe trouxer benefício, não será obrigado a incorporar a área ao registro, mas deve 
permitir o desmembramento da mesma, de modo a permitir que volte à propriedade 
do outro, caso em que não cabe indenização. Se aquele que teve a área acrescida não 
obteve vantagem em razão disso e se não for possível o desmembramento, será 
descabida a indenização. Além disso, a indenização não pode ser maior que o benefício 
auferido nem inferior ao prejuízo gerado. 
Em precedente jurisprudencial, decidiu-se que a indenização deve ser quanto 
ao valor da área subtraída, o lucro cessante é desconsiderado. Assim, em área própria 
de exploração fluvial, havia interesse daquele que teve a área acrescida em exercer 
sua faculdade, podendo absorver a área arrastada se oferecer indenização ao prejuízo 
do outro. É claro que a presença de riqueza mineral valoriza o imóvel, mas isso não se 
confunde com o lucro cessante a ser auferido pela exploração da atividade. 
 
 Acessão Intelectual X Pertença 
A acessão intelectual corresponde a instituto disciplinado pelo CC/16, que era 
descrita como aqueles bens móveis que não se incorporando fisicamente ao imóvel, 
eram voluntariamente destinados ao melhor aproveitamento do imóvel, havendo uma 
acessão intelectual. Falava-se em uma acessoriedade por vontade e não por fator 
físico. 
A acessão intelectual não foi contemplada pelo CC/02, porque o legislador 
preferiu dar maior amplitude à figura das pertenças nos arts. 93 e 94. 
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se 
destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de 
outro. 
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem 
as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou 
das circunstâncias do caso. 
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Há uma destinação intelectual ao uso, serviço ou aformoseamento do bem, 
sem que haja incorporação física, o que gera como conseqüência a não sujeição ao 
princípio da gravitação do acessório, nos termos do art. 94. 
1) Pertença acompanhando Bem Principal por Força de Lei: 
Em exceção, no art. 1º, parágrafo único, e art. 2º da Lei 8.009, que trata do 
bem de família legal, estendeu-se a impenhorabilidade do imóvel também às 
pertenças que se relacionam àquele imóvel. Ex: Televisão, Microondas, etc. 
Art. 1º, Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual 
se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquernatureza e 
todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que 
guarnecem a casa, desde que quitados. 
No caso da locação, a proteção pode recair apenas sobre as pertenças: 
Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e 
adornos suntuosos. 
Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos 
bens móveis quitados que guarneçam a residência e que sejam de propriedade do 
locatário, observado o disposto neste artigo. 
Mas, não são todas as pertenças que são impenhoráveis, aquelas que não são 
consideradas necessárias para a manutenção de uma existência digna podem ser 
penhoradas. A definição dos bens que são considerados adornos suntuosos são 
variáveis ao longo do tempo, por exemplo, um computador que não era considerado 
essencial, hoje é. O STJ, nos REsp 691.729 e REsp 533.388, trata da impenhorabilidade 
do bem e dessa evolução: 
RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. BENS DE FAMÍLIA. MÁQUINA 
DE LAVAR LOUÇA, MICROONDAS, FREEZER, MICROCOMPUTADOR E IMPRESSORA. 
LEI N. 8.009/90. IMPENHORABILIDADE. PRECEDENTES. 
Este Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento segundo o qual "são 
impenhoráveis todos os móveis guarnecedores de um imóvel de família, recaindo 
a proteção do parágrafo único, do art. 1º da Lei nº 8.009/90 não só sobre aqueles 
indispensáveis à habitabilidade de uma residência, mas também sobre os 
usualmente mantidos em um lar comum. Excluem-se do manto legal apenas os 
veículos de transporte, objetos de arte e adornos suntuosos" (REsp 439.395/SP, 
Rel. Min. Fernando Gonçalves, DJ 14.10.2002). 
In casu, foram penhorados uma máquina de lavar louça, um forno de microondas, 
um freezer, um microcomputador com acessórios e uma impressora. Os 
mencionados bens, consoante jurisprudência consolidada desta Corte Superior de 
Justiça, são impenhoráveis, uma vez que, apesar de não serem indispensáveis à 
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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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moradia, são usualmente mantidos em um lar, não sendo considerados objetos de 
luxo ou adornos suntuosos. Precedentes. Recurso especial provido. 
(REsp 691.729) 
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. BENS QUE GUARNECEM A 
RESIDÊNCIA DOS DEVEDORES. DUPLICIDADE. POSSIBILIDADE. 
1. Os bens que guarnecem a residência são impenhoráveis, a teor da disposição da 
Lei 8.009/90, excetuando-se aqueles encontrados em duplicidade, por não se 
tratarem de utensílios necessários à manutenção básica da unidade familiar. 
2. Recurso especial a que se dá provimento. 
(REsp 533.388) 
2) Pertença acompanhando Bem Principal por Força de Manifestação de 
Vontade 
É o caso da venda a porteira fechada, que significa que o bem principal a ser 
vendido, irá incorporar o negócio jurídico por vontade das partes. Exemplo disso se dá 
na venda do imóvel rural em conjunto com as sementes para o plantio futuro ou com 
as máquinas e equipamentos. No imóvel urbano, pode-se incluir os móveis e 
utensílios. 
3) Pertença acompanhando Bem Principal por Força das Circunstâncias do Caso 
Por força das circunstâncias do caso, no caso do art. 94, se o sujeito aluga um 
auditório, ainda que não esteja explicitado, presume-se que estejam incluídos o 
equipamento do som e de proteção e imagem, as cadeiras em que sentarão a platéia, 
etc. 
A regra é que a pertença não segue o principal, salvo tais exceções. 
Em prova da Petrobrás, já se perguntou o que os dutos do gasoduto seriam. O 
problema é que o acessório deve sempre poder ser removido sem que haja destruição 
do bem principal. Como o duto não pode ser retirado, afinal o gasoduto só existe se ali 
estiver o duto, trata-se de componente que integra o bem principal, de modo a ser 
considerado o próprio bem principal. 
A fuselagem do avião também é considerada bem principal. O mesmo não se 
diz da turbina do avião, tendo em vista que a aeronave conservará o seu poder 
negocial mesmo sem o acessório. 
 
1.1.1.3. Bens Imóveis por Definição Legal 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
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I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta. 
No inciso I, as ações reivindicatórias são consideradas bens imóveis. A 
transmissão de um direito de ação está sujeita a um mesmo regime legal de 
tratamento que a transmissão do bem imóvel em si. Paralelamente, o dispositivo 
disciplina os direitos reais sobre o imóvel, em que se incluem o usufruto, a hipoteca, 
etc. Nesse caso, deve-se respeitar a forma pública – quando acima do valor ditado por 
lei –, o registro imobiliário e pagamento de tributos. 
Além dos direitos reais sobre o imóvel, tem-se direito à sucessão aberta do 
inciso II. Com a morte, abre-se a sucessão. Pelo direito de Saisine, todos os bens serão 
transmitidos aos herdeiros e o conjunto de bens será tratado como uma 
universalidade imóvel, mesmo que não haja nenhum imóvel integrando a herança. 
Essa natureza imobiliária nada tem a ver com o solo, mas têm reflexos tributários. 
São assim tratados até a partilha. Encerrada a sucessão, os bens retornarão ao 
tratamento próprio. Por exemplo, os veículos e as aplicações financeiras, voltarão a ser 
tratados como móveis. 
O art. 81 do CC diz que não perdem o caráter de imóvel os materiais separados 
quando se tem a intenção de se reintegrar novamente. Ex: Remoção de casa pré 
fabricada; remoção de porta para obra. Deve-se fazer um comparativo entre os arts. 
81 e 84. Se forem desincorporados em definitivo, retornam ao caráter móvel. 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem 
removidas para outro local; 
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se 
reempregarem. 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem 
empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os 
provenientes da demolição de algum prédio. 
 
2º Horário 
 
1.1.2. Bens Móveis 
A matéria esta disciplinadas dos arts. 82 a 84 do CC. 
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a. Por Natureza  São os semoventes ou os que podem ser removidos sem 
prejuízoda sua natureza ou aproveitamento econômico. 
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por 
força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. 
b. Por Definição Legal  Ex: Direito Real sobre coisa móvel (penhor) e as ações 
que o asseguram. Ex: Em razão da lei: direito de crédito/ direito autoral sobre a obra. 
Ex: Energias dotadas de valor econômico (elétrica). 
O resultado disso tem pouca repercussão no direito civil, pois não há 
solenidade especial quanto à transmissão relativa aos móveis, do contrário do que 
ocorre nos imóveis. Maior repercussão se tem no direito tributário. 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem 
empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os 
provenientes da demolição de algum prédio. 
 
 Navios e Aeronaves 
Questão interessante que foi cobrada na prova da Petrobrás. 
Os navios e aeronaves receberam tratamento legislativo que faz com se 
transmitam pelo registro e não pela tradição, sujeitando-se ao sistema registral. Em 
razão disso, admitem a hipoteca como direito real de garantia. 
Autores mais clássicos costumam sustentar que navios e aeronaves seriam 
imóveis por definição legal. Já, na doutrina contemporânea, essa visão é tida como 
ultrapassada, definindo-os como bens móveis, pois sua natureza é móvel e o legislador 
não os definiu como imóveis. Todavia, são bens móveis excepcionalmente sujeitos ao 
sistema registral. Isso também só traz maiores repercussões no direito tributário, 
quanto ao tributo que incidirá. 
A CESGRANRIO já adotou o posicionamento contemporâneo em prova, mas 
deve-se ater que a FCC pode cobrar a posição clássica. 
 
 
 
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 Veículos Automotores Terrestres 
Quanto aos veículos automotores terrestres não há dúvida de que a natureza é 
móvel, não se tendo a sujeição ao sistema registral dos imóveis. Transmitem-se, 
portanto, pela tradição, nos termos do CBT. 
O registro gera apenas presunção relativa de propriedade, não é um elemento 
constitutivo da propriedade. O STJ entende que a tradição afasta tanto a 
responsabilidade tributária como a civil, e na dúvida será tido por proprietário aquele 
que está no registro. Por exemplo, não é parte legítima para ser sujeito passivo de 
tributo, aquele proprietário que possui a prova de transmissão. O mesmo ocorre 
quanto à responsabilidade civil, em que a prova de transferência da propriedade afasta 
o dever de indenizar dano causado pelo veículo. 
 
1.2. Bens Fungíveis ou Infungíveis 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma 
espécie, qualidade e quantidade. 
Entende-se que os bens imóveis são infungíveis, pois não existe solo idêntico a 
outro, ainda que em lote próximo. 
Os bens móveis são fungíveis, podendo ser tratados por sua espécie. Isso tem 
repercussão nas obrigações, em que se tem a coisa certa (infungível) e a coisa incerta 
(fungível). O comodato é o empréstimo de coisa infungível, por isso pode ser de 
imóvel. O mútuo é empréstimo de coisa fungível, por isso só abrange bem móvel. 
Ainda se tem o contrato próprio, o qual tem por objeto bem infungível; e o depósito 
impróprio, que tem por objeto bem fungível (ex: dinheiro), por isso tal contrato deve 
ser tratado não como de depósito, mas como de mútuo. 
Nos direitos reais também há impacto, afinal o usufruto, o uso e a habitação 
terão por objeto próprio os bens infungíveis. Excepcionalmente admite-se em bens 
fungíveis, caso em que se tem usufruto impróprio, como no caso de sementes. 
 
1.3. Bens Consumíveis ou Não Consumíveis 
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da 
própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. 
O bem móvel cujo uso importa a destruição imediata são considerados 
consumíveis; aqueles de uso duradouro serão considerados não consumíveis. 
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Deve-se ter atenção que para efeitos do CC/02, somente são consumíveis os 
bens móveis, presumindo-se que o imóvel poderá sempre ser utilizado de forma 
duradoura. 
Todavia, tratando-se de relação de consumo, o fornecedor tem no imóvel o seu 
produto, que se destina à circulação (alienação). Para o fornecedor, com a destinação 
econômica do bem, deixa de existir o patrimônio, sendo para ele consumível. Já, para 
o consumidor, esse bem continua sendo é durável. 
 CDC, Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, 
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem 
atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, 
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços. 
 § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 
 
1.4. Bens Divisíveis e Indivisíveis 
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua 
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se 
destinam. 
Todo bem é fisicamente passível de divisão, o problema é o resultado desta 
partição. Se o fracionamento não prejudica a essência da coisa, o bem será divisível, 
trata-se da indivisibilidade natural do art. 87. 
Mas, o art. 88 traz a indivisibilidade legal e da indivisibilidade convencional. 
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por 
determinação da lei ou por vontade das partes. 
Para se entender o instituto, deve-se trabalhar a indivisibilidade legal na 
perspectiva da usucapião individual ou coletiva. O solo pode naturalmente ser 
fracionado. Diante de um imóvel de 1.000m², pode-se dar a partição em quatro 
imóveis de 250m². Pela Lei 6.766, salvo legislação em contrário, nenhum lote urbano 
pode ter menos 100m². Assim, a lei tornou indivisível o que originariamente era 
divisível, pela ausência de interesse coletivo numa divisão acentuada. Naturalmente 
isso é possível, pois há interesse público na limitação imperativa imposta por 
disposição legal. 
No caso da usucapião, essa lógica é importantíssima. Um imóvel de 1000m² 
poderia ser usucapido se divisível, de modo que o possuidor ocupasse área inferior a 
250m², com respeito ao limite constitucional do art. 183. Não há composse se o solo 
for legalmente divisível; até caberia condomínio (alguém que tenha a titularidade doCivil – Prof. André Roberto 
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bem como um todo, mas posse sobre pequena porção), mas não composse. Se a posse 
se deu sobre parcela do terreno maior, a usucapião será possível se o terreno for 
legalmente divisível. Assim, cada ocupante receberá sua parcela do bem em ações 
autônomas de usucapião. 
CRFB, Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e 
cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, 
utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde 
que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
O problema é que, na prática, essa usucapião urbana é o que se dá nas favelas 
e, dificilmente, um pedaço de terra terá medida superior ao módulo mínimo e a viela 
de acesso não permitirá a consideração do terreno como logradouro público, gerando 
uma indivisibilidade legal. Tendo o legislador percebido isso, no art. 10 do Estatuto da 
Cidade, foi prevista a usucapião coletiva, sendo cabível no caso em que a forma de 
divisão se torna indivisível, se dá para a população de baixa renda e o total da área não 
deve representar mais de 250 m². A sentença fixa uma quota para cada morador. 
Outra hipótese é da indivisibilidade convencional prevista no art. 1.320 do CC. 
Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, 
respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão. 
§ 1o Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por prazo 
não maior de cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior. 
§ 2o Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou 
pelo testador. 
§ 3o A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o aconselharem, 
pode o juiz determinar a divisão da coisa comum antes do prazo. 
A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, só não 
sendo cabível diante da indivisibilidade da coisa, seja legal ou convencional. 
A indivisibilidade convencional tem o limite de cinco anos, mas pode ser 
renovada se da vontade das partes. O legislador faz uma ressalva no caso em que 
razões urgentes convencerem ao juiz de que a divisão é a melhor opção, sendo 
possível ao magistrado afastar a cláusula de convenção de indivisibilidade, autorizando 
a antecipada divisão da coisa. 
 
1.5. Bens Singulares e Universais 
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, 
independentemente dos demais. 
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Os bens singulares, embora reunidos, são tratados cada um singularmente, de 
per si. Por exemplo, nas compras do mês, em se incluem vários produtos, se faz por 
meio de um pagamento único, contratualmente, se tem apenas uma compra e venda; 
todavia, cada um dos itens enumerados na nota fiscal é visto singularmente. Assim, no 
caso de um produto estragado, pode-se pedir a devolução do produto individualmente 
considerado. 
Em sentido oposto têm-se as universalidades de fato (art. 90) e de direito (art. 
91): 
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, 
pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. 
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de 
relações jurídicas próprias. 
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de 
uma pessoa, dotadas de valor econômico. 
Na universalidade de fato, a lei fala que os bens reunidos pela vontade da 
pessoa deveriam pertencer a um mesmo dono. Mas, a doutrina costuma dizer que não 
necessariamente precisariam pertencer a uma única pessoa, os proprietários poderiam 
se unir para conferir ao conjunto de bens uma universalidade. Trata-se de 
conveniência negocial, dando-se uma destinação única a um conjunto de bem. 
Ao falarmos em conveniência negocial, há referência ao coletivo de, como, por 
exemplo: safra, rebanho, etc. 
Distingue-se da universalidade de direito, que pode também eventualmente 
não ser de uma única pessoa, como se dá no caso do patrimônio de família. Porém, 
aqui não é a vontade da parte, mas a lei que confere uma destinação coletiva. Não se 
tem interesse particular, mas o interesse público. É o que acontece com a herança, 
com o patrimônio, com a massa falida. 
Macete: Normalmente se identifica a universalidade de fato com o coletivo, em 
que há uma homogeneidade entre os bens reunidos. Já, as universalidades de direito 
são conceitos técnicos e que podem reunir bens de naturezas distintas, sendo bens 
heterogêneos. 
 
 Estabelecimento 
Posição majoritária entende que a destinação do conjunto de bens que integra 
o estabelecimento seria universalidade de fato, pois os bens estariam reunidos pela 
vontade de uma pessoa. 
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Já, a corrente minoritária entende que o estabelecimento é conceito jurídico, 
sendo tão relevante que se tem regras específicas quanto ao trespasse, o que 
representaria uma universalidade de direito. 
 
2. Bens de Família 
2.1. Tipos de Bens de Família 
2.1.1. Bem de Família Legal: 
O bem de família legal vem disciplinado pela Lei 8.009/90. 
Trata-se de bem impenhorável por força de lei e independentemente de 
manifestação prévia de vontade. 
Não representa um gravame que vai onerar o bem no registro de imóveis, 
sendo possível sua alienação e até o afastamento do impedimento para que se dê o 
bem em garantia hipotecária ou se constitua sobre ele propriedade fiduciária. 
 
2.1.2. Bem de Família Convencional: 
Esta disciplinado nos arts. 1.711 e ss do CC/02. 
Quanto ao bem de família convencional, exige-se a prévia manifestação de 
vontade que destine este bem ao fim de servir àquela entidade familiar. 
Deve ser feito por escritura pública, momento em que se torna o bem gravado. 
Consequentemente, o bem se torna impenhorável e também inalienável, não podendo 
ser objeto de garantia, visto que a sua natureza não permite. O proprietário será dono, 
mas não poderá dele dispor livremente. Isso muda a forma de gestão do bem. 
Portanto, a restrição é maior aqui. 
O bem de família convencional é difícil de ser encontrado, pois somente 
pessoas de alto padrão de vida conseguirão preencher os requisitos do art. 1711, ou 
seja, o imóvel deve representaraté 1/3 do patrimônio líquido. 
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública 
ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, 
desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da 
instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial 
estabelecida em lei especial. 
Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por 
testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de 
ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada. 
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Observações: 
1) Houve uma alteração significativa quanto ao bem de família convencional, 
pois, hoje, pode ser composto além do imóvel também de cotas de fundo de 
investimento. Deve-se ater que, no momento da instituição, os valores devem ser 
equivalentes, mas não há empecilho à valorização dos valores decorrentes de 
rendimentos. 
Ex: Se o bem de família vale R$ 1 milhão, pode-se destinar ainda R$ 1milhão de 
valores imobiliárias, mas exige-se que o patrimônio total seja de R$ 6 milhões. 
Tais valores mobiliários estão sob afetação, não integram o patrimônio da 
instituição financeira, de modo que, com a falência da Instituição Financeira, caberá o 
pedido de restituição. 
2) O bem de família convencional é penhorável em situações muito 
excepcionais: 
a. Credores anteriores à constituição do bem de família, mas claro que aqui se vai 
esbarrar com a Lei 8.099. Trata-se de eficácia relativa a eles. 
b. Obrigações propter rem, como dívidas de condomínio e dívidas tributárias. 
Art. 1.715. O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua 
instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de 
despesas de condomínio. 
Em razão do gravame, quem decide qual a destinação a ser dada com o saldo 
da alienação do bem gravado é o juiz – comprar outro imóvel ou compra de títulos da 
dívida pública para a manutenção da família –, pois perde-se o direito de disposição. 
Em razão do gravame, quem decide o que ocorrerá com a sobra será o juiz – 
Art. 1.715, Parágrafo único. No caso de execução pelas dívidas referidas neste 
artigo, o saldo existente será aplicado em outro prédio, como bem de família, ou 
em títulos da dívida pública, para sustento familiar, salvo se motivos relevantes 
aconselharem outra solução, a critério do juiz. 
3) O bem de família desaparece, deixa de existir esse gravame, quando 
desaparece as motivações para sua manutenção, como no caso de extinção da família 
a qual se conferiu a benesse. Ele pode continuar a ser visto como bem de família legal 
(alienável e passível de dação em garantia). 
Art. 1.716. A isenção de que trata o artigo antecedente durará enquanto viver um 
dos cônjuges, ou, na falta destes, até que os filhos completem a maioridade. 
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Pela Súmula 364 do STJ, a proteção não é exclusiva da família, mas da pessoa 
humana, assim o solteiro, viúvo ou divorciado podem se beneficiar da prerrogativa. 
O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel 
pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. 
4) Há exceções, em que serão permitidas a penhora do bem de família legal, o 
que não se estende ao bem de família convencional, na medida em que as exceções 
devem sempre ser interpretadas de modo restritivo. Portanto, o rol é taxativo 
São sete exceções previstas no art. 3º da Lei 8.099, as quais têm razões diversas 
de existir, embora nenhuma delas seja relacionada na má fé. 
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, 
fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: 
I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas 
contribuições previdenciárias; 
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou 
à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função 
do respectivo contrato; 
III -- pelo credor de pensão alimentícia; 
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições 
devidas em função do imóvel familiar; 
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo 
casal ou pela entidade familiar; 
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença 
penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. 
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. 
(Incluído pela Lei nº 8.245, de 1991) 
Além disso, admite-se também a penhora no caso do art. 4º da Lei 8.099, 
quando se exige uma intenção fraudatória do beneficiário da proteção legal. 
Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sabendo-se insolvente, 
adquire de má-fé imóvel mais valioso para transferir a residência familiar, 
desfazendo-se ou não da moradia antiga. 
§ 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor, transferir a 
impenhorabilidade para a moradia familiar anterior, ou anular-lhe a venda, 
liberando a mais valiosa para execução ou concurso, conforme a hipótese. 
§ 2º Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a 
impenhorabilidade restringir-se-á à sede de moradia, com os respectivos bens 
 Civil – Prof. André Roberto 
Data: 04/05/11 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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móveis, e, nos casos do art. 5º, inciso XXVI, da Constituição, à área limitada como 
pequena propriedade rural. 
Há três questões controvertidas importantes quanto ao art. 3º, que serão 
trabalhadas na próxima aula: 
a. Obrigação Alimentar 
b. Dívidas decorrentes do imóvel: contribuições, taxas e impostos. 
c. Fiador em contrato de locação de imóvel urbano.

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