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Fonoaudiologia Institucional

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UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
RESUMO - Fonoaudiologia Institucional 2019/1 - Esther da Cunha Rodrigues
O que é uma política pública?
As políticas públicas de saúde são programas e ações feitas pelo governo que têm a
função de colocar em prática os serviços de saúde que são previstos na lei.
Através delas é colocado em prática o direito à saúde do cidadão, através do
oferecimento de serviços de saúde para a população.
O SUS é o sistema de saúde pública do Brasil. É o maior projeto de política pública
de saúde do país. O sistema foi criado pela Constituição Federal de 1988 e é regulado pela
lei nº 8.080/90. O SUS foi criado para ser um conjunto de serviços de atendimento à saúde,
que são prestados e administrados em
todo o país.
“Art. 196. A saúde é direito de
todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas
que visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e
recuperação. “
Art. 198. (*) As ações e serviços
públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as
seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II -
atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais; III - participação da comunidade. Parágrafo único. O Sistema Único
de Saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da
seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de
outras fontes.
Capítulo II - Dos Princípios e Diretrizes Art. 7º. As ações e serviços públicos de
saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de
Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da
Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de
assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das
ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso
em todos os níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e
moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer
espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
RESUMO - Fonoaudiologia Institucional 2019/1 - Esther da Cunha Rodrigues
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua
utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação
de recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de
governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento
básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços
de assistência à saúde da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para
fins idênticos.
Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos
termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a
saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,
hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de
saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento
básico;
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização
de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
Princípios do SUS
● Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao
Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser
garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou
outras características sociais ou pessoais.
● Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as
pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm
necessidades distintas. Equidade significa tratar desigualmente os desiguais,
investindo mais onde a carência é maior.
● Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a
todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações,
UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
RESUMO - Fonoaudiologia Institucional 2019/1 - Esther da Cunha Rodrigues
incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a
reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a articulação da
saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre
as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos
indivíduos.
Princípios Organizativos
Regionalização e Hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis
crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados
a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser
atendida. A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem,
visando o comando unificado dos mesmos. Já a hierarquização deve proceder à divisão de
níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade
requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região.
Descentralização e Comando Único: descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade
entre os três níveis de governo. Com relação à saúde, descentralização objetiva prestar
serviços com maior qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos.
No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja,
devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e
financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da descentralização, existe
a concepção constitucional do mando único, onde cada esfera de governo é autônoma e
soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação
da sociedade.
Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto,
devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular
estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde.
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE - APS
● Atenção essencial e universalmente acessível a indivíduos e famílias na comunidade
por meios aceitáveis e a um custo que tanto a comunidade como o país possa
suportar.
● Parte integral que forma a base e determina o trabalho de todos os outros níveis do
sistema de saúde, sendo o primeiro nível de contato de indivíduos, famílias e
comunidades.
● Aborda problemas mais comuns e menos definidos, com serviços de prevenção,
cura e reabilitação para melhorar a saúde e o bem-estar.
● Permite a atenção à saúde o mais próximo possível do local onde as pessoas vivem
e trabalham, emum processo de atenção continuada à saúde
1991 - Implantação da ESF - Estratégia de Saúde da Família, com a criação do Programa
Agentes Comunitários de Saúde (ACS)
1994 - PSF- Programa de Saúde da Família → ações de prevenção e promoção de saúde.
UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
RESUMO - Fonoaudiologia Institucional 2019/1 - Esther da Cunha Rodrigues
● Saúde da Família
→ A saúde da
família aprofunda
os processos de
territorialização e
responsabilidade
sanitária das
equipes de
saúde,
compostas
basicamente por
médico
generalista,
enfermeiro,
auxiliares de
enfermagem e
agentes
comunitários de
saúde, cujo
trabalho é
referência de
cuidados para a
população
adscrita, com um número definido de
domicílios e famílias assistidos por
equipe.
A municipalização delegou a execução da APS
aos municípios. Gestão do Sus → Ministério da
Saúde, Estados e municípios.
Princípios Ordenadores
- Primeiro Contato → acessibilidade e uso
de serviços na ocorrência do problema
de saúde.
- Longitunalidade → acompanhamento de
forma regular e consistente ao longo do
tempo.
- Integralidade → prestação de serviços
que atendam às necessidades da
população, a responsabilização pela oferta de serviços em outros pontos de atenção
à saúde e o reconhecimento adequado dos determinantes que causam
doenças/agravos.
- Coordenação da Atenção → capacidade de garantir a continuidade da atenção,
problemas que requerem seguimento constante.
- Focalização na família → família como sujeito da atenção.
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/tersau.html
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/tra.html
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RESUMO - Fonoaudiologia Institucional 2019/1 - Esther da Cunha Rodrigues
- Orientação comunitária →
reconhecimento das
necessidades físicas,
econômicas, sociais e
culturais que vive a família.
Atenção primária → porta de
entrada para o sistema de saúde.
Nível de complexidade (baixo) do
sistema baseado na diretriz de
hierarquização. Onde até 80% dos
problemas da população podem ser
resolvidos.
Atenção especializada (média
complexidade) → exames diagnósticos
Hospitais (alta complexidade).
● Atenção básica sobrecarregada demais. Aumento de encaminhamentos para a
média complexidade, ocasiona em falta de atendimentos.
● Perspectiva de mão única! O que não é, há o retorno para a APS.
→ Regionalização: descentralização, efetivação de APS. UBS, UPA (viés de emergência,
mas pode encaminhar para alta complexidade), CAPS.
Declaração de alma-ata
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE CUIDADOS PRIMÁRIOS DE SAÚDE
Alma-Ata, URSS, 6-12 de setembro de 1978
→ mostra princípios ideais e norteadores;
→ necessidade da cooperação de todos os países na promoção da saúde e do bem-estar,
devem cooperar e assegurar os cuidados primários de saúde a todos os povos.
● VI) Os cuidados primários de saúde são cuidados essenciais de saúde baseados em
métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente
aceitáveis, colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da comunidade,
mediante sua plena participação e a um custo que a comunidade e o país possam
manter em cada fase de seu desenvolvimento, no espírito de autoconfiança e
automedicação. Fazem parte integrante tanto do sistema de saúde do país, do qual
constituem a função central e o foco principal, quanto do desenvolvimento social e
econômico global da comunidade. Representam o primeiro nível de contato dos
indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde, pelo qual
os cuidados de saúde são levados o mais proximamente possível aos lugares onde
pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro elemento de um continuado
processo de assistência à saúde.
→ saúde não pode ser vista como mercadoria;
UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
RESUMO - Fonoaudiologia Institucional 2019/1 - Esther da Cunha Rodrigues
→ sistema privado como complementar ao acesso à saúde de qualidade (através do SUS);
● universalidade;
● intersetoriaridade. ex: saneamento, escola.
Atributos essenciais da Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família
A APS apresenta dois aspectos distintos e interdependentes: é uma estratégia de
organização e reorganização dos sistemas de saúde, nos quais representa o primeiro nível
de atenção, e também um modelo de mudança da prática clínico-assistencial dos
profissionais de saúde. Orienta-se por eixos estruturantes que, na literatura internacional,
recebem o nome de atributos essenciais: atenção ao primeiro contato,
longitudinalidade, integralidade e coordenação; e atributos derivados: orientação
familiar e comunitária e competência cultural.
● No Brasil → APS na condição de reordenadora do sistema de atenção à
saúde → denominada Atenção Básica → busca resgatar o caráter
universalista da Declaração de Alma-Ata enfatizando o papel de reorientação
do modelo assistencial para um sistema universal e integrado de atenção à
saúde, que engloba diferentes setores, públicos e privados, com e sem fins
lucrativos, o Sistema Único de Saúde (SUS).
A consolidação do SUS apoia-se no entendimento de que os serviços de saúde
devem estar organizados a partir de uma rede de cuidados articulada, com fluxos
conhecidos e regulados, cujo objetivo é acolher necessidades sentidas por usuários,
gestores e sociedade, definidas por critérios epidemiológicos, econômicos e culturais.
Diante da tendência de fragmentar a clínica a cada serviço, nos diversos níveis do
sistema de saúde, vários esforços têm sido realizados pelo governo federal para estimular a
qualidade dos serviços de saúde e garantir o acesso dos usuários. A Estratégia Saúde da
Família (ESF) é uma das propostas do Ministério da Saúde para a reorganização da
Atenção Primária.
Os atributos da APS e a Estratégia de Saúde da Família
A ESF define-se por um conjunto de ações e serviços que vão além da assistência
médica, estruturando-se com base no reconhecimento das necessidades da população,
apreendidas a partir do estabelecimento de vínculos entre os usuários dos serviços e os
profissionais de saúde, em contato permanente com o território. A ESF propõe que a
atenção à saúde centre-se na família, entendida e percebida a partir de seu ambiente físico
e social, o que leva os profissionais de saúde a entrar em contato com as condições de vida
e saúde das populações, permitindo-lhes uma compreensão ampliada do processo
saúde-doença e da necessidade de intervenções que vão além das práticas curativas.
● Atenção no primeiro contato
Porta de entrada dos serviços de saúde. Acesso e acessibilidade ao sistema de saúde. → O
estudo da acessibilidade é primordial para permitir a identificação dos aspectos que podem
se tornar obstáculos, assim como dos que facilitam a busca pelo atendimento à saúde.
Espera-se que os serviços desse nível de atenção (APS) sejam acessíveis e resolutivos
frente às principais necessidades de saúde trazidas pela população.
● Longitunalidade
Continuidade do cuidado. Mesmo que ocorram interrupções na continuidade da atenção,
isto não significa que a relação pessoal de longa duração entre os profissionais de saúde e
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RESUMO - Fonoaudiologia Institucional 2019/1 - Esther da Cunha Rodrigues
os usuários não exista ou que seja interrompida. Vínculo interpessoal entre usuários e sua
fonte de atenção (longitudinalidade pessoal).
A presença do atributo de longitudinalidade tende a produzir diagnósticos e tratamentos
mais precisos, que reduzem os encaminhamentos desnecessários para especialistas e a
realização de procedimentos de maior complexidade.
→ Ministério da Saúde deu início em 2004 ao Programa Nacional de Humanização (PNH),
que define uma estratégia de modificação do processo de trabalho em saúde. Uma das
ferramentas propostas para esta modificação é o acolhimento.
● Integralidade
É um dos pilares na construção do SUS e possui quatro dimensões: primazia das
ações depromoção e prevenção, atenção nos três níveis de complexidade da assistência
médica, articulação das ações de promoção, proteção e prevenção e abordagem integral do
indivíduo e das famílias. Abordagem integral do indivíduo e da família.
Princípio que pode ser contemplado por meio de um modelo assistencial organizado de
forma hierarquizada e descentralizada, cuja garantia da integração dos recursos de
infraestrutura é fundamental.
Enfoque populacional (promoção), enfoque de risco (proteção) e enfoque clínico
(assistência).
● Coordenação (do cuidado)
Objetiva ofertar ao usuário um conjunto de serviços e informações que respondam a suas
necessidades de saúde de forma integrada, por meio de diferentes pontos da rede de
atenção à saúde. Coordenação das redes de atenção à saúde. Sem coordenação,
atendimentos excessivos em especialidades específicas, duplicidade de ações,
medicalização excessiva, tratamentos desnecessários. Orientações necessárias para o
usuário encontrar o caminho no sistema de saúde.
PNH - Política Nacional de Humanização
Lançada em 2003, a Política Nacional de Humanização (PNH) busca pôr em prática os
princípios do SUS no cotidiano dos serviços de saúde, produzindo mudanças nos modos de
gerir e cuidar.
● estimula a comunicação entre gestores, trabalhadores e usuários para construir
processos coletivos de enfrentamento de relações de poder, trabalho e afeto que
muitas vezes produzem atitudes e práticas desumanizadoras que inibem a
autonomia e a corresponsabilidade dos profissionais de saúde em seu trabalho e
dos usuários no cuidado de si.
Rede HumanizaSUS → inclusão de trabalhadores, usuários e gestores na produção e na
gestão do cuidado e dos processos de trabalho.
Princípios
● Transversalidade → A PNH deve se fazer presente e estar inserida em todas as
políticas e programas do SUS. Ampliação do grau de contato e da comunicação
entre as pessoas e grupos, tirando-os do isolamento e das relações de poder
hierarquizadas.
● Indissociabilidade entre atenção e gestão → Trabalhadores e usuários inseridos no
funcionamento da gestão dos serviços e da rede de saúde, participando ativamente
do processo de tomada de decisão nas organizações de saúde e nas ações de
saúde coletiva. Ao mesmo tempo, o cuidado e a assistência em saúde não se
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restringem às responsabilidades da equipe de saúde. O usuário e sua rede
sociofamiliar devem também se corresponsabilizar pelo cuidado de si nos
tratamentos.
● Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos →
ampliação da autonomia e vontade das pessoas envolvidas, que compartilham
responsabilidades. Reconhecimento do papel de cada um.
Diretrizes
● Acolhimento → objetiva a construção de relações de confiança, compromisso e
vínculo entre o serviço e o usuário. Escuta qualificada oferecida pelos trabalhadores
às necessidades do usuário, é possível garantir o acesso oportuno desses usuários
a tecnologias adequadas às suas necessidades, ampliando a efetividade das
práticas de saúde.
● Gestão participativa e Cogestão → A PNH destaca dois grupos de dispositivos de
cogestão: aqueles que dizem respeito à organização de um espaço coletivo de
gestão, que permita o acordo entre necessidades e interesses de usuários,
trabalhadores e gestores; e aqueles que se referem aos mecanismos que garantem
a participação ativa de usuários e familiares no cotidiano das unidades de saúde.
Colegiados gestores, mesas de negociação, contratos internos de gestão, Câmara
Técnica de Humanização (CTH), Grupo de Trabalho de Humanização (GTH),
Gerência de Porta Aberta, entre outros, são arranjos de trabalho que permitem a
experimentação da cogestão no cotidiano da saúde.
● Ambiência → Criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a
privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de
encontro entre as pessoas.
● Clínica ampliada e compartilhada → contribuir para uma abordagem clínica do
adoecimento e do sofrimento, que considere a singularidade do sujeito e a
complexidade do processo saúde/doença. Qualificação do diálogo, enriquecimento
do diagnóstico.
● Valorização do trabalhador → visibilidade à experiência dos trabalhadores e
incluí-los na tomada de decisão, apostando na sua capacidade de analisar, definir e
qualificar os processos de trabalho. Importante também assegurar a participação
dos trabalhadores nos espaços coletivos de gestão. Programa de Formação em
Saúde e Trabalho e Comunidade Ampliada de Pesquisa.

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