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Resumo Direito Civil Aula 10 (30.05.2011)

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Civil – Prof. André Roberto 
Data: 30/05/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 
www.enfasepraetorium.com.br 
 
 
Assuntos tratados: 
1º Horário. 
 Prescrição e Decadência / Prescrição / Direito Obrigacional / Direito de 
Propriedade / Causas Suspensivas 
2º Horário. 
 Causas Suspensivas / Causas Interruptivas / Decadência / Fraude contra 
Credores e Fraude à Execução (aula passada) 
 
1º Horário 
 
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
 
1. Prescrição 
Na legislação anterior, a prescrição e decadência eram tratadas da mesma 
forma e no mesmo dispositivo legal, o que dificultava sua diferenciação. Para alguns, a 
prescrição atingiria o direito de ação e o direito subjetivo preservado. Com a edição do 
CC/02, sedimentou-se que a prescrição alcança a pretensão, enquanto que a 
decadência esta relacionada ao direito potestativo, caracterizando-se o último pelo 
estado de sujeição. 
 
1.1. Direito Obrigacional 
A obrigação é o vínculo que une o credor ao devedor em torno de uma 
prestação positiva (dar ou fazer) ou negativa (não fazer). Toda obrigação tem por 
objeto uma prestação economicamente apreciável, assim ao credor se confere um 
direito pessoal e patrimonial. Ao sujeito passivo se atribui um débito, um dever 
originário que é o dever de prestação. Essa relação obrigacional objetiva o 
adimplemento e, com a sua consumação há a extinção da obrigação. 
Se tudo se der normalmente, não há relevo quanto à prescrição, afinal ela 
nasce com a violação de um direito. Com a violação, pelo inadimplemento, surge para 
o seu titular a pretensão, conforme art. 189; em face do devedor, surge a 
responsabilidade, conforme art. 389. 
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, 
pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. 
 Civil – Prof. André Roberto 
Data: 30/05/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais 
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, 
e honorários de advogado. 
Doutrina clássica coloca o direito de pretensão como sinônimo do direito de 
ação, de modo que a violação faz surgir para o titular o direito de ir a juízo, sendo que 
o direito de ação é o direito de exigir do Estado uma prestação. 
Embora algumas provas na área federal adotem a visão clássica, hoje, 
majoritariamente entende-se que o direito de ação não se confunde com direito de 
pretensão. O direito de ação é o direito subjetivo direcionado ao Estado de se exigir 
uma decisão de mérito, o que não está preso à pretensão. A pretensão consiste na 
exigibilidade da própria reparação do dano pela via coercitiva. O credor irá exercer sua 
pretensão por meio da ação; a ação é o veículo através do qual se deduz a pretensão, 
assim, embora estejam ligados, não se confundem. 
Isso fica claro porque, com a prescrição, a pretensão se extingue, mas o direito 
de ação persiste. 
Em outras palavras, quando ocorre a prescrição, a pretensão se extingue e o 
direito de ação permanece e ainda haverá a possibilidade de se obter, em juízo, a 
prestação jurisdicional de mérito, ainda que seja uma sentença de improcedência, com 
fundamento na prescrição. Percebe-se que o direito de ação é dirigido ao Estado, 
enquanto a pretensão é dirigida ao réu. 
O direito de crédito consiste em direito de receber certa prestação por parte do 
devedor em favor do credor. 
O dever de prestação se resolve com o mero dever de fazer ou não fazer. O 
objeto da responsabilidade é mais amplo, além do cumprimento da prestação, é 
exigível o pagamento das perdas e danos correspondentes. Trata-se aqui da Teoria 
Dualista Alemã, que reconhece no direito obrigacional dois direitos distintos: 
a. Dever originário: débito (shuld); 
b. Dever sucessivo: responsabilidade (haftung). 
Com base na teoria supra, pôde-se separar dois momentos distintos. Assim, 
pode ser que a responsabilidade seja extinta, como ocorre diante da prescrição, mas 
que o débito persista. Embora seja comum que os dois subsistam concomitantemente, 
pode ser que existam separadamente. 
Tem-se débito sem responsabilidade nas obrigações naturais e dívidas 
prescritas. Há um dever originário cujo inadimplemento não acarreta a 
responsabilidade, pois não há meios coercitivos para exigir. Não há possibilidade de se 
constranger o devedor ao pagamento, cabe a ele apenas o pagamento espontâneo. 
 Civil – Prof. André Roberto 
Data: 30/05/2011 
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Há também a responsabilidade sem débito, encontrada na responsabilidade 
por terceiro (como na fiança), na responsabilidade sem débito atual (quando, por 
exemplo, se dá imóvel em garantia para dívida futura) e na responsabilidade 
extracontratual. Nessa última hipótese, a responsabilidade existe sem a pré-existência 
de um débito negocial, o que existe é um dever geral de conduta em razão de ilícito 
cometido. Sujeito ativo e passivo não se encontravam relacionados até o momento de 
ocorrência do dano. 
Em se tratando de obrigações, toda pretensão prescreve, em razão da 
segurança jurídica. A ausência de prazo fixado não permite aferir que seria 
imprescritível, devendo-se aplicar o prazo geral de 10 anos do art. 205 do CC. Trata-se 
de questão de ordem pública, não se podendo falar em imprescritibilidade decorrente 
da ausência de prazo específico. 
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo 
menor. 
O exercício da pretensão interromperá a prescrição até que o Judiciário profira 
uma decisão de mérito. No entanto, o problema se dá quando não se deduz através da 
ação essa pretensão, o que acarretará a consumação da prescrição. 
Como qualquer questão de ordem pública, também a prescrição será em certa 
medida indisponível. Deve-se avaliar a prescrição sob duas perspectivas: 
a. Prescrição como instituto jurídico, por ser voltada à segurança jurídica, é 
questão de ordem pública e irrenunciável quando vista em abstrato. Não 
podem as partes convencionar contra o instituto, não podem pretender 
retirar para o futuro qualquer possibilidade de consumaçãode prescrição. 
Não se pode renunciar prescrição ainda não consumada, pois ainda se daria 
no plano abstrato. Portanto, não se pode tornar, ab initio, uma prestação 
imprescritível. 
Pelo art. 391 do CC a responsabilidade recai sobre o patrimônio do devedor, 
que fica livre do peso da responsabilidade, em concreto, com a prescrição. Assim, por 
efeito da prescrição, o devedor pode auferir uma vantagem patrimonial, pois ele não é 
mais obrigado ao pagamento da dívida e não pode ter mais seus bens constringidos. 
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do 
devedor. 
b. Diferente se dá diante da prescrição consumada, caso em que há extinção 
da responsabilidade. A responsabilidade recai sobre o patrimônio do 
devedor, quando se extingue, seu patrimônio se vê desonerado, fica livre 
do peso da responsabilidade, não ocorrendo em abstrato, mas em concreto 
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a vantagem patrimonial do devedor. O efeito da prescrição consumada é 
disponível, o que é indisponível é a prescrição enquanto instituto jurídico, 
conforme art. 191. 
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo 
feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a 
renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a 
prescrição. 
Continua a ser possível essa renúncia que restabelece a exigibilidade e permite 
o pagamento da dívida. Todavia, o CPC, no seu art. 219 §5º, passou a prever a seguinte 
situação: 
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz 
litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em 
mora o devedor e interrompe a prescrição. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 
1973) 
§ 5o O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição. (Redação dada pela Lei nº 
11.280, de 2006) 
Trouxe-nos um problema, pois se de um lado pode haver o reconhecimento da 
prescrição de ofício, por outro, pode a parte também renunciá-la. Dá-se uma divisão 
doutrinária a respeito da possibilidade de o juiz reconhecer a prescrição de ofício. 
Vejamos: 
Humberto Theodoro e Alexandre Câmara entendem que a constitucionalidade 
do dispositivo dependeria do momento em que o juiz pretendesse pronunciar-se sobre 
a prescrição. 
Segundo tais autores, caso o julgador se pronunciasse ao receber a inicial e, 
portanto, antes da manifestação do réu, a possibilidade de reconhecimento e ofício da 
prescrição estaria restrita a duas possibilidades: do crédito tributário, em que a 
prescrição extingue o próprio direito, não sendo admissível a renúncia; ou em se 
tratando de réu incapaz, em que a declaração de ofício seria plenamente possível se 
favorável a ele. 
Nos demais casos, o pronunciamento de ofício acerca da prescrição só poderia 
ocorrer após o pronunciamento do réu e dependendo do teor dessa resposta. Poderia 
o réu renunciar à prescrição consumada com o reconhecimento da dívida ou oferecer-
se ao pagamento parcelado da dívida (art. 745-A do CPC), havendo impedimento para 
o pronunciamento de ofício do juiz. Todavia, se a resposta do réu fosse no sentido de 
não reconhecer o dever alegado pelo autor, ou de suscitar a ocorrência da prescrição, 
o reconhecimento de ofício pelo juiz seria plenamente compatível. 
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Art. 745-A. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exeqüente e 
comprovando o depósito de 30% (trinta por cento) do valor em execução, inclusive 
custas e honorários de advogado, poderá o executado requerer seja admitido a 
pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção 
monetária e juros de 1% (um por cento) ao mês. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 
2006). 
§ 1o Sendo a proposta deferida pelo juiz, o exeqüente levantará a quantia 
depositada e serão suspensos os atos executivos; caso indeferida, seguir-se-ão os 
atos executivos, mantido o depósito. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). 
§ 2o O não pagamento de qualquer das prestações implicará, de pleno direito, o 
vencimento das subseqüentes e o prosseguimento do processo, com o imediato 
início dos atos executivos, imposta ao executado multa de 10% (dez por cento) 
sobre o valor das prestações não pagas e vedada a oposição de embargos. 
(Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). 
Contudo, o réu pode preferir que se julgue a matéria que ele deduz acerca do 
crédito do que ver reconhecida a prescrição. 
Art. 940, CC - Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem 
ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a 
pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no 
segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição. 
O autor que demanda, abusivamente, débito indevido, cobrando o que não lhe 
é devido ou o que já foi pago, responde civilmente ao devedor injustamente 
demandado, salvo se tratar-se de prescrição, pois o credor não está impedido a exigir 
dívida prescrita; ele somente se sujeitaria à sucumbência (custas processuais), mas não 
sofreria a sanção do art. 940 do CC. 
Pode ser que o réu prefira o pronunciamento de mérito por parte do Judiciário, 
afastando qualquer dúvida quanto a ser ou não um bom pagador no caso concreto. 
Para fins de prova, entende-se que é possível, sem adentrar mais 
profundamente no caso concreto, pronunciar-se de ofício sobre a prescrição 
consumada. A discussão gira em torno apenas de quando e como. 
Cumpre ainda observar que a prescrição, como decorre da produção de um 
dano, será apurada por ação com natureza condenatória. Violado o direito, nasce para 
o titular uma pretensão de exigir a responsabilização do devedor. 
 
1.2. Direito de Propriedade 
 Civil – Prof. André Roberto 
Data: 30/05/2011 
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O proprietário, que titulariza direito subjetivo real de propriedade, tem por 
objetouma coisa (res). O proprietário poderá exercer poderes imediatos sobre a coisa, 
quais sejam, usar, fruir e dispor. Aqui se tem um direito universal, numa idéia de que 
todos ocupariam o pólo passivo da relação, tendo em vista o dever geral de conduta. 
Nos termos do art. 1.228 caput, violado o direito de propriedade, terá o 
proprietário a pretensão reivindicatória (reivindicatio), de exigir que se restitua aquilo 
que lhe é próprio, tirando-se das mãos de quem injustamente a possua ou a detenha. 
Haverá uma responsabilidade de restituir a coisa através da ação reivindicatória. 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o 
direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
Diferentemente do que se dá no âmbito obrigacional, no direito de 
propriedade, entende-se que o direito de reaver a coisa existirá enquanto houver 
melhor título em favor do proprietário. 
A questão é saber qual a vigência da propriedade. Em regra, a propriedade é 
perpétua, o direito subjetivo de propriedade é perpétuo. O prazo para exercer a 
pretensão reivindicatória não existe, podendo-se exercer a qualquer tempo. É por isso 
que a doutrina de um modo geral afirma que as ações reivindicatórias seriam 
imprescritíveis, não sendo atingidas pela prescrição extintiva. 
Tanto no depósito como o comodato, o depositário/comodatário exercem a 
posse direta, assumem a obrigação de restituir e não têm o ânimo de dono, por isso 
não tem a posse o condão de usucapir. Como não ocorre a usucapião, sempre poderá 
se exigir a coisa. 
O que pode acontecer é a chamada prescrição aquisitiva. Só se deixa de ter a 
pretensão reivindicatória uma vez que se deixa de ser proprietário. Na proprietária, a 
inércia do proprietário por si só não gera efeito, só há mudança se encontrarmos no 
pólo passivo um devedor que exerça posse qualificada. Se a posse é exercida com 
animus domini, mansa e pacífica, pública (sem clandestinidade) e ininterrupta (pelo 
prazo que a lei estabelece), dá-se o fenômeno de aquisição originária de propriedade, 
deixando de existir para o antigo proprietário. Perde-se a pretensão reivindicatória 
porque o outro passa a ser o possuidor de melhor título, outro passa a ser 
proprietário. Então, no âmbito do direito de propriedade não se fala em prescrição 
extintiva. 
No que se refere aos bens públicos, como não podem ser objeto de usucapião, 
não se sujeitam a qualquer prescrição, não se dá a extinção pela prescrição aquisitiva 
nem pela reivindicatória. 
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Data: 30/05/2011 
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Com a edição do art. 190 do CC, o legislador pôs fim à discussão doutrinária 
quanto à possibilidade de se utilizar aquela pretensão prescrita como meio de defesa, 
havendo quem entendesse que o que se perderia era o direito de agir e não o de se 
defender, admitindo-se, por exemplo, seu aproveitamento em sede de compensação. 
O novo Código Civil acabou com a polêmica, assim o direito não pode ser utilizado nem 
como argumento da tese autoral nem como meio de defesa para o não pagamento da 
dívida. 
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão. 
Nos termos do art. 192, toda prescrição é legal, não há prescrição 
convencional. Não podem as partes ajustar no contrato prazo prescricional maior ou 
menor que aquele que a lei prevê. Isso esta ligado à ideia de que a prescrição em 
abstrato é indisponível. 
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes. 
Vale observar que não se admite nem mesmo a fixação de prazo prescricional 
superior em prol do consumidor. 
Os prazos da prescrição extintiva encontram-se apenas em dois artigos do CC, 
nos arts. 205 (regra geral) e 206 (prazos especiais). Não se tratando dos prazos em 
referência e também não sendo caso de usucapião, todos os demais prazos do CC/02 
serão decadenciais. 
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo 
menor. 
Art. 206. Prescreve: 
§ 1o Em um ano: 
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo 
no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; 
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, 
contado o prazo: 
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é 
citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, 
ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador; 
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; 
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros 
e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários; 
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Data: 30/05/2011 
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IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a 
formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da 
assembléia que aprovar o laudo; 
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os 
liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação 
da sociedade. 
§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da 
data em que se vencerem. 
§ 3o Em três anos: 
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; 
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou 
vitalícias; 
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, 
pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela; 
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; 
V - a pretensão de reparação civil; 
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, 
correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição; 
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do 
estatuto, contado o prazo: 
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade 
anônima; 
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço 
referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou 
assembléia geral que dela deva tomar conhecimento; 
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação; 
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do 
vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; 
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no 
casode seguro de responsabilidade civil obrigatório. 
§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação 
das contas. 
§ 5o Em cinco anos: 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público 
ou particular; 
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II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, 
curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos 
serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato; 
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo. 
Não há preclusão temporal para arguição da prescrição. O fato de são ter sido 
arguida na primeira instância, não impede que se alegue em grau de recurso, salvo no 
caso de renúncia tácita. 
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela 
parte a quem aproveita. 
Mas, deve-se ater que, assim como a tempestividade e o preparo, os recursos 
especial e o extraordinário têm como requisito o prequestionamento. Mesmo que a 
prescrição possa ser alegada em qualquer grau, há impedimento de admissibilidade de 
recurso quando a matéria não foi ventilada em grau inferior. 
Na sequência, o art. 194 foi revogado pelo art. 219 p. 5º do CPC. 
Art. 194. O juiz não pode suprir, de ofício, a alegação de prescrição, salvo se 
favorecer a absolutamente incapaz. (Revogado pela Lei nº 11.280, de 2006) 
Art. 219, § 5o O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição. (Redação dada pela Lei 
nº 11.280, de 2006) 
O art. 195 deixava claro que o pronunciamento de ofício pelo juiz só poderia 
ocorrer em favor dos absolutamente incapazes; quanto aos relativamente incapazes, a 
alegação cabe ao assistente. Isso perdeu a importância em face da possibilidade atual 
de reconhecimento de ofício em favor de qualquer pessoa. 
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os 
seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a 
alegarem oportunamente. 
Sabe-se que em favor dos incapazes não corre a prescrição, mas deve-se ater 
para o seguinte: o absolutamente incapaz (art. 3º do CC) realmente não tem contra si 
o fenômeno da prescrição, conforme art. 198, I; mas, quanto aos relativamente 
incapazes (art. 4º do CC), corre sim a prescrição, ressalvado o direito de regresso 
contra o assistente, nos termos do art. 195. 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida 
civil: 
I - os menores de dezesseis anos; 
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II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário 
discernimento para a prática desses atos; 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, 
tenham o discernimento reduzido; 
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial 
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os 
seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a 
alegarem oportunamente. 
Tratando-se de usucapião de imóvel, por ser indivisível, as causas que obstam, 
suspendem ou interrompem a prescrição em favor de um co-proprietário se estenderá 
aos demais. Assim, tendo-se apenas um dos co-proprietários como absolutamente 
incapaz, também se interrompe a prescrição quanto aos demais. As mesmas causas 
que impedem o curso da prescrição, também o fazem quanto à usucapião. 
Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das 
causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais também se 
aplicam à usucapião. 
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só 
aproveitam os outros se a obrigação for indivisível. 
Cessão de crédito não interrompe a prescrição. O direito se transmite no 
estado em que está, tratando-se de transmissão inter vivos ou mortis causa. O 
herdeiro terá o mesmo prazo que teria a quem sucedeu, ou seja, o prazo que já vinha 
transcorrendo, continuará a fluir sem interrupção ou suspensão. 
 
1.3. Causas Suspensivas 
A prescrição não é prazo fatal, podendo ser impedida, suspensa ou 
interrompida. As causas podem ser agrupadas em três suas categorias: 
a. Art. 197  causas inter partes; 
b. Art. 198  causas erga omnes; 
c. Art. 199  causas fundadas na ausência de exigibilidade. 
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As categorias dos arts. 197 e 198 dizem respeito ao status do sujeito passivo, ao 
que ele é ou à situação em que ele esta, são questões pessoais. Por isso, o art. 201 
determina que tais causas não se comunicam, salvo de o objeto for indivisível. 
O art. 197 traz aquela prescrição que só corre entre pessoas determinadas, isso 
em razão do vínculo pessoal que há entre elas. 
Vale-se ater que o inciso I do art. 197 deve ser entendido amplamente, 
englobando também os companheiros em união estável. 
Art. 197. Não corre a prescrição: 
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; 
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela 
ou curatela. 
Nesse contexto, uma dívida terá seu prazo suspenso em face de devedor que 
futuramente se torna cônjuge de credora. Mas, mesmo que a dívida tenha outros co-
devedores, não atingirá os demais, pois não há causa de suspensão quanto aos 
demais. 
O art. 198 traz as causas suspensivas erga omnes. 
Art. 198. Também nãocorre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; 
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos 
Municípios; 
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. 
Há autores que sustentam que contra os ausentes do art. 22 do CC, aqueles 
assim declarados por decisão judicial, não correria a prescrição. Desse modo, a 
benesse não estaria restrita somente aos ausentes do país em serviço público da 
União, dos Estados ou dos Municípios (inciso II). O que ocorre é que o CC/16 incluía o 
ausente no rol dos absolutamente incapazes, fazendo com que não corresse a 
prescrição em seu prejuízo. O CC/02, todavia, retirou o ausente do rol dos incapazes. 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se 
não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os 
bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, 
declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. 
Numa prova objetiva, pode ser que a banca considere que contra os ausentes 
não corre a prescrição, tendo em vista se tratar de afirmação majoritária na doutrina, 
ainda que não haja expressa disposição legal nesse sentido. 
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2º Horário 
 
As hipóteses do art. 199 dizem respeito à ausência de exigibilidade, situação em 
que a pretensão ainda não está presente e por isso não começa a correr a prescrição. 
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: 
I - pendendo condição suspensiva; 
II - não estando vencido o prazo; 
III - pendendo ação de evicção. 
Espécie de obrigação Exigibilidade Constituição em mora 
Positivas, líquidas e 
com termo de 
vencimento. 
No vencimento (arts. 331 e 
199) 
Art. 331. Salvo disposição legal 
em contrário, não tendo sido 
ajustada época para o 
pagamento, pode o credor exigi-
lo imediatamente. 
 
No vencimento (mora ex re) 
 
Art. 397. O inadimplemento da 
obrigação, positiva e líquida, no 
seu termo, constitui de pleno 
direito em mora o devedor. 
 
Positivas, sem termo 
de vencimento. 
Imediata (art. 331) Depende de prévia 
interpelação (mora ex 
persona).1 
Art. 397, Parágrafo único. Não 
havendo termo, a mora se 
constitui mediante interpelação 
judicial ou extrajudicial. 
Interrupção da prescrição, 
sendo que o prazo começa a 
correr novamente por inteiro. 
Art. 202. A interrupção da 
prescrição, que somente poderá 
ocorrer uma vez, dar-se-á: V - 
por qualquer ato judicial que 
constitua em mora o devedor; 
Condicionais Implemento da condição. 
(Arts. 332 e 199)2 
Dar ciência do devedor para 
constitui-lo em mora, o que 
 
1
 Os efeitos da mora não poderão ser imputados ao devedor até que ele seja imputado em mora. 
 
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Art. 332. As obrigações 
condicionais cumprem-se na 
data do implemento da 
condição, cabendo ao credor a 
prova de que deste teve ciência 
o devedor. 
lembra a situação da mora ex 
persona. 
No caso do inciso III do art. 199, tem-se como causa de suspensão a pendência 
de ação de evicção. 
Como cediço, a situação ocorre quando o alienante transfere uma coisa ao 
adquirente e o adquirente paga o preço com base em um contrato oneroso, mas surge 
um terceiro evictor que ingressa com uma ação reivindicatória em face do adquirente, 
alegando que a coisa o pertence ainda que tenha sido adquirida de boa fé. 
O adquirente deverá denunciar a lide ao alienante, nos termos dos arts. 70 do 
CPC e 456 do CC. 
CPC, Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória: 
I - ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi 
transferido à parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evicção Ihe 
resulta; 
CC, Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente 
notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e 
como lhe determinarem as leis do processo. 
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo 
manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer 
contestação, ou usar de recursos. 
Nesse contexto, a evicção só ocorrerá no momento em que houver a perda da 
coisa. Sem a perda, o prejuízo não se consumou, então não há pretensão em face do 
alienante, apenas mera expectativa de prejuízo. Desse modo, enquanto estiver 
pendente a ação de evicção, não começará a correr a prescrição em face do alienante. 
A pretensão só será inequívoca, se iniciando a prescrição, com o trânsito em julgado da 
ação que decrete a evicção. 
 
2
 No caso das obrigações condicionais, a jurisprudência já decidiu que, ocorrendo o acidente e com ele o 
sinistro, a prestação se torna exigível, a partir de quando começa a iniciar a prescrição. Com a ciência da 
seguradora, passa-se a sofrer os efeitos nocivos da mora. A princípio, a ciência teria o condão de 
interromper a prescrição, o que faz que volte a ser contado do início. Todavia, o art. 202, V diz que a 
constituição em mora deve se dar por meio judicial. O STJ tem entendido que a simples comunicação 
extrajudicial do segurador da ocorrência do sinistro não interrompe a prescrição, mas apenas a 
suspende. O prazo volta a correr a partir do momento em que a seguradora fornece a resposta, além 
disso, o prazo volta a correr de onde parou, não sendo reiniciado. 
 
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1.4. Causas Interruptivas 
A matéria encontra-se disciplinada nos arts. 202 a 204 do CC. 
As causas interruptivas podem ser agrupadas em apenas duas categorias: 
a. Exercício da pretensão pelo titular do direito ou terceiro interessado  art. 
202 incisos I a V; ou 
b. Reconhecimento do dever pelodevedor  art. 202, VI. 
Por disposição do legislador, a interrupção da prescrição só pode se dar uma 
vez, nos termos do art. 202 caput. 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-
se-á: 
O inciso I é o mais polêmico do dispositivo legal. No caput do art. 219 do CPC, 
seria a citação válida interromperia a prescrição, enquanto pelo Código Civil se daria 
com o despacho de citação, ainda que por juízo incompetente. 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-
se-á: 
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o 
interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; 
CPC, Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz 
litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em 
mora o devedor e interrompe a prescrição. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 
1º.10.1973) 
Tem-se entendido majoritariamente que se tem três momentos a observar: 
distribuição, despacho (cite-se) e citação válida: 
 
Distribuição Despacho Citação Válida 
 “Cite-se” 
Pelo art. 219 do CPC, o “Cite-se” interrompe a prescrição sob condição de a 
citação válida ser efetivada no prazo legal. 
Se a citação válida não for efetivada no prazo legal, por fato imputável ao autor, 
ele perde o benefício da interrupção no momento do “Cite-se”, havendo a interrupção 
apenas a partir da citação válida. Desse modo, se o autor deu causa, pode ocorrer a 
prescrição entre o “Cite-se” e a citação válida. 
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Se a citação válida foi promovida no prazo legal, os efeitos retroagiriam até o 
momento da distribuição, isso, é claro, se a inicial estava apta a ser despachada no 
momento em que foi distribuída, não sendo necessário emendar a inicial, recolher 
custas complementares ou juntar novos documentos. Trata-se de benesse relevante, 
pois pode ser que, entre a distribuição e o “Cite-se”, o Judiciário tenha demorado por 
demais para fazê-lo. A regra do CPC, então, permaneceria a proteger a parte nesse 
caso. 
Então, a prescrição pode se dar entre a distribuição e o despacho e entre o 
despacho e a citação válida, desde que o autor não promova as diligências que lhe 
cabiam. 
Ainda há controvérsia acerca do inciso I no que se refere a quantas vezes 
poderia o “Cite-se” efetivamente interromper a prescrição. Na visão de Caio Mário, à 
exceção do inciso I, o “Cite-se” poderia ocorrer por diversas vezes, tantas vezes quanto 
fossem os despachos liminares de conteúdo positivo haveria interrupção. Para o autor, 
só haveria a impossibilidade de interromper a prescrição diante do fenômeno da 
perempção. 
A segunda corrente seguida, dentre outros, por Flávio Tartuce, que deve 
prevalecer majoritariamente na prática, entende que o “Cite-se” só interrompe uma 
vez, mas a formação da relação jurídica-processual com a citação válida suspende a 
prescrição até o trânsito em julgado, conforme art. 202, parágrafo único. 
Art. 202, §único, CC - A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato 
que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper. 
Com o ajuizamento da ação, há interrupção da prescrição, que voltará a correr 
pelo início a partir do último ato do processo. Com a promoção de nova ação, e com o 
novo “Cite-se”, o prazo voltaria a correr, com o restante do prazo que sobrou e assim 
sucessivamente. Enquanto houver processo, há suspensão. A cada vez que o processo 
for extinto sem resolução do mérito, ter-se-á um prazo menor de prescrição. 
Finalmente, embora a lei não preveja expressamente, tem-se entendido que o 
parágrafo serviria para fundamentar também a prescrição intercorrente no Direito Civil 
em situação que o último ato praticado pela parte levou o processo a uma paralisação 
indevida. No caso em que a ausência de movimentação pelo interessado, leva à 
paralisação do prazo por tempo suficiente à consumação da prescrição, observar-se-á 
a prescrição intercorrente, que não ocorrerá enquanto o autor for diligente. 
Art. 202, Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do 
ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper. 
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Deve-se observar que no inciso II do art. 202, o protesto deve ser judicial, 
sendo que com o “Cite-se” tem-se a interrupção efetiva. 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-
se-á: 
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; 
O inciso III traz o protesto extrajudicial e merece destaque. A Súmula 153 do 
STF dizia que o mero protesto cambial não interrompia a prescrição, isso porque 
somente interromperia a prescrição as causas expressamente previstas em lei. Como o 
protesto cambial no CC/16 não era elencado como causa de interrupção, a 
jurisprudência não o entendia como capaz de gerar interrupção. O que se tem hoje é a 
não aplicação da Súmula 153 em face do disposto no art. 202, III do CC. 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-
se-á: 
III - por protesto cambial; 
Súmula 153 do STF - Simples protesto cambiário não interrompe a prescrição. 
No inciso IV, a interrupção também é judicial, ocorrendo especificamente nos 
casos de inventário e falência. 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-
se-á: 
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso 
de credores; 
No caso da falência a sua decretação, pela Lei de Recuperação e Falência, 
suspende os prazos prescricionais. Ao se habilitar o crédito, obtém-se o benefício da 
interrupção, de modo que o prazo voltará a ser contado do início. Se não houver 
habilitação do crédito, ter-se-á a suspensão apenas, e não a interrupção. 
O inciso V salienta que o ato que constitua em mora o devedor deve ser 
judicial. 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-
se-á: 
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
No quadro acima posto, viu-se que, na mora ex persona, a constituição em 
mora pode se dar judicial ou extrajudicialmente, nos termos do art. 397, parágrafo 
único. Paralelamente, no art. 405, determina-se que os juros de mora contam-se desde 
a citação inicial. 
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Art. 397, Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante 
interpelação judicial ou extrajudicial. 
Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial. 
Indaga-se qual o propósito de notificação extrajudicial, afinal com ela não se 
interrompe a prescrição e tampouco se inicia a contagem dos juros de mora, não se 
podendo imputar ao devedor os efeitos principais. Apenas com a citação obtêm-se os 
dois efeitos. Daí tem-se duas formas de ver a questão. 
Nas provas objetivas, deve-se seguir a interpretação literal, assim a mera 
notificação extrajudicial não interrompe a prescrição e não serve para contagem dos 
juros de mora. Em oposição, há uma segunda corrente, que pode ser citada em provas 
discursivas, defendida dentre outros por Gustavo Tepedino, que entende que se deve 
fazer uma interpretação sistemática, admitindo-se que, nos termos do art. 397, 
parágrafo único, se alcance os dois efeitos: constituição em mora para fins de 
interrupção da prescrição e para fins de contagem dos juros. 
O inciso IV ingressa na segunda categoria das causas interruptivas, qual seja, de 
reconhecimento do dever pelo devedor. Aqui o legislador fala em “extrajudicial”, mas 
o que há é reconhecimento extrajudicial, não se trata de notificação. 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-
se-á: 
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe 
reconhecimento do direito pelo devedor. 
 
2. Decadência 
O ambiente da decadência se dá em relação jurídica diferente. Tem-se sujeito 
ativo que titulariza direito potestativo e que está relacionado ao sujeito passivo, a 
quem se atribui um estado de sujeição. 
O sujeito ativo pode exercer pretensões por meio de ação constitutiva, 
desconstitutiva ou modificativa. Como não se trata de dever de prestação, não há que 
se falar em inadimplência. O direito potestativo só depende de seu titular, não sendo 
passível de ser violado pelo sujeito passivo. Não existe pretensão condenatória, pois 
não há violação. 
Tais direitos potestativos poderão ou não sujeitar-se a prazo. Se houver prazo, 
terá natureza decadencial. Por exemplo, o direito potestativo de anular negócio 
jurídico em razão de vício de consentimento deve ser exercido no prazo decadencial 
de 4 anos a contar de sua celebração nos termos do art. 208 do CC, enquanto o direito 
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de se divorciar é direito potestativo sem prazo para ser exercido, podendo se dar 
durante toda a constância do casamento. 
Diante disso, nem todo prazo será legal, é possível que as partes estabeleçam 
prazos convencionais. A decadência pode ser legal ou convencional. 
A decadência legal se refere àqueles casos em que o ordenamento considerou 
de ordem pública, estabelecendo um prazo fatal para determinada questão. É, por 
exemplo, o caso de se anulação de negócio jurídico por vício de consentimento, como 
se dá diante de erro, dolo, lesão, etc. 
Em outros casos, o legislador omite-se, deixando a cargo das partes fixarem o 
prazo decadencial, sendo o que ocorre na decadência convencional. É o caso de 
cláusula que confere direito de arrependimento em contrato de compra e venda e o 
de concessão de garantia contratual suplementar em relação à garantia legal. 
É comum a assertiva que a decadência não se suspende nem se interrompe. 
O CC vigente admite que a decadência possa ser suspensa ou interrompida, 
mas desde que haja previsão legal expressa, como se dá no art. 208. 
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as 
normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. 
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I. 
Assim como se viu quanto à prescrição, também não corre prazo decadencial 
contra o absolutamente incapaz, nos termos do art. 198, I. 
Outro caso é do art. 446, em que diante da pendência de garantia legal, não 
corre o prazo prescricional, sendo caso em que o prazo convencional obsta o prazo 
legal. 
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula 
de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta 
dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência. 
Outro caso é do art. 26 § 2º do CDC: 
 Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação 
caduca em: 
 § 2° Obstam a decadência: 
 I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o 
fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que 
deve ser transmitida de forma inequívoca; 
 II - (Vetado). 
 Civil – Prof. André Roberto 
Data: 30/05/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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 III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. 
Em uma interpretação a contrario sensu do art. 209, entende-se por válida a 
renúncia à decadência convencional. 
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei. 
A decadência legal deve ser pronunciada de ofício e é irrenunciável, enquanto 
a decadência convencional deve ser alegada pelas partes e é renunciável, como visto. 
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por 
lei. 
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-
la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação 
Ações meramente declaratórias não se submetem a prazo prescricional ou 
decadencial, é o que ocorre no caso do negócio nulo previsto no art. 169. 
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce 
pelo decurso do tempo. 
Outro é exemplo de ação de usucapião, em que, depois de consumado o prazo 
aquisitivo de propriedade, cabe ajuizamento de ação declaratória. A qualquer tempo, 
o possuidor pode ingressar com a ação de usucapião, não há prazo limite para tal; o 
que há é prazo limite para aquisição do direito. 
O caput do art. 204 diz respeito a obrigações divisíveis e não solidárias. 
Art.204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; 
semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, 
não prejudica aos demais coobrigados. 
Se a obrigação for solidária, deve-se seguir o parágrafo primeiro, de modo que 
a interrupção em favor de um favorecerá a todos; e aquele contra um prejudica os 
demais. Por exemplo, o co-devedor que ajuizar ação beneficia aqueles que se 
mantiveram inertes. Isso só ocorre quanto à interrupção, não ocorre na suspensão. 
Art. 204, § 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; 
assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e 
seus herdeiros. 
A indivisibilidade impõe efeito extensivo, assim como se dá na solidariedade. 
Art. 204, § 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário 
não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de 
obrigações e direitos indivisíveis. 
No caso do parágrafo 3º, a interrupção produzida contra o devedor principal 
gera o mesmo efeito quanto ao fiador. Isso porque, diante de causa de interrupção em 
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favor do devedor, o credor encontra-se impossibilitado de em face dele exercer seu 
direito e, do mesmo modo, o fiador goza do benefício de ordem, o que se configura 
outro óbice ao credor. Se a interrupção também não se estendesse ao fiador, o credor 
ver-se-ia impossibilitado de exercer seu direito, esvaziando o instituto da fiança. 
§ 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador. 
Fraude contra Credores e Fraude à Execução (aula passada): 
A discussão é antiga, existente desde o CC/16, quanto à opção do legislador em 
tratar a fraude contra credores como causa de anulabilidade. 
O art. 165 do CC diz que os negócios motivados pela fraude contra credores 
sujeitam-se à anulabilidade e o valor daí auferido deve ser incorporado ao acervo do 
devedor. 
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em 
proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores. 
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos 
preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará 
somente na anulação da preferência ajustada. 
No at. 178, fala-se em prazo decadencial para anulação. 
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do 
negócio jurídico, contado: 
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em 
que se realizou o negócio jurídico; 
Pela letra da lei, entender-se-ia pela anulabilidade do negócio, haveria 
desconstituição do negócio com retorno ao estado anterior, de modo que o bem ou o 
valor a ele equivalente retorna ao patrimônio do devedor e favorece a todos os 
credores, mesmo que apenas um dos credores tivesse ajuizado a ação 
revocatória/pauliana. Nesse contexto, seria exigida a demonstração da insolvência, 
com configuração do eventus damni. 
Em julgado recente, mais precisamente em Informativo de abril, o STJ entendeu 
que, se o negócio foi praticado em fraude contra credores, o credor pode arguir a 
ineficácia relativa, permitindo-se que o credor reouvesse o bem ou o valor dele 
proveniente. Por ação pauliana, a sentença diria ineficaz o negócio para as partes, 
mantendo-se sua validade no que se refere ao terceiro. O valor resultante da hasta 
publica serviria para quitação do crédito específico do credor que moveu a ação 
pauliana. 
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Como se vê, pela letra da lei, o saldo remanescente deveria retornar ao acervo. 
Mas, para o STJ, o remanescente deve ser direcionado ao terceiro, pois o negócio 
jurídico seria válido e eficaz em relação a todos, menos em relação àquele que 
promoveu a ação pauliana. 
A ineficácia só opera efeitos no âmbito daquelas partes dentro daquele 
negócio, ao passo que a anulação devolveria as partes ao estado anterior, favorecendo 
a todos os credores. 
Para fins de prova, se a questão versar sobre a literalidade da lei, deve-se seguir 
o art. 165, a fraude contra credor seria causa de nulidade, beneficiando todos os 
credores, pois se voltaria ao status quo ante; em se tratando de posição 
jurisprudencial, deve-se entender pela ineficácia relativa.

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