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CASO CLINICO KATIUSKA (completo)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO – UNIESP 
CURSO DE BACHARELADO EM NUTRIÇÃO 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA 
 INSTITUTO WALFREDO GUEDES PEREIRA 
 
 
 
 
KATIUSKA NÁGILA PESSOA BOSON ELOY 
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA: 
HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CABEDELO – PB 
2022
 
 
 
KATIUSKA NÁGILA PESSOA BOSON ELOY 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO CLÍNICO 
 
 
 
Projeto apresentado na disciplina Estágio 
Supervisionado em Nutrição Clínica, do 
Curso de Graduação em Nutrição do 
Centro Universitário - UNIESP, como 
requisito para elaboração do caso clínico. 
SUP. DE ESTÁGIO: Prof.ª. Kelly 
Cristina Muniz de Medeiros; Prof.ª. Carla 
Giovanna Filgueiras Peixoto 
PRECEPTORA: Mariana Lira 
 
 
 
 
 
 
 
CABEDELO – PB 
2022 
SUMÁRIO 
 
1. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL .................................................................................. 4 
2. ROTINA DO ESTAGIÁRIO NO CAMPO DE PRÁTICA ............................................. 4 
3. IDENTIFICAÇÃO E HISTÓRIA DA VIDA DO PACIENTE ....................................... 5 
4. HISTÓRIA DA DOENÇA E INTERNAÇÃO .................................................................. 6 
5. DIAGNÓSTICO DEFINITIVO OU PROVÁVEL ........................................................... 6 
6. QUADRO CLÍNICO ATUAL DO PACIENTE ............................................................... 6 
7. FISIOPATOLOGIA DAS DOENÇAS .............................................................................. 7 
7.1. Diabetes Mellitus, tipo 2 ............................................................................................... 7 
7.2. Hipertensão Arterial .................................................................................................... 8 
7.3. Neoplasia De Mama ..................................................................................................... 9 
7.4. Metástase Coluna ......................................................................................................... 9 
8. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO PACIENTE .......................................................... 10 
8.1. Medidas Antropométricas ......................................................................................... 10 
8.2. Obesidade E Paciente Oncológico ............................................................................. 12 
9. INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS DE IMPORTÂNCIA PARA 
DIETOTERAPIA ...................................................................................................................... 12 
9.1. Exames Laborais ........................................................................................................ 12 
9.2. Interpretação .............................................................................................................. 14 
10. INTERAÇÃO DROGAS X NUTRIENTES .................................................................... 15 
11. EVOLUÇÃO DIETOTERÁPICA PRESCRITA NO HOSPITAL E ACEITAÇÃO 
PELO PACIENTE .................................................................................................................... 17 
12. TERAPIA NUTRICIONAL RECOMENDADA PELO ESTAGIÁRIO AO 
PACIENTE ................................................................................................................................ 18 
12.1. Recomendações Gerais ........................................................................................... 19 
12.2. Cardápio .................................................................................................................. 19 
13. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 20 
14. REFERÊNCIAS................................................................................................................. 21 
1. Caracterização do local 
O Hospital São Vicente de Paulo fica localizado na Av. João Machado, n°1234 no bairro 
do Centro, na cidade de João Pessoa-PB. Fundado por Dr. Walfredo Guedes Pereira, no ano de 
1912 com o nome de IPAIP – Instituto de Proteção e Assistência à Infância da Paraíba, formado 
por uma sociedade civil sem fins lucrativos, tendo como seu principal objetivo a prestação da 
assistência integral aos usuários do Sistema Único de Saúde – SUS. 
O hospital supracitado é referência de alta e média complexidade nos tratamentos de casos 
neurológicos, nefrológicos, oncológicos e angiológicos. Os serviços prestados envolvem 
procedimentos eletivos e de urgência em clínica médica e cirúrgica. Possui três alas principais, 
quais sejam: setor oncológico, que conta com 26 leitos, setor masculino, 26 leitos, setor vascular, 
32 leitos. Outras áreas presentes neste hospital e em seus anexos são: hemodiálise, UTI, área 
amarela, quimioterapia e consultórios. 
Ademais, a Policlínica do Hospital São Vicente tem uma estrutura formada por 
consultórios equipados e climatizados, Centro de Diagnóstico por Imagem, sala para pequenos 
procedimentos, bem como um bloco cirúrgico com seis salas de cirurgias. A equipe é bem 
treinada e preparada para propor um bom atendimento com recepcionistas, técnicas de 
enfermagem e enfermeiras para auxiliar os médicos de diversas especialidades como 
neurologistas, urologistas, cardiologistas, mastologistas, cirurgiões gerais, nefrologistas, 
especialistas em cabeça e pescoço entre outras. Outrossim, aceita os seguintes Planos de Saúde: 
Bradesco, Unimed, Assefaz, Afrafep, Sulamerica, Cassi e Fiat. 
2. Rotina do estagiário no campo de prática 
O estágio, desenvolvido no Hospital São Vicente de Paulo, teve início no mês de fevereiro 
e será finalizado no mês de julho. Onde são efetuados nos turnos da manhã (7h às 12:30h), em 
dias de terça-feira e quinta-feira. 
Nas primeiras semanas foram feitas rondas em todas as áreas do hospital com o intuito de 
demonstração do local para a equipe de estagiários do dia/turno acima citado. A rotina diária era 
desenvolvida da seguinte forma: no início do turno do estágio eram feitas as análises dos 
prontuários, para posteriormente passar a visita nos leitos e avaliar como estava a aceitação da 
dieta e a parte digestiva dos pacientes, logo em seguida atualizava o mapa das copeiras. Por fim, 
ocorria a interação da preceptora com a equipe de estagiários, havendo aulas e trocas de 
informações inerentes ao âmbito de trabalho. 
Em dias aleatórios, e quando havia necessidade, era feita a avaliação antropométrica de 
alguns pacientes, onde verifica-se a circunferência do braço (CB), a meia envergadura (ME), 
altura do joelho (AJ) e a circunferência da panturrilha (CP). Tais medidas eram utilizadas para 
estimar peso e altura, com isso conseguia determinar o diagnóstico nutricional, bem como o 
percentual de perda de peso. 
Além disso, durante todo o período inicial do estágio, foram realizadas pela equipe e de 
forma individual as seguintes atividades: orientação sobre as avaliações físicas voltadas para o 
público hospitalar, manual de fórmulas, exames laboratoriais, apresentação do caso clínico, 
atividade para recomendação e execução de cardápio em pacientes renais, aula invertida que 
abordou o tema hematologia, entre outras atividades que envolviam a importância da nutrição 
clínica. 
3. Identificação e história da vida do paciente 
Quadro 1 - Identificação do paciente 
Nome G. V. M. B. 
Sexo Feminino 
Idade 42 anos 
Profissão Cabeleireira 
Data de nascimento 24/10/1979 
Data de admissão 03/04/2022 
Setor Oncológica 
Leito 12 
Médico Claúdio Emmanuel Gonçalves da S. Filho 
Doenças Hipertensão Arterial e Diabete Mellitus Tipo 2 
Antecedentes Carcinoma da mama com masterctomia e lifadenectomia 
axilar- AC/RT/HERCEPTIN, há dois anos. 
Histerectomia com salpingectomia, há 3 anos. 
FONTE: Prontuário médico da paciente G.V.M.B, Hospital São Vicente de Paulo, 2022. 
A paciente G.V.M.B relatou por meio de anamnesenão praticar atividades físicas, seguindo 
uma vida sedentária, não faz uso de álcool e fumo, bem como não come de forma exagerada 
alimentos industrializados. Mencionou também que a partir do momento que iniciou o tratamento 
para o câncer de mama, passou um ano sem comer nenhum tipo de açúcares, adoçando as coisas 
com xilitol. No momento em que foi questionada sobre histórico familiar, falou que sua tia havia 
morrido de câncer e possuía outros parentes, do lado materno, com histórico de carcinoma. 
4. História da doença e internação 
A paciente relatou que fez seguimento oncológico no hospital São Vicente de Paula, onde 
realizou mastectomia em 2017 e posteriormente com AC, linfonodo positivo e esvaziamento 
linfonodal axilar esquerdo, fez RT e HERCEPTIN. Segundo a mesma, vinha com funcionalidade 
prévia e há 15 dias iniciou quadro de dor, inicialmente de leve intensidade, piorando 
progressivamente, aumentando de intensidade ao decúbito lateral, associado a dispneia aos 
moderados esforços. Ato contínuo, após ser medicada, relatou que os remédios amenizaram as 
dores, entretanto ainda sentia dor moderada ao sentar e se movimentar. 
Os exames de sangue realizados na admissão apresentaram taxas de leucometria normal, 
boa função renal e PCR discretamente alterado. Com relação aos exames de raio x, o médico 
observou apagamento dos seios costofrênicos bilateralmente e opacidade em base esquerda 
compatível com derrame pleural pequeno, aparentemente cardiomegalia. 
Mediante relato de intensa dor e por causa de muita insistência da paciente, esta foi 
internada no setor oncológico do Hospital São Vicente de Paulo, para a realização de exames 
com intuito de investigar a causa da dor. 
5. Diagnóstico definitivo ou provável 
No dia 06 de abril de 2022, a paciente recebeu o laudo da TC de coluna torácica que 
apresentou lesões osteolíticas nos corpos vertebrais T1 a T4, bem como os elementos posteriores 
de T3 e T4, determinando afilamento e erosões corticais, provocando colapso dos corpos 
vertebrais, com redução de sua altura em até 90%. Notou-se também componentes de partes 
moles adjacentes que determinam compressão sobre saco dural. A soma dos achados pode estar 
relacionada à envolvimento neoplásico secundário. Sinais de leve espondilodiscoartropatia 
degenerativa. 
6. Quadro clínico atual do paciente 
A paciente segue internada em leito de enfermaria, na ala oncológica para início de 
quimioterapia e posterior alta. Se encontra consciente e orientada, estável hemodicamente, 
confortável em repouso e a dor permanece controlada. Apresenta episódios de dispneia 
paroxística à noite e durante o dia; apetite e dieta preservados, diurese presente; evacuação 
presente. 
7. Fisiopatologia das doenças 
7.1. Diabetes mellitus, tipo 2 
A diabetes mellitus tem se destacado como uma das doenças crônicas não transmissíveis 
(DCNT) que mais acometem os indivíduos atualmente e sua prevalência vem crescendo muito 
ao longo das últimas décadas, por causa de vários fatores que envolvem o sedentarismo, maior 
taxa de urbanismo, obesidade, alimentação inadequada, envelhecimento populacional, entre 
outros quesitos (SCHMIDT et al., 2009 apud BERTONHI, 2018). 
Conforme a OMS, a diabetes mellitus é uma doença metabólica, de etiologia múltipla, 
caracterizada por hiperglicemia crônica, com défices no metabolismo dos glicídios, proteínas e 
lipídios resultantes de distúrbios ao nível da secreção ou ação da insulina, ou de ambas 
(ROMANCIUC, 2017). 
Na fase inicial da DMT2, as células β elevam a secreção de insulina para compensar a 
resistência à insulina. Durante essa fase, a tolerância à glicose permanece normal. Este 
mecanismo compensatório resulta na falha progressiva das células β e em razão disso a 
progressão da doença. A DMT2 desenvolve-se quando a capacidade de secreção de insulina 
pelas células β não é suficiente para superar o grau de resistência dos tecidos à insulina 
(GASTALDELLI, 2011). 
Neste sentido, os indivíduos com DMT2, normalmente produzem insulina, entretanto 
suas células não conseguem utilizá-la adequadamente em razão da diminuição da sua ação, 
quadro caracterizado como resistência à insulina. Dessa forma, não há efetiva ação 
hipoglicêmica da insulina e a diminuição da captação de glicose pelas células resulta a elevada 
produção de glicose hepática, o que colabora ainda mais com o aumento da glicemia e se associa 
com altos níveis de insulina no sangue (BERTONHI, 2018). 
Segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) o consumo alimentar 
habitual constitui um dos principais fatores determinantes passíveis de modificação para DCNT 
(WHO/FAO; 2003). Nesse mesmo sentido, a American Diabetes Association (ADA) afirma 
que a melhor estratégia para a promoção da saúde e redução DCNTs é manter uma alimentação 
balanceada. Sendo assim, a dieta adequada e saudável se faz extremamente importante para 
pessoas com DM para o controle, tratamento e prevenção de complicações (FONSECA, 2015 
apud BERTONHI, 2018) 
7.2. Hipertensão Arterial 
O sistema cardiovascular é formado pelo coração, vasos sanguíneos e sangue, tem como 
funções fornecer e manter o fluxo sanguíneo, levar nutrientes aos diversos tecidos do corpo, bem 
como remover as toxinas resultantes do metabolismo celular (SANTANA et al., 2019 apud 
SONTANG et al., 2019). A homeostase do bombeamento do sangue e sua livre passagem pelo 
lúmen dos vasos sanguíneos, resulta na manutenção da pressão arterial (PA). A determinação da 
PA ocorre pelos fatores físicos, como débito cardíaco (DC) e resistência vascular periférica total 
(RVPT) e a interação destas duas variáveis pode ser matematicamente expressa pela equação 
pressão arterial média (PAM)= DC x RVP (KRIEGER, 1999 apud SONTANG et al., 2019). 
Conforme a Diretriz Brasileira de Hipertensão (2020), a hipertensão arterial (HA) é 
definida como uma doença crônica não transmissível (DCNT) determinada por níveis 
pressóricos, em que os benefícios do tratamento superam os riscos. Trata-se de uma condição 
multifatorial, o qual depende de fatores genéticos, epigenéticos, ambientais, bem como sociais, 
caracterizada por elevação persistente da pressão arterial (PA), isto é, PA sistólica (PAS) maior 
ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, sendo essa pressão 
medida com a técnica correta, no mínimo duas vezes, na ausência de remédios hipertensivos. 
(BARROSO, 2021) 
A hipertensão tem como uma de suas característica a hiperatividade do sistema renina-
angiotensina, o qual contribui para várias alterações funcionais, bem como estruturais em vários 
órgãos-alvo. Um dos produtos deste sistema, a angiotensina II, provoca lesão vascular por induzir 
vasoconstrição, proliferação e hipertrofia de células musculares lisas e inflamação vascular, bem 
como a degradação da matriz extracelular. Outrossim, contribui com o aumento da contratilidade 
miocárdica, retenção de sódio e água e elevação da pressão arterial (Santos et al., 2012; Thieme 
et al., 2017 apud CALZERRA, 2018) 
Ademais, existem propostas de dietas para a prevenção da HA, que também favorecem o 
controle dos hipertensos e contribuem para a saúde no geral. Destaca-se, nesse sentido, a dieta 
DASH e outras que envolvem baixa quantidade de gordura baixo e teor de carboidratos, como a 
mediterrânea, vegetariana, vegana, nórdica e etc. 
7.3. Neoplasia de Mama 
O câncer é definido como um conjunto de doenças que têm em comum o crescimento 
desordenado de células que invadem tecidos e órgãos. Estas células dividem-se rapidamente e 
tendem a ser agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores que podem 
espalhar-se para outras regiões do corpo, culminando no caráter de maior malignidade (INCA, 
2018) 
A neoplasia de mama caracteriza-se por desregulação da proliferação e apoptose celulares, 
desaparecimento de células mioepiteliais, transformação epitélio mesênquima, instabilidadegenômica (mutações, deleções, amplificações, rearranjos cromossômicos), perda da organização 
e compartimentalização (FERREIRA; ROCHA, 2004). O padrão molecular do câncer de mama 
pode ser identificado pela imunohistoquímica, permitindo a quantificação dos receptores de 
estrogênio, progesterona, bem como o receptor do fator de crescimento epidérmico humano tipo 
2 (HER-2). Outra classificação dos tumores se dá através do microarranjo, o qual os organiza em 
subtipos moleculares de acordo com a expressão gênica, podendo ser: luminal A, luminal B, 
HER-2 e Basal-Like (KAKIMI et al., 2017) 
Os fatores de risco associados ao desenvolvimento da neoplasia de mama são de origem 
multifatorial, os quais culminam na reprodução descontrolada das células cancerígenas na região 
mama, como por exemplo a idade avançada, história hereditária, hábitos de vida, fatores de riscos 
genéticos e aspectos reprodutivos (PENATTI, 2020) 
Por fim, vários estudos evidenciam o impacto da alimentação sobre o câncer de mama. 
Neste sentido, uma alimentação adequada e saudável colabora na prevenção do câncer de mama 
em mulheres, independente da fase da vida, desde que estejam inseridas em um estilo de vida 
saudável, o que inclui bons hábitos alimentares, exercício físico regular, diminuição da ingestão 
de bebidas alcoólicas e açucaradas, entre outras. A adesão de uma alimentação equilibrada que 
priorize alimentos in natura e minimamente processados, somada ao estilo de vida, 
consequentemente podem garantir um melhor prognóstico quando se está com a doença 
(PEREIRA, 2020). 
7.4. Metástase coluna 
A metástase caracteriza-se como um processo de crescimento tumoral em áreas distantes 
do foco primário de câncer, podendo ocorrer decorrente da perda da coesão celular e migração 
tumoral pelo sistema circulatório. Os pulmões, o fígado e o esqueleto são os principais locais 
acometidos por metástases no corpo humano, sendo a coluna vertebral a mais frequentemente 
acometida no sistema ósseo (SILVA, 2021). 
As neoplasias de coluna mais habituais são as metástases do adenocarcinoma de mama, de 
neoplasias pulmonares, de próstata, dos rins, bem como dos tumores hematopoiéticos, 
sobressaindo os linfomas e o mieloma múltiplo. O diagnóstico ocorre corriqueiramente no 
período em que já há conhecimento da doença primária, entretanto cerca de 10% dos pacientes 
podem ter sinais de CM como primeira manifestação da neoplasia (JOAQUIM et al., 2007 apud 
ARAÚJO, 2013). 
De acordo com estudos feitos em autópsias, a distribuição das metástases extra durais se 
relaciona com o tamanho das vértebras, sendo mais prevalentes nas lombares, depois torácicas e 
cervicais. Entretanto, a compressão sintomática ocorre mais frequentemente na coluna torácica 
(50–70%), seguida pela coluna cervical (10–30%) e, por último, pela coluna lombo-sacra (20–
30%). As neoplasias pulmonares e de mama, cursam com lesões cervicais ou torácicas, ao passo 
que o de próstata, cólon e tumores pélvicos têm maior propensão pela coluna lombo-sacra 
(JOAQUIM et al., 2007 apud ARAUJO, 2013). 
8. Avaliação Nutricional do paciente 
8.1. Medidas antropométricas 
 
Data 31/04/2022 
Peso Usual 70 kg - 88 kg 
Peso seco 89,42 kg 
Peso atual estimado 
(com edema) 
91,62 kg 
Altura 1.62 m 
Circunferência do 
Braço - CB 
36 cm 
Circunferência da 
Panturrilha - CP 
 36 cm 
Porcentagem de 164,28% 
Adequação de Peso 
Porcentagem de 
Adequação da CB 
123 % 
(Obesidade) 
 
A paciente avaliada encontra-se em estado nutricional de obesidade de acordo a 
Organização Mundial de Saúde (OMS), que se classifica o IMC de 30,0 a 34,9 kg/m² como 
Obesidade Grau I (Tabela 1). Corroborando com o mesmo diagnóstico, a classificação conforme 
a adequação do peso foi a mesma, obesidade (Tabela 2). 
 
Tabela 1 – Classificação do estado nutricional segundo o IMC para adultos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 2 – Classificação do estado nutricional segundo a adequação do peso 
 
 
 
 
Diante dos parâmetros, a paciente encontra-se em estado de Obesidade Grau I, já com 
correção em peso seco, uma vez que se encontra em anasarca. A alimentação está com a 
adequação devida e boa aceitação. 
Faz-se necessário seguir em acompanhamento nutricional, efetuar avaliações físicas 
frequentes, visto que a paciente está bem acima do peso, podendo agravar o seu estado de saúde 
8.2. Obesidade e paciente oncológico 
O tecido adiposo se expande em resposta ao aumento no número de calorias ingeridas, por 
meio do aumento do tamanho das células ou no número de adipócitos. Com isso, o suprimento 
de oxigênio fica baixo e gera a hipóxia tecidual, levando a uma inflamação sistêmica de baixo 
grau, com liberação de adipocinas inflamatórias que perpetuam esse ciclo. A ativação de vias 
inflamatórias causa desequilíbrio na produção de espécies reativas de oxigênio, aumento do 
estresse do retículo endoplasmático, resistência à insulina e aumento da apoptose dos adipócitos 
(OIKONOMOU, 2018). Em estado inflamatório, o processo de apoptose das células é 
prejudicado, podendo acontecer a morte celular programada pela inflamação, o qual desenvolve 
a explosão da membrana celular e extravasamento de lipídeos, citocinas, ATP e espécies reativas 
de oxigênio do seu conteúdo no meio celular. Este processo é o pontapé inicial para ativação e 
deslocamento de células imunes para a região, com acúmulo de macrófagos fagocíticos (QUAIL; 
DANNENBERG, 2018). 
Nesse sentido, a obesidade está relacionada com a incidência e mortalidade de, 
aproximadamente, 20% de cânceres associados. A maior biodisponibilidade de glicose, bem 
como lipídeos fornece substrato para a carcinogênese se instalar e progredir, assim como há 
alteração no mecanismo de apoptose das células cancerígenas (QUAIL; DANNENBERG, 2018) 
A obesidade é reconhecidamente um fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos 
de câncer e está associada com pior prognóstico. A mesma ativa numerosas vias oncogênicas que 
promovem a sobrevivência, proliferação e metabolismo de células tumorais. Em razão disso, é 
essencial minimizar seu impacto no tratamento do paciente oncológico. A perda de peso 
progressiva pode melhorar a performance funcional, os desfechos e a qualidade de vida. O déficit 
calórico é a intervenção mais óbvia e efetiva para induzir à perda de peso. Entretanto, sua 
indicação pode levar à redução de massa de gordura com efeito colateral imprevisível e 
indesejável (obesidade e sarcopenia), que é a perda conjunta de massa muscular. (BRASPEN, 
2019) 
9. Interpretação de exames laboratoriais de importância para Dietoterapia 
9.1. Exames Laborais 
Vale destacar a importância dos exames laboratoriais no auxílio do fechamento do 
diagnóstico nutricional do paciente. Por tanto, os parâmetros a seguir foram analisados. 
Quadro 2- Resultados do exame de sangue da paciente 
HEMOGRAMA / SÉRIE VERMELHA 
Exames 26/03/2022 Valor de Referência 
Eritrócito 4,27 milhões /mm3 4,2 a 6,0 milhões/mm3 
Hemoglobina 12,9 g/DL 13,5 a 16,0 g/dL 
Hematócrito 36,7% 40,0 a 52,5 % 
V.C.M 86,0 fL 82,0 a 92,0 fL 
H.C.M 30,2 pg 27,0 a 31,0 pg 
C.H.C.M 35,1 g/dL 32,9 a 36,0 g/dL 
RDW 13,7 % 11,5 a 15,0 fL 
SÉRIE BRANCA 
Leucócitos 19.600 / mm3 5.000 a 10.000 / mm3 
Neutrófilos 
Promielocitos 0 0 a 0 /mmm3 
Mielócitos 0 0 a 0 /mmm3 
Metamielócitos 0 0 a 0 /mmm3 
Bastonetes 0 0 a 0 /mmm3 
Segmentados 88,0 / 17.248 40 a 70% - 1.800 a 8.500/mm3 
Eosinófilos 2,0 / 392 0,5 a 6,0% / até 500/mm3 
Basófilos 0 0 a 2,0% - até 100/mm3 
Linfócitos 
Típicos 7,0 / 1.372 20 a 45% – 1.000 a 3.500/mm3 
Atípicos 0 0 a 5% – 0 a 500/mm3 
Monócitos 3 2,0 a 10%/ até 1.000 
OBS: Hemácias normocíticas e normocrônicas. 
Resultado: Leucocitose confirmada. 
Plaquetas 402.000 mm3 140.000 a 400.000 mm3 
P.D. W 12,8% 10,0 até 18,0 % 
BIOQUIMICO 
Glicose 161 mg/DL 
Ureia 26 mg 10 a 50 mg/dL 
Creatinina 0,8 mg/DL 0,4 a 1,3 mg/dL 
Sódio 138 mg/DL 135 a 148 mEq/LPotássio 4,2 4,0 a 5,6 mEq/L 
Cálcio 10,1 
Albumina 5,0 g/DL 3,5 a 5,5 g/dL 
FONTE: Prontuário médico da paciente G.V.M.B, Hospital São Vicente de Paulo, 2022. 
9.2. Interpretação 
O hemograma é comumente utilizado para analisar determinados aspectos sanguíneos 
como o número de glóbulos vermelhos, leucócitos e plaquetas, sendo um bom instrumento para 
identificar a ocorrência de infecções, excesso de ferro ou de anemia, por exemplo (LEMOS, 
2021). No exame da nossa paciente, podemos observar que os valores de a hemoglobina e do 
hematócrito, se encontra abaixo do valor de referência dos mesmos, em contrapartida o V.C.M e 
o H.C.M, encontram-se em sua faixa de normalidade. Isto refere-se a uma anemia decorrente de 
doença crônica (anemia normocítica) que para cessar, é necessário tratamento na doença 
existente. 
A contagem de glóbulos brancos (leucócitos) faz parte de uma contagem completa de 
sangue, ela indica a quantidade de leucócitos em um microlitro (milímetro cúbico) de sangue 
total. A contagem de leucócitos pode elevar ou diminuir em determinadas doenças, porém é 
diagnosticamente útil somente quando o diferencial de glóbulos brancos e o estado clínico do 
paciente são levados em consideração (FLEURY, 2007). A leucocitose, contagem elevada de 
leucócitos, são caracterizados por um valor superior a 11.000/mm³ no exame de sangue, o que 
leva a possíveis causas de infecção ou doença recente, excesso de estresse, efeito colateral de um 
remédio, entre outros (LEMOS, 2017). 
Diante do resultado do exame de sangue (quadro), podemos observar que os níveis de 
leucócito e neutrófilos estão acima dos valores considerados normais. Tais resultados podem ser 
devido a alterações causadas pelos diversos fármacos utilizados durante o tratamento da 
patologia de base, bem como a presença de tumores malignos. No mesmo sentindo, a glicose se 
encontra descompensada, sendo necessário uma mudança nos hábitos alimentares para o controle 
a glicemia. 
10. Interação Drogas x Nutrientes 
O quadro a seguir, ilustra em forma de síntese os medicamentos utilizados pela paciente 
durante sua internação e tratamento médico. 
 
Quadro 3 - Medicamentos utilizados pela paciente 
MEDICAMENTO SUBSTÂNCIA 
ATIVA 
INDICAÇÃO INTERAÇÃO 
MEDICAMENTO 
X NUTRIENTE 
Ceftriona em pó – 
1G 
Ceftriaxona Antibiótico Tem o potencial 
de interagir com 
laticínios, 
principalmente com o 
Ca 2+, quando 
administrada por via 
oral. 
Insulina Humana 
Regular - 
100Ui/mL 
 
Insulina Humana Tratamento do 
diabetes mellitus 
- 
Glicose 50% -
ampola 10ml 
Glicose Utilizado como 
diurético, no edema 
cerebral, choque e 
colapso circulatório, 
suplemento 
energético nos 
estados infecciosos e 
desidratações, 
hepatoprotetor nas 
intoxicações 
endógenas e nas 
hepatoses de ordem 
infecciosa ou tóxica, 
nas formas agudas ou 
crônicas. 
- 
Solução Ringer 
com Lactato – 
500ml 
Cloreto de sódio, 
cloreto de cálcio, 
 Indicado para 
reidratação e 
restabelecimento do 
- 
cloreto de potássio e 
lactato de sódio 
equilíbrio 
hidroeletrolítico, 
quando há perda de 
líquidos e de íons 
cloreto, sódio, 
potássio e cálcio. 
Losartana 
Potássica – 50 mg 
Losartana Potássica Indicado para 
o tratamento da 
hipertensão 
- 
Propranolol – 40 
mg 
Cloridrato de 
Propranolol 
Controle de 
hipertensão (pressão 
alta) 
- 
Furosemida – 40 
mg 
Furosemida Alívio da hipertensão 
arterial leve a 
moderada, edema 
(inchaço) devido a 
distúrbios do coração, 
do fígado e dos rins e 
edema (inchaço) 
devido a 
queimaduras. 
Se tomado junto com a 
refeição diminui a sua 
biodisponibilidade, 
sendo recomendado 
tomar em jejum. 
 
Recomenda-se 
monitorar potássio, 
magnésio e glicose 
séricos. Pode ser 
necessário aumentar o 
potássio na dieta ou 
usar suplementos. 
Bromoprida – 10 
mg 
Bromoprida Tratamento de 
refluxo 
gastroesofágico, 
náuseas, vômitos e 
distúrbios da 
motilidade 
gastrintestinal. 
- 
Omeprazol – 20 
mg 
Omeprazol Úlceras gástricas (do 
estômago) Úlceras 
duodenais (do 
intestino) Refluxo 
gastroesofágico 
(retorno do suco 
gástrico do estômago 
para o esôfago). 
Alimentos ricos em 
vitamina 
B12 diminuem a 
absorção do fármaco. 
Diazepam – 10 mg Diazepam Medicamento 
ansiolítico da classe 
dos 
benzodiazepínicos. 
Utilização de 
alimentos contendo 
cafeína, reduz seu 
efeito sedativo. 
Os efeitos sedantes 
podem ser 
intensificados quando 
se associam 
benzodiazepinas com 
álcool. 
Anlodipino, 
Besilato - 5 mg 
Besilato de 
anlodipino 
Anti-hipertensivo 
Heparina Sódica – 
5.000 uI/0,25ml 
Heparina sódica Anticoagulante - 
Pregabalina – 75 
mg 
Pregabalina Anticonvulsivo e 
antiepilético. 
 
- 
Dipirona – 500 mg Analgésico, 
antipirético, 
antitérmico. 
Redução de ferro 
sérico. 
Morfina – 10 mg Sulfato de Sulfato de 
Morfina 
pentaidratada 
Analgésico. Os efeitos depressores 
centrais da morfina são 
potenciados quando 
associados com outros 
depressores do SNC, 
como álcool. 
FONTE: Prontuário médico da paciente G.V.M.B, Hospital São Vicente de Paulo, 2022. 
11. Evolução dietoterápica prescrita no hospital e aceitação pelo paciente 
 
 
DATA 
 
 
RELATÓRIO 
26/03/2022 Paciente encontra-se com conduta dietoterápica para diabético, 
hipossódica, relata bom apetite. Apresenta função intestinal regular. 
28/03/2022 Paciente segue com conduta dietoterápica hipossódica, relata apetite 
moderado. Apresenta função intestinal regular. Mantida a conduta. Segue 
em observação nutricional. 
29/03/2022 Paciente segue com conduta dietoterápica hipossódica, relata apetite 
moderado. Apresenta função intestinal regular. Mantida a conduta. Segue 
em observação nutricional. 
30/03/2022 Paciente evolui em conduta dietoterápica, permanece a mesma 
hipossódica e para diabético. Refere boa aceitação da dieta, apresenta 
função intestinal regular. Mantida a conduta. 
31/03/2022 Paciente segue com conduta dietoterápica para diabético e hipossódica, 
relata apetite moderado. Apresenta função intestinal regular. Mantida a 
conduta. Segue em observação nutricional. 
01/04/2022 Paciente encontra-se com conduta dietoterápica para diabético, 
hipossódica, relata bom apetite. Apresenta função intestinal regular. 
FONTE: Prontuário médico da paciente G.V.M.B Hospital São Vicente de Paulo, 2022. 
 
 
12. Terapia nutricional recomendada pelo estagiário ao paciente 
Inicialmente, fez-se necessário o cálculo do peso ideal para a altura da paciente, qual seja 
54,43 para IMC 21 kg/m², entretanto a grande perda de peso não é recomendada para pacientes 
oncológicos, sendo indicado a perda gradativa do mesmo, em razão disso o IMC usado para 
calcular o VET foi de 29.9 kg/m², tendo em vista que a paciente se encontra em Obesidade Grau 
I com IMC de 34.49 kg/m² e objetivando a migração desse estado nutricional para o Sobrepeso. 
Posteriormente, o cálculo utilizado para a paciente foi a regra de bolso, por causa do seu IMC de 
34.49 kg/m² e seguindo as recomendações do Consenso Nacional de Nutrição Oncológica, o qual 
menciona que as necessidades do paciente com câncer e obesidade em tratamento clínico seriam 
entre 20 e 25 kcal/kg, foi utilizado 20 kcal/ kg, resultando assim no VET de 1.540 calorias. 
Para a construção do cardápio foi levado em consideração a anamnese nutricional feita 
diretamente com a paciente no hospital, bem como os seguintes fatores descritos logo abaixo: 
 Levando em consideração que as frutas e as hortaliças têm assumido posição de 
destaque nos estudos que envolvem a prevenção do câncer, VAN DUYN & 
PIVONKA (2000) salientaram as evidências de que o consumo de frutas e hortaliças 
tem um efeito protetor contra diversas formas de câncer. 
 Levando em consideração que vários fitoquímicos, como isoflavonas (genisteína, 
daidzeína), ligninas (matairesinol, secoisolariciresinol), terpenos e carotenóides, os 
quais seencontram em diversos alimentos, são identificados como tendo papel 
preventivo contra várias formas de câncer. Os fitoquímicos interferem direta ou 
indiretamente na prevenção do câncer, visto que participam em diversas etapas do 
metabolismo; por exemplo, atuando como antioxidantes ou na redução da 
proliferação de células cancerígenas (VAN DUYN & PIVONKA, 2000). 
 Levando em consideração que em pacientes portadores de câncer, observa-se 
aumento do turnover de proteínas associado ao aumento na taxa catabólica de 
proteínas musculares, levando ao balanço nitrogenado negativo, podendo causar 
desnutrição (IKEMORI et al., 2003). Dessa forma, é necessário um aumento na 
ingestão proteica, sendo recomendado 1,0 g/kg/dia a 2,0 g/kg/dia, tornando-se uma 
dieta hiperproteíca. 
 Levando em consideração que a falta de cálcio na dieta pode causar osteoporose, 
hipocalcemia, excitabilidade neuromuscular e o baixo consumo de fibras pode causar 
hábito intestinal obstipado. E a falta de vitamina A pode causar nictalopia, aumentar 
a suscetibilidade a infecções e provocar alterações na pele. 
 
Quadro 4 - Necessidades em macronutrientes da paciente. 
 
 
Diante de todo o exposto, a prescrição dietética indicada se baseou na consistência normal 
dos alimentos, hipocalórica, hiperproteíca, normoglicídica e normolipídica, fracionada em seis 
refeições, sendo elas: desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. 
 
12.1. Recomendações gerais 
 Consumo hídrico diário de 3.115 ml (35 ml x peso); 
 Higienizar as frutas e verduras em solução clorídrica; 
 Não utilizar como adoçantes: açúcares refinados, mel, melado, leite condensado, 
rapadura; 
 Fazer todas as refeições; 
 Não consumir alimentos ultraprocessados; 
 As proteínas devem ser consumidas bem passadas; 
 Dormir bem; 
 
12.2. Cardápio 
 
DESJEJUM 
Alimento Porções 
Tapioca Média – 40 g 
Semente de Chia 01 colher de sopa – 15 g 
Queijo Coalho 01 fatia média – 45g 
Café 01 xícara 
Adoçante 06 gotas 
LANCHE DA MANHÃ 
Banana Prata 01 unidade 
Aveia em flocos 01 colher de sopa – 15 g 
ALMOÇO 
Salada Crua (Alface + tomate + couve) Á vontade 
Salada Cozida (Cenoura + Abóbora) 02 colheres de sopa cheias - 100g 
MACRONUTRIENTE % KCAL/DIA G/DIA 
Glicídio 55 847 211 
Proteína 18 277 69 
Lipídio 27 415 46 
Azeite Extravirgem 01 colher de chá – 5g 
Carne Bovina magra assada 02 fatias finas – 60 g 
Arroz Parboilizado ou Integral 03 colheres de sopa - 90 g 
Feijão Verde 01 concha pequena – 30 g 
LANCHE DA TARDE 
Iogurte desnatado 01 copo – 200 ml 
Maçã 01 unidade 
JANTAR 
Salada Crua (Alface + tomate + pepino) Á vontade 
Inhame 02 fatias pequenas - 120g 
Galinha assada 02 porções - 120g 
CEIA 
Mamão papaia 01 fatia - 60 g 
Aveia em flocos ou Psyllium 01 colher de sopa - 15 g 
 
13. Conclusão 
Com base em todo o exposto podemos concluir que, se mostra necessário à intervenção 
nutricional para promover a qualidade de vida e bem-estar do paciente oncológico, o qual 
apresenta sistema imunológico deprimido, hábitos alimentares inadequados, consumo deficiente. 
Embora apresente obesidade, se encontra em quadro de anemia e com sua diabetes 
descompensada, colocando em risco o seu estado de saúde. É sempre importante lembrar que o 
simples fato do paciente ser portador de neoplasia maligna, já o classifica como um paciente de 
alto risco nutricional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14. Referências 
 
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