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Teoria do delito TIPICIDADE Trata-se do enquadramento de uma conduta ao tipo legal. • Formal – o fato se enquadra perfeitamente ao tipo penal. Conduta – Houve uma conduta penalmente relevante? o É toda ação ou omissão humana, consciente e voluntaria, dolosa ou culposa, com uma finalidade, que produz ou tenta reproduzir um resultado previsto em lei como infração penal. o Coação física irresistível exclui a tipicidade. (sem voluntariedade = não há conduta = não há fato típico). Nexo de causalidade – Relação causa-efeito independe da apreciação jurídica de dolo ou culpa. o Só traz efeitos penais, se acompanhado dolo ou culpa o Dolo = intenção o Culpa = descuido o Relação de causalidade – o resultado que depende da existência do crime só será imputável a quem lhe deu causa, causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. o Superveniência de causa independente – A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. o Relevância da omissão – a omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe: ▪ Obrigação legal de cuidado, proteção ou vigilância. ▪ De outra forma, assumir a responsabilidade de impedir o resultado. ▪ Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Adequação típica – o fato se enquadra em algum tipo penal disposto na legislação? • Material – o fato causa lesão ou ameaça a bem jurídico protegido pelo direito penal. Princípio da lesividade – é materialmente atípica a conduta que não provoca sequer ameaça de lesão ao bem jurídico Princípio da insignificância – é materialmente atípica a conduta que provoca uma lesão irrelevante ao bem jurídico Princípio da adequação social – – é materialmente atípica a conduta que não é socialmente adequada Princípio da alteridade – é materialmente atípico a conduta que não lesa bens jurídicos de terceiros ILICITUDE É a contradição entre a conduta e o ordenamento jurídico, pela qual a ação ou omissão típicas tornam-se ilícitas. Fato ilícito é aquele que não tem autorização para ser típico. Excludentes de ilicitude • Estado de necessidade – Quem pratica o fato para salvar de perigo atual, e que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. • Legitima defesa – Quem usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. • Estrito cumprimento legal – Obediência a norma legal escrita, que impõe ao indivíduo uma obrigação de praticar uma conduta típica. • Exercício regular do direito – Direito de agir atribuída pelo ordenamento jurídico a alguma pessoa, pelo que a prática de uma ação típica não configuraria um ilícito. Requisitos: • Indispensabilidade: Impossibilidade de utilizar outro recurso útil aos meios coercitivos normais; • Proporcionalidade: Em concordância com o parágrafo único do art. 23, não deve haver excessos; • Conhecimento da situação: Ciência da situação de fato que justifica o ato (requisito subjetivo) CULPABILIDADE É o juízo de reprovabilidade que incide sobre a formação e a exteriorização da vontade do responsável por um fato típico e ilícito, com a intenção de auferir a necessidade de imposição de pena. Elementos da culpabilidade • Imputabilidade – Capacidade de entender e querer, é a capacidade do agente tem de entendimento e determinação de acordo com o caráter ilícito do fato. o É isento de pena o agente que, por doença mental, ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo de ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato, ou determinar- se de acordo com esse entendimento o A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental, ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. o Menores de 18 anos são inimputáveis o Não excluem a imputabilidade: ▪ A emoção ou a paixão ▪ Embriaguez- voluntaria ou culposa pelo álcool ou substância de efeitos análogos o É isento de pena o agente, que por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. o A pena pode ser reduzida de um a dois terços. Se o agente por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. • Potencial consciência de ilicitude – Possibilidade de o agente ter ou atingir o conhecimento da proibição contida na norma da conduta praticada. Basta essa mera possibilidade do agente na caracterização desse requisito de culpabilidade. o Erros sobre a ilicitude do fato ▪ O desconhecimento da lei é inescusável. Se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um terço. ▪ Exclui a culpabilidade o Erro de elementos do tipo ▪ O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime excluir o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. ▪ Exclui o dolo • Exigibilidade de conduta diversa – Os fatos paralelos à conduta e apenas se constatado que o agente teve livre atuação no processo de escolha deverá ser responsabilizado. De outro ponto, se o agente agiu de modo típico e ilícito porque não tinha liberdade de escolha, entende- se que é desproporcional puni-lo pelo comportamento. o Casos de inexigibilidade ▪ Se o fato cometido sob coação irresistível(moral) ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. ▪ Exclui culpabilidade (a física exclui a tipicidade) TIPICIDADE ILICITUDE CULPABILIDADE Conduta; dolosa ou culposa Resultado; Nexo Causal; Tipicidade. Formal ou Material Em regra, todo fato típico é ilícito, mas tem exceções: • Estado de necessidade; • Legitima Defesa; • Estrito cumprimento de dever legal; • Exercício regular do direito. Em regra, todo fato típico ilícito será culpável, mas há exceções: • Imputabilidade; • Potencial de consciência de ilicitude; • Exigibilidade da conduta diversa.
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