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CLT Consolidação das Leis do Trabalho COMENTADA TÍTULO I - INTRODUÇÃO Art. 1º Esta Consolidação estatui as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela previstas. Em 1943, quando já se mostravam novos e turbulentos tempos, em plena II Guerra Mundial, o Brasil possuía, desde 1930 (após a "Revolução da Aliança Liberal", ou "Revolução de 30") uma série considerável de leis trabalhistas, mormente aquelas cuja inspiração vinham de Lindolfo Collor, o primeiro Ministro do Trabalho, titular de um ministério recém criado. Incontáveis leis tinham caráter especial, visando certas e determinadas categorias de trabalhadores, principalmente os que tinham maior poder de pressão política, embora se vivesse numa áspera ditadura desde 10 de novembro de 1937. Diversos juristas, onde se pode salientar Délio Maranhão, Segadas Vianna, Arnaldo Süssekind, Dorval Lacerda, Oliveira Vianna, Oscar Saraiva e o próprio Ministro do Trabalho de então - Alexandre Marcondes Filho - deram suas colaborações para a edição de um Decreto-lei (não havendo leis editadas pelo Congresso, eis que tanto a Câmara como o Senado tinham sido fechados com o golpe que instituiu o "Estado Novo" em 1937). Este Decreto-lei tomou o nº 5.452 e foi publicado em 1º de maio de 1943, para entrar em vigor em 10 de novembro de 1943. Há uma longa exposição de motivos, sendo que esta salienta o caráter e a orientação seguida pela comissão coordenadora e redatora da Consolidação das Leis do Trabalho. A referida comissão contou com a participação dos mais renomados juristas de época. Também tiveram influência os ventos políticos - totalitários - que nos vinham da Alemanha, Itália, Espanha e Portugal, situações de força e de extrema atividade solidamente jungida aos poderes públicos de noutros países que nos influenciaram, mesmo que com eles tivéssemos laços políticos e econômicos bastante fracos. Um homem que não deve ter seu nome ocultado, pelo enorme papel que desempenhou foi Lindolfo Collor, o nosso primeiro Ministro de Trabalho logo após a revolução de 1930 (03.10.1930 - 24.10.1930). A Comissão de 1942 - 1943 cotejou e julgou cerca de dois mil reparos, observações ou comentários feitos à Consolidação. Temos, entre suas palavras, de salientar como de suma importância os itens 3 a 17. Hoje, quando já entramos no Século XXI, até mesmo pode causar espanto que a Consolidação das Leis do Trabalho tenha resistido, tanto tempo, sem mudanças de maior significado. O que se verificou, ao longo destes 60 anos, foram adaptações em setores especiais, visando a adequação a certas técnicas e aprimoramento de institutos consagrados de processo e de organização judiciária. Não houve, assim, uma verdadeira evolução, mas ajustes a momentos e a aspectos meramente setoriais. É verdade que o Decreto Lei nº 229, de 28.02.1967 modificou centenas de artigos, dando novos parâmetros, mas não fazendo nenhuma alteração de profundidade. Os acréscimos, como a regulamentação do repouso semanal remunerado (Lei nº 605, de 1949), foram apenas a consagração do repouso que já existia. Nem mesmo a Lei que instituiu o FGTS pode ser apontada hoje como uma "revolução trabalhista", tendo apenas - em sua evolução - liquidado com a estabilidade decenal, para garantir as indenizações por tempo de serviço. A essência e espírito do legislador de 1943 ainda persiste, notando-se que persiste imutável toda a estrutura que já estava enunciada no item 28 da "Exposição do Motivos": "Em relação aos contratos de trabalho, cumpre esclarecer que a precedência das "normas" de tutela sobre os "contratos" acentuou que a ordem institucional ou estatutária prevalece sobre a concepção contratualista". A Consolidação das Leis do Trabalho possui um característica que foi a de aglutinar toda a matéria trabalhista num único corpo legal, mas sofreu um gigantismo que muito se pode atribuir ao fato de que toda a vida profissional (operária e patronal), assim como os meios de produção, indústria e comércio ficam nas nem sempre discretas ou delicadas mão de uma republica dita democrática. Paralelamente aos anos e avanços trabalhistas, ocorreram perseguições sem conta e de maneira cruel e criminosa aos opositores os Estado Novo. Este que teve suas sementes nas eleições entre Getúlio Vargas (RS) e Júlio Prestes (SP), culminou com a vitória de Júlio Prestes, mas sob a alegação de fraude o Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba se levantaram em armas e fizerem a revolução de 1930. Getúlio Vargas, assim, assumiu o governo através de uma revolução. Não há dúvidas que tenha sido o mentor do trabalhismo e sindicalismo brasileiro, bem conduzido pelas mãos de Lindolfo Collor (com quem romperia pouco depois). Getúlio Vargas, num momento posterior - em 1934 - assumiu a Presidência pelo voto indireto do Congresso. Em 1937, por um golpe palaciano, dissolveu o Congresso e se intitulou Presidente, fechando a Câmara e Senado, assim como todas as Assembléias dos Estados e Câmaras Municipais. Chegou mesmo, em incentivo ao nacionalismo, a extinguir os símbolos dos Estados: bandeiras e hinos. Fez uma centralização total dos poderes, com os estados governados por interventores e estes nomeavam os prefeitos. Câmara e Senado fechados até 1946, em razão do golpe de 29 de outubro de 1945. Já no governo do Mal, Eurico Gaspar Dutra, tivemos uma Constituição (setembro de 1946), onde estão nitidamente enunciados os direitos trabalhistas. Com a instabilidade política e até crimes ligados ao palácio presidencial, este que havia sido eleito pelo voto direto em 1945, suicida-se ao meio de uma crise política e depressiva, em 24 de agosto de 1954. Da lá para cá, inúmeros presidentes, eleitos, derrubados, renunciantes ou impostos. Alguns fracos, outros despreparados, muitos medíocres e incapazes, outros que mesmo tendo chegado sem a unção popular, soubera, assumir porte de estadistas. Outros, não pouco, apenas pitorescos... O fato é que em 1º de maio de 1943 foi apresentada pelo Ministro Alexandre Marcondes Filho a Consolidação a Getúlio Vagas que a aditou como DECRETO - LEI nº 5.452, de 1º de maio de 1943 (DOU 09.05.1943) com o nome de Consolidação das Leis do Trabalho. É ela, passado mais de meio século, que vem resistindo com todas as mutilações deformadoras e plástica pseudo-reparadoras. Seu texto:DECRETO - LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943 A grande dificuldade de quem a escreve, cita ou comenta é a perplexidade de perseguir as informações diárias, para se saber os textos (originais, de anexos, de adendos, notas, de Portarias, de Ordens de Serviço, de Normas Reguladoras, de Leis, Decretos (com e sem números), por vezes com numerações seqüenciais e noutras vezes trazendo identificações alfa-numéricas ..., de Decretos leis, de Decretos Legislativos, de Emendas Constitucionais). Este artigo primeiro da Consolidação das Leis do Trabalho deve vir acompanhado, necessariamente, da Exposição de Motivos que o antecedeu: Sr. Presidente da República: Tenho grande honra de apresentar a Vossa Excelência o projeto definitivo de Consolidação das Leis de Proteção ao Trabalho, relevante cometimento jurídico e social, cuja redação última foi procedida, havendo sido escrupulosamente apreciadas as sugestões e emendas propostas ao anteprojeto, após uma verdadeira autocrítica, que a própria Comissão efetuou, do texto original divulgado pelo Diário Oficial de 5 de janeiro do corrente ano. 2. A Comissão cotejou e julgou cerca de dois mil reparos, observações ou comentários feitos à Consolidação. 3. Peço vênia a Vossa Excelência, preliminarmente, para ressaltar o esforço, a cultura, a inteligência com que, no desempenho da difícil incumbência, se houveram os signatários do Relatório incluso no aprofundado exame da matéria.4. Durante quase um ano, em longas reuniões diárias entregaram-se à tarefa complexa e ilustre, com uma dedicação e um espírito público que bem demonstram o patriotismo que os inspirou. Desejo, por isso, antes de mais nada, e perante V. Exa., patentear o meu reconhecimento e a minha admiração por esses notáveis colaboradores da obra ministerial. 5. É da mais alta significação social e merece uma referência especial o interesse suscitado pela divulgação do anteprojeto. 6. Juristas e magistrados, entidades públicas, empresas privadas e associações culturais concorreram com a judiciosa reflexão de sua experiência para sugerir um ou outro retoque. 7. Revelando, não só a repercussão alcançada pelo monumento legal projetado, mas, principalmente, uma vigorosa consciência sindical - prova plena de um regime social já radicado - manifestaram-se as classes de empregadores e de empregados, através das respectivas instituições representativas. Esta foi, na realidade, a contribuição mais palpitante, trazida à Comissão, quer pelo teor original da discussão das teses, quer pela eficiência patente do sistema paritário de equilíbrio social, evidenciando-se, do contraste de interesses, sob a luz de um pensamento público de bem comum, a fórmula de composição harmônica das forças do capital e do trabalho. 8. A Consolidação corresponde a um estágio no desenvolvimento do progresso jurídico. 9. Entre a compilação ou coleção de leis e um código - que são, respectivamente, os momentos extremos de um processo de corporificação do direito - existe a consolidação, que é a fase própria da concatenação dos textos e da coordenação dos princípios, quando já se denuncia primeiro o pensamento do sistema depois de haverem sido reguladas, de modo amplo, relações sociais em determinado plano da vida política. 10. Projetada a ação do Estado em várias direções, para atender ao tratamento de situações especiais e constantes de uma mesma órbita jurídica, impõe-se, desde o instante em que se surpreende a unidade interna desses problemas, perscrutar a sua inteligência ordenadora, que será então a ratio legis do sistema normativo necessário. 11. Esse o significado da Consolidação, que não é uma coleção de leis, mas a sua coordenação sistematizada. Não é apenas um engenho de arquitetura legislativa, mas uma recapitulação de valores coerentes, que resultaram de uma grande expansão legislativa, anterior, em um dado ramo de direito. 12. É o diploma do idealismo excepcional do Brasil orientado pela clarividência genial de V. Exa., reajustando o imenso e fundamental processo de sua dinâmica econômica, nas suas relações com o trabalho, aos padrões mais altos de dignidade e de humanidade da justiça social. É incontestavelmente a síntese das instituições políticas estabelecidas por V. Exa. desde o início de seu governo. 13. Empenhou-se, por isso, a Comissão, na articulação dos textos legais vigentes, na exata dedução dos princípios, na concordância essencial das regras, na unidade interna do sistema. As lacunas preenchidas propuseram-se a tornar explícitas verdades inerentes às leis anteriores. Algumas inovações aparentes não passam de necessárias conseqüências da Constituição. As omissões intencionalmente ocorridas restringiram-se a excluir do conjunto as leis tipicamente transitórias e que, para atender a situações de emergência decorrentes do estado de guerra, ficaram à margem dos postulados do nosso direito social. 14. O que importa salientar é ter havido a preocupação dominante de subordinação às leis preexistentes e não como se procedesse à organização de um código, para o qual se permite modernamente a originalidade inicial e onde é mesmo espontânea e essencial a livre criação do direito, sem qualquer dependência do regime vigente. 15. A Consolidação representa, portanto, em sua substância normativa e em seu título, neste ano de 1943, não um ponto de partida, nem uma adesão recente a uma doutrina, mas a maturidade de uma ordem social há mais de um decênio instituída, que já se consagrou pelos benefícios distribuídos, como também pelo julgamento da opinião pública consciente, e sob cujo espírito de eqüidade confraternizaram as classes na vida econômica, instaurando nesse ambiente, antes instável e incerto, os mesmos sentimentos de humanismo cristão que encheram de generosidade e de nobreza os anais da nossa vida pública e social. 16. No relatório elaborado pela Comissão respectiva, que corresponde a um prefácio admirável da obra monumental, e no qual se filia a presente exposição de motivos, encontrará Vossa Excelência minucioso e brilhante estudo das doutrinas, dos sistemas, das leis, dos regulamentos e das emendas sugeridas comprovando que a Consolidação representa um documento resultante da instituição do gênio com que Vossa Excelência vem preparando o Brasil para uma missão universal. 17. A estrutura da Consolidação e a ordenada distribuição das matérias que lhe compõem o texto evidenciam claramente não só um plano lógico como também um pensamento doutrinário. 18. A sucessiva disposição das matérias, nos Títulos e Capítulos, corresponde a uma racional precedência. 19. Assim, sem fazer injúria ao bom senso geral, exemplificarei, entretanto: o contrato individual do trabalho pressupõe a regulamentação legal de tutela do empregado, não lhe podendo ser adversa; a organização sindical pressupõe igualmente a condição de emprego ou o exercício de profissão e a constituição da empresa; o contrato coletivo de trabalho seria, por sua vez, inviável sem a prévia formação sindical das classes. 20. Essa uma distribuição em que os institutos jurídico-políticos são alinhados, não ao saber de classificações subjetivas ou sob a sugestão irrefletida de padrões quaisquer, mas sim, e verdadeiramente, de acordo com dados racionais derivados do próprio valor e da função social que lhes é essencial. 21. Para melhor compreensão, dividiu a Comissão o Título lI do anteprojeto em dois Títulos, visando a tornar ainda mais intuitivo o esquema da Consolidação: ocupando-se essas duas divisões, respectivamente, "Das Normas Gerais de Tutela do Trabalho" e "Das Normas Especiais de Tutela do Trabalho", que constituem exatamente os princípios institucionais e básicos da proteção do trabalho. 22. Mais uma vez nota-se nessa concepção um ânimo de ordem que resultou de uma meditação exclusiva sobre os institutos concatenados. 23. O pormenorizado exame, nesta exposição, de todos os temas ali discutidos, importaria reproduzir, quase na íntegra, o referido relatório, com prejuízo talvez de sua harmonia e da lógica irretorquível com que se apresenta. 24. Peço licença, entretanto, para assinalar alguns aspectos principais do trabalho da Comissão. 25. No concernente à identificação profissional, há quem incorra em absoluto equívoco, ignorando o sentido exato dessa instituição jurídica. 26. Houve quem lhe apontasse apenas a utilidade de mero instrumento de contrato do trabalho, quando, na verdade, é este, embora de grande alcance, apenas um aspecto da carteira profissional, cujo caráter fundamental é o de documento de qualificação profissional, constituindo mesmo a primeira manifestação de tutela do Estado ao trabalhador, antes formalmente "desqualificado" sob o ponto de vista profissional e a seguir, com a emissão daquele título, habilitado à ocupação de um emprego ou ao exercício de uma profissão. Não há como subordinar essa criação típica do Direito Social ao papel acessório de prova do contrato de trabalho, quando, como se vê, a sua emissão antecede livremente o ajuste do emprego e agora, pela Consolidação, passará até a constituir uma condição obrigatória para o trabalho. 27. Foi, aliás, considerando a importância da carteira profissional como elemento primacial para manutençãodo cadastro profissional dos trabalhadores, como título de qualificação profissional, como documento indispensável à colocação e à inscrição sindical e, finalmente, por servir de instrumento prático do contrato individual do trabalho, que a Comissão encontrou razões bastantes para reputar uma instituição fundamental de proteção do trabalhador e não admitir fosse relegada à inoperância da franquia liberal, tornando-a, então, obrigatória. 28. Em relação aos contratos de trabalho, cumpre esclarecer que a precedência das "normas" de tutela sobre os "contratos" acentuou que a ordem institucional ou estatutária prevalece sobre a concepção contratualista. 29. A análise do conteúdo da nossa legislação social provava exuberantemente a primazia do caráter institucional sobre o efeito do contrato, restrito este à objetivação do ajuste, à determinação do salário e à estipulação da natureza dos serviços e isso mesmo dentro de standards e sob condições preestabelecidas na lei. 30. Ressaltar essa expressão peculiar constituiria certamente uma conformação com a realidade e com a filosofia do novo Direito justificando-se assim a ênfase inicial atribuída à enumeração das normas de proteção ao trabalho, para somente em seguida ser referido o contrato individual. 31. Nem há como contestar semelhante método, desde que o Direito Social é, por definição, um complexo de normas e de instituições voltadas à proteção do trabalho dependente na atividade privada. 32. Entre as inúmeras sugestões trazidas, uma houve que suscitou singular estranheza, dada a sua procedência de uma entidade representativa de empregados. 33. Objetava contra a exclusão da permissão contida no inciso final do parágrafo único do art. 42 da Lei nº 264, de 5 de outubro de 1936, e reclamava a sua incorporação à Consolidação. 34. Esse texto propositadamente omitido colidia rigorosamente com um dispositivo legal posterior art. 12 do Decreto-lei n. 2.308, de 13 de junho de 1942 - em que se anunciava uma regra irrecusável de proteção ao trabalhador. 35. Como se tolerar, efetivamente, que possa um empregado realizar os encargos de sua função, por mais rudimentar que esta seja, durante oito horas sucessivas, sem um intervalo para repouso ou alimentação? 36. Talvez uma incompreensão tivesse surgido na consideração desse preceito legal vigente: há, na realidade, determinadas funções de supervisão e de controle, tais como as exercidas por encarregados de estações ou usinas elétricas, cujo trabalho é intermitente, não exigindo uma atenção constante e um esforço continuado, sendo benéfica, então, para esses empregados, a exclusão da hora de repouso pela redução que se dá no tempo de permanência no serviço, facilitada, por outro lado, a organização das tabelas de rodízio dos ocupantes desses cargos pelas empresas. 37. Essa hipótese, constituindo tipicamente, o caso do trabalho descontínuo, segundo a conhecida definição de Barassi, não se enquadra, entretanto, na determinação do citado art. 12 do Decreto-lei n. 2.308, que apenas abrange o "trabalho contínuo", conforme foi incluído à Consolidação no Capítulo "Da Duração do Trabalho", parecendo, portanto, resolvida a dúvida. 38. O trabalho dos menores, entre catorze e dezoito anos, ou tem como finalidade a preparação dos mesmos para um ofício, uma profissão, ou, então, constitui uma exploração e um aniquilamento da juventude. 39. Esse pensamento fez com que o Decreto-lei n. 3.616, de 13 de setembro de 1941, salvo nos casos excepcionais de força maior ou de interesse público, proibisse para os menores a prorrogação da duração normal de trabalho. Tal a fonte do dispositivo idêntico que se encontra na Consolidação, sem incorrer em inovação. 40. Atentando, também, nos deveres impostos aos empregadores de menores, ver-se-á que são eles obrigados a permitir a esses seus empregados a freqüência às aulas, quer às de instrução primária, conforme sempre foi estabelecido, como também às de formação profissional a cargo do Serviço Nacional de Aprendizagem dos lndustriários, de acordo com o estatuído pelo Decreto-lei n. 4.481, de 16 de julho de 1942. 41. Acreditamos que não se levantará mais qualquer argumento contra a razoabilíssima disposição legal de proibição da prorrogação do horário normal do trabalho dos menores, justificada não só por óbvias considerações biológicas de preservação da saúde dos adolescentes, como também por motivos educacionais irrefutáveis. 42. A clara e total definição que do contrato individual do trabalho foi dada pelo anteprojeto da Consolidação, provocou algumas divergências de mero gosto polêmico. 43. A emenda então apresentada não pôde ser aceita. Revelava, primeiramente, incompreensão do espírito institucional tantas vezes salientado nesses empreendimentos. Repetia ainda um conceito prévio e básico já formulado, qual seja, o de empregado. 44. O que os objetantes não alcançaram foi o deliberado propósito de se reconhecer a correspondência e equivalência entre a "relação de emprego" e o "contrato individual do trabalho", para os efeitos da legislação social, correspondência essa que a escola contratualista italiana nega, exigindo a expressa pactuação. 45. Na concepção do projeto, admitido, como fundamento de contrato, o acordo tácito, é lógico que a "relação de emprego" constitui o ato jurídico suficiente para provocar a objetivação das medidas tutelares que se contêm no direito do trabalho em vigor. 46. O conceito firmado na Consolidação é tanto mais justo e relevante quanto é o que se evidencia em face de contratos formalmente nulos ou substancialmente contrários à ordem pública dos preceitos da legislação de proteção ao trabalho. 47. Embora seja plenamente positivo o texto da Consolidação, diante de dúvidas, propostas, urge repetir que o projeto não feriu nenhum direito, garantindo até simples expectativas de direito, uma vez que todos os empregados bancários admitidos até a data da vigência do decreto-lei que aprovar a Consolidação terão assegurada a estabilidade em dois anos, nos termos do art. 15 do mesmo Decreto nº 24.615, de 9 de julho de 1934. 48. O que não poderia ser admitido, em uma Consolidação que se propõe a sistematizar os princípios do nosso Direito Social, era a persistência de um singular privilégio para uma categoria de trabalhadores, quando o prestígio das instituições públicas exige exatamente uma igualdade de tratamento para situações sociais idênticas. 49. Fosse uma medida de proteção especial correlata de peculiares condições de trabalho, e não teria havido a menor dúvida em se manter tal regime, conforme aliás procedeu a Comissão, conservando do estatuto profissional dos bancários todos os preceitos que lhes fossem favoráveis e suprimindo os que não se equiparassem às disposições gerais de proteção à duração de trabalho, tais como os que legitimavam a prorrogação a horas suplementares independentemente de pagamento extraordinário. 50. Houve, portanto, estrita justiça. 51. Conforme ficou esclarecido, inicialmente, a redação final que tenho a subida honra de apresentar a Vossa Excelência foi precedida de um meticuloso exame de todas as sugestões apresentadas, não constituindo menor contribuição a que cada um dos membros da Comissão procurou fazer, corrigindo e completando o anteprojeto. 52. Na revisão realizada, a Comissão assumiu uma posição censora de sua própria obra, promovendo conseqüentemente o aprimoramento do respectivo teor. 53. Na introdução, aperfeiçoou a redação dos artigos; inseriu a definição de empregador, que integra o conceito definitivo da relação de emprego, acompanhando-a da noção legal de empregadora única dada pela Lei nº 435, de 17 de maio de 1937; removeu, outrossim, para o Capítulo pertinente, a declaração da igualdade de salário portrabalho do mesmo valor sem distinção de sexo. Foi, por outro lado, suprimida a afirmação concernente à proibição da renúncia de direitos, que entendeu a Comissão ser elementar do princípio de ordem pública, mediante o qual são nulos os atos praticados no intuito de excluir a eficácia da legislação social. 54. O Título das normas institucionais foi reconstituído em dois outros, para mais fácil apresentação dos preceitos nele contidos. 55. O Capítulo sobre a identificação profissional e os registros de empregados foi melhorando na nomenclatura, na redação e na disposição das Seções. 56. Sofreu alteração o texto que reproduziu o parágrafo único do art. 18 do Decreto nº 22.035, de 29 de outubro de 1932, eliminando-se agora da carteira profissional a averbação de notas desabonadoras, as quais, somente, quando resultarem de sentença transitada em julgado, serão inscritas no prontuário do portador da carteira. 57. Ligeiros retoques foram dados ao Capítulo sobre a duração geral do trabalho. 58. Considerou-se de justiça equiparar o regime de trabalho dos operadores das empresas de serviços telefônicos aos das que exploram serviços de telegrafia, radiotelegrafia e radiotelefonia, cujas condições de fadiga são idênticas. 59. A duração do trabalho nos serviços ferroviários foi reexaminada de acordo com sugestões do Sindicato dos Empregados Ferroviários do Rio de Janeiro, e das empresas responsáveis por esses serviços, principalmente a Companhia Paulista de Estradas de Ferro, cuja cooperação inteligente favoreceu a racionalização imprimida ao projeto, com a supressão, pela qual se batia a Comissão, do confuso e prejudicial sistema de ciclos de 96 horas em 14 dias, com duração máxima diária de 16 horas, do citado Decreto nº 279, de graves conseqüências para a saúde dos ferroviários. 60. As disposições destinadas à regulamentação das condições de trabalho nos serviços de estiva mereceram igual reexame, atendidas, em harmonia, as sugestões da Comissão de Marinha Mercante, do Sindicato dos Estivadores do Rio de Janeiro e do Sindicato dos Trabalhadores em Estiva de Minérios desta Capital. 61. Houve também a preocupação de atender tanto quanto possível à equiparação, pleiteada pelo Sindicato dos Operários nos Serviços Portuários de Santos, entre os serviços de estiva e os de capatazias, que realmente funcionam em necessária coordenação. 62. Uma lacuna estava a exigir, há longa data, fosse coberta na nossa legislação. Recomendado, reiteradas vezes, pelo Presidente da República, diante da insuficiência da lei geral, não se ultimara, entretanto, até o presente, o projetado Decreto-lei especial amparando as condições de trabalho em minas de subsolo. Coligindo os dados apurados pelo Departamento Nacional do Trabalho, depois de sucessivas e conclusivas investigações locais, foi constituída uma Seção prevendo as reduções do horário nos trabalhos em minas subterrâneas, trabalhos esses árduos e particularmente ruinosos para a vida dos respectivos operários. 63. Na Seção em que se regula o exercício da profissão de químico, foi adotada a indicação da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, no sentido de ficarem declinados os tipos de indústrias em que se torna obrigatória a admissão de um químico. De acordo com a sugestão e segundo o critério do Instituto Nacional de Tecnologia deste Ministério, ficou resolvida essa questão e homologada a orientação prática deste Ministério. 64. O Capítulo da Nacionalização do Trabalho recebeu pequenas emendas de redação, tendo sido suprimido o dispositivo do anteprojeto relativo aos cargos de chefia. Reconsiderando a matéria, verificou a Comissão que o problema, que suscitava a emenda aditiva ao anteprojeto, encontrava solução no próprio texto legal quando este disciplina que os ocupantes de funções técnicas somente ficarão à margem da proporcionalidade na falta de trabalhadores nacionais especializadas. Sem gerar confusões que não haviam sido, aliás, pretendidas pelo preceito ora suprimido, o qual não continha qualquer restrição à desejada colaboração de iniciativas e de capitais estrangeiros, restará sempre no dispositivo acima referido o remédio para o governo proporcionar garantias às elites de técnicos nacionais. 65. O regime de Higiene e Segurança do Trabalho, pela revisão efetuada, adquiriu maior eficácia, por força da explícita declaração que constitui formalidade longamente seguida, da exigência de prévia verificação e aprovação das instalações dos estabelecimentos industriais para o respectivo funcionamento. 66. Estabeleceu-se, igualmente, a obrigatoriedade do uso, pelos empregados, dos equipamentos de defesa pessoal fornecidos pelos empregadores e aprovados pelas autoridades de Higiene do Trabalho. 67. Quanto aos Capítulos da proteção ao trabalho das mulheres e dos menores, as correções limitaram-se a erros de impressão, tendo sido, por outro lado, restabelecido o preceito inscrito no parágrafo único do art. 16 do antigo Decreto nº 22.042, de 3 de novembro de 1932, que, pela referência feita no §39 do art. 16 do Decreto-lei n. 3.616, de 13 de setembro de 1941, é intuitivo concluir fora omitido, involuntariamente, neste último diploma legal. 68. Os deveres impostos aos empregadores para o efeito da habilitação profissional dos respectivos empregados menores e consubstanciados no Decreto-lei n. 4.481, de 16 de julho de 1942, corporificando normas de tutela dessa classe de empregados, cujo trabalho tem de ser orientado pelo alto escopo da educação técnica, passaram a integrar a Seção correspondente do Capítulo versando esse regime especial. 69. É oportuno salientar que a legislação social, universalmente, vem atribuindo um remarcado desvelo pelas condições de trabalho dos menores. 70. Em consonância com as convenções internacionais e as recomendações de congressos, e mesmo a estas se antecipando, o Brasil, pela pessoal inspiração de Vossa Excelência, vem realizando, através deste Ministério, uma salutar ação pública de preservação da juventude que trabalha. 71. O prosseguimento dessa política especializada é um imperativo e pareceu à Comissão dever ser assim ponderado na revisão, a que se procede, do Código de Menores, pois os seus preceitos atinentes ao trabalho foram totalmente melhorados e anexados à nossa legislação trabalhista, cujo Decreto-lei n. 3.616, consolidado agora, consagra a melhor solução de articulação e distinção entre a competência dos magistrados de menores e a das autoridades de trabalho, conferindo àqueles a plenitude das funções morais, jurisdicionais e supletivas do pátrio poder, que lhes são eminentemente reservados, e atribuindo às autoridades deste Ministério a efetivação do regime de proteção ao trabalho. 72. O Título em que se compendiam as regras constitutivas do contrato individual de trabalho careceu apenas de pequenas especificações do pensamento já expresso, acrescentando-se-lhes, entretanto, as normas pertinentes aos contratos de artistas teatrais e congêneres, oriundos da celebrada Lei Getúlio Vargas, cuja atualização vinha sendo ultimamente promovida por uma Comissão lnterministerial, da qual provieram os artigos de lei aditados ao presente projeto. 73. Estatuiu a Consolidação que aos trabalhadores rurais se aplicam as regras básicas do contrato individual do trabalho, inclusive o aviso prévio, não lhes atingindo, porém, o regime de garantias em caso de rescisão, a que não tenham dado motivo, nem o instituto da estabilidade. A essa conclusão chegou a Comissão, em voto preponderante, sob a alegação de serem imprescindíveis maiores esclarecimentos das exatas condições das classes rurais, inibidas, no momento, por falta de lei, da representação sindical dos respectivos interesses. 74. Em seu relatório, manifesta a Comissão, conseqüentemente e em princípio,a sua restrição quanto ao projeto do Código Rural, publicado no Diário Oficial de 16 de janeiro último, na parte referente ao Contrato de Trabalho, objeto preciso desta Consolidação e não de um Código em que, com exclusividade, deveriam ser tratados os problemas relativos à produção na agricultura e em atividades conexas. 75. A revisão dos artigos compreendidos no Título da Organização Sindical ofereceu oportunidade para pequenas adaptações, sem afetar o sistema. 76. Procedeu-se à consolidação do Decreto-lei n. 5.242, de 11 de fevereiro de 1943, que dispôs sobre a exigência da sindicalização para o exercício da função de representação social em órgão oficial bem como para o gozo de favores ou isenções tributárias. 77. Suprimiu-se a emenda constante do anteprojeto tendente à instituição do regime de tomada de contas dos sindicatos. A eficiência do sistema de controle contábil do patrimônio das entidades sindicais e o regime de recolhimento do imposto sindical, posteriormente criados pela Portaria Ministerial n. 884, de 5 de dezembro de 1942, veio indicar ser prescindível esse processo de tomada de contas, que poderia determinar a burocratização desses órgãos de classe, por todos os títulos evitável, a fim de se conservar a espontaneidade e originalidade do regime sindical. 78. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo propôs e foram aceitos os aumentos, de um para sete, do número máximo de membros da diretoria das entidades de grau superior, e de Cr$ 20,00 para Cr$ 30,00, a importância mínima correspondente ao imposto sindical de empregadores. 79. A Comissão de Enquadramento Sindical, dado o crescente desenvolvimento de sua atividade, teve a respectiva composição ampliada, incluindo um representante do Ministério da Agricultura na previsão da próxima sindicalização das classes rurais. 80. Ligeiros reparos foram feitos ao Capítulo do Imposto Sindical, na base do regime estabelecido pelo Decreto-lei n. 4.298, de 14 de maio de 1942, introduzindo-se apenas um artigo destinado a facultar a ação executiva, com os privilégios da Fazenda Pública, excluído o foro próprio, para a cobrança do imposto sindical, quando houver débito certificado pela autoridade competente deste Ministério. 81. Finalmente, quanto à Justiça do Trabalho, deliberou-se a exclusão de toda a parte consistente em regimento dos órgãos e serviços, bem como dos assuntos referentes à administração dos seguros sociais. 82. O julgamento dos agravos foi elevado ao seu verdadeiro nível, que é o da instância superior, necessário à adequada conceituação desses recursos e à jurídica apreciação da respectiva substância. Apurou-se, outrossim, a definição do Prejulgado, estabelecendo-se a forma do seu processamento e os efeitos que gera. 83. Tais, em rápida resenha, as principais modificações operadas no anteprojeto publicado. De todas essas alterações deflui um único pensamento - o de ajustar, mais e mais, a obra constituída às diretrizes da Política Social do Governo, fixadas de maneira tão ampla e coerente no magnífico quadro das disposições legais que acabam de ser recapituladas. 84. Ao pedir a atenção de Vossa Excelência para essa notável obra de construção jurídica, afirmo, com profunda convicção e de um modo geral, que, nesta hora dramática que o mundo sofre, a Consolidação constitui um marco venerável na história de nossa civilização, demonstra a vocação brasileira pelo direito e, na escureza que envolve a humanidade, representa a expressão de uma luz que não se apagou. Apresento a Vossa Excelência os protestos do meu mais profundo respeito. Rio de Janeiro, 19 de abril de 1943. Alexandre Marcondes Filho Art. 2º Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. §1º Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos que admitirem trabalhadores como empregados. §2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas. O conceito de "empregador" é, certamente, dos mais controvertidos entre os doutrinadores, eis que a Consolidação das Leis do Trabalho alude como sendo o dador de serviço "a empresa, individual ou coletiva,..." Em verdade cremos que o legislador pretendeu dizer "pessoa física ou jurídica" e, completamos, de direito público ou privado. O Estado, em todos seus níveis (União, Estados membros da Federação ou Município), assim como as empresas controladas por este, em princípio não deveriam ter empregados, mas apenas "funcionário públicos" (estatutários), regidos pelas regras de Direito Administrativo. Este entendimento do empregador como sendo pessoa de direito privado é reiterado pela Constituição Federal de 8 de outubro de 1988, quando esta indica entre suas linhas mestras: Art. 173 - Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo conforme definidos em lei. §1º - A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (parágrafo e alíneas I e II acrescidas pela Emenda Constitucional 19/98, DOU 05.06.1998). Embora o empregador seja um só, aquele que se beneficia dos serviços e os remunera, a legislação estabeleceu uma série de responsabilidades solidárias (e, às vezes, sucessivas). É o caso da situação prevista na Súmula nº 205 do Tribunal Superior do Trabalho. O conceito em questão, por vezes também se espraia até outras empresas (que não a empregadora direta) para dar esta solidariedade apontada pela Súmula nº 205 e, ainda, provocar uma abrangência na qualificação de certos empregados, em razão da qualidade do empregado. Exemplo bem clássico disto se pode ver no Enunciado nº 239, Também do TST: Bancário. Empregado de empresa de processamento de dados. É bancário o empregado de empresa de processamento de dados que presta serviço a banco integrante do mesmo grupo econômico. (RA 15/85, DJU 09.12.1985, mantido pela Resolução nº 121). I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.74). II - A contratação irregular de trabalhador, através de empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública Direta, Indireta ou Fundacional (Art. 37, II, da Constituição da República). III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.83), de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomadordos serviços quanto àquelas obrigações, desde que este tenha participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. (RA 23/93 - DJU 21.12.93). TST, Súmula nº 331 * Vide: CLT, art. 455. * Lei nº 2.757: Dispõe sobre a situação dos empregados, porteiros, zeladores, faxineiros e serventes de prédios de apartamentos residenciais. (...) Art. 3º - Os condôminos responderão, proporcionalmente, pelas obrigações previstas nas leis trabalhistas, inclusive as judiciais e extrajudiciais. * Lei nº 5.889: Estatui normas reguladoras do trabalho rural e dá outras providências (...) Art. 3º - Considera-se empregador rural, para os efeitos desta Lei, a pessoa física ou jurídica, proprietária ou não, que explore atividade agroeconômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados. §1º - Inclui-se na atividade econômica, referida no caput deste artigo, a exploração industrial em estabelecimento agrário não compreendido na Consolidação das Leis do Trabalho. §2º - Sempre que uma ou mais empresas, embora tendo cada uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico ou financeiro rural, serão responsáveis solidariamente nas obrigações decorrentes da relação de emprego. * Lei 6.019 - Trabalho temporário. (...) Art. 4º - Compreende-se como empresa de trabalho temporário a pessoa física ou jurídica urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos. * Decreto nº 71.885. Empregado doméstico. (...) Art. 3º - Para os fins constantes da Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972, considera-se: (...) II - Empregador doméstico a pessoa ou família que admita a seu serviço empregado doméstico. Enfrentando o texto do §2º, foi editada uma lei que verdadeiramente revolucionou o Direito do Trabalho (ou dele se afastando radicalmente), consagrando o trabalho voluntário (gratuito, expressamente sem relação de emprego): LEI Nº 9.608, DE 18 DE FEVEREIRO DE 1998 (DOU 19.02.1998) A doutrina é unânime a fazer críticas ao conceito de empregador que é dado pela Consolidação das Leis do Trabalho neste artigo 2º, sendo que são pertinentes as assertivas de Eduardo Gabriel Saad (CLT Comentada, São Paulo, LTr Editora, 32ª ed., pág. 25): "Diz, o artigo em epígrafe, que o empregador é a empresa. Tais palavras nos autorizam a concluir que, no pensar do legislador, empregador e empresa são palavras sinônimas. É a empresa uma realidade sociológica e econômica, que, no dizer de muitos estudiosos, vem a ser uma atividade organizada em que elementos humanos (chefes, técnicos e subordinados), materiais (construções, equipamentos, máquinas, matérias-primas, etc.) e capital se combinam harmoniosamente para que haja a produção ou circulação de bens, de prestação de serviços com ou sem valor econômico. Esta concepção de empresa nos leva à conclusão de ser ela objeto e não sujeito de relações jurídicas regidas pelos Direitos Civil, Comercial e do Trabalho ou o local em que essas mesmas relações se desenvolvem. Deste modo, se a empresa é objeto e não sujeito de direito, não pode, evidentemente, ser o empregador, o qual tem de ser sempre uma pessoa física ou jurídica. Não é por outro motivo que juristas do porte de Sílvio Marcondes ("Problemas de Direito Mercantil", pág. 164) chegam a afirmar que, no substrato econômico da empresa, inexistem componentes jurídicos capazes de guindá-Ia a uma categoria jurídica. É fora de dúvida que a empresa, como instituição, não adquiriu ainda personalidade jurídica própria (Chacon-Botija, "Manual de Derecho del Trabajo", 12ª ed., 1979, I tomo, pág. 199). Acreditamos, porém, que o conceito de empresa tende a transformar-se, em futuro próximo, para sair do puro contrato de arrendamento de serviços e aproximar-se do contrato de sociedade (Chacon- Botija, ob. cit., mesmo tomo, pág. 199). Estamos, portanto, na crença de que a institucionalização da empresa, segundo o pensamento de Hauriou, será o estágio do seu processo evolutivo que há de seguir ao atual, quando a comunhão de esforços dos elementos humanos reunidos nesse mesmo local, que é a empresa, terá, por objetivo principal, a satisfação de necessidades corporais, intelectuais e espirituais de todos os membros da comunidade. É esta satisfação de necessidade a "idéia de obra ou de empresa" a realizar". Outra discussão que usualmente é trazida à baila é a de que "estabelecimento" e "empresa" não são sinônimos, embora no linguajar quotidiano e não técnico, sejam usados indistintamente. Os profissionais liberais que têm empregados - embora não possam ser classificados como "empresa", certamente são empregadores, em tudo sujeitos à legislação trabalhista. Neste ponto o legislador (de 1943) estava pensando em profissionais liberais quase como sinônimo de "portador de diploma universitário", como os advogados e médicos (pessoas físicas) em seus escritórios ou consultórios (mas não aqueles dos grandes escritórios com personalidade jurídica própria ou hospitais). Também não há sentido para que se possa excluir das relações de emprego as entidades filantrópicas e outras sem fins lucrativos (como algumas ONGs). Impõe- se a aplicação plena das leis do trabalho, salvo algumas normas especiais para o trabalho voluntário. Um bom enquadramento dessa situação que surgiu nos fins do século XX é delineada na seguinte ementa: Trabalho voluntário - Segundo o escol de Maurício Godinho Delgado "... Emergindo dos dados da situação concreta consistente justificativa para se inferir o ânimo benevolente que presidiu a vinculação estabelecida, não há como deixar- se de concluir pela presença do elemento de gratuidade na relação sociojurídica, configurando o clássico trabalho voluntário.". Em se tratando de fundador de instituição sem fins lucrativos, declarada de utilidade pública, nos termos de Lei Municipal, não é empregado o voluntário que ministra cursos auxiliares abrangidos no objeto social de resgate da cidadania e do direitos dos homossexuais, sendo que eventuais valores auferidos com o curso estão vinculados, por força do estatuto, à manutenção da instituição e suas atividades." TRT da 9ª Região (Paraná), Proc. 51371-2003-513-09-00-9, (00158-2004), Rel.: Juíza Sueli Gil El Rafihi, in DJPR 23.01.2004. O artigo, derradeiramente, alude o "grupo empresarial", proclamando a solidariedade nas empresas por ele englobadas. A lei, é verdade, não define o grupo empresarial, mas é de entendimento geral que se refere a empresas controladas, umas pelas outras ou associadas nas finalidades, composição e lucros. Embora a longa transcrição, devemos citar Carlos Alberto Begalles, quando escreveu sobre o "Grupo econômico e enunciado nº 205 do TST" (in Síntese Trabalhista nº 152, fevereiro de2.002, pág. 47), quando alude especificamente esta manifestação do Tribunal Superior do Trabalho: "Entendemos que existindo um grupo econômico, qualquer uma das empresas poderá ser acionada no processo de execução, mesmo que não tenha participado do processo de conhecimento." A CLT, em seu art. 2º, §2º, dispõe que "Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas". Este artigo dispõe que a responsabilidade fixada por lei entre os integrantes do grupo ésolidária, o que significa dizer que o empregado pode exigir de todos os componentes ou de qualquer deles o pagamento por inteiro da dívida, mesmo que tenha trabalhado para apenas uma das pessoas jurídicas que compõem o grupo. A pergunta que tentaremos responder neste trabalho é a seguinte: Se a responsabilidade solidária disposta no art. 2º, §2º, da CLT está adstrita a ser reconhecida no processo de conhecimento, sob pena de preclusão, ou pode, também, ser acatada no processo de execução? Comumente, vemos execuções trabalhistas serem suspensas pelo fato de que o exeqüente não consegue encontrar bens passíveis de penhora pertencentes ao sujeito passivo da ação trabalhista. Posteriormente, descobre que há outras empresas que compõem o mesmo grupo econômico e pede a penhora sobre os bens das empresas encontradas. Todavia, o Poder Judiciário Trabalhista, tomando por alicerce o En. 205 do TST, indefere o pedido do exeqüente, sob a alegação de que a nova empresa não participou do processo de conhecimento. A jurisprudência do TST e a doutrina majoritária entendem que somente se a empresa do grupo participou do processo de conhecimento pode ser chamada no processo de execução. Preceitua o En. 205 do TST: "O responsável solidário, integrante do grupo econômico, que não participou da relação processual como reclamado, e que, portanto, não consta no título executivo judicial como devedor, não pode ser sujeito passivo da execução". Por sua vez, o ilustre professor paranaense MANOEL ANTÔNIO TEIXEIRA FILHO opina que, "Tratando-se de grupo econômico (CLT, art. 2º, §2º), a execução, mesmo assim, somente poderá ser promovida em relação àquelas empresas que participaram do processo de conhecimento. Ao escrevermos sobre o assunto, em outra obra, já alertávamos para o fato de ser censurável a praxe de permitir-se que a execução seja promovida contra quem não esteve presente no processo cognitivo, a pretexto de pertencer ao mesmo grupo econômico, pois isso envolve ofensa barbárica a princípios medulares do devido processo legal". Com o mesmo entendimento temos JOSÉ AUGUSTO RODRIGUES PINTO e SÉRGIO PINTO MARTINS. Não concordamos com o En. 205 do TST e também com as afirmações dos ilustres professores, pelos seguintes motivos: a) A CLT (art. 2º, §2º), quando trata do grupo econômico, não limita a responsabilidade solidária à participação das empresas no processo de conhecimento; b) Nem sempre o sujeito passivo do título executivo é o responsável pelo débito; c) A inclusão de várias empresas no processo de conhecimento prejudica o princípio da celeridade processual; d) Na sua grande maioria, a insuficiência de bens da única empresa demandada no processo de conhecimento, surge quando da execução; e) Quando da penhora de bens de uma empresa do grupo econômico que não participou do processo de conhecimento, a mesma poderá discutir a sua legitimidade (como componente do grupo), não havendo cerceamento de direito de defesa; f) Além disso, como preceitua AMÉRICO PLÁ RODRIGUEZ, quando uma norma permitir diversas interpretações, deveremos adotar a mais favorável ao empregado (princípio do in dubio pro operario). Não há embasamento legal para a subsistência do En. 205 do TST, tendo em vista que a CLT preceitua com todas as letras que "Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas (art. 2º, §2º da CLT)". O parágrafo não fala que somente existirá a solidariedade caso a empresa a ser chamada como solidária tenha participado da relação processual como reclamada no processo de conhecimento. Para o jurista mineiro CÉSAR PEREIRA DA SILVA MACHADO JÚNIOR não há dispositivo legal na CLT que impeça o reconhecido grupo econômico no processo de execução, vejamos: "Portanto, inicialmente, temos que deve ser considerada como verdadeira empregadora - como verdadeiro sujeito da relação empregatícia - a empresa, que deve ser responsabilizada pelo adimplemento da obrigação constante do título executivo. E o conceito jurídico de empresa, que se assenta num conceito econômico, como menciona RUBENS REQUIÃO, 'se firma na idéia de que é ela o exercício de atividade produtiva'. Não vemos, diante desses argumentos, qualquer diferenciação lógica entre as hipóteses de sucessão de empresa e a existência do grupo econômico, já que em ambas as situações a empresa não constante do título executivo responderá pela obrigação, eis que a noção de empresa, como exercício de atividade produtiva, norteará ambas as soluções judiciais. (...) Estipulando a lei a responsabilidade solidária de todas as empresas integrantes do grupo econômico, para os efeitos da relação de emprego, nada impede de lermos tal regra constante do art. 2º, §2º, da CLT como dirigida, também, ao processo de execução, já que aqui, igualmente, a execução estará sendo direcionada contra a empresa, considerada como o exercício da atividade econômica." Pela excelência da exposição, merecem ser reproduzidas inúmeras afirmativas de Maria Cecília de Andrade Santos quando escreveu sobre "Grupos de empresas e o direito do trabalho - Análise perante o ordenamento jurídico brasileiro" (in Síntese Trabalhista nº 122, agosto de 1999, pág. 36): Para a doutrina brasileira, em quase toda a sua unanimidade, os únicos tipos de grupos que interessariam seriam as holding companies e os consórcios, pois apenas nestes dois tipos de "combinações econômicas" estariam presentes os requisitos indicados pela lei, quais sejam, a pluralidade de empresas (pelo menos duas), autonomia das empresas, personalidade jurídica própria, e situação de subordinação em relação à controladora. Ocorre que os conceitos de consórcio, e de holding são quase sempre utilizados de forma nebulosa, sem qualquer precisão técnica, e que dificultam a compreensão do que constituem os grupos de empresas para o Direito do Trabalho. Inquestionável que para esta disciplina é irrelevante a nomenclatura utilizada, devendo estar-se atento apenas à realidade. No entanto, ao utilizarmos conceitos técnicos inadequados, estaríamos a restringir o campo da aplicação da norma, o que efetivamente não se pretende. Em primeiro lugar, é preciso que se distinga entre grupos de sociedades e de empresas, holdings, consórcios para que se possa compreender o alcance do §2º do art. 2º da CLT. Na elaboração do presente relatório foi feita a opção pela expressão "grupo de empresas", ao invés de "grupo de sociedades", isto porque o último possui um significado técnico específico, referindo-se exclusivamente àquele tipo de agrupamento definido nos arts. 265/277 da Lei das S/A. Com efeito, "a designação 'grupos de empresas' é mais ampla que 'grupos de sociedades': há empresas não societárias em grupo. Por outro lado, nos grupos de sociedades pode haver uma ou mais sociedades sem empresas propriamente ditas: é o caso das sociedades holding (gestoras, tão-só, de participações sociais)". Em relação às holding companies, observe-se que a holding em si mesma é apenas uma forma de organização da sociedade, através da qual a sociedade-mãe do grupo pode manifestar-se, em que há participação em uma ou mais sociedades, de maneira integral (hipótese da subsidiária integral), ou parcial, através da detenção de ações de outras sociedades que controlam, e que também participam, ou através do domínio de outras sociedades que se reúnem em torno dela. Conclui- se, portanto, que "a adoção da forma holding ('rectius', SGPS) por uma determinada sociedade constitui um forte indício da existênciade um grupo societário, já que o seu objeto contratual - constituído como é obrigatoriamente pela administração de participações sociais 'como forma indirecta de exercício de actividades económicas' (art. 1º, nº 1 do Decreto-lei nº 495/88) - está particularmente vocacionado a organizar o exercício de uma direcção económica unitária da sociedade sobre as suas participadas". Quanto ao consórcio, existe hoje uma grande confusão de ordem terminologia. A expressão consórcio, largamente utilizada na doutrina brasileira, encontra-se maltraduzida e ensejadora de graves equívocos, pois não corresponde ao grupo de empresas em que existe um controle único. O termo técnico consórcio na realidade, aplica-se à forma de associação de empresas prevista no art. 278, da Lei das S/A (Lei nº 6.404/76), e consiste em um "instrumento de cooperação interempresarial pelo qual duas ou mais pessoas singulares ou coletivas, que exercem uma atividade econômica, se vinculam entre si a realizar concertadamente determinada atividade tendo em vista um objetivo legal". Com efeito, apesar das empresas componentes de tal forma de união manterem a sua autonomia e personalidade jurídica própria, não podem ser consideradas como um grupo de empresas, pois o consórcio é desprovido de personalidade jurídica, e de duração limitada à realização do empreendimento visado. Está sujeito ainda a regras próprias de organização (art. 279, Lei das S/A), que dentre outras exige que estejam definidas no seu estatuto a definição das obrigações, responsabilidades, e prestações de cada associada, e ainda uma forma de deliberação sobre os assuntos de interesse comum, com o número de votos a que tem direito cada associada. Ora, essas são típicas características de grupo onde existe coordenação, jamais controle ou subordinação, estando inexistente portanto, requisito essencial para o seu enquadramento no art. 2º, §2º, da CLT. ENGRÁCIA ANTUNES ressalta ainda que "é completamente diverso o alcance económico-organizatório das duas figuras. Ao passo que o grupo implica, por definição, a criação de uma estrutura empresarial unitária, de carácter duradouro e permanente, apoiada numa direcção centralizada que coordena e dirige de modo tendencialmente global a actividade económica das várias sociedades agrupadas, o consórcio traduz apenas uma simples associação pontual entre empresas autónomas, com um mero objectivo de cooperação, em regra temporária e limitada, de resto, a áreas muito concretas da actividade económica das empresas envolvidas". Por último, ressalte-se que o §1º do art. 278, da Lei das S/A afasta a possibilidade de presunção de solidariedade entre as empresas integrantes. E a que tipo de grupo estaria se referindo o art. 2º, §2º, da CLT? A qualquer tipo de associação empresarial em que estivessem presentes os requisitos enumerados na norma, ou seja, àquele agrupamento, onde as empresas que o compõem, embora detenham personalidade jurídica autônoma e distinta, encontram-se submetidas a uma unidade de controle. Evidente que as holding companies podem vir a se enquadrar na descrição da norma consolidada, mas jamais o consórcio, pois ausente o requisito subordinação. Apesar da conseqüência jurídica, qual seja, a questão da responsabilidade solidária não diferir, resulta claro que se tratam de espécies de associações empresariais diversas, não podendo por conseguinte ser o seu conceito estendido da forma despreocupada como vem sendo feito'. Jurisprudência: Petrobrás e Petrofértil. Grupo econômico. Responsabilidade solidária - A detenção de patrimônio suficiente para suportar eventual condenação não é elemento que exclua a responsabilidade solidária, quando configurado grupo econômico (CLT, art. 2º, §2º). Recurso de revista provido, no particular. Tribunal Superior do Trabalho, RR 369680, 2ª T., DJU 29.06.2001, pág. 703, Rel.: Min. Conv. Alberto Luiz Bresciani Pereira. Grupo econômico (CLT, art. 2º, §2º). Caracterização. Responsabilidade solidária - Desnecessária à caracterização de grupo econômico a existência de empresa- mãe, quando se busca desvendar o empregador único. Está a doutrina a evoluir no sentido de que já a coordenação de empresas basta a tal configuração. A distinção de personalidades jurídicas é elemento que integra o instituto concebido pelo art. 2º, §2º, da CLT, vendo-se presente o grupo econômico, quando a comunhão de sócios e a identidade de objetivos sociais faz potencial a interferência de uma empresa nos destinos da outra, aí incluída a gestão dos contratos individuais de trabalho que esta titulariza. A incidência da Lei ao caso concreto autoriza a condenação solidária das empresas reclamadas. Recurso de revista desprovido. Tribunal Superior do Trabalho, RR 412885, 2ª T., DJU 01.12.2000, pág. 700, Rel.: Min. Conv. Alberto Luiz Bresciani Pereira. Responsabilidade solidária. Grupo econômico. Caracterização - Comprovada a existência de relação de subordinação entre as empresas, a responsabilidade solidária pelo pagamento dos créditos deferidos à reclamante decorre da aplicação do artigo 2º, §2º, da CLT, pois, configurado o grupo econômico. Tribunal Superior do Trabalho, RR 443581, 2ª T., DJU 22.02.2002, Rel.: Min. Conv. Aloysio Corrêa da Veiga. Enquadramento bancário. Grupo econômico. Empresa de processamento de dados - Não se conhece do recurso de revista, por força do Enunciado nº 126 do TST, quando a prova produzida demonstrou a condição de bancária da reclamante, a existência de grupo econômico e a solidariedade entre os reclamados, nos termos do art. 2º, §2º, da CLT; e que a empresa de processamento de dados se subordinava às diretrizes administrativas e financeiras do Banco. Correta a aplicação do Enunciado nº 239 do TST. Recurso de revista não conhecido. Tribunal Superior do Trabalho, RR 384958, 2ª T., DJU 16.11.2001, pág. 509, Rel.: Min. Conv. Aloysio Corrêa da Veiga. "Franchising". Responsabilidade solidária. Grupo econômico - O contrato mercantil de "franchising", de que trata a Lei nº 8955/94, em especial o art. 2º, caracterizado entre as empresas-demandadas, autônomas, com personalidades jurídicas próprias e diversidade de sócios, impede a caracterização do grupo econômico, e, por conseqüência, o reconhecimento da responsabilidade solidária prevista no artigo 2º, §2º da CLT. Tribunal Superior do Trabalho, RR 565433, 2ª T., DJU 22.06.2001, pág. 414, Rel.: Min. Conv. Aloysio Corrêa da Veiga. Extinção da Interbrás. Inexistência de solidariedade da Petrobrás. Artigo 20 da Lei nº 8029/90. A Lei nº 8029/90 foi clara ao atribuir à União a responsabilidade pela assunção das obrigações pecuniárias devidas pela empresa dissolvida, no caso, a INTERBRÁS, o que abrange os débitos trabalhistas. A norma legal em questão reveste-se de interesse público, o que torna insubsistente a invocação do artigo 2º, §2º, da CLT como amparo à responsabilidade solidária da PETROBRÁS. Assim, quando o legislador transferiu à União a responsabilidade pelas obrigações pecuniárias da empresa extinta (INTERBRÁS), desfez-se o grupo econômico com a PETROBRÁS. Tribunal Superior do Trabalho, RR 434764, 1ª T., DJU 23.08.2002, Rel. Min. Conv. Aloysio Corrêa da Veiga. Grupo econômico. Condenação solidária. Comprovada a existência de relação de subordinação entre as empresas, a responsabilidade solidária pelo pagamento dos créditos deferidos ao reclamante decorre da aplicação do artigo 2º, §2º, da CLT, pois configurado o grupo econômico. Tribunal Superior do Trabalho, RR 483153, 4ª T., DJU 14.06.2002, Rel.: Min. Conv. Aloysio Corrêa da Veiga. Processo do trabalho. Recurso. Agravo de instrumento em recurso de revista. Recurso de curso obstado, cuja admissibilidade está evidenciada. Violação, em tese de norma ordinária. Verificado que o entendimento esposado pelo V. acórdão hostilizado vulnera, em tese, preceitode norma ordinária federal, é admissível o recurso de revista, com fulcro na alínea "c" do artigo 896 da CLT. Agravo de instrumento provido convertido em recurso de revista. Direito do trabalho. Recurso de revista. Responsabilidade solidária. Grupo econômico. Presença de sócio comum na composição das empresas. Motivo insuficiente para fins do artigo 2º, §2º, da CLT - Não caracteriza grupo econômico, para fins da responsabilidade solidária do artigo 2º, §2º, da CLT, o simples fato de o sócio gerente de uma empresa ser acionista majoritário da outra que compõe o pólo passivo, situação que não configura, por si só, o controle, direção ou administração de uma sobre a outra, ponto nodal para se constatar a existência de grupo econômico, nos termos da norma consolidada em comento. A teor do artigo 896 do CCB, a solidariedade não se presume, portanto não cabe ao julgador declará-la se a situação fática analisada não está prevista expressamente na Lei. Recurso de revista do Reclamado conhecido, em parte, e provido. Recurso de revista adesivo oposto nos autos do agravo de instrumento convertido em recurso de revista. Possibilidade. Divergência jurisprudencial e violação de normas ordinária e constitucional. Debate superado pela iterativa, notória e atual jurisprudência desta corte. É possível ao Agravado, no momento próprio de contraminutar e contra- arrazoar o recurso principal (de revista in casu), recorrer adesivamente. Entretanto, não se conhece de recurso de revista se a discussão trazida está superada pela iterativa, notória e atual jurisprudência desta Corte. Incidência do artigo 896, §4º, da CLT, e Enunciado nº 333 do TST. Recurso adesivo do Reclamante não conhecido. Tribunal Superior do Trabalho, RR 779032, 5ª T., DJU 14.11.2002, Rel.: Min. Conv. Aloysio Santos. Recurso de revista. Negativa de prestação jurisdicional - Examinados pelo acórdão regional, de forma clara, detalhada e específica os temas objeto de embargos de declaração fundados em alegada omissão, afasta-se qualquer possibilidade de se reconhecer a existência de negativa de prestação jurisdicional, de modo a viabilizar o conhecimento do recurso de revista por ofensa à literalidade dos preceitos legais e constitucionais invocados pelos recorrentes. Conhecimento. Reexame do contexto fático-probatório. Impossibilidade. - À luz do Enunciado nº 126 do TST, não se conhece de recurso de revista quando o acórdão recorrido amparou-se no contexto fático-probatório dos autos para o deferimento das horas extras, da gratificação semestral e da equiparação salarial. Responsabilidade solidária. Empresa em liquidação extrajudicial - A circunstância de uma empresa pertencente ao mesmo grupo econômico encontrar-se em regime de liquidação extrajudicial não afasta a responsabilidade solidária de que cogita o artigo 2º, §2º, da CLT, ante o disposto nos artigos 10 e 448 do mesmo diploma legal. Embargos declaratórios. Multa. Violação de preceitos legais e constitucionais não configurada. Revela indiscutível caráter protelatório a interposição de novos embargos declaratórios repisando as razões expendidas naqueles opostos anteriormente, cuja decisão ressaltara não existir vício formal a ser sanado por aquela via. Recurso de revista não conhecido. Tribunal Superior do Trabalho, RR 614769, 1ª T., DJU 24.08.2001, pág. 783, Rel. Min. Conv. Altino Pedrozo dos Santos. Recurso da Petrobrás. Petrobrás. Impossibilidade de responsabilização pelas obrigações contraídas pela extinta Interbrás, sucedida pela União Federal. Ilegitimidade passiva ad causam - Por força do artigo 20 da Lei nº 8029/90, a União é a única responsável pelos débitos trabalhistas assumidos pela extinta Interbrás. A norma legal em questão reveste-se de interesse público, o que torna insubsistente a invocação do artigo 2º, §2º, da CLT como amparo à responsabilização solidária da Petrobrás. Recurso parcialmente conhecido e provido para reconhecer a ilegitimidade passiva ad causam da Petrobrás. Recurso da União. Diferenças salariais. IPC de junho de 1987 - URP de fevereiro de 1989. Planos Bresser e Verão. Inexistência de direito adquirido - A iterativa, notória e atual jurisprudência do TST, vergando-se à interpretação constitucional do STF, firmou o entendimento de que não há direito adquirido às diferenças salariais a título de IPC de junho de 1987 e de URP de fevereiro de 1989 (Planos Bresser e Verão). Inteligência das Orientações Jurisprudenciais nºs 58 e 59 da SBDI-1. Recurso de revista parcialmente conhecido e provido. Tribunal Superior do Trabalho, RR 363150, 1ª T., DJU 14.12.2001, Rel.: Min. Conv. Altino Pedrozo dos Santos. Grupo econômico. Solidariedade passiva. Legitimidade passiva ad causam - A decisão regional que concluiu não deter legitimidade passiva a demandada, inobstante tenha reconhecido a existência de grupo econômico, contraria frontalmente a inteligência do Enunciado nº 205 do TST, porquanto não seria possível executar uma empresa integrante do grupo econômico sem que tivesse participado da relação processual e constado do título executivo judicial condenatório. Por essa razão, a solidariedade decorrente da lei - art. 2º, §2º, da CLT - confere, necessariamente, às empresas do grupo econômico legitimidade passiva para integrarem o pólo passivo de uma reclamação trabalhista. Tribunal Superior do Trabalho, RR 596225, 5ª T., DJU 09.06.2000, pág. 423, Rel. p/o Ac.: Min. Anélia Li Chum. Recursos ordinários em ação rescisória. Decadência e coisa julgada. O argumento de que a irresignação contra o reconhecimento do vínculo de emprego, por sua abrangência, importaria automática postergação do termo inicial do prazo de decadência, relativamente a outros títulos integrantes da sanção jurídica, mesmo que não tenham figurado do recurso, faz tábula rasa do princípio segundo o qual cabe à parte imprimir maior ou menor devolutividade ao apelo. Com efeito, se se insurge somente contra a caracterização da relação de emprego, não é dado ao Tribunal deliberar de ofício sobre os títulos que foram deferidos por terem sido pleiteados em cumulação objetiva. À semelhança da defesa presidida pelo princípio da eventualidade, é ônus da parte sucumbente identificar os títulos contra os quais se rebela sob pena de não o fazendo permitir se precipite a coisa julgada material. Assim, não tendo a autora-recorrida veiculado, no recurso de revista, irresignação contra o deferimento do IPC de junho/87, o trânsito em julgado da decisão rescindenda, referente ao multicitado Plano Econômico, operou-se em 1991, data em que fora proferida a decisão regional, ao passo que a ação rescisória só foi ajuizada em maio de 2000, muito tempo depois de exaurido o biênio decadencial. Além desse aspecto, cabe alertar para a circunstância de este Tribunal já ter se manifestado favoravelmente sobre a decadência da ação rescisória com respeito aos Planos Econômicos, no julgamento do PROC. Nº TST ROAR 565191/99.5, no qual litigaram as mesmas partes desta ação, decadência que fora explicitamente abordada no acórdão em que foram julgados os embargos de declaração então interpostos pela autora. Daí ser incontrastável a coisa julgada levantada pelo réu, erigida em pressuposto negativo de válida constituição de outro processo em que se apresente a tríplice identidade de parte, causa de pedir e pedido. Equiparação salarial. Violação de dispositivos legais. Não-ocorrência - O alegado trânsito em julgado da sentença se operou no tópico em que fora reconhecido o vínculo de emprego com a CIPESA e excluídas da lide as demais reclamadas. Não se configurou absolutamente no que concerne à equiparação, pois referência às empresas coligadas e excluídas da lide visara salientar a tese da sua inadmissibilidade, tese que fora combatida exitosamente no recurso ordinário do réu, quando o Regional o proveu sublinhando a irrelevânciade equiparando e paradigma prestarem serviços a empresas distintas, em virtude de elas constituírem grupo econômico, deixando subentendido tratar-se de um único empregador. Com isso não se vislumbra violação literal dos artigos 5º, inciso XXXVI, da Constituição, 467, 468, 470, 505, 512, 515 do CPC , 831 e 836 da CLT. É sabido ainda que a ofensa legal justificadora da pretensão rescindente ocorre quando o juiz confere ao dispositivo de Lei interpretação manifestamente errônea, no sentido de não estar apoiada em argumentação digna de consideração, vício indiscernível na decisão rescindenda em razão da razoabilidade da tese de que em se tratando de empresas coligadas é possível a equiparação salarial entre empregados de cada uma delas, por serem integrantes do mesmo Grupo Econômico, considerado o verdadeiro empregador, a teor do artigo 2º, §2º, da CLT. A par disso, a questão se é ou não possível a equiparação salarial entre empregados de empresas coligadas distintas revela-se extremamente controvertida na jurisprudência, conforme demonstrou a própria CIPESA ao invocar arestos nos quais fora consagrada tese antagônica, em condições de atrair aplicação do Enunciado nº 83 do TST e da Súmula nº 343 do STF. Recurso ordinário da autora a que se nega provimento e recurso ordinário do réu a que se dá provimento para julgar improcedente a ação rescisória. Tribunal Superior do Trabalho, ROAR 803679, SBDI 2, DJU 11.10.2002, Rel.: Min. Antônio José de Barros Levenhagen. Solidariedade - O artigo 20 da Lei nº 8029/90 atribuiu à União Federal a responsabilidade pelas obrigações pecuniárias decorrentes da extinção da Interbras, até mesmo aquelas oriundas da relação de trabalho. Desse modo, apesar do §2º do artigo 2º da CLT dispor sobre a responsabilidade solidária de empregadores do mesmo grupo econômico, revela-se incompatível a sua aplicação com o art. 20 da Lei nº 8029/90, que prevê expressamente a responsabilização da União Federal pelos encargos devidos pela empresa extinta, a Interbras. Recurso conhecido e desprovido. Tribunal Superior do Trabalho, RR 578867, 4ª T., DJU 26.04.2002, Rel.: Min. Antônio José de Barros Levenhagen. "Preliminar de nulidade da sentença por cerceamento de defesa - Além de o recurso achar-se desfundamentado, uma vez que o recorrente não impugna as razões pelas quais o Tribunal de origem rejeitara a preliminar de cerceamento de defesa, sobreleva a circunstância de ele ter sido interposto à margem do que preconiza o Verbete de nº 94 da Orientação Jurisprudencial da SBDI-1. Com efeito, depois de enfocar a tese de que o recorrente enquadrava-se efetivamente na norma do inciso II, do artigo 62, da CLT, invocando para tanto a Resolução nº 2025 do BACEN e o artigo 64, da Lei nº 8383/90, cuja impertinência é palmar, concluiu com o lacônico pedido de que fosse acolhida a preliminar de nulidade da sentença, sem o associar a norma ou normas legais que teriam sido violadas pelo acórdão regional. Gerente-geral. Enquadramento no inciso II, do artigo 62, da CLT - Não se credenciam ao conhecimento do Tribunal as insinuadas ofensas à Resolução do BACEN, por não se equiparar à Lei em sentido estrito, ao artigo 64, da Lei nº 8383/90, por falta de prequestionamento do Enunciado nº 297, ou mesmo ao artigo 62, inciso II, da CLT, visto que o Regional orientou-se pela tese de o gerente bancário achar-se forçosamente sujeito às disposições do Título III, da CLT. Essa tese, por sua vez, a par de não ter sido impugnada nas razões da revista, as quais por isso mesmo mostram-se desfundamentadas, dilucida a inespecificidade dos arestos trazidos à colação a fls. 272/273 à medida que nenhum deles a invocou como embasamento da ilação de o gerente-geral de agência ser regido pelo artigo 62, da Consolidação. Carência de ação por ilegitimidade passiva "ad causam" - É viva a convicção sobre a impertinência das normas dos artigos 301, inciso X, e 267, inciso VI, do CPC, uma vez que o contexto do acórdão recorrido indica claramente que o Regional deu pela integração no salário do recorrido das comissões recebidas de outras empresas, porque essas e o recorrente integravam o mesmo grupo econômico, deixando subentendida a tese de ser ele o verdadeiro empregador na forma do que dispõe o artigo 2º, parágrafo 2º, da CLT. Descontos previdenciários e fiscais - A questão encontra-se pacificada pela Orientação Jurisprudencial nº 32 da SDI, segundo a qual são devidos os descontos fiscais e previdenciários sobre as parcelas trabalhistas deferidas por decisão judicial, nos termos do Provimento nº 01/96 da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho e dos arts. 43 da Lei nº 8212/91 e 46 da Lei nº 8541/91. Revista conhecida e provida. Horas extras (7º e 8º) - Sendo a gratificação de função inferior ao valor preconizado em instrumento normativo, mas comprovado ser esse superior ao valor previsto em lei, é intangível a subsunção do empregado à regra do artigo 224, parágrafo 2º, da CLT, pelo que o seu direito ficará sempre limitado à percepção da aludida diferença, afastada a possibilidade de habilitar-se à percepção das horas excedentes da jornada reduzida do bancário. Isso porque, materializada a fidúcia do cargo, a inserção do empregado na regra da norma consolidada pressupõe apenas que a gratificação nunca seja inferior ao salário do cargo efetivo, cuja interpretação deve ser feita restritivamente não alcançando outros títulos variáveis, sobretudo se objetos de larga controvérsia judicial. Revista conhecida e provida". Tribunal Superior do Trabalho, RR 408007, 4ª T., DJU 04.05.2001, pág. 578, Rel.: Min. Antônio José de Barros Levenhagen. Grupo econômico. Configuração. Condenação solidária - Estando presente nas empresas a personalidade jurídica própria, sob a ingerência administrativa de outra e o exercício de atividade econômica, a configurar o grupo econômico, incogitável o reconhecimento de ofensa ao art. 2º, §2º, da CLT. Além disso, reconhecida a configuração do grupo econômico, estabelece-se a solidariedade, por imperativo legal, nos termos do dispositivo mencionado, insuscetível de violar os arts. 896 do Código Civil e 5º, inciso II, da Carta Magna. Recurso não conhecido. Tribunal Superior do Trabalho, RR 457717, 4ª T., DJU 20.04.2001, pág. 559, Rel.: Min. Antônio José de Barros Levenhagen. Agravo. Art. 557, §1º, do CPC. Mandado de segurança. Penhora. Carta de fiança bancária - O fato de a carta de fiança bancária oferecida como garantia da execução ter sido expedida por instituição financeira integrante do mesmo grupo econômico do executado não induz à conclusão de que este estaria assumindo nos autos a condição de fiador e afiançado. Isso porque cada uma das instituições detém personalidade jurídica própria, para efeitos civis e comerciais. A solidariedade existente entre empresas pertencentes ao mesmo grupo econômico, a que alude o §2º do art. 2º da CLT, é aplicável às relações de emprego, conforme tem-se orientado a jurisprudência dos Tribunais, não sendo possível conferir ao dispositivo tão ampla interpretação ao ponto de reconhecer a existência de uma única empresa. Tribunal Superior do Trabalho, AROMS 471744, SBDI 2, DJU 01.09.2000, pág. 379, Rel.: Min. Antônio José de Barros Levenhagen. Condenação solidária. Vício de vontade. A solidariedade implica responsabilidade quanto à relação de emprego, possibilitando ao empregado apresentar reclamação contra o empregador direto e a qualquer empresa do grupo. Estando reconhecida a configuração do grupo econômico, estabelece-se a solidariedade por imperativo legal, nos termos do estabelecido pelo art. 2º, §2º, da CLT. Devolução dos descontos de seguro de vida - O Enunciado nº 342 do TST estabelece que os descontos salariais efetuados pelo empregador no salário do empregado, a título de seguro de vida, não constituem ofensa ao art. 462 da CLT, desde que
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