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CULTURA CLÁSSICA CONTRIBUIÇÕES LINGÚISTICAS-A Mitologia Grega e Latina

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CULTURA CLÁSSICA: CONTRIBUIÇÕES 
LINGUÍSTICAS
A MITOLOGIA GREGA E LATINA
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Olá!
Seja bem-vindo à nossa aula de hoje! 
Nesta aula, você irá avançar no conhecimento dos aspectos que identificam as culturas grega e romana (ou
latina) na Antiguidade Clássica. Vamos estudar a sua literatura oral através das lendas e dos mitos de formação,
das festas, cultos religiosos e invenção da historiografia na Grécia e em Roma.
Além disso, vamos conhecer a formação da história como discurso humano do tempo, mais uma contribuição
genial dos gregos. Você vai perceber como estas civilizações sobreviveram através dos tempos e permanecem
em nossas culturas.
Será que a cultura grega continua presente e influencia a nossa maneira de pensar, agir, nossas artes e
literatura? E a mitologia grega, seus deuses e histórias fantásticas ainda rondam nossa imaginação? E as línguas,
grega e latina, desapareceram com o fim daquelas civilizações? Vamos iniciar nosso passeio através do mundo
das culturas clássicas da Grécia e de Roma?
Nesta aula, você irá:
1- Identificar os mitos gregos.
2- Reconhecer a importância da mitologia na antiguidade.
1 A religião, mito e literatura na cultura grega
Uma literatura difere de outra, posterior ou anterior, menos pelo texto que pela maneira de ser lida; se
pudéssemos ler qualquer página atual da maneira como será lida no ano dois mil, saberíamos como será a
literatura no ano dois mil. Entre os gregos, a tradição religiosa era transmitida oralmente por poetas como
Homero e Hesíodo, que viveram entre os séculos IX a.C. e VIII a.C., inspirados por divindades ligadas à música e à
poesia, as Musas. Seus relatos foram retomados por dramaturgos dos séculos V a.C. e IV a.C.
(BORGES, J. L. : 1937-1952. In: Obras completas. Rio de Janeiro: Globo, 2004Outras inquisições - ensaios
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2 As divinidades
Os gregos, e a maioria dos povos antigos, desenvolveram um sistema religioso politeísta, ou seja, eles cultivavam
a crença simultânea na existência de vários deuses. Esta plêiade de deuses dava origem a diversas crenças, a
cultos e práticas religiosas que constituíam a vida pública na Grécia antiga. A natureza em sua linguagem ora
fascinante, ora aterrorizante era uma das fontes das construções sobre a existência e a função divina dos
personagens do 'Pantheon' grego. Esta concepção da natureza como fonte da religião foi estudada com sucesso,
já no século XIX, por Rudolf Otto (1869.1937), um eminente estudioso em religiões comparadas e criador do
termo numinous, o qual exprime um importante conceito. Segundo Otto, dois sentimentos dominaram a
humanidade diante da Natureza, de um lado, o Terror, do outro a Fascinação ( ).Tremans et Fascinans
A obra que deu destaque a Rudolf Otto foi " Os aspectos irracionais na noção do divino e sua relaçãoO Sagrado 
com o racional" e foi publicada em 1917, durante a primeira guerra mundial. Otto entendia o conceito de
Sagrado como categoria essencial para compreender as religiões, mesmo não sendo um elemento racionalizável,
era o elo da natureza com o divino. era uma ideia ou uma noção complexa, sendo formado por doisO Sagrado
aspectos opostos:
• Racional: os elementos passíveis de serem claramente comunicados pela linguagem. Por exemplo: 
narrativas, doutrinas, ética e moral religiosa.
• Irracional: o oposto, os elementos que não se dobram à linguagem, fugindo a uma apreensão conceituai.
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Aqui surge o conceito de 'NUMINOSO'. Esse termo tem sua origem no termo latino Numen, significa deus ou
divino. E implica que haja uma manifestação (Téo-fania) divina na experiência do furor ou da beleza da Natureza.
O numinoso, entretanto, não se manifesta de uma forma simples, mas, complexa, Otto propôs uma fórmula
básica para expressar essa complexidade. Segundo Otto, o numinoso é o "mysterium tremendum et fascinans"
(mistério é terrível e fascinante).
O corresponde à forma como o numinoso se manifesta. É o mistério, o desconhecido,mysterium 
incompreensível que, quando manifesto, se faz perceber como algo distinto da realidade que experimentamos, é
o totalmente Outro. Desta noção temos a noção de mytho, narrativas sobre os deuses e heróis.
O é o aspecto negativo ou repulsivo do sagrado, onde a manifestação nos impele para trás, que nosTremendum
impõem o temor. Ele pode ser percebido sob três formas: . O é oTremendum, majestas e orgé Tremendum
terrível no sagrado; é o que nos faz tremer, que causa calafrios, que traz a sensação de risco à nossa integridade.
O está relacionado com o poder ou a majestade com a qual a experiência se apresenta. O terceiroMajestas 
aspecto é o , que é a energia do numinoso. Este se faz manifestar na "vivacidade, paixão, natureza emotiva,Orgê
vontade, força, comoção[ii] gerados no indivíduo pelo contato com o objeto numinoso. O é o aspectoFascinam
positivo ou atrativo do sagrado, que é formado por dois aspectos, o que impacta o indivíduo com aaugustus
sensação de pureza, santidade; e o que se manifesta impondo a prudência, reverência, veneração.sebastus
O relâmpago era resultado da ação de Zeus, e por isso os lugares atingidos pelos raios eram considerados
sagrados, diferenciados dos outros lugares em que não havia manifestação dos deuses, os lugares comuns, ou
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profanos. Os gregos acreditavam que a água causava os tremores de terra e, corno tudo o que se relacionava à
água era relativo a Poseidon, então o deus do mar era chamado sacudidos de terra. Além da Natureza, outro
campo da experiência do sagrado, ou da religião, era a memória dos mortos. As almas dos antepassados também
eram cultuadas pelas famílias, através de uma série de rituais que ficavam a cargo das mulheres.
Havia ainda os seres Imortais, com poderes extraordinários e considerados deuses; alguns inclusive eram
'estrangeiros', originários de tradições de outros povos, com os quais os gregos tiveram algum contato. Alguns
exemplos:
• Deméter: deusa da terra. Era semelhante às antigas deusas da fertilidade, muito comuns no período 
Neolítico.
• Afrodite: deusa do amor. Era uma deusa da tradição mesopotâmica, Astarté.
• Dioniso e Hefesto: deuses do vinho e da técnica. Seriam originários do Oriente, talvez da Índia.
Acreditava-se que esses deuses habitavam o monte Olimpo, na Tessália, embora algumas versões localizassem
sua morada no céu. São doze os principais:
Havia outros deuses tão importantes quanto esses, e que às vezes figuravam entre os doze deuses do Olimpo:
• Plutão ou Hades: senhor do reino dos mortos.
• Dioniso: deus do vinho, da euforia.
• Hebe: deusa da juventude.
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3 Os mitos
Os mitos são relatos aceitos, entendidos e sentidos como tais [...] Comportam assim, em sua origem, uma
dimensão de 'fictício, demonstrada pela evolução semântica do termo 'mythos, que acabou por designar, em
oposição ao que é da ordem do real por um lado, e da demonstração argumentada por outro, o que é do domínio
da ficção pura: a fábula. Este aspecto relaciona o mito grego ao que chamamos religião. (VERNANT, 2001, p. 230)
O teatro do mundo ordenado pelo relato mítico está pronto para a entrada em cena de atores divinos de tipos
diferentes. Com a descendência de Urano (céu) e Gaia (a terra), estão dados os atores que desempenharão o
último episódio do processo cosmovinico. Nesta gênesis, percebe-se o mundo que se organiza pela mescla dos
contrários, num universo de mistos em conflito para além das linhas divisórias do bem e do mal. De fato, Homero
ouve o canto das musas. Elas cantam a verdade, isto é, na análise da linguagem mítica para além dos sistemas
religiosos, a 'alétheia' defini-se como uma potência, solidária de todo um sistema de entidades religiosas que lhe
são ao mesmo tempo associadas e opostas.
Próxima da diké, a alétheia articula-se à Memória cantada (Mousa), luz, Louvor, e, assim, opõe-se ao
esquecimento (lLthé), silêncio e escuridão, censura. Ela não se refere a um saber, a um objeto ao qual deveria
conformar-se, que lhe seria anterior e quecontinuaria estrangeiro a ela. Trata-se da verdade assertória
enraizada logo de início no real no sentido mais forte, no sentido religioso do termo, porque a palavra da
verdade é em si, corno potência eficaz, criadora do ser.
Segundo Santos (2007): Mas, a que questões se refere a linguagem humana quando considerada
mitologicamente? O que é mito e a partir de quais demandas sociopolíticas e religiosas pode ser entendido?
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De um lado, temos a cosmogonia que implica no conceito de cosmos e de tempo fundador; e, de outro, aquele de
escatologia que diz respeito ao esgotamento do tempo. Conceito que, na religião judaico-cristã, sofre as
implicações da ação de Deus diante do Mal e, por isso, da noção de 'redenção' (resgate) do homem e, por isso, do
tempo e do espaço, as mais características coordenadas humanas. Segundo Vernant (2001), os mitos são um
conjunto de narrativas que falam de deuses e heróis, ou seja, dois tipos de personagens que as cidades antigas
cultivavam.
Neste sentido, mitologia está próxima de religião. A mitologia constitui, para o pensamento religioso dos gregos,
um dos modos de expressão essenciais. Se o suprimirmos, perdermos a capacidade de entender as demandas de
urna sociedade com seu universo divino politeísta, urna sociedade com um além múltiplo e complexo, ao mesmo
tempo rica e ordenada. Por isso, podemos proceder a uma comparação entre sistemas religiosos a partir das
categorias expressas nas cosmogonias gregas e a cosmovisão bíblica. Judaico-cristã.
Inserido nas funções da religião, os mitos gregos veiculavam convicções que mesmo acarretando adesão, não são
obrigação, eles não constituem uma religião que, com um corpo de doutrinas que fixam raízes teóricas da
piedade, assegurando aos fiéis um plano Intelectual, uma base de certeza Indiscutível. (Cf. VERNANT, J. P. Entre
 espec. 233-237).mito & política.
Mas o que nos importa na pergunta sobre a natureza do mito é que sua linguagem comporta, em sua origem,
uma dimensão do 'fictício' demonstrado pela evolução semântica do termo 'mythos', que acabou por designar,
em oposição àquele da ordem real por um lado e a demonstração argumentada por outro, o que é domínio da
ficção pura: a fábula. (Cf. BAILLY, A. Paris: Hachete, 1969; BRANDÃO, J. Dictionnaire Grec Français. Mitologia
. Petrópolis: Vozes,1987)grega, vol. II
E. para muitos autores, isto relaciona o mito grego ao que chamamos religião, assim como ao que é hoje para nós
a literatura. Por isso, o papel da mitologia grega na qual se tece a literatura poética de Homero e Hesíodo cumpre
a função de falar sobre os deuses. De modo brilhante Jean-Pierre Vemant, antes de abordar a questão da
mitologia, apresenta uma pequena história das relações entre ciência e religião no séc. XX, na França e na Europa
em geral.
Ele procura demonstrar de que maneira a Incursão das ciências sociais, aliadas aos novos projetos
historiográficos, renovaram os estudos sobre o fenômeno religioso, permitindo assim, a abertura para incluir nas
análises de fenômenos religiosos novas questões e teceduras entrelaçadas definitivamente com a economia, com
a historiografia, a antropologia, com os costumes, com a política. Por fim, toda esta revolução implicou no
estabelecimento definitivo da 'ciência' das religiões.
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Tal contexto propiciará também um novo exame do lugar da arte de contar a vida dos deuses e dos homens
fundadores da nação helênica (mito), com um novo horizonte crítico. (Cf. VERNANT. A religião, objeto de ciência?
In: ______ , p. 87-94).Entre mito & política
De grande valor, a reflexão crítica feita por Bruno Snell ao tratar a questão da 'fé' religiosa dos gregos e o
desenvolvimento de uma antropologia da mimesis grega através dos discursos míticos. isto é, teogônicos
primitivos. (Cf. SNELL. In: SNELL, B. A fé nos deuses olímpicos. A cultura grega e as origens do pensamento
 P. 23-40).europeu.
A formulação do verdadeiro envolve uma instauração ou restauração da ordem. Como palavra pronunciada por
personagens que têm o poder e a função de dizer o verdadeiro, a palavra reta é um aspecto ou um momento do
Jogo das forças que compõem e ordenam o mundo humano. Mas qual seria então o lugar do erro, da Ilusão, da
palavra Ineficaz' Em outras palavras, se a palavra e o ser coincidem de certa forma, se o dito de verdade é criador
do que enuncia, por onde se pode insinuar entre as palavras e as coisas esta distância que permite à linguagem
dizer tanto o falso como o verdadeiro?
Lethé e , em vez de se excluírem, constituem os dois poios complementares de uma única potênciaAlétheia
religiosa, onde a negatividade arremata a verdade, é sua sombra inseparável. Porque detém a potência ambígua
da persuasão. sem a qual a palavra sena ineficaz, os profetas e os poetas são mestres da verdade e do logro.
A Cosmogonia grega e antiga em geral se mescla com a teogonia. E aqui é importante lembrar que, pelo já dito
anteriormente, a religião grega e antiga e a linguagem mítica não se relacionam através do Livro revelador
/revelado. Na sociedade grega, o sistema religioso existe sem a forma de Igreja, sem um corpo sacerdotal, sem
especialistas em questões divinas e doutrinas reveladas. Por isso, as obras mitológicas (mito poéticas) de
Homero e de Hesíodo se relacionam na Inauguração da poesia grega nav medida em que representam uma
palavra apropriada sobre os deuses, sobre o universo, sobre a ordem da sociedade grega. Foram elas, a 'magna'
tentativa' de ordenar o saber acumulado pela civitas graecanrn e que depois, dará à luz, em parte, ao novo
discurso: a Filosofia (Cf. REALE, G. História da filosofia antiga, vol. I, São Pauto: Loyola, 2002, espec. As formas
, p. 19-47).da vida espiritual grega que preparam o nascimento da filosofia
Assim não tanto o falso que vale, mas a mentira e o fingimento. Para mentir, é também preciso. antes de mais
nada, saber a verdade; para enganar, é preciso saber mais do aquele que é enganado.
A cosmogonia situada na vasta floresta da linguagem mítica representa a possibilidade de formular o divino com
palavras, através da função desta classe de pessoas cujo papel social era produzir um discurso por meio do qual
a sociedade grega se expressou e se reconheceu, nas diferentes etapas da sua cultura: o canto épico primeiro,
depois as múltiplas formas de poesia tirita e coral, os hinos, as obras trágicas, as cômicas, em suma, todos
aqueles nos quais os gregos, como Platão, atribuem à categoria de poetas. (Cf. GOLDSCHMIDT, V. Os diálogos de
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 Estrutura e método dialético. SP: Loyola, 2002: VERNANT, J. Psicologia e antropologia históricas. In. Platão.
, p. 121-190).Entre mito e política
A teologia grega e antiga é assim, também essencialmente uma poesia, o discurso sobre os deuses por isso é uma
narrativa mítica inseparável das cosmogonias. Aqui Hesíodo desempenha um papel, que terá influência sobre a
produção poética do Ocidente até os nossos dias. 'Hesíodo é o pai da poesia mitológica e foi utilizado tomo fonte
de referência para muitos poetas gregos e romanos' (GRANDSDEN, 1982, p. 107). Neste sentido, o mito é ficção
narrativa, em meio ao prazer provocado por um relato totalmente humano, opera segundo um código cujas
regras, para uma determinada cultura, são rigorosas.
O domínio de Zeus marca a terceira geração de deuses. Ele repartiu o mundo com seus irmãos. Posêidon ficou
com os mares, Hades com o mundo subterrâneo, e a ele próprio coube o céu. Essa geração também teve muitos
filhos. De Zeus e Deméter nasceu Perséfone: de sua união com Memória nasceram as Musas; com Leto, Apoio e
Ártemis; com Hera, Ares, Hebe e (titia; com Maia, Hermes; com Sêmele, Dioniso. Mas a primeira esposa de Zeus,
Métis, a astúcia, foi engolida por ele, porque estava destinada a dar à luz dois filhos: um era Atena, e o outro seda
aquele que destronaria seu pai. Zeus engoliu Métis e ficou astucioso, e gerou Palas Atena, que nasceu de sua
cabeça. (Hesíodo, Teogonia)
Assim como a do mundo, a origem do homem é relatadapor inúmeros mitos que falam de seus antepassados: em
algumas regiões eram considerados filhos da Terra, em outras eram formigas transformadas, ou seres feitos a
partir do barro ou da areia. Num fragmento atribuído a Hesíodo, encontra-se uma história sobre a origem dos
habitantes da ilha de Egina, segundo a qual a deusa Egina teve um filho com Zeus, Taco. que ficou inteiramente
só na ilha. Ao tomar-se adulto, a solidão o aborrecia. Para acabar com essa solidão, Zeus converteu as formigas
da ilha em homens e mulheres, concedendo a flato um povo chamado urirmidões.
Esse código comanda e orienta o jogo da imaginação mítica, delimita e organiza o campo no qual ela pode se
produzir, modificar os velhos esquemas, elaborar novas versões. É o que vemos entre as obras de Homero como
narrador da epopeia grega, isto é, a da nação, confundida literariamente com a gênesis dos deuses e dos grandes
homens e mulheres, que de certa maneira 'participam' da grandiosidade e engenhosidade dos deuses, os heróis
(Cf. GRANDSOEN, K. W. Homero e a epopeia. In. FINLEY, M. I. . p. 79-110; SNELL, B. O legado da Grécia A cultura
, espec. , p. 1-22 e o grega e as origens do pensamento europeu O Homem na concepção de Homero Mundo
, p. 41-54; SNODGRASS, . São Paulo: Odysseus, 2000; VIDAL-dos deuses em Hesíodo Homero e os artistas
NAQUET, P. . São Paulo: Companhia das Letras, 2002).O mundo de Homero
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Esse mito grego foi relido pelo psicanalista austríaco Freud, que nele encontrou pistas para elaborar suas ideias
acerca da relação dos filhos com o genitor do sexo oposto. Assim como são vários os mitos sobre a relação entre
os homens, também são muitos os que dizem respeito à relação entre os deuses e os homens. Um deles, por
exemplo, é o de Prometeu, outro é o de Pandora.
Havia também mitos sobre relações entre pais e filhos. Um exemplo é o mito de Édipo, que foi tratado pelo
dramaturgo Sófocles na tragédia Édipo-Rei. Édipo era filho do rei de Tebas, Laio, e sem saber matou seu próprio
pai, casando-se com sua mãe, Jocasta, que ele não conhecia. Tudo isso aconteceu porque quando Édipo nasceu,
seus pais foram informados de uma profecia que relatava seu destino. Para evitá-lo, ordenaram a um criado que
matasse o menino. Porém, penalizado com a sorte de Édipo, ele o entregou a um casal de camponeses que
morava longe de Tebas para que o criassem. Édipo soube da profecia quando se tomou adulto.
Saiu então da casa de seus pais adotivos para evitar a tragédia, ignorando que aqueles não eram seus legítimos
genitores. Eis que, perambulando pelos caminhos da Grécia, encontrou-se com Laio e seu séquito, que,
insolentemente, ordenou que saísse da estrada. Édipo reagiu e matou os integrantes do grupo, sem saber que
estava matando seu verdadeiro pai. Continuou a viagem até chegar a Tebas, dominada por uma Esfinge, que
devorava as pessoas que não decifrassem seu enigma: "Qual o animal que anda com quatro patas ao amanhecer,
duas ao meio dia e três ao entardecer?". Édipo decifrou o enigma, respondendo: o homem. A Esfinge morreu,
Édipo tornou-se herói de Tebas e casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe que desconhecia.
E, assim, a mitologia também demonstra as oposições entre correntes religiosas que se confrontam entre grupos
de crentes dentro de uma mesma cultura. O código politeísta que preside o esquema narrativo das teogonias, que
por sua vez, localiza o valor ou sentido de narrar cosmogonias e não simplesmente cosmologia constitui como
Panteão, um modo de pensar, de distinguir, de classificar os fenômenos naturais, sociais, humanos, ligando-os às
diversas potências que se manifestam e que os comandam.
Neste sentido, a concepção da criação judaico-cristã, com seu pressuposto monoteísta, mesmo opondo e
distinguindo-se sem conciliação daquele citado acima, localiza o sistema religioso em sua capacidade múltipla
quase labiríntica. O sistema religioso, em ambos os códigos, não está confinado à parte, mas exerce uma
dimensão fundamental.
Assim, não existe uma oposição simples e radical entre sagrado e profano, mas temos um sagrado onipresente
que adota formas diversas, desde o sagrado totalmente proibido e intocável até o sagrado cujo uso pleno dentro
de limites permitidos, quando não o inteiro dispor, os deuses deixam aos homens. A religião politica própria da
Grécia das cidades, crenças e cultos satisfazem a uma dupla exigência. Cumpre recordar o papel decisivo das
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obras de EVADE, M. Tratado de história das religiões, Lisboa: Cosmos, 1977; In.______ .Imagens e símbolos
Ensaio sobre simbolismo mágico-religioso. São Paulo: Martins Fontes, 1991. Numa outra perspectiva, RIES, J. II
Sacro nella Storia Religiosa dell'Umanità. Milão: Jaka Book, 1989.
Prometeu era um titã, portanto, descendente de Urano, como Cronos, e derrotado por Zeus, conforme a história
de Hesíodo. Titãs, segundo o mesmo Hesíodo, seriam "aqueles que por presunção teriam tentado realizar uma
grande obra, porém foram punidos". Essa grande obra foi partilhar a audácia do plano divino com os homens. O
que aconteceu da seguinte maneira
O titã Jápeto, irmão de Cronos, tinha dois filhos que se tornaram o elo entre os deuses e os humanos: Prometeu
(que quer dizer "o astuto") e Epimeteu (que quer dizer "o que só aprende depois do erro"). Segundo Platão,
depois que os deuses fizeram as criaturas com uma mistura de terra e fogo, deram aos irmãos Prometeu e
Epimeteu a incumbência de dar a cada uma delas a capacidade que lhe fosse mais adequada. Para essa tarefa eles
tinham um certo prazo, ao fim do qual as criaturas sairiam das trevas do centro da terra para a luz.
Eles combinaram que Epimeteu faria o serviço e Prometeu o verificaria. E assim foi feito. Epimeteu distribuiu
força, alimentos, velocidade, proteção a todos, de tal forma que as criaturas pudessem sobreviver; no entanto,
deixou o homem nu, sem nenhum atributo que o protegesse. Quando Prometeu foi verificar o trabalho de seu
irmão, percebeu perplexo a situação do homem. Resolveu roubar as artes de Hefesto e Atena • a metalurgia e a
tecelagem - e o fogo, que deram ao homem a sabedoria e as condições para enfrentar os problemas da vida
cotidiana. Por isso os homens têm uma maior proximidade com os deuses do que as outras criaturas. Mas
também por isso Prometeu foi castigado.
Ficou acorrentado por trinta mil anos no pico mais alto do Cáucaso, tendo o fígado picado por um pássaro, até
que Hércules, o semideus filho de Zeus, o libertou. Segundo alguns, sua libertação deveu-se ao fato de Zeus
querer tornar seu filho famoso, porém outros interpretam-na como recompensa por Prometeu ter guardado o
segredo da deposição de Zeus. Segundo as várias versões da história de Prometeu, sua libertação exigiu que ele
deixasse um outro imortal sofrendo em seu lugar. Quem tomou para si o sofrimento de Prometeu foi o centauro
Quíron, que fora ferido acidentalmente por Hércules. Quíron passou a ser identificado com a invenção da arte de
curar.
Eles combinaram que Epimeteu faria o serviço e Prometeu o verificaria. E assim foi feito. Epimeteu distribuiu
força, alimentos, velocidade, proteção a todos, de tal forma que as criaturas pudessem sobreviver; no entanto,
deixou o homem nu, sem nenhum atributo que o protegesse. Quando Prometeu foi verificar o trabalho de seu
irmão, percebeu perplexo a situação do homem. Resolveu roubar as artes de Hefesto e Atena - a metalurgia e a
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tecelagem - e o fogo, que deram ao homem a sabedoria e as condições para enfrentar os problemas da vida
cotidiana. Por isso os homens têm uma maior proximidade com os deuses do que as outras criaturas. Mas
também por isso Prometeu foi castigado.
4 O mito da criação da mulher
A primeira mulher surgiu como uma represália de Zeus contra o roubo do fogo por Prometeu, segundo o relato
de Hesiodo.
Filho de Jápeto, sobre todos hábil em tuas tramas,
apraz-te furtar o fogo fraudando-me as entranhas;
grande praga para ti e para os homens vindouros!
Para esses em lugar do fogo eu darei um mal etodos se alegrarão no ânimo, mimando muito este mal.
Disse assim e gargalhou o pai dos homens e dos deuses;
ordenou então ao ínclito Hefesto muito velozmente
terra à água misturar e aí pôr humana voz e
força, e assemelhar de rosto às deusas Imortais
esta bela e deleitável forma de virgem; e a Atena
ensinar os trabalhos [...]
em seu peito, Hermes Mensageiro[...]
mentiras, sedutoras palavras e dissimulada conduta/forjou, por desígnios de Zeus. [...]
E a esta mulher chamo
Pandora porque todos os que têm olímpica morada
deram-lhe um dom, um mal aos homens que comem pão.
(Hesíodo, Os trabalhos e os dias.)
A cosmogonia toma-se cosmologia enquanto na configuração do mundo em traços visíveis e movimentos
celestes o homem, ao invés de perder, encontra seu contexto e os pontos de referência para observar,
conjecturar, analisar, em suma, situar-se no lugar conveniente. Nas antigas 'cosmogonias”, está-se diante do
convite a reviver um nascimento, um processo de gênese de duas potências, a Abertura e depois a terra,
relacionadas e simultaneamente opostas, é que a cosmogonia prepara o cenário para as teogonias.
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De certa maneira, as questões das ciências do Universo, mesmo em outras coordenadas, não utilizam, à sua
maneira, um código que ratifica a linguagem das cosmogonias? Não foi assim que a Filosofia grega inaugura sua
aventura da Razão, das Cosmogonias para as Cosmologias? (Cf. VERNANT, Razão, racionalidades gregas, In. Entre 
Mito & Política, 191-228; Dossiê 'Cosmologia”, In. , 62 (2004), Jun./jul./ago, SP.) Revista Usp
Vamos ler o que aconteceu com Pandora no trecho abaixo:
Essa mulher foi dada de presente ao irmão de Prometeu, Epimeteu (o que vê depois), e trouxe consigo, em uma
caixa (em algumas versões, num varro), todos os dons maléficos que os deuses lhe deram. Proibiu-lhe abri-la,
mas ele, cada vez mais curioso, não aguentou e, vendo-se sozinho, abriu-a. De dentro saíram as doenças, as
infelicidades, todos os males que os homens não conheciam até então. Desde esse dia os homens passaram a
sofrer, e os longos e despreocupados festins que tinham com os deuses nunca mais aconteceram.
5 O mito da origem do mundo
A narrativa da origem do mundo, segundo os gregos, a partir da versão de Hesíodo, no poema Teogonia (isto é,
“nascimento dos deuses”), é o texto que transcrevemos. Primeiro nasceu Caos, a existência indistinta; depois
nasceram a Terra (Gaia) e Eros. [...] Caos gerou a Noite, que gerou o Dia. À Terra gerou o Céu (Urano), as
Montanhas e o Mar; uniu-se ao Céu (Urano) e gerou os Titãs, Reia, Têmis, Memória, os Ciclopes, fabricantes do
raio, os Gigantes, de cinquenta cabeças e cem braços, e Cronos, o tempo.
[...] Guiados por Eros, os deuses se reproduzem: há os filhos da Noite, entre os quais estão a Morte, o Sono, os
Sonhos e as Parcas, divindades do destino, de cujos desígnios nem os deuses escapavam, que eram três:
Fiandeira, Distribuidora e Inflexível; e a linhagem do Mar. Nereu e as várias Nereidas, suas filhas, Espanto, Ceto,
entre vários outros [...].
6 Cultos ou rituais
As divindades gregas, como as de todas as religiões, são consideradas seres dotados de consciência como o
homem, porém com poderes superiores aos humanos. Uma vez que as divindades são seres conscientes, os
homens pretendem relacionar-se com tal poder superior atingindo suas consciências da mesma forma como
fazem entre si: através de laços afetivos e de trocas, que se realizam por sacrifícios, preces, oferendas e, por
sistemas de consultas, - os oráculos -, que muitas vezes são realizadas a nos templos.
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7 Os sacrifícios
Os sacrifícios eram uma forma de repetir os banquetes das deuses com os homens, quando ambos partilhavam
da vítima do sacrifício, seguindo um ritual no qual um animal doméstico era conduzido em procissão, ao som de
flautas, até o altar exterior do templo; os participantes e o animal eram ornados com coroas de flores. À
solenidade acontecia no exterior do templo, e poucos podiam nele entrar, pois era a casa do deus. Acreditavam
que o deus efetivamente morava ali, senão sempre, pelo menos de vez em quando.
8 Os oráculos
Entre os gregos havia templos dedicados aos vários deuses, e em alguns deles existiam oráculos, sistemas de
interpretação da sabedoria dos deuses, que se comunicavam com os homens que vinham pedir conselhos ou
saber do futuro.
Um exemplo disso era o que ocorria no oráculo de Zeus, em Dodona, onde sacerdotes interpretavam o balançar
das folhas dos carvalhos sagrados como a fala do deus. A consulta ao oráculo era uma ocasião solene, como uma
visita ao próprio deus, e exigia vários rituais, como podemos ler neste relato de Pausânias, que descreveu, em
suas viagens pela Grécia, como era o oráculo de Trofônio, uma divindade local absorvida por Zeus
Muitas vezes a consulta não era pessoal, envolvia uma cidade inteira, sobretudo em épocas de guerra ou de
peste. As maneiras de os deuses responderem às perguntas variavam. Por exemplo, em Delfos, no oráculo de
Apoio. o deus respondia pela boca de uma sacerdotisa, a Pítia ou Pitonisa, que entrava em transe e incorporava o
deus. Em outros templos, o homem podia ocupar a função de intermediário entre os homens e os deuses.
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O Céu (Urano) detestava os filhos, e escondia-os na Terra; até que ela, atulhada, criou uma foice e deu-a a seus
filhos. para que castrassem o pai. Todos ficaram com medo, mas Cronos aceitou a missão, e, ao entardecer,
quando o Céu se deitava junto com a Terra, a cumpriu. [...I A partir daí começa o domínio da segunda geração de
deuses, encabeçados por Cronos. Cronos sabia que ia ter uni destino semelhante ao do seu pai, ser destronado
por um de seus filhos; então os engolia à medida que iam nascendo do ventre de Reia. Foi assim com Hera.
Deméter, Hóstia, Hades e Poseidon: quando Zeus nasceu. Reia deu uma pedra para Cronos engolir e escondeu o
filho. que cresceu e cumpriu o destino de destronar o pai. Como ele fez isso não é dito, mas fez Cronos vomitar
seus irmãos. Depois disso, aliado aos outros deuses e aos Gigantes, derrotou os Titãs numa guerra terrível, na
qual os deuses se aliaram aos Gigantes, filhos da Terra.
O que acontece no oráculo é o seguinte: quando urna pessoa está decidida a descer ao oráculo de Trofônio. deve
se alojar num certo lugar por alguns dias. Nos sacrificos, um adivinho está presente, e olha nas entranhas da
vitima para ver se Trofifinio vai receber a pessoa que desce.
Agamedes, parceiro de Trofônio. Se as entranhas da ovelha indicarem, ele pode ir. Primeiro ele é levado ao rio
Hercyna por dois meninos de treze anos, que o banham. Depois é levado por sacerdotes até algumas fontes, das
quais ele deve beber a água do esquecimento e da memória, para se livrar de seus pensamentos e para se
lembrar do que aconteceu durante sua descida ao oráculo. Há uma imagem que só é mostrada aos que vão visitar
o deus, que é então reverenciada. Daí se pode entrar no oráculo, que fica numa caverna na montanha, na qual se
entra por uma escada. Lá dentro, o suplicante encontra um buraco, no qual deve entrar passando primeiro os
pés.
Depois que seus joelhos passam ele é puxado como que por um fio. Lá dentro fica sabendo do futuro, ouvindo ou
vendo, conforme o caso. Quando volta, é levado pela mão dos sacerdotes até a cadeira da memória, onde conta
tudo aquilo que soube pelo oráculo. Depois é levado ao alojamento, paralisado pelo terror. Gradualmente vai
melhorando, e recupera a faculdade de rir. [...] O que eu conto não é de ouvir dizer; eu mesmo consultei o oráculo
de Trofônio. (Pausânias.). Além dos oráculos, os gregos acreditavam em presságios, sinais significativos que
eram interpretados como um aviso dos deuses, como o voo das aves, que em certas ocasiões eram identificados
como bons ou maus.
Na Guerra de Troia, por exemplo, os troianos foram intimidados por uma águia que voava com uma serpente nas
suas garras, ensanguentada, ainda viva, que picou a ave perto do pescoço, e eles acreditaram que era um
presságio deZeus.
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9 As festas: o convívio de deuses e homens na vida da 
cidade
As festas eram sempre ocasiões de relação com os deuses. As Panateneias, festas em homenagem a Atena,
realizadas todos os anos, começavam com uma procissão que partia do bairro dos ceramistas (o Cerâmico) e
atravessavam o centro de Atenas para levar solenemente à Acrópole o peplo (manto), bordado todos os anos por
jovens previamente escolhidas. Ele se destinava a vestir a estátua do culto de Atena.
Ou festas das sementeiras celebradas em honra de Apoio. Nesta ocasião, se ofereciam um prato de favas e vários
outros legumes, misturados com farinha de trigo a Apoio. Depois levavam em procissão um ramo de oliveira
envolvido em lã e carregado de frutos da primeira safra, o que consideravam um talismã de fertilidade. Neste
período, os gregos desenvolveram, por causa das festas, uma gama de diversidades de atividades culturais e
cívicas. Daí se entende que o sistema religioso não pode ser divorciado do conjunto da vida social.
Esse mito grego foi relido pelo psicanalista austríaco Freud, que nele encontrou pistas para elaborar suas ideias
acerca da relação dos filhos com o genitor do sexo oposto. Assim como são vários os mitos sobre a relação entre
os homens, também são muitos os que dizem respeito à relação entre os deuses e os homens. Um deles, por
exemplo, é o de Prometeu, outro é o de Pandora.
As festas eram pretexto para o exercício de 'areté' (educação) dos jovens e das crianças em várias atividades:
atlética, lírica, musical, dramática (tragédia ou comédia). Os festivais eram as únicas ocasiões em que havia
representações dramáticas, que tinham sempre o intuito de mostrar a conduta humana e refletir sobre ela. Havia
três gêneros de espetáculos teatrais: as tragédias, as sátiras e as comédias.
As apontavam as consequências terríveis de um comportamento desmedido, ao qual davam o nome tragédias
de hybris. também tinham função educativa, apontando o ridículo da condiçãoAs sátiras e as comédias
humana através de personagens estereotipados e ridículos. Falaremos mais detalhadamente sobre os três
gêneros literários gregos (a poesia épica, lírica e a tragédia).
10 Religião e mitologia romana
Primeiramente, deve-se dizer que a cultura latina, destarte, as suas características próprias, sua língua, suas
manifestações artístico-literárias, sua mentalidade, nunca negou sua vinculação e fascínio que eles devotavam à
cultura denominada: a grega.
Em outras palavras, os romanos tiveram vida própria e identidade, que na verdade correspondem à recepção
criativa da cultura e da identidade dos gregos. No campo da Religião, Roma Antiga, capital do Império,
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caracterizou-se como uma sociedade na qual as pessoas seguiam uma religião politeísta, ou seja, acreditavam em
vários deuses.
Conheça abaixo uma relação das principais divindades da Roma Antiga e suas características:
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A pode ser dividida em duas partes: mitologia romana
A primeira, tardia e mais literária, consiste na quase total apropriação da mitologia grega. Foi antiga e
ritualística. Nesta fase, percebem-se mudanças em relação ao modelo grego. Neste período, segundo os
estudiosos, os romanos desenvolvem dois conceitos religiosos: uma cultura religiosa pública e social, a 'Pax
deorum' (A paz dos deuses) e outra privada, doméstica, um respeito escrupuloso pelo rito religioso -- o Pax
deorum — que consistia muitas vezes em danças, invocações ou sacrifícios. Ao lado dos deuses domésticos, os
romanos possuíam diversas tríades divinas, adaptadas várias vezes ao longo das várias fases da História de
Roma.
A tríade primitiva:
• Júpiter (senhor do Universo)
• Marte (deus da guerra)
• Quirinus (deus da fecundidade)
• A Influência dos Etruscos:
• Minerva (deusa da inteligência e sabedoria)
• Juno Regina (rainha dos céus e esposa de Júpiter).
O período da República Romana (Estado romano e suas províncias desde o fim do Reino de Roma em 509
a. C. ao estabelecimento do Império Romano em 27 a.C.):
• Ceres (deusa da Terra e dos cereais), Libere Libera.
A influência grega:
• Hermes (deus do comércio e da eloquência Mercúrio para os Gregos
• Dionísio (deus do vinho o deus grego Baco).
O sistema mitológico dos romanos, obviamente influenciado pelos gregos, foi sistema bastante desenvolvido de
rituais, escolas de sacerdócio e grupos relacionados a deuses. Também apresentava um conjunto de mitos
históricos em torno da fundação e glória de Roma.
11 As mudanças da humanidade do ponto de vista da 
mitologia
As sociedades antigas imaginavam que ao longo do tempo as formas de vida da humanidade. sempre ligadas aos
deuses, sofriam transformações. Dividiam, assim, o tempo épocas que em geral demonstravam uma degradação
nas condições de vida. E multo frequente encontrarmos quatro épocas entre os gregos. Porém, segundo o que
nos conta Hesíodo. até enquanto viveu, houve cinco épocas ou raças. A raça de Ouro, a raça de prata, a raça de
bronze, a raça dos heróis e a raça de ferro.
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Quadro 1 - Sinopse da mitologia greco-romana
A raça de ouro não tinha nenhum problema característico da humanidade: dor, sofrimento, tristeza e penúria.
Terminou porque não temia os deuses, e por isso foi destruída. A raça de prata era uma raça inferior, que vivia
na infância por longo tempo e quando chegava à adolescência sofria muito, por insensatez e por excesso. Nada a
continha, nem o respeito aos deuses. Por isso, Zeus a escondeu sob a Terra para que não o desonrasse.
A raça de bronze era terrível e forte como o bronze, e matou-se a si mesma.
A raça dos heróis: [...] raça divina de homens e heróis e são chamados semideuses, geração anterior à nossa na
terra sem fim. A estes a guerra má e o grito temível da tribo a uns [...] fizeram perecer pelos rebanhos de Édipo
combatendo, e a outros, embarcados para além do grande mar abissal, a Troia lavaram por causa de Helena de
belos cabelos, ali certamente remate de morte os envolveu todos e longe dos humanos, dando-lhes sustento e
morada Zeus Cronida Pai nos confins da terra os confinou. [...]
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu um pouco mais sobre a mitologia grega, seus deuses e histórias fantásticas.
• Aprendeu algo sobre o papel da invenção da historiografia antiga na Grécia com Heródoto.
• Analisou aspectos da religião em Roma e suas relações com a Religião Mítica da Grécia.
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	Olá!
	1 A religião, mito e literatura na cultura grega
	2 As divinidades
	3 Os mitos
	4 O mito da criação da mulher
	5 O mito da origem do mundo
	6 Cultos ou rituais
	7 Os sacrifícios
	8 Os oráculos
	9 As festas: o convívio de deuses e homens na vida da cidade
	10 Religião e mitologia romana
	11 As mudanças da humanidade do ponto de vista da mitologia
	CONCLUSÃO

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