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E-book 4 Renata Cardillo Homem de Mello COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL Neste E-Book: INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3 APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL ��4 GESTÃO DE CONFLITOS ��������������������������18 ESTRATÉGIA E NEGOCIAÇÃO ���������������26 CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������� 33 SÍNTESE ������������������������������������������������������� 35 2 INTRODUÇÃO Aqui você descobrirá que o tema Aprendizagem Organizacional compreende falar especificamente de organizações que conseguem atuar de maneira ha- bilidosa na gestão de recursos e ainda acompanhar todas as mudanças impostas pelo mercado. Além do mais, são capazes de utilizar técnicas e ferramentas que geram novos conhecimentos e proporcionam que seus integrantes caminhem para um mesmo objetivo, com um mesmo direcionamento, mas, para isso, inicialmente, apresentaremos a você o ciclo de aprendizagem vivencial de Kolb; depois, traremos a aprendizagem de Peter Senge e, por último, as rela- ções de negociação e vantagem competitiva a partir da aprendizagem. 3 APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL Primeiramente, antes de falarmos de aprendizagem organizacional, quero apresentar os conceitos de aprendizagem propostos por David Kolb, que estabe- leceu a teoria e o diagrama do Ciclo da Aprendizagem Vivencial, conforme observamos na figura a seguir: Continuum de P Processamento Como fazemos as coisas Experiência Concreta Sentindo Abstrato Conceptualização Pensando Divergente (Sinta e Assista) Acomodando (Sinta e Faça) Assimilando (Pense e Assista) Obversação Reflexiva Assistindo Experimen- tação Ativa Fazendo Convergindo (Pense e Faça) C on ti n u u m d e P er ce p çã o C om o pe ns am os s ob re a s co is as Kolb’s learning styles Figura 1: Estilo de Aprendizagem e Kolb. Fonte: Adaptado de Kolb's learning styles. Tradução da autora. No eixo vertical, temos a Experiência concreta do sentindo no contraponto da Conceituação abstra- ta do pensando, entremeado pelo Continuum de Percepção, de como efetivamente se percebe e pen- 4 sa sobre os conteúdos recebidos. No eixo horizontal, temos a Experimentação Ativa do “fazendo” no con- traponto da Observação Reflexiva do “assistindo”, en- tremeada pelo Continuum de Processamento, que é, efetivamente, como fazemos as coisas acontecerem. Então, Kolb traz o “ciclo de aprendizagem” como um princípio central de sua teoria da aprendizagem ex- periencial, tipicamente expressa como um ciclo de aprendizado de quatro estágios, no qual “experiên- cias imediatas ou concretas” fornecem uma base para “observações e reflexões”. Essas “observações e reflexões” são assimiladas e destiladas em “concei- tos abstratos”, produzindo novas implicações para a ação que podem ser “ativamente testadas” e criando, por sua vez, novas experiências. Ainda ressalta que o processo de aprendizagem representa um ciclo ou espiral de aprendizado em que o aprendiz “toca todas as bases”, isto é, um ciclo de experimentar, refletir, pensar e agir. Experiências imediatas ou concretas levam a observações e reflexões. Essas reflexões são assimiladas (absorvidas e traduzidas) em conceitos abstratos com implicações para a ação, que a pessoa pode testar e experimentar ativamente, o que, por sua vez, possibilita a criação de novas experiências . Dessa forma, esse modelo de Kolb funciona em dois níveis, o nível do ciclo das aprendizagens (experi- ência concreta, observação reflexiva, conceituação abstrata e experimentação ativa) e o ciclo dos tipos de estilos de aprendizagem (divergente, assimilando, convergindo e acomodando), pois neste segundo fica evidenciada a forma dominante que o indivíduo 5 aprende, ou seja, é o estilo que, de fato, as pessoas conseguem aprender. Farei uma breve explicação para que você possa entender esses últimos elementos porque são de extrema importância no ciclo . 1. Acomodando (Sinta e Faça) – São pessoas que aprendem por meio de abordagens que envolvem a prática e a experimentação; são atraídos por desafios e experiências e pela realização de planos. (exem- plo: indivíduos que precisam planejar e saber tudo com uma sequência lógica, entregas de trabalhos e projeções futuras); 2. Divergindo (Sinta e Assista) – São pessoas com uma capacidade de ver as coisas de diferentes pers- pectivas, pois preferem assistir ao invés de fazer. (exemplo: indivíduos que não precisam de anotações, preferem expor suas ideias, são mais imaginativos e criativos); 3. Assimilando (Pensar e Assistir) – São pessoas que exigem uma explanação clara, didática e prática, mas que especificamente não precisam da prática. (exemplo: indivíduos que normalmente querem che- car as informações com as frases “deixa eu ver se entendi” ou “explique novamente com um exemplo”; eles normalmente preferem leituras, palestras e mo- delos analíticos); 4. Convergindo (Pense e Faça) – São pessoas com um estilo de aprendizagem que, para resolver proble- mas e encontrar as soluções, precisam da prática. 6 (exemplo: indivíduos que gostam de experimentar novas ideias, simular e trabalhar com aplicações práticas). Bom, agora que você conhece o ciclo de aprendiza- gem, vamos à aprendizagem organizacional . Você sabe que, cada vez mais, as empresas preci- sam estar em constante inovação. Mas o que elas precisam de fato fazer para promover mudanças que realmente tragam resultados? As bases de uma organização são as pessoas e o po- der para tomar decisões está nas mãos delas. Então, quando falamos do aprendizado de uma empresa, estamos nos referindo ao aprendizado das pessoas. Formar uma equipe organizada, com sinergia nos relacionamentos e com objetivos convergentes é essencial para impulsionar a criação, as habilidades e as capacidades de cada um em prol das estratégias organizacionais relativas à motivação e ao desem- penho coletivo. De posse dessas informações iniciais, já sabemos que estamos falando de pessoas, ao mencionar “em- presa” ou “organização”. No entanto, apesar das diversas bases teóricas que apontam para um senso comum a respeito da gestão de pessoas como benefício para o alcance das metas estratégicas, encontramos modelos que buscam adaptar-se conforme a cultura interna da organiza- ção, que envolva a aprendizagem em si, associada ao compromisso de assegurar que o indivíduo pos- 7 sa continuar a aprender a partir de suas próprias experiências, mais as experiências associadas dos conteúdos que serão advindos da organização . Esse é o primeiro passo e, talvez, o mais importante, porque trabalhar com as pessoas nas organizações, em aprendizagem continuada, acaba sendo um dos recursos mais valiosos, tendo em vista sua susten- tabilidade nos negócios. Renovação, reciclagem e aumento das aprendizagens fazem parte da estra- tégia para a obtenção dos resultados desejados. O conhecimento é transmitido e adquirido de diversas formas. Muitas vezes, ele está na ‘cabeça’ de uma ou mais pessoas, é extraído e registrado, permitindo, por meio de treinamento, que outras pessoas o apli- quem para realizar tarefas e desenvolver habilidades específicas. Há também o conhecimento transmitido em cursos teóricos ou práticos, fundamentados em conceitos, culturas e know-how, por exemplo, em te- mas como liderança, inovação e 5S. Nesses casos, a transferência assume caráter educacional, pois mexe com o modo de pensar das pessoas, seu senso críti- co, criatividade e poder de implementação. A apren- dizagem gerada também é comportamental, pois provoca mudanças de atitudes, consequência dos pensamentos e reflexão das pessoas sobre como colocar em prática o conhecimento adquirido, visto que o pensamento é gerado pela motivação e interes- se em determinado tema, e isso influi decisivamente no processo e no resultado da aprendizagem. Outras formas de converter conhecimento em aprendiza- gem são igualmente muito importantes, tais como: 8 compartilhamento de conhecimento entreas pes- soas no dia a dia, interações com clientes, fornece- dores, internet, livros, observações e experimentos. Isso requer ações e táticas que facilitem as unida- des operacionais verificar suas próprias operações, compará-las com outras opções e facilitar planos para melhorias futuras, além de envolver um pro- cesso de coleta sistemática de relatórios, feedback e formulação de planos baseados em informações. Para esses fins, a organização deve ser dividida em grupos de aprendizagem. Você deve estar se perguntando, mas o que é uma organização que aprende? Vamos observar uma ex- plicação a partir da figura a seguir: Atitudes e Crenças Atitudes e Capacidades Consciência e Sensibilidade Mudança duradoura (aprendizagem profunda) Figura 2: Ciclo de aprendizagem profundo. Fonte: Adaptado de Senge. et al (2006, p. 18). 9 Para Senge et al (2006, p. 29), o ciclo de aprendi- zagem constitui a essência das organizações inte- ligentes, pois existe o desenvolvimento de novas atitudes, que reforçam a confiança da manifestação da aprendizagem de fato, trazendo a partir de novas perspectivas mentais, alterando a consciência, tanto individuais quanto coletivas e, gradualmente, novas percepções e novas crenças vão sendo instaladas. Quando ocorre a aprendizagem profunda, ocorrem as mudanças das crenças, da consciência e das atitudes de todos, resultando em mudança duradoura, pois o ciclo passa a ser sistêmico e constante. O ponto principal é que, para o autor, esse tipo de postura das organizações representa abandonar completamente os padrões anteriores, pois, como premissa básica na sua teoria, as organizações trazem em sua cul- tura padrões e produtos de pensamentos que criam um ambiente com barreiras que são desfavoráveis a novas aprendizagens e novas formas de aspira- ções, então “a quinta disciplina é efetivamente uma bagagem de métodos e ferramentas que ajudam as grandes organizações a orientar-se para aquilo que realmente as interessam”. SAIBA MAIS Mas quem é Peter Senge? Diretor do Programa de aprendizagem Organiza- cional e Raciocínio Sistêmico, na Faculdade de Administração Sloan, no MIT, e fundador da em- presa de consultoria Innovation Associates, que 10 difunde a teoria da Quinta Disciplina. Senge tem o intuito de apresentar a forma como uma orga- nização pode alcançar suas metas ao ampliar a visão de seus colaboradores por meio do desen- volvimento de um pensamento sistêmico. Com o respaldo de feedbacks, o método busca identifi- car pontos de maior alavancagem com o mínimo esforço, a fim de que a mudança seja efetiva e duradoura. Caso você queira visitar a página do autor, acesse: https://executive.mit.edu/faculty/ profile/30-peter-senge. O modelo de Senge (1998) e a sua teoria das 5 disci- plinas tem sido um dos modelos que busca a adapta- ção entre cultura organizacional, metas estratégicas e gestão de pessoas. Assim, nosso objetivo aqui é entender a aplicação desse método. Como ele pode auxiliar as organizações na busca da manutenção de uma gestão de conhecimento disseminada na aprendizagem dos seus colaboradores, até porque traçar novas diretrizes e exige mudanças de atitudes e de pensamento; então, as empresas precisam co- meçar a ter um pensamento sistêmico que determina que pequenas atitudes com foco podem produzir mudanças significativas e duradouras; mas, des- de que atuem no lugar certo, esse é o princípio da alavancagem e, consequentemente, a disciplina do pensamento sistêmico é especificamente a mudança da mentalidade, então, essa é a disciplina para se poder ver o todo das partes, porque poder verificar os principais itens periféricos de um problema, levará a novas descobertas. 11 https://executive.mit.edu/faculty/profile/30-peter-senge https://executive.mit.edu/faculty/profile/30-peter-senge FIQUE ATENTO A mudança de mentalidade é perceber inter-rela- cionamentos, em vez de cadeias lineares de cau- sa-efeito e ver os processos de mudança, em vez de simples fotos instantâneas. A prática do pen- samento sistêmico começa coma compreensão de um conceito simples chamado feedback, que mostra como as ações podem se reforçar ou neu- tralizar (equilibrar) umas às outras, ela permite aprender a reconhecer os tipos de estruturas con- tinuamente recorrentes. (SENGE, 1998, p. 103) Então, a prática desse pensamento nos traz a premis- sa de que nunca existirá um indivíduo responsável pela situação, mas que, efetivamente, todo o sistema que compartilha estará implicado porque o feedback sugere o compartilhar de responsabilidades; contu- do, não necessariamente todos os implicados do sistema têm o poder de alavancagem para mudar o sistema. Então, depois de falado das organizações que aprendem a partir do pensamento sistêmico, iremos apresentar as disciplinas principais que são as responsáveis para a construção de uma organi- zação que aprende. Senge (2010, p.15) cita que cada uma das cinco dis- ciplinas “fornece uma dimensão vital para a cons- trução das organizações com autêntica capacidade de aprendizagem, adequada para melhorar conti- nuamente a sua habilidade para alcançar as suas maiores aspirações”. 12 Então, vamos às disciplinas de uma organização inteligente (Senge, 1998, 2006 e 2010): A primeira disciplina será o Domínio pessoal, a prática dessa disciplina é definida como crescimento e aprendiza- gem pessoal, consistindo no aprendizado de expandir as habilidades pessoais para obter os resultados e os objetivos a que se propõem, por meio do ma- nejo da racionalidade e das emoções. Contudo, a aprendizagem individual não será nunca a garantia da aprendizagem da organização, mas “não existe aprendizagem organizacional sem a aprendizagem individual” (2010, p. 179). O domínio pessoal está em constante expansão e melhoria por meio das práticas de contínuo esclarecimento do que se é importan- te para cada pessoa, e do aprender continuamente como ver a realidade atual com maior clareza porque ter o domínio significa que haverá total proficiência no que está sendo feito. As pessoas que têm alto ní- vel nessa disciplina possuem um senso de propósito da visão e das metas, em que a visão é a imagem do futuro desejado. Na segunda disciplina, Modelos Mentais, compreen- de-se que nossas experiências anteriores definem nossa percepção e reação no contato com o outro. Em um ambiente propício à aprendizagem organi- zacional é possível o desenvolvimento de Modelos Mentais coletivos que possibilitem a resolução de problemas. Os Modelos Mentais são complexos para a atuação de uma organização, principalmente por se tratar de mudanças de ação que são regidas por experiências individuais. Dessa forma, Senge ressalta 13 que o trabalho com os Modelos Mentais devem ser realizados, primeiramente, com os principais toma- dores de decisão, ou, no caso de uma atuação que tenha projetos como objetivo. Assim, para auxiliar a análise desse segundo processo, Senge sugere a técnica conhecida como “coluna da esquerda”, direcionada para o desenvolvimento dos Modelos Mentais do indivíduo . Tal técnica implica produzir um diálogo superficial – que não proporciona orientação, aprendizagem ou informação relevantes – para ambas as partes. No decorrer do diálogo, em uma folha, devem ser relacionados os itens mencionados em uma coluna no lado direito. Depois, precisa ser colocado do lado esquerdo o que você está pensando no momento da conversa, mas não está falando, tornando explíci- tos os pensamentos ocultos, porém, significativos. “Quando vejo mais claramente minhas próprias pre- missas e a forma como as estou ocultando, posso elaborar várias alternativas para continuar a conver- sa.” (SENGE, 2010, p. 224). Outra técnica é a Indagação Recíproca, que, como Senge explica, é uma confrontação entre indagação e argumentação, o que permite o alcance de um equi- líbrio e ações mais assertivas por nossa parte. Essa técnica, apesar de bastante simples, só pode ser realizada por pessoas que apresentam maturidadee equilíbrio emocional. Caso contrário, ao invés de per- ceber e modificar seu mapa mental, a pessoa pode apresentar resistência e conflitos com o indagador. 14 A terceira disciplina é a construção de uma Visão Compartilhada, que é parte da percepção comum dos objetivos organizacionais. A motivação é a busca de uma aprendizagem que proporcione a construção de uma visão partilhada. Aqui, o olhar da organização sobre seu colaborador deixa ser individual para se tornar coletiva. Essa visão deve promover o desen- volvimento de habilidades e inteligência coletiva, além de promover as aspirações individuais. Não há como existir organização sem traçar metas e visão compartilhada, pois será por meio dessa disciplina que se propicia o relacionamento interpessoal das pessoas, bem como direciona a visão sistêmica ad- ministrativa, além de ser essencial para o foco e o combustível para a aprendizagem constante . Par t imos assim para a quar ta discipl ina, Aprendizagem em Equipe. Ela pressupõe que as habilidades coletivas, necessárias em uma organi- zação, são maiores que as habilidades individuais e, por isso, devem ser desenvolvidas para garantir a capacidade de seus integrantes gerarem ações coordenadas. Para isso, precisamos entender que a aprendizagem em grupo inicia-se no momento em que permitimos abertura suficiente para a proposição de ideias e participação na elaboração de uma lógica comum. Visualizamos que essa aprendizagem pode ocorrer de forma efetiva quando seus gestores abri- rem à equipe a participação na elaboração de planos de ação. Pode ocorrer também quando da constru- ção da história do problema e o caminho para a sua solução. Reconhecer a capacidade da sua equipe 15 de gerar ações coordenadas por meio do diálogo e discussão que proporcionem análise sistemática somado às habilidades individuais. Por fim, a quinta disciplina, Pensamento Sistêmico, é a responsável pela integração com todas as demais, evitando que cada uma seja vista de forma isolada, visando, segundo Senge, a modificar interações. Assim, para que atue com seu potencial, ela precisa das outras 4 disciplinas: o Domínio Pessoal vai ilumi- nar as tensões emocionais e os conflitos estruturais, integrando a razão e a intuição. Com os Modelos Mentais, a quinta disciplina será responsável por despertar a reestruturação dos problemas ocultos, quebrando as barreiras dos bloqueios e trazendo de forma simples a solução para os problemas. Com a Visão Compartilhada, o Pensamento Sistêmico traz a união necessária para quebrar as barreiras da resistência e da reatividade das pessoas no com- partilhamento das expertises individuais. Já com o Aprendizado em Equipe, o Pensamento Sistêmico vai quebrar as rotinas defensivas e transformá-las em alavancagem para a criação das ideias conjuntas e proporcionar um maior dinamismo . SAIBA MAIS Agora que você conheceu sobre todas as discipli- nas das organizações que aprendem, leia o arti- go O papel dos líderes na aprendizagem organi- zacional: um estudo multicaso em empresas do Sul Catarinense, e verifique por meio desse estu- 16 do de caso e como os autores Topanotti, Vieira e Yamaguchi concluíram que os líderes da empre- sa conseguiram inovar e trazer novas expertises para o desempenho da função . Disponível em: https://www.revistaespacios.com/ a16v37n08/16370818.html O conflito é um fenômeno próprio das relações hu- manas que pode ser definido de diversas formas. Empresas inteligentes utilizam a gestão de conflitos como estratégia de aprendizagem. 17 https://www.revistaespacios.com/a16v37n08/16370818.html https://www.revistaespacios.com/a16v37n08/16370818.html GESTÃO DE CONFLITOS Os conflitos ocorrem nas organizações devido às po- sições divergentes com relação a comportamentos, necessidades ou interesse diferenciados . Para Pickering (2002, p. 2), “na essência, o conflito existe quando duas ou mais respostas ou cursos de ação divergentes para um único evento são consi- deradas”. Isso pode derivar de ações competitivas ou antagônicas, necessidades, desejos, ideias ou exigências incompatíveis. O conflito não implica ne- cessariamente hostilidade, mas a hostilidade pode fazer parte da situação. Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 437) afirmam que, além da oposição ou incompatibilidade, o conflito pode ser relacionado à percepção. Por exemplo, caso as pessoas não percebam o conflito, ele simplesmen- te não existe. Assim, uma definição ampla seria de que o conflito é “um processo que tem início quan- do alguém percebe que outra parte afeta, ou pode afetar, negativamente alguma coisa que considera importante”. Esta definição é propositadamente ampla, de modo que abarca uma série de situações conflituosas nas organizações. Uma vez que temos uma primeira de- finição do que é o conflito, quais seriam as causas dos conflitos? 18 Para que você possa compreender essas causas, apresentaremos para você o organograma do conflito: Condicões antecedentes Conflito percebido Conflito sentido Melhora do desempenho do grupo Piora do desempenho do grupo • Comunicação • Estrutura • Variáveis pessoais Conflito aberto • Comportamento das partes • Reação dos outros Estratégias para resolução de conflito • Competição • Colaboração • Compromisso • Não enfrentamento • Acomodação Estágio I Oposição potencial ou incompatibilidade Estágio II Cognição e perso- nalização Estágio III Estratégia Estágio IV Comportamento Estágio V Consequências Figura 3: O processo do conflito. Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 440) Então, temos várias causas de conflitos, como você pode verificar no estágio I; comunicação, estrutura e as variáveis pessoais têm sido as principais cau- sas de conflitos e podemos citar como exemplo: quando há diferenças de interpretação de fatos entre 19 gestores e liderados, ou até mesmo nas relações pessoais entre pessoas da mesma família e, quando esse conflito afeta uma das partes, iremos para o estágio II, no qual o conflito é sempre percebido de maneiras diferentes pelas partes que ocasionam os problemas do estágio III, podendo levar a desentendi- mentos, competições ou simplesmente o evitamento ou enfrentamento, que refletirá no comportamento das partes envolvidas e, consequentemente, nas de- corrências da relação do grupo ou dos indivíduos envolvidos. REFLITA Agora, depois que observamos o processo do conflito, você sabe quais são os tipos de confli- tos que podem estar relacionados ao ambiente organizacional? Os conflitos intrapessoais, interpessoais, inter- grupais e interorganizacionais. A natureza psicológica é um fator fundamental nos conflitos intrapessoais, pois ele envolve um confli- to que acontece dentro do próprio indivíduo. Nos conflitos interpessoais, estão envolvidas diferentes pessoas; por exemplo, um especialista e um geren- te têm divergências com relação às opiniões sobre como conduzir um determinado projeto. Eles podem discordar, com relação aos prazos, à qualidade e às formas de orientar a equipe. Essas diferenças geram conflitos interpessoais que podem afetar o trabalho 20 que pressupõe interferência entre as demais pessoas e até mesmo na execução do projeto. No conflito intergrupal, o ambiente tem um papel preponderante, determinado pela cultura e pelo momento político organizacional. Um exemplo de conflito intergrupal seria uma campanha realizada pelo pessoal de ven- das de uma empresa, a qual geraria um aumento de comissões e prêmios. Essa campanha, tendo su- cesso, faria com que a equipe de produção tivesse um trabalho extra; assim, essas pessoas também esperariam ser reconhecidas pela direção. Caso a direção não seja sensível a essas demandas, podem ocorrer conflitos intergrupais por conta dessa relação dos diferentes setores. E, por último, as variáveis de ordem sociocultural, geopolítica e econômica são variáveis importantes nos conflitos interorganiza- cionais, o que envolve diferentes organizações. Normalmente,as organizações precisam definir a es- colha da estratégia para as resoluções de um conflito, que variam de acordo com a natureza da situação e a tendência individual para utilizar determinada es- tratégia, o que inclui os níveis de preocupação com relação aos interesses próprios (assertividade) e os interesses dos outros (cooperação). Além disso, o estágio do conflito também determina o tipo de resolução de conflito que será utilizado. 21 REFLITA Assim, é necessário avaliar, também, a magni- tude dos custos envolvidos. São superiores aos benefícios? Outra questão é: quais seriam as consequências de um conflito permanente? Ele tende a diminuir, intensificar-se ou manter-se es- tabilizado? Quais são as causas que levaram à quebra de estabilidade? São causas emocionais ou relacionadas à estrutura organizacional? Quanto antes se identifica o conflito e são toma- das as medidas de administração, ele pode tor- nar-se fonte de oportunidades. Se não tomadas as devidas medidas, um conflito pode se tornar um problema. Ou seja, quanto mais o conflito cresce, mais difícil ele se torna de ser admi- nistrado. Confrontar não deve ser considerado algo ruim, mas permite identificar o problema de forma a resolvê-lo. O comportamento que não é confron- tado, não mudará. Aprender a lidar com um conflito é fundamental, pois quando ignorado, ele tende a aumentar. A presença de um conflito não é sinal de gerenciamento inadequado. A maneira como o ge- rente lida com o conflito e antecipa os problemas futuros é verdadeira medida da força dessa técnica de gerenciamento . A mediação e a conciliação também são partes para a resolução de conflitos. O mediador estabelece um relacionamento funcional, identifica os interesses das partes, constrói um conjunto de alternativas 22 de soluções e propõe as opções mais adequadas. Geralmente, as partes são responsáveis por encon- trar soluções comuns na mediação. Já o conciliador propõe a solução às partes, devendo ser imparcial e convencer as partes de que um acordo pode limitar o conflito e minimizar as perdas, mesmo que não seja totalmente satisfatório. (PICKERING, 2002) Scott (2007) apresenta o modelo ERI de resolução de conflitos que se resume na seguinte figura: I E R Figura 4: Modelo ERI de resolução de conflitos. Fonte: Scott (2007, p. 25) Segundo Scott (2007), o modelo ERI (emoção-razão- -intuição) envolve controlar, neutralizar ou eliminar o ambiente emocional negativo – que está contribuindo para o problema e bloqueando a solução –, avaliar racionalmente as alternativas disponíveis e determi- nar intuitivamente as melhores escolhas para lidar com a situação. 23 O brainstorming é uma forma de determinar intuitiva- mente as escolhas para solução do problema, e será discutido adiante. Assim, o conflito exige ações refle- tidas e estratégicas tomadas pelo gerente. Conforme dito, é importante estimular a responsabilidade com- partilhada de modo que os objetivos comuns sejam lembrados, assim como a própria liderança. Além disso, a capacidade de o gerente ouvir os funcioná- rios é essencial, pois oferece acesso a perspectivas do conflito, oferece dados para tomar decisões e de- senvolver relacionamentos. Conforme já estudamos, há também a linguagem não verbal, a qual também deve ser escutada. Podcast 1 Segundo Pickering (2002), um bom gerente aceita e aprecia perspectivas diversificadas e pontos de vista alternativos. Podemos pensar sobre as conse- quências do conflito, que ele faz uso da presença de pontos de vistas diversos na empresa, da heteroge- neidade de pensamentos e canaliza para perspecti- vas criativas tornando o conflito uma oportunidade de desenvolvimento organizacional. A partir de Pickering, podemos concluir que, diante de algumas situações de conflito, é necessário poder despender tempo para resolver e fazer um bom apro- veitamento da diversidade de opiniões, engendrando essas soluções criativas. Um assunto que poder ser repensado permite a todas as partes recuperar a objetividade, levando em conta o impacto sobre o 24 https://famonline.instructure.com/files/119211/download?download_frd=1 “outro” e reafirmando a posição, mas agora, com uma consciência mais global sobre o problema. REFLITA Para você, o conflito tem somente um efeito ne- gativo ou poderemos ter algum tipo de efeito po- sitivo ou tirar vantagem com dos conflitos? Podcast 2 É preciso ter uma compreensão mais profunda dos conflitos, inclusive como agentes de mudança, ino- vação e desenvolvimento organizacional. Um conflito pode ter a capacidade de tolerar o funcionamento de níveis heterogêneos. Há a necessidade de se construir nas instituições um espaço diferenciado. Podemos pensar que, nesta perspectiva, há a pos- sibilidade de cada um dos integrantes de uma orga- nização fazer valer suas opiniões, ainda que sejam divergentes, com relação ao pensamento dos níveis gerenciais ou de departamentos diversos; assim, essa possibilidade de heterogeinidade na organiza- ção dá a oportunidade de surgirem pensamentos divergentes que permitiriam o desenvolvimento or- ganizacional, a aprendizagem diferenciada, e a visão compartilhada. 25 https://famonline.instructure.com/files/119212/download?download_frd=1 ESTRATÉGIA E NEGOCIAÇÃO Ao aprender, desenvolvemos novos conhecimentos e, ao aplicá-los, nos capacitamos para realizar novas tarefas, inovar, melhorar a produtividade, desenvolver planos, processos e sistemas de gestão dos negó- cios. Conhecer e compreender os conhecimentos existentes gerados na empresa é fundamental para que possamos otimizá-los e utilizá-los como supor- te às mudanças e ao sucesso nos negócios e nas negociações futuras . Para você compreender o processo de negociação, precisamos definir claramente o que é uma nego- ciação. Nesse sentido, vários autores já debateram sobre isso. Examinemos: “Negociação é o processo pelo qual duas ou mais partes interdependentes, com algum conflito aparente, decidem colocar re- cursos escassos.” (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 447). Já para os autores Wagner III e Hollenbeck (2000, p. 288), a negociação e a barganha “são dois processos intimamente associados que costumam ser utilizados para tentar resolver as diferenças de interesses e preocupações geradoras do conflito” e a negociação propriamente dita “é o processo pelo qual as partes decidem o que cada uma irá dar e receber na troca entre elas.” Você percebe que um autor acaba complementando o outro, pois, enquanto para Robbins, Judge e Sobral 26 a negociação envolve conflitos sobre o que se é ne- gociado, Wagner III e Hollenbeck complementam dizendo que o conflito é sobre o que cada um vai ceder na negociação . Preparação e Planejamento Definição de estratégias Avaliar os cenários e definir metas. Definição das regras básicas Onde, como, quando e quais partes poderão negociar. Esclarecimento e Justificativas Explicar, esclarecer, reforçar e justificar suas posições, seus pontos de vista, para a outra parte. Barganha e solução de problemas Será necessário que ambos os lados possam ceder para que negociação aconteça garantindo que ninguém foi prejudicado. Conclusão e implementação formalizar o acordo firmado e desenvolver os procedimentos para sua implementação Tabela 1: Etapas do processo de negociação. Fonte: elaborado pela autora com base em Robbins, Judge e Sobral (2010) Ressaltamos que o ponto inicial do processo de negociação sempre será a aproximação entre os negociadores. Essa aproximação requer que o indi- víduo conheça as principais características do outro negociador, para ir se aproximando de maneira que não choque, nem mesmo criem barreiras no decorrer da negociação . O que você deve estar pensando é que talvez não seja tão fácil assim chegarmos ao término de uma negociação, como de fato não é. Muitas vezes, o 27 impasse toma conta da negociação e os conflitos são inevitáveis, os indivíduos param em um determi- nado ponto danegociação e não cedem, o que acaba travando os entendimentos e, por consequência, a solução do impasse, gerando os conflitos que estu- damos anteriormente. Mas a questão é que, em uma negociação, os conflitos são diferentes dos conflitos vistos nas organizações . Wagner III e Hollenbeck (2000) citam que o que acon- tece é que os negociadores podem alimentar interes- ses divergentes, durante o processo de negociação, o que resultará em conflito. Para entender e procurar reduzir o impacto, os autores indicam pontos que devem ser trabalhados na negociação, que são: a competição que é o ponto no qual os indivíduos co- meçam a competir durante a negociação para mos- trar quem têm mais poder. Dessa maneira, cada um tende a buscar a satisfação dos próprios interesses à custa dos interesses dos outros; a acomodação em que, no sentido de atender os próprios interesses, o indivíduo se acomoda na negociação, não tendo mais interesse em continuar com ela ou mudá-la; a abstenção, situação em que o negociador permanece na neutralidade a todo custo ou se recusa a assumir um papel de conciliador dos conflitos; a colabora- ção, que poderá afetar na satisfação das partes em resolver diferenças e buscar soluções para o conflito ou problema gerado; e a transigência, que propõe a satisfação parcial de todos, mediante a troca e o sacrifício, buscando uma resolução aceitável, não tendo a preocupação de buscar a melhor resolução. 28 Conforme observamos, o processo de negociação tende a facilitar a atuação dos indivíduos nas mais diversas negociações. Porém, cada um pode utilizar estratégias para negociar, buscando mais vantagens para a negociação. Algumas estratégias são suge- ridas por Robbins, Judge e Sobral (2010), são elas: a negociação distributiva, nesse tipo de estratégia, o objetivo é dividir uma quantia fixa de recursos e, a partir daí, negociar. A sensação dessa estratégia é de ganha-perde, ou seja, um lado precisa perder para que o outro ganhe. Um exemplo para isso é quan- do uma empresa apresenta uma proposta fechada para um cliente e este, por sua vez, busca reduzir ao máximo, por exemplo, o preço. Qualquer ganho que o cliente tiver será à custa da empresa vendedora; já na negociação integrativa, o principal objetivo é assegurar que a solução encontrada garanta que ambos saíram contentes do processo, o chamado ganha-ganha. Nessa estratégia, as partes envolvidas precisam ser francas e, quando possível, ceder para atender as necessidades da outra parte. Uma alter- nativa para cessão de alguns pontos é trazer outras questões a serem negociadas para a mesa de nego- ciação. Um exemplo disso é quando uma empresa precisa conceder um desconto a mais para a outra parte comprometendo seu ganho. Para atender essa concessão, ela solicita à outra parte que aumente a quantidade comprada para ter o desconto. No final, um lado cedeu no preço, porém, o outro aumentou o tamanho do pedido. Os dois ganharam. 29 FIQUE ATENTO Agora você deve estar se perguntando quais são as vantagens de se usar uma ou outra. Afinal, cada negociação é diferente da outra; muitos va- lores momentâneos estão envolvidos. Para auxi- liar nessa resposta estude a tabela a seguir. Característica da Negociação Negociação Distributiva Negociação Integrativa Objetivo Conseguir o máximo possível do montante em disputa Aumentar o mon- tante em disputa para que ambas as partes fiquem satisfeitas Atitude Principal Eu ganho, Você perde Ambos ganhamos Foco Posições ("não posso ir além desse ponto nes- ta questão.") Interesses ("Você pode me explicar por que essa questão é tão importante para você?") Troca de Informações Baixa (comparti- lhar informação só fará que a outra parte fique em vantagem Alta (compar- tilhar informa- ção permitir[a que cada parte encontre formas de satisfazer os interesses de cada uma.) Duração do relacionamento Curto Prazo Longo prazo Tabela 2: Negociação Distributiva versus Negociação Integrativa. Fonte: Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 449) 30 Então, quanto mais a estratégia de negociação esti- ver próxima da distributiva, pior os resultados para o processo como um todo; afinal, apenas um lado saíra satisfeito ou, até mesmo, nenhum dos lados saíra, pois, terão de fazer concessões sem critérios. A ten- dência dessa relação é ser de curto prazo. No caso da escolha da negociação integrativa, as chances de ambos saírem satisfeitos do processo são grandes; afinal, as deficiências são negociadas com o propó- sito de uma parte auxiliar a outra. A tendência dessa relação é que ela seja de longo prazo. Pode ocorrer ainda um meio termo; em algumas situações, a pos- tura terá de ser hora distributiva, hora integrativa. Quando o modelo organizacional é estrategicamente orientado, sua missão prioritária consiste em identi- ficar padrões de comportamentos coerentes com o negócio da organização. Tendo com o objetivo prin- cipal: obter, manter, modificar e associar aos demais fatores organizacionais. Para uma organização se tornar fonte de vantagem competitiva sustentável, é preciso que seja valiosa, rara e implique em difi- culdades ou alto custo para ser copiada. Os recur- sos estratégicos fundamentais para isso acontecer são a aprendizagem utilizada com inteligência na organização. Sendo assim, parece razoável supor que o comportamento organizacional é gerado pelos indivíduos, que passam a integrar o caráter intrínse- co dos negócios e das expertises da organização, tornando-se elemento de diferenciação e meio para potencializar a vantagem competitiva. 31 O pensamento sistêmico implica uma visão compar- tilhada que encoraja compromisso com o longo prazo daqueles que participam da organização. Os modelos mentais abordados acima exigem uma mudança e reestruturação, uma vez que enfatizam a necessidade de abertura e de um olhar mais flexível e fluído da realidade, derrubando estereótipos, preconceitos e representações arraigadas nas organizações. Dito isso, o aprendizado em equipe é, portanto, essencial do pensamento sistêmico como as habilidades dos grupos de as pessoas a procurar uma figura mais ampla que transcenda as perspectivas individuais e, consequentemente, as organizacionais, trazen- do de fato a uma vantagem diferenciada perante o mercado. 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final de nossos estudos e, neste mó- dulo, você pôde compreender sobre as teorias do ciclo de aprendizagem vivencial de Kolb – que inclui todo material e método de ensino em que as pessoas aprendem de forma interativa e como agentes ativos do processo do processo de aprendizagem – e de Peter Senge, que, em sua obra, a Quinta Disciplina, define que, na aprendizagem organizacional a partir das 5 Disciplinas, Domínio Pessoal, Modelos Mentais, Visão Compartilhada, Aprendizagem em Equipe e Pensamento Sistêmico, a prioridade não é a apren- dizagem individual, mas a aprendizagem da orga- nização e a aprendizagem sistêmica, que é medida pela organização que aprende. Para esse propósito, são apenas disciplinas diferentes que correspon- dem a inovar nas organizações inteligentes, e em que cada um é essencial para o sucesso dos outros. Construindo uma organização com uma capacidade de aprendizagem autêntica e com a criatividade que dependem do desenvolvimento dessas 5 disciplinas . Você também pôde se aprofundar nos conceitos de conflitos e como lidar com eles no ambiente orga- nizacional, e que, embora existam consequências disfuncionais dos conflitos, eles também podem ser fonte de inovação e permitir o desenvolvimento orga- nizacional. E você entendeu e compreendeu melhor 33 sobre as estratégias de negociação, e a gestão dos conflitos nas negociações. E você também pôde perceber que as organizações inteligentes enfatizam a aprendizagem individual dos membros e o quanto isso pode trazer uma vantagem competitiva e diferenciada para o mercado. Então, agora que você aprendeu sobre todas essas questões,como você vê as organizações com as quais tem contato? São organizações inteligentes? E quais são as bases de suas negociações? 34 SÍNTESE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL • Aprendizagem vivencial é um processo de entendimento das relações vividas nas situações em que está se aprendendo o conteúdo teórico. • Por meio da teoria de Peter Senge, vimos como as organizações inteli- gentes se expandem continuamente em sua capacidade de criar os resulta- dos desejados, nos quais se cultivam novas formas de pensar, em que a aspiração coletiva possui uma realção sistêmica e as pessoas aprendem continuamente. • A Organização Inteligente é aquela que consegue ampliar suas possibil- idades de crescimento, desenvolve a capacidade de organizar a mudança e as metas, gerando o contexto e o desenvolvimento de habilidades de tra- balho em equipe, alcançando o desenvolvimento de uma figura mais ampla, superando a perspectiva individual. • Nas organizações, o paradigma das pessoas inter-relacionadas está presente, como elos de uma mesma corrente, superando barreiras entre os diferentes gestores ou formando equipes interdisciplinares. O pensamento sistêmico se torna a disciplina que integra os outros, fundindo-os em um corpo coerente de teoria e prática. • O conflito acontece devido a posições divergentes, em relação a algum comportamento, necessidade ou interesse comum às causas de conflitos. As incompreensões, insatisfações de interesses ou necessidades podem gerar um conflito, e a incompatibilidade de objetivos também pode ser causa de conflito. • Os conflitos fazem parte das negociações. O que vai definir se eles serão positivos ou negativos para o processo é como serão conduzidos esses conflitos. • Negociamos cotidianamente com amigos, parentes, subordinados, clientes, fornecedores, governo, entre outros. Estamos expostos a perder- mos ou ganharmos essas negociações. O ideal é que todos, apesar dos conflitos existentes, possam sair vitoriosos nesses processos. Referências Bibliográficas & Consultadas BRUNING, Camila; RASO, Cristiane Cecchin Monte; PAULA, Alessandra. 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