Buscar

AVISO PRÉVIO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AVISO PRÉVIO
Conceito:
Aviso prévio é a notificação dada por uma das partes do contrato de trabalho à outra parte, comunicando sua intenção de rescindir o contrato, sem justa causa. 
Trata-se de instituto típico dos contratos por prazo indeterminado e tem por finalidade evitar a surpresa da ruptura abrupta do contrato de trabalho. 
O TST, no entanto, adotou entendimento no sentido de ser cabível o aviso prévio nos contratos por prazo determinado, em caso de rescisão antecipada:
Súmula 163, TST: “Cabe aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma do art. 481 da CLT”.
Localização:
O aviso prévio é previsto pelo art. 7°, XXI, da Constituição Federal como um direito dos trabalhadores urbanos e rurais, sendo estendido aos trabalhadores avulsos (art. 7°, XXXIV, CF) e aos domésticos (art. 7º, parágrafo único, CF). 
A regulamentação do aviso prévio está contida nos arts. 487 a 491 da CLT. 
A Lei n. 12.506/2011 regulou a proporcionalidade da duração do aviso prévio em relação ao tempo de serviço do empregado. 
De acordo com a previsão constitucional, a duração do aviso prévio deve ser proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 (trinta) dias. Assim, a partir da Constituição Federal de 1988, restou revogado o inciso I do art. 487 da CLT, que previa aviso prévio de 8 (oito) dias para os empregados que recebem salário por dia ou por semana. No entanto, a norma constitucional, por não ser autoaplicável, dependia de regulamentação por norma infraconstitucional. 
Como visto, a proporcionalidade da duração do aviso prévio de acordo com o tempo de serviço do empregado foi regulamentada pela Lei n. 12.506/2011, sendo certo, portanto, que a partir de então os empregados podem exigir o aviso prévio com duração que irá variar conforme o tempo de serviço que tenham em relação aos seus empregadores, garantido sempre o prazo mínimo de 30 (trinta) dias.
Súmula 441, TST: “O direito ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço somente é assegurado nas rescisões de contrato de trabalho ocorridas a partir da publicação da Lei n. 12.506, de 13 de outubro de 2011”.
Em relação à proporcionalidade, dispõe a Lei que: 
# O aviso prévio será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa; 
# Ao aviso prévio de 30 (trinta) dias, serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
Outro aspecto importante a ser ressaltado é de que a proporcionalidade do aviso prévio refere-se apenas ao aviso prévio concedido pelo empregador em caso de dispensa sem justa causa ou em caso de rescisão indireta do contrato de trabalho e, no caso de rescisão por comum acordo, caso em que, sendo o aviso prévio indenizado, a referida proporcionalidade será considerada pela metade. Isso porque o intuito do legislador com a Lei n. 12.506/2011 foi o de regular o disposto no art. 7o, XXI, da Constituição Federal. Tal dispositivo constitucional é voltado estritamente em benefício de todos os trabalhadores urbanos, rurais e domésticos e aos trabalhadores avulsos, não se dirigindo aos empregadores.
Súmula 380, TST: “Aplica-se a regra prevista no caput do art. 132 do Código Civil de 2002 à contagem do prazo do aviso prévio, excluindo-se o dia do começo e incluindo o do vencimento”.
# A confirmação do estado de gravidez, durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória (art. 391‐A, CLT). O aviso prévio integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais, razão pela qual, como regra, durante o período do aviso o contrato de trabalho continua a gerar todos os seus efeitos, inclusive o trabalho por parte do empregado. 
Modalidades:
A) Trabalhado
B) Indenizado
Fala-se, em aviso prévio trabalhado. No entanto, o legislador, prevendo a possibilidade de que o empregador não queira mais que o empregado trabalhe, para assegurar ­lhe o direito que lhe é garantido constitucionalmente, estabelece que a falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso. 
O aviso prévio, neste caso, é indenizado (art. 487, § 1o, CLT), em valor correspondente aos salários a que o empregado teria direito neste período.
Assim, a rescisão do contrato de trabalho torna‐se efetiva apenas depois do prazo do aviso prévio (art. 489, CLT), gerando os seguintes efeitos:
A) O período do aviso prévio integra o tempo de serviço para todos os efeitos, ainda que seja indenizado:
Súmula 305, TST: “O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a contribuição para o FGTS”.
B) Com exceção da indenização de 40% dos depósitos do FGTS, as verbas rescisórias devem ser calculadas considerando a projeção do aviso prévio indenizado:
OJ SDI‐1 42, TST: “(...) II — O cálculo da multa de 40% do FGTS deverá ser feito com base no saldo da conta vinculada na data do efetivo pagamento das verbas rescisórias, desconsiderada a projeção do aviso prévio indenizado, por ausência de previsão legal”.
C) Na CTPS do empregado deve ser anotada como data de saída aquela que corresponde à do término do aviso prévio, ainda que este tenha sido indenizado:
OJ SDI‐1 82, TST: “A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que indenizado”.
D) A concessão de auxílio doença no curso do aviso prévio, ainda que indenizado, faz com que os efeitos da dispensa sem justa causa somente se verifiquem após expirado o benefício previdenciário:
Súmula 371, TST: “A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão do aviso prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso, ou seja, salário, reflexos e verbas rescisórias. No caso de concessão de auxílio doença no curso do aviso prévio, todavia, só se concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício previdenciário”.
E) O início do prazo prescricional de dois anos para o empregado reclamar na Justiça do Trabalho direitos decorrentes do contrato de trabalho começa a ser computado a partir do término do aviso prévio, ainda que este tenha sido indenizado:
OJ SDI‐1 83, TST: “A prescrição começa a fluir no final da data do término do aviso prévio. Art. 487, § 1o, da CLT”.
F) Caso haja reajuste salarial coletivo no curso do aviso prévio, o empregado terá direito a ele, ainda que o aviso prévio tenha sido indenizado (art. 487, § 6o, CLT).
Redução da jornada:
Na hipótese de o aviso prévio ser dado pelo empregador, durante o período do aviso o horário de trabalho do empregado será reduzido de acordo com uma das seguintes regras, escolhida pelo empregado, sem prejuízo do salário integral (art. 488, CLT):
A) Redução de 2 (duas) horas diárias durante todo o período do aviso; 
B) Redução de 7 (sete) dias corridos do período do aviso prévio, sem que haja a redução de duas horas nos dias trabalhados. 
# A redução do horário de trabalho durante o aviso prévio dado pelo empregador é impositiva, não podendo ser substituída pelo pagamento das horas que foram trabalhadas.
Súmula 230, TST: “É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento das horas correspondentes”.
Pedido de demissão:
Por força do disposto no art. 487, § 2o, da CLT, o empregado que pede demissão também deve conceder aviso prévio ao empregador. 
Referido aviso deve ser dado com antecedência de 30 (trinta) dias e sua falta dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo. 
Reconsideração:
A parte que deu o aviso prévio à outra pode reconsiderar o ato antes do seu término, mas tal reconsideração somente vai gerar efeitos se a outra parte aceitar (art. 489, CLT). 
A aceitação ou não do pedido de reconsideração do aviso prévio é uma faculdade da parte que foi notificada pela outra da intenção que esta tinha de rescindir o contrato. Caso aceite, o contrato continuará o seucurso normal (art. 489, parágrafo único, CLT). O pedido de reconsideração e sua aceitação podem se dar de forma tácita, caso haja continuidade da prestação dos serviços após o término do período do aviso prévio (art. 489, parágrafo único, CLT). 
Justa causa:
A prática de justa causa por parte do empregado no curso do aviso prévio implica na perda do direito ao restante do prazo do aviso (art. 491, CLT), bem como de qualquer direito às verbas rescisórias de natureza indenizatória.
Pagamento:
Não importando se o aviso prévio é trabalhado ou se é indenizado, o pagamento das verbas rescisórias deve ser feito em até dez dias contados a partir do término do contrato de trabalho (art. 477, § 6o, CLT).
Exercícios:
1- Com relação ao aviso prévio, para fins de término do contrato de trabalho, nos termos da Consolidação das Leis do Trabalho, é correto afirmar.
A) Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte não é facultado deixar de aceitar ou não a reconsideração.
B) Caso seja aceita a reconsideração ou continue a prestação depois de expirado o prazo, o contrato não continuará a vigorar, sendo estabelecida nova relação contratual, como se o aviso prévio não tivesse sido dado.
C) Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração.
D) Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva no momento de seu recebimento, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, em até 30 dias, à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração.
2- Após treze meses de contrato de trabalho, Bruna recebeu aviso prévio de sua empregadora comunicando que o seu contrato seria extinto sem justa causa. Ao receber o aviso, Bruna ficou com dúvidas a respeito de seu horário de trabalho durante este período. Assim, dirigiu-se ao departamento de recursos humanos de sua empregadora, que respondeu que ela:
A) poderia optar em ter seu horário de trabalho reduzido em duas horas diárias ou faltar ao serviço um dia por semana trabalhada.
B) Deveria cumprir normalmente seu horário de trabalho, sem qualquer redução de sua carga horária.
C) Poderia optar em ter seu horário de trabalho reduzido em duas horas diárias ou faltar ao serviço por sete dias corridos.
D) Teria obrigatoriamente seu horário de trabalho reduzido em uma hora diária.
E) Teria obrigatoriamente seu horário de trabalho reduzido em duas horas diárias.
3- Quando o empregado rescindir o contrato de trabalho por prazo indeterminado por sua iniciativa:
A) Deverá conceder aviso prévio ao empregador, sob pena de ser descontado o período correspondente de seu salário.
B) Deverá conceder o aviso prévio ao empregador, porém terá o direito de ter a sua jornada diária de trabalho reduzida em duas horas, sem prejuízo do salário integral.
C) Deverá conceder o aviso prévio ao empregador e pagar indenização de um salário pelos prejuízos eventualmente sofridos com a rescisão do contrato de trabalho.
D) Poderá exigir o pagamento indenizado do aviso prévio, pelo princípio da proteção do empregado.
E) Não deverá conceder aviso prévio ao empregador, pois este é direito exclusivo do empregado despedido sem justa causa.

Outros materiais