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Síndromes Gástricas com abordagem cirúrgica eletiva Clínica Cirúrgica III Profª Priscila Ferst Longhi 7º período Medicina/UNIDEP Pato Branco/PR Anatomia Doença ulcerosa péptica Úlcera gástrica Úlcera duodenal Obesidade mórbida Síndromes pós cirurgias gástricas Câncer Gástrico Síndromes Gástricas Anatomia Doença ulcerosa péptica Úlcera gástrica Úlcera duodenal Obesidade mórbida Síndromes pós cirurgias gástricas Câncer Gástrico Síndromes Gástricas Pode ser dividido em 4 regiões anatômicas: Cárdia Fundo Corpo Antro O piloro é uma estrutura tubular unindo estômago ao duodeno: Possui uma camada muscular circular, que é o esfíncter pilórico. A parede possui 4 camadas: Mucosa Submucosa Muscular própria oblíqua interna circular média longitudinal externa Serosa. Anatomia 4 Anatomia Doença ulcerosa péptica Úlcera gástrica Úlcera duodenal Obesidade mórbida Síndromes pós cirurgias gástricas Câncer Gástrico Síndromes Gástricas Defeitos na mucosa gástrica, que se estendem através da camada muscular da mucosa. Com a melhora das medicações, diagnóstico precoce e tratamento de Helicobacter pylori, reduziu a incidência destas úlceras Porém, o uso de AINE mantém-se como fator de risco independente para úlceras, sendo o grande vilão, juntamente com o tabagismo Úlcera Péptica AINE inibe a síntese de prostaglandinas, afetando a quantidade de ácido gástrico produzido, a integridade da barreira mucosa, a taxa de fluxo mucoso e a quantidade de bicarbonato. A pepsina também desempenha papel fundamental na patogênese, pois o ácido associado a ele é muito mais ulcerogênico do que isolado. O AAS também vem se destacando como fator de risco para doença péptica e problemas gastrointestinais, mesmo em doses baixas. Doses entre 75 a 300mg/dia aumentam 2 a 3 vezes o risco de sangramento gastrointestinal. Úlcera Péptica Anatomia Doença ulcerosa péptica Úlcera gástrica Úlcera duodenal Obesidade mórbida Síndromes pós cirurgias gástricas Câncer Gástrico Síndromes Gástricas Úlceras agudas ficam confinadas à mucosa e à submucosa, Úlceras crônicas invadem a musculatura da parede. Podem ser classificadas conforme a localização = Classificação de Johnson Classificação de Sakita refere-se a classificação endoscópica da lesão. Úlcera Gástrica Classificação de Johnson Tipo 1 (60 -70%) na curvatura menor, próxima à junção da mucosa oxíntica com a antral Tipo 2 (15%) mesma localização que a tipo I, porém associadas a lesão ulcerosa duodenal ativa ou crônica Tipo 3 (20%) até 2cm do piloro Tipo 4 (raro) parte proximal do estômago ou na cárdia. Úlcera Gástrica Classificação Sakita: A = úlcera ativa, sendo arredondada/ovalada com fundo de fibrina espessa A1: margem edemaciada A2: desaparecimento do edema marginal e formação de anel eritematoso H: em cicatrização, onde diminui a base, áreas reepitelizadas e circundadas por tecido cicatricial e convergência de pregas H1: convergência de pregas com depósito central delgado de fibrina H2: diminuição do depósito de fibrina pela base, tornando-se uma película fina; predomínio de área cicatricial S: cicatriz S1: cicatriz vermelha, área deprimida com convergência de pregas, sem fibrina S2: cicatriz branca, com linha ou áreas esbranquiçadas sem hiperemia Úlcera Gástrica Classificação Sakita: Úlcera Gástrica A doença resulta do desequilíbrio entre: Agente agressor ácido luminar agentes irritante Agentes de defesa da mucosa, somados a uma alteração da cicatrização da mesma. Úlcera Gástrica Úlcera Gástrica DIAGNÓSTICO O quadro clínico caracteriza-se por epigastralgia pior geralmente após 30min da refeição podendo apresentar perda de peso, pois o paciente deixa de comer devido a dor. Exames de imagem contrastados são bastante limitados, sendo a EDA o exame de maior acurácia para o diagnóstico auxiliando na pesquisa de H. pylori através de biópsia da mucosa gástrica ou pelo teste de urease biópsia para diagnóstico diferencial de úlcera benigna de neoplásica. Úlcera Gástrica DIAGNÓSTICO As úlceras benignas geralmente tem as bordas macias, regulares e arredondadas, com base plana, recoberta por exsudato. Sinais que sugerem malignidade: massa ulcerada protruindo no lúmen pregas ao redor da úlcera nodulares, com parada abrupta antes da margem margens irregulares ou espessadas Úlcera Gástrica DIAGNÓSTICO O seguimento endoscópico é necessário, pois ausência de sintomas não é sinal de benignidade Indicado nova EDA com 2 a 3 meses. Úlcera Gástrica TRATAMENTO A maioria dos pacientes responde ao tratamento clínico, sendo necessária a suspensão dos agentes agressores e utilização de medicamentos que evitem a hipersecreção ácida, como: Antiácidos: hidróxido de alumínio e de magnésio, que neutralizam o ácido clorídrico Antagonistas dos receptores H2 de histamina: cimetidina, famotidina, que bloqueiam a secreção ácida, obstruindo os receptores de histamina. Bloqueadores de bomba de prótons: omeprazol, pantoprazol, lansoprazol, que se ligam no sistema H/K-atpase (as bombas de prótons), inibindo a secreção de hidrogênio para a luz do estômago. Sucralfato: dissocia-se com o ácido do estômago, ligando-se a proteína da parede gástrica onde há úlcera, formando uma camada protetora, que impede a ação erosiva da pepsina Úlcera Gástrica TRATAMENTO Em caso de confirmação de H. pylori, o tratamento com antibiótico se faz necessário, 1ª escolha: IBP 2x/dia, amoxicilina 1g 2x/dia, claritromicina 500mg 2x/dia por 7 ou 14 dias. Outra opção, para pacientes que não respondem ao tratamento: substituir claritromicina por levofloxacina 500mg 1x/dia por 14 dias para alérgicos, substituir amoxacilina por tetraciclina 500mg 4x/dia e furazolidona 200mg 3x/dia. Decorrido dias de tratamento, pode-se manter uso de IBP em casos de úlceras complicadas ou >2cm por mais 4 semanas, para cicatrização das mesmas. Úlcera Gástrica TRATAMENTO CIRÚRGICO Reservado para complicações e urgências, como hemorragia, perfuração e obstrução. Casos refratários ao tratamento clínico: antrectomia ou hemigastrectomia, sempre retirando a úlcera. A vagotomia só será necessária se paciente apresentar úlcera pré-pilórica ou duodenal. Úlcera Gástrica TRATAMENTO CIRÚRGICO Úlcera tipo 1: gastrectomia distal, com reconstrução à Billroth I ou II (remove úlcera e antro) Úlcera tipo 2 e 3: antrectomia e vagotomia Úlcera tipo 4: se a integridade do esôfago distal pode ser mantida, ressecção gástrica subtotal é considerada a melhor terapia; quando grande parte do estômago precisa ser removida, a reconstrução deve ser realizada com anastomose em Y de Roux. Úlcera Gástrica Anatomia Doença ulcerosa péptica Úlcera gástrica Úlcera duodenal Obesidade mórbida Síndromes pós cirurgias gástricas Câncer Gástrico Síndromes Gástricas Tipo mais comum de úlceras pépticas Mais de 90% dos casos associada ao H. pylori. A dor da úlcera duodenal ocorre quando o ácido gástrico é liberado na ausência de um tampão alimentar 2 a 5h após a refeição, também relacionado ao ciclo circadiano, entre 23 e 2h, onde a secreção ácida é máxima. Úlcera Duodenal DIAGNÓSTICO Realizado por meio de EDA Nem sempre indicando biópsia, exceto em casos de úlceras refratárias ou sugestivas de malignidade Sempre realizar pesquisa de H. pylori Se negativo, pesquisar associação com AINE, Crhon, linfoma, câncer de pâncreas ou gastrinoma (Síndrome de Zolliger-Ellison). Úlcera Duodenal TRATAMENTO O tratamento clínico é o mesmo da úlcera gástrica Indicação de cirurgia em casos de urgências, intratabilidade clínica e obstrução duodenal É mandatório a realização de vagotomia. Úlcera Duodenal TRATAMENTO CIRÚRGICO O princípio cirúrgico é associar um procedimento que reduza a secreção ácida Vagotomia Gastrectomia com o maior número de células produtoras de ácido Em caso de vagotomia, é necessário realizar um procedimento de drenagem, para evitar estase gástrica gastroenteroanastomose(BI, BII ou Y ou Roux) piloroplastia. Úlcera Duodenal TRATAMENTO CIRÚRGICO Billroth I: preserva a continuidade duodenal e jejunal, anastomosando o estômago remanescente ao coto duodenal em uma anastomose terminoterminal Billroth II: anastomose do estômago remanescente ao jejuno proximal em uma anastomose terminolateral Y de Roux: desvia a drenagem biliar para longe do estômago renascente, anastomosando este a uma alça isoperistáltica de jejuno, enquanto o jejuno proximal é anastomosado a uma alça distal de forma terminolateral. Úlcera Duodenal TRATAMENTO CIRÚRGICO Úlcera Duodenal TRATAMENTO CIRÚRGICO Vagotomia troncular ou seletiva + piloroplastia: secção adjacente a porção abdominal do esôfago, acima dos ramos celíacos e hepáticos. Necessária realização de colecistectomia por secção do ramo hepático. Vagotomia superseletiva (vagotomia de células parietais ou gástrica proximal): preserva a inervação pilórica, dissecando os nervos de Latarjet da pequena curvatura do estômago, 7cm do piloro até 5cm da JEG. Vagotomia troncular + antrectomia: técnica mais efetiva, porém mais mórbida Úlcera Duodenal ÚLCERAS ATÍPICAS Úlceras gigantes: >2cm, geralmente na parede posterior. Pode complicar com sangramento, obstrução pilórica. Tratamento com IBP por 12 semanas Úlcera do canal pilórico: dor logo após alimentação, pouco alívio com antiácidos Úlcera pós bulbar: na 2ª porção do duodeno ou no jejuno proximal são úlceras características de gastrinoma e estado hipersecretivo Úlceras múltiplas: sempre considerar gastrinomas, não esquecendo associação com AINE Úlcera Péptica COMPLICAÇÕES Perfuração: causa mais comum de abdome perfurativo, Fatores de risco: AINE, idosos, imunossuprimidos, grandes queimados, falência de múltiplos órgãos. Dor repentina, evoluindo com abdome em tábua. Diagnóstico com pneumoperitôneo, indicando procedimento cirúrgico ulcerorrafia + omentectomia em casos de úlceras duodenais vagotomia troncular + piloroplastia se paciente estável Em casos de úlcera gástrica, necessária biópsia para descartar malignidade sutura primária ou antrectomia, dependendo das condições clínicas do paciente. Pacientes estáveis, sem peritonite difusa, tende-se optar por antrectomia. Úlcera Péptica COMPLICAÇÕES Obstrução: menos comum, presente principalmente em casos de úlcera pré-pilórica crônica, podendo melhorar com redução do edema. Paciente apresenta vômitos não biliares, perda de peso, saciedade precoce. Exame contrastado é importante. EDA pode não conseguir progredir para duodeno, importante para biópsia e tentativa de passagem de SNE. Alguns casos não involuem, necessitando procedimento cirúrgico para desobstruir o trânsito gástrico, bem como ressecando a lesão ulcerosa. Opta-se por antrectomia/gastrectomia distal associado a vagotomia para evitar recorrência Úlcera Péptica COMPLICAÇÕES Sangramento: 4x mais comum que a perfuração, ocorrendo em 20% dos pacientes com úlcera duodenal. O AINE é o principal fator de risco, porém também é importante ressaltar a presença de H pylori, uso de corticoesteróide e pacientes em UTI. Apresenta hematêmese ou melena, podendo causar repercussões hemodinâmicas. O tratamento inicial visa estabilização do paciente, associado a IBP endovenoso em dose de ataque (80mg), seguido por infusão contínua de 8mg/h . EDA, além de papel diagnóstico, tem importância terapêutica, realizando escleroterapia, coagulação da artéria ou clipagem do vaso sangrante. Úlcera Péptica COMPLICAÇÕES Sangramento: A cirurgia será indicada se falha no controle endoscópico necessidade de transfusão de mais de 4U concentrado de hemácias/24h ou hemorragia persistente após 48h Na úlcera gástrica a opção é antrectomia, excisão da úlcera com vagotomia sutura da úlcera em paciente instável. Em caso de úlcera duodenal controle do vaso sangrante, ligadura da artéria gastroduodenal (superior e inferior), com controle do ramo pancreático transverso bem como duodenotomia com sutura e posterior vagotomia troncular com piloroplastia. Úlcera Péptica Anatomia Doença ulcerosa péptica Úlcera gástrica Úlcera duodenal Obesidade mórbida Síndromes pós cirurgias gástricas Câncer Gástrico Síndromes Gástricas A prevalência da obesidade vem aumentando de modo significativo nas últimas décadas a incidência infantojuvenil cresceu 240% nos últimos 20 anos. São considerados obesos aqueles pacientes com 45Kg acima do seu peso ideal ou com IMC >40kg/m². O tratamento cirúrgico deve ser considerado devido a redução da expectativa de vida destes pacientes, associada a doenças relacionadas ao excesso de peso, bem como altos índices de reganho de peso frente a terapêutica conservadora, onde 90% dos pacientes apresentam recidiva em até 5 anos. Obesidade A cirurgia bariátrica apresenta melhoras objetivas das comorbidades, como HAS, DM, úlceras de MMII, insuficiência respiratória, Além do benefício na qualidade de vida, autoestima, relacionamento interpessoal Obesidade Em 1999, o Ministério da Saúde do Brasil reconheceu a gastroplastia como um dos procedimentos com cobertura pelo SUS Critérios: portadores de obesidade de grandes proporções, com duração superior a 2 anos, IMC >40Kg/m² e resistente ao tratamento conservador; obesos com IMC >35Kg/m² portadores de doenças sistêmicas associadas, como DM, HAS, artropatias, apnéia do sono, hérnia de disco, tendo sua condição clínica piorada com a obesidade. Obesidade As contraindicações da cirurgia tornam-se cada vez mais relativas do que absolutas Considerar: Risco anestésico ASA IV, Hipertensão portal com varizes esofágicas Limitação intelectual sem suporte familiar Transtorno psiquiátrico atual não controlado Abuso de álcool ou drogas ilícitas. Obesidade A decisão cirúrgica deve ser multidisciplinar, envolvendo nutricionista, psicólogo, endocrinologista e cirurgião. Obesidade TÉCNICAS OPERATÓRIAS: O tratamento cirúrgico visa à perda e controle de peso duradouros, melhorando as comorbidades, aumentando a qualidade e expectativa de vida Obesidade TÉCNICAS OPERATÓRIAS: Técnicas restritivas: Auge na década de 1980 com a cirurgia de Mason, posteriormente abandonada. Hoje em dia, a principal técnica restritiva é a gastrectomia vertical. A perda de peso se dá pela restrição alimentar, reduzindo o volume da câmara gástrica, levando a saciedade precoce e redução da ingesta calórica. Obesidade TÉCNICAS OPERATÓRIAS: Técnicas restritivas: Gastroplastia vertical com bandagem (cirurgia de Mason): septação gástrica em uma bolsa proximal superior, rente à pequena curvatura grampeamento circular, seguido de um grampeamento linear, formando uma câmara proximal com 5cm de comprimento e 1,5cm de diâmetro, a qual fica envolvida por uma banda inelástica. Obesidade TÉCNICAS OPERATÓRIAS: Técnicas restritivas: Balão intragástrico: os balões foram amplamente utilizados na década de 1990 e visam ocupar parcialmente o estômago, causando sensação de saciedade precoce, reduzindo o volume ingerido. A principal complicação desta técnica é a obstrução do piloro ou intestinal por migração do balão. Método não cirúrgico, reversível, realizado por endoscopia. O balão pode permanecer por 6 a 8 meses, tendo bons resultados se associados a medidas nutricionais e atividade física. Obesidade TÉCNICAS OPERATÓRIAS: Técnicas restritivas: Banda gástrica: prótese de silicone colocada ao redor do estômago, inflável por punção transcutânea permite calibração do orifício de esvaziamento da câmara gástrica proximal para a distal Essa banda é fixada no estômago por meio de pontos gastrogástricos entre as partes proximal e distal da prótese É um método reversível, porém tem resultado a longo prazo questionável. Obesidade TÉCNICAS OPERATÓRIAS: Técnicas restritivas: Gastrectomia vertical: também conhecida como sleeve, “em manga” ou gastrectomia longitudinal, o estômago torna-se um tubo comcerca de 1cm de largura, estendendo-se da cárdia até a incisura angular, restringindo a câmara gástrica a um volume entre 50 a 200mL. Esta técnica retira o fundo gástrico, interferindo na secreção de grelina, implicando diretamente na sensação de fome e saciedade. A vantagem desta técnica é que não exclui o duodeno do trânsito intestinal, não interferindo na absorção de ferro, cálcio, zinco e vitaminas do complexo B Permite avaliação de vias biliares e pancreáticas por método endoscópico. Obesidade TÉCNICAS OPERATÓRIAS: Técnicas dissabsortivas: as cirurgias exclusivamente dissabsortivas, como derivações intestinais, não são recomendadas para o tratamento de obesidade, pois as complicação são inevitáveis. Técnicas mistas: São as cirurgias mais realizadas para tratamento de obesidade mórbida, onde há associação de componente restritivo com dissabsortivo, objetivando perda ponderal prolongada com poucos efeitos colaterais. Obesidade TÉCNICAS OPERATÓRIAS: Técnicas mistas: Derivações gastrojejunais: associa limitação mecânica de um reservatório gástrico mínimo, com ou sem anel, com a limitação funcional tipo dumping, causada pela gastrojejunoanastomose. São considerados padrão-ouro para tratamento de obesidade, tendo o fator restritivo o mais importante. Obesidade TÉCNICAS OPERATÓRIAS: Técnicas mistas: Derivações gastrojejunais: conhecida como Bypass gástrica, Gastroplastia com derivação intestinal em Y de Roux ou gastroplastia Fobi-Capella, envolve uma sequência de grampeamentos gástricos, junto à pequena curvatura, moldando um estômago proximal com uma sonda de Fouchet em torno de 10cm de comprimento. A parte distal deste, o duodeno e os primeiros 50cm de jejuno ficam excluídos do trânsito alimentar. A alça distal da enterotomia realizada a 50cm do Treitz é passada ao andar superior, para anastomosar com o estômago por via transmesocólica, realizando gastroenteroanastomose terminolateral. A anastomose jejunojejunal é realizada a 100cm da gastroenteroanastomose. Alguns serviços optam pela drenagem, bem como gastrostomia. Recomenda-se sobressutura da linha de grampos a fim de evitar sangramento das mesmas. Obesidade TÉCNICAS OPERATÓRIAS: Técnicas mistas: Derivações biliopancreáticas (cirurgia de Scopinaro): a principal causa da perda de peso é o fator dissabsortivo, secundário a derivação gastroileal, sendo o fator restritivo envolvido por alguma forma de gastrectomia. Sendo assim, são cirurgias com gastrectomias parciais com gastroileoanastomose em Y de Roux. Este tipo de técnica apresenta diversas complicações nutricionais. A cirurgia descrita por Nicola Scopinaro em 1979 envolve gastrectomia horizontal anastomose deste coto aos 250cm do íleo terminal (canal alimentar) Anastomose da porção proximal do intestino (canal biliar) ao íleo, 50cm acima da válvula ileocecal (canal comum). Rotineiramente se realiza a colecistectomia. Obesidade TÉCNICAS OPERATÓRIAS: Técnicas mistas: Troca duodenal ou duodenal switch: a gastrectomia vertical com preservação do piloro e bulbo duodenal, seccionando duodeno em sua primeira porção, anastomose duodenoileal terminoterminal a 250cm da válvula ileocecal anastomose ileoileal a 100cm acima da vávula ileocecal. Obesidade TÉCNICAS OPERATÓRIAS: Obesidade COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS Didaticamente podem ser divididas em: Precoces ocorrem no primeiro mês da cirurgia Tardias. São mais frequentes nas cirurgias mistas, do que nas puramente restritivas. As principais causas de óbito precoce são TVP com TEP e fístulas. Obesidade COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS Precoces: Clínicas cardiopulmonares, como: TEP, TVP, IAM, arritmias Relacionadas ao procedimento cirúrgico: Sangramento obstrução intestinal deiscência de anastomose Infecções deiscência de parede ou hérnias entre outros. Obesidade COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS Precoces: Sangramento pode ocorrer tanto relacionado a ligadura de vasos, como sangramento intraluminal Ambos podem ser tratados de forma clínica Novo procedimento cirúrgico se insucesso no tratamento conservador ou piora hemodinâmica. Obesidade COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS Precoces: Obstrução intestinal neste período geralmente tem conduta cirúrgica aderências ou hérnias internas habitualmente exigindo gastrostomia descompressiva. Obesidade COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS Precoces: Deiscências de anastomose e linhas de sutura, também conhecidas como fístulas Geralmente ocorrem na primeira semana após o procedimento O primeiro sinal que o paciente pode apresentar é taquicardia e taquipnéia. Febre e peritonite geralmente são sintomas mais tardios. Paciente estável, com fístula orientada, baixo débito, com cobertura antibiótica e NPT pode ser tratado de forma conservadora Em casos de piora, novo procedimento cirúrgico é indicado. Obesidade COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS Tardias: complicações nutricionais, psiquiátricas ou abdominais. As principais complicações abdominais observadas em pacientes pós-bariátricos envolvem Hérnias abdominais Hérnias internas (hérnia de Petersen, que ocorre no espaço criado entre o mesocolon transverso e o jejuno), que podem causar obstrução intestinal, impactação alimentar (bezoar), ulcerações por banda ou anel gástricos estenose de anastomoses. Devido ao fato da existência de um estômago excluso, não acessível por via endoscópica, muitos profissionais preocupam-se com lesões gástricas futuras. Obesidade Anatomia Doença ulcerosa péptica Úlcera gástrica Úlcera duodenal Obesidade mórbida Síndromes pós cirurgias gástricas Câncer Gástrico Síndromes Gástricas Cirurgias gástricas acarretam em alterações no processo digestivo muito importantes, podendo interferir na qualidade de vida dos pacientes. Estas repercussões dependem do tamanho da ressecção, lesões de cárdia ou JEG devem ser tratados com gastrectomia total, ressecções parciais são realizadas para lesões em corpo, fundo e antro. O diagnóstico precoce destas lesões também ajuda na decisão cirúrgica, sendo que algumas lesões podem ser tratadas de forma endoscópica. Síndromes pós cirurgias gástricas Outro fator importante relaciona-se a técnica da vagotomia, Vagotomia troncular envolve os 2 ramos vagais, Vagotomia seletiva resseca apenas 1 dos ramos, Vagotomia supersseletiva acontece somente nos ramos proximais. Dependendo da opção, há denervação da região antropilórica, comprometendo o esvaziamento gástrico. Síndromes pós cirurgias gástricas O tipo de reconstrução intestinal também pode impactar na forma de absorção deste paciente. Os principais métodos adotados são Gastroduodenoanastomose Billroth I Gastroduodenoanastomose Billroth II Gastro ou esofagojejunoanastomose associada a jejunojejunoanastomose em Y de Roux. Síndromes pós cirurgias gástricas A derivação em BI mantém o trânsito pelo duodeno, sendo mais fisiológica. A BII tem o inconveniente de passagem de conteúdo hepatobiliopancreático pelo estômago, gastrite alcalina, metaplasia intestinal, elevando os índices de neoplasia gástrica, intussusepção jejunojejunal quadro de dor forte, vômitos biliosos seguidos de hematemese e massa palpável em região epigástrica considerar esta técnica em casos mais urgentes, em que inviabiliza a reconstrução em Y de Roux. Y de Roux é a técnica de eleição, apesar de exigir 2 anastomoses, pois a alça biliar não entra em contato com o estômago. Síndromes pós cirurgias gástricas As complicações pós operatórias podem ser: Precoces, nas primeiras semanas: Deiscências Fístulas úlceras recidivadas ou de boca anastomótica gastroparesia Tardias: Síndrome de dumping, gastrite alcalina, Síndromes de alça aferente e eferente distúrbios nutricionais. Síndromes pós cirurgias gástricas As complicações pós operatórias podem ser: Precoces Deiscência e fístulas: 1 a 5% das gastrectomias com reconstrução em BII ou Y de Roux podem apresentar ruptura da sutura de coto duodenal, 10%de mortalidade. Os sintomas podem começar entre o terceiro e sétimo dia, apresentando dor abdominal, leucocitose, febre e hiperamilasemia. A conduta pode ser expectante, se a fístula for bem orientada através de um dreno e o paciente manter-se estável, caso contrário, deve-se optar por reabordagem cirúrgica para drenagem do coto duodenal. Em caso de fístulas de gastroentero ou enteroenteroanastomose, geralmente a abordagem é cirúrgica para reconfecção da anastomose, drenagem e decisão de via alimentar. Síndromes pós cirurgias gástricas As complicações pós operatórias podem ser: Precoces Úlceras recidivadas: podem apresentar sangramento, geralmente se foi optado por procedimento mais conservador na primeira abordagem, como ulcerorrafia, Necessária nova abordagem para gastrectomia com vagotomia, porém geralmente são pacientes já debilitados, em estado grave, onde seria melhor recomendado abordagem endoscópica para retirar da situação de emergência. As úlceras recidivadas também podem se apresentar em forma de úlcera recorrente, seja ela em boca anastomótica ou pós-vagotomia gástrica proximal. Geralmente as úlceras em anastomose são decorrentes de uma técnica inadequada, geralmente necessitando nova abordagem cirúrgica. As úlceras pós vagotomia geralmente são mais benignas, respondendo bem ao tratamento clínico. Síndromes pós cirurgias gástricas As complicações pós operatórias podem ser: Precoces Gastroparesia: muito comum em pacientes submetidos a vagotomia, pois há comprometimento do relaxamento receptivo, ocorrendo principalmente em vagotomia troncular e seletiva. Como a drenagem gástrica, seja por piloroplastia ou gastroenteroanastomose, vem associada a técnicas de vagotomias amplas, geralmente não há obstrução mecânica Podendo optar por tratamento conservador, sendo orientado fracionamento das alimentações, optando por alimentos mais líquidos e pastosos, e agentes pró-cinéticos Se paciente não responder ao tratamento clínico dentro de pelo menos 1 mês, será necessária nova abordagem cirúrgica. Síndromes pós cirurgias gástricas As complicações pós operatórias podem ser: Tardias: Síndrome de dumping: é a síndrome do esvaziamento gástrico acelerado, passando alimento rapidamente para duodeno ou jejuno, ocasionando sintomas precoces (10 a 30min após as refeições) ou tardios (1,5 a 3h após). A manifestação ocorre por sintomas vasomotores e gastrointestinais. Ocorre em menos de 1% de pacientes submetidos à vagotomia gástrica proximal, Mais de 50% em gastrectomia parcial. Síndromes pós cirurgias gástricas As complicações pós operatórias podem ser: Tardias: Síndrome de dumping: Dumping precoce: mais comum após gastrectomia parcial com reconstrução em BII e cirurgias bariátricas, devido ausência da fase antropilórica da digestão, chega ao duodeno o alimento em estado hiperosmolar, causando desvio do líquido extracelular para a luz do intestino Ocorre distensão e consequente resposta autonômica e gastrintestinal. Paciente apresenta plenitude gástrica, náuseas, vômitos, eructações, cólicas abdominais e diarreia explosiva, bem como fraqueza, tontura, desmaios, palidez, visão turva, rubor, taquicardia e palpitação. O diagnóstico é clínico, mas pode-se solicitar seriografia gastrintestinal. O tratamento será baseado em medidas clínicas como fracionamento das refeições, evitar ingesta de carbiodratos, antiespasmóticos. Apenas 1% não melhora com tratamento clínico, necessitando de reabordagem, onde pode-se converter para Y de Roux ou interpor uma alça jejunal anisoperistáltica entre o coto gástrico e o duodeno. Síndromes pós cirurgias gástricas As complicações pós operatórias podem ser: Tardias: Síndrome de dumping: Dumping tardio: mais raro que o precoce, também chamado de hipoglicemia reativa, ocorrendo em menos de 2% dos casos sintomas relacionados a hiperinsulinemia. O defeito também é o esvaziamento gástrico acelerado, porém resulta da liberação de insulina após contato e rápida absorção dos carboidratos no duodeno Sintomas cerca de 1,5h após a refeição, pois a hipoglicemia ativa a adrenal, que irá liberar catecolaminas, levando aos sintomas vasomotores, iguais do dumping precoce, porém tanto o tempo, quanto a falta de sintomas gastrintestinais facilitam a diferenciação entre as duas síndromes Síndromes pós cirurgias gástricas As complicações pós operatórias podem ser: Tardias: Gastrite alcalina: ao quebrar a barreira pilórica, por meio de piloroplastia, gastrectomia ou gastroeneteroanastomose, o líquido alcalino biliopancreático pode chegar no estômago de forma excessiva percebida em derivação BI, mas principalmente na BII. Paciente apresenta dor epigástrica e vômitos biliosos, que não aliviam a dor. Pode desenvolver câncer do tipo intestinal (de Lauren) por meio de processos crônicos sucessivos de gastrite, metaplasia intesitnal e displasia. O diagnóstico pode ser realizado via clínica, associado a EDA. O tratamento utiliza pró-cinéticos, quelantes de sais biliares, como colestiramina e antiácidos com alumínio. Casos em que não há resposta ao tratamento clínico, indicada conversão para Y de Roux; ou Cirurgia Henley-Soupault para tratar anemia Síndromes pós cirurgias gástricas As complicações pós operatórias podem ser: Tardias: Síndrome da alça aferente: secundária a obstrução da alça aferente, na anastomose com o estômago, após reconstrução BII. Mais comumente observadas em alças mais longas, pois pode haver acotovelamento, volvo da alça ou hérnia interna, além de estenose da anastomose, aderências, intussuscepção jejunogástrica. Paciente apresenta dor abdominal após as refeições, aliviando com vômitos biliosos em jato. Diagnóstico pode ser feito por radiografia contrastada ou tomografia. O tratamento frequentemente é cirúrgico, convertendo BII em Y de Roux. Síndromes pós cirurgias gástricas As complicações pós operatórias podem ser: Tardias: Síndrome da alça eferente: menos comum que a alça aferente, geralmente ocorre por complicações em uma anastomose gastrojejunal à BII vômitos pós-prandiais com conteúdo alimentar, precedidos de náuseas e distensão abdominal. Ocorre por mau esvaziamento gástrico, decorrente do estreitamento da anastomose. Na fase aguda pode ser confundido com a gastroparesia. O tratamento é clínico com uso de pró-cinéticos, mudança alimentar, Se houver obstrução mecânica comprovada ou falha no tratamento clínico, pode ser necessária nova cirurgia para gastrectomia e nova anastomose gastrojejunal, preferindo Y de Roux. Síndromes pós cirurgias gástricas Anatomia Doença ulcerosa péptica Úlcera gástrica Úlcera duodenal Obesidade mórbida Síndromes pós cirurgias gástricas Câncer Gástrico Síndromes Gástricas 94% é adenocarcinoma Outros: linfoma, GIST, leiomiossarcoma, teratoma maligno 2ª principal causa de morte por câncer Mais comum em homens, entre 50 e 70 anos Câncer Gástrico Fatores de riscos ambientais e genéticos Ambientais: tabagismo, H pylori, sal em excesso na dieta Genéticos: tipo sanguíneo A, parentes de 1º grau com câncer gástrico, polipose adenomatose familiar, relação com inativação do p53, perda do alelo do gene APC (ausente na Polipose Colônica), mutação da E-caderina Pode existir relação com gastrite crônica (associada H pylori) gastrite atrófica metaplasia intestinal displasia adenocarcinoma Câncer Gástrico Pólipos Hiperplásicos: comuns, geralmente em resposta a processo inflamatório, baixo risco de transformação maligna Adenomatosos: maior risco de transformação maligna, relacionados a gastrite crônica com metaplasia intestinal Hamartomatosos: raramente transformam-se em câncer Inflamatórios: sem potencial maligno Heterotópicos: raramente transformam-se em câncer de glândulas fúndicas: não tem potencial maligno se associados a IBP, mas podem malignizar se associados às síndromes polipóides. Câncer Gástrico Clínica: 50% dos pacientes é diagnosticado ainda com doença locorregional, metade destespoderão realizar cirurgia potencialmente curativa Precocemente não apresentam sintomas, podendo ser confundido com gastrite. Sintomas mais comuns: perda de peso e dor abdominal mais tardiamente pode apresentar anorexia, vômitos e fadiga Tumores próximos a JEG: disfagia Tumores mais distais: vômitos com restos alimentares, por obstrução digestiva alta. Raramente apresentam-se com sangramento ativo, mas podem apresentar sangue oculto e anemia ferropriva. Câncer Gástrico Clínica: Sítios mais comuns de metástases: fígado, peritônio, linfonodos supraclaviculares = Virchow periumbilicais = irmã Maria José axilar esquerdo = de Irish; Metástases peritoneais palpáveis ao toque retal – prateleira de Blummer ou massa ovariana – tumor de Krukenberg Sítios menos comuns: ovário, SNC, osso, pulmão e partes moles Câncer Gástrico Classificações Macroscópica, endoscópica de Borrmann De acordo com aspecto da lesão Câncer Gástrico Classificações Histológica de Lauren: intestinal ou difuso Intestinal: padrão glandular. Bem diferenciado, tendo bom prognóstico. Mais comum no antro e pequena curvatura Difuso: inicia do epitélio normal, sem metaplasia, Célula “em anel de sinete”. Tumor produtor de mucina, acomete indivíduos mais jovens Mais agressivo Câncer Gástrico Classificações Histológica da Sociedade Japonese tipo comum: adenocarcinoma papilar; tubular; mucinoso; de células “em anel de sinete” tipo específico: carcinoma adenoescamoso; de células escamosas; tumor carcinóide; miscelânea Câncer Gástrico Classificações Câncer gástrico precoce (histológico): não ultrapassa a submucosa 95% podem ser curados se diagnóstico precoce Classificação de Paris conforme aspecto macroscópico lesões tipo 0-I polipóides Pediculada Séssil lesões 0-II não são polipóides a. Levemente aumentada b. Plana c. Levemente deprimida lesões 0-III são escavadas Câncer Gástrico Câncer Gástrico Classificação de Paris a. Lesão 0-I b. Lesão 0-IIa c. Lesão 0-IIb d. Lesão 0-IIc e. Lesão 0-IIa + IIc f. Lesão 0-IIc + III DIAGNÓSTICO EDA é o método de escolha Localização Aspecto Estadiamento Câncer Gástrico ESTADIAMENTO US para detectar lesões hepáticas, porém não avalia invasão locorregional TC avalia metástases hepáticas, linfonodais TC tórax para avaliar parte torácica EDA para o estadiamento locorregional Pet-Scan Não há marcador tumoral especifico, mas pode solicitar CA 19-9, CEA, CA 72-4 Câncer Gástrico ESTADIAMENTO Linfonodos regionais: para lesão na grande curvatura: linfonodos da grande curvatura, grande omento, gastroduodenais, gastroepiplóicos, pré-pilóricos antrais e pancreatoduodenais para lesão na pequena curvatura: linfonodos da pequena curvatura, omento menor, gástrico esquerdo, cardioesofágico, hepático comum, celíacos e hepaduodenais metástases: retropancreático, portal, mesentérico e paraórtico ESTADIAMENTO Mesmo com exames, o estadiamento abdominal final só é feito no intraoperatório Critérios de irressecabilidade: invasão de estruturas vasculares, metástase a distância. TNM Câncer Gástrico Câncer Gástrico TRATAMENTO A cirurgia padrão, para caráter curativo, é a gastrectomia com linfadenectomia em D2 Linfonodos perigástricos + ao longo das artérias hepática, gástrica esquerda, celíaca e esplênica, bem como do hilo esplênico A ressecção pode ser total ou subtotal (retirada de 4/5 do estômago, restando apenas 1 ou 2 vasos curtos), dependendo da localização da lesão A reconstrução preferível é em Y de Roux Margem cirúrgica deve ser de: 2cm para câncer precoce 5cm no avançado bem diferenciado 8cm no indiferenciado Câncer Gástrico TRATAMENTO Tumores restritos a mucosa, bem diferenciados, sem ulceração e <2cm podem ser submetidos a mucosectomia Pólipos adenomatosos devem ser ressecados Pólipos podem ser ressecados via endoscopia (polipectomia) ou realizado biópsia. Adenomatosos ou displásicos encaminhar para cirurgia Câncer Gástrico TRATAMENTO A quimioterapia pode ser neo ou adjuvante. A radioterapia é pouco empregada, devido morbidade, sendo utilizada de maneira paliativa, nos casos de dor e sangramento. Câncer Gástrico ACOMPANHAMENTO PÓS-OPERATÓRIO Exame físico a cada 3 a 6 meses por 1 a 3 anos; depois a cada 6 meses por 4 a 5 anos; após, anualmente TC a cada 3 a 6 meses por, pelo menos, 2 anos e após, de acordo com indicação clínica EDA se subtotal a cada 6 a 12 meses nos primeiros 2 anos Monitorar deficiência de vitamina B12 Se polipectomia, repetir EDA em 1 ano. Se negativo, repetir em 3 a 5 anos Câncer Gástrico Tumor estromal gastrintestinal, sendo a neoplasia mesenquimal mais comum. Origina-se das células de Cajal, responsáveis pela motilidade intestinal, que expressam o receptor kit. Manifestam-se com nódulos entre a camada submucosa e a muscular própria Alta incidência em pacientes com neurofibromatose tipo 1 Metástase para fígado e peritônio, raramente para linfonodos e pulmão. Antigamente tratado como benigno, porém, hoje sabe-se que todos têm potencial maligno, mesmo os menos de 2cm. GIST CLÍNICA E DIAGNÓSTICO Metade são assintomáticos, podendo apresentar-se como obstrução dependendo da região, como cárdia ou piloro. Geralmente são achados ocasionais em EDA, como massa subepitelial, sendo a mesma difícil de biopsiar. TC de abdome é o exame de escolha Ultrassom endoscópico não ajuda no diagnóstico histológico, pois não é recomendado sua punção aspirativa, por ser muito vascularizado, aumentando também a chance de implante tumoral GIST TRATAMENTO A ressecção cirúrgica é o padrão-ouro, pois possibilita a cura. Todos os GISTs >= 2cm devem ser ressecados os menores devem ser ressecados se, no US endoscópico, apresentarem bordas irregulares, espaços císticos, ulceração, focos ecogênicos ou heterogenicidade. Lesão diferente destas, indica-se acompanhamento endoscópico A resseção completa deve garantir margem 1 a 2cm Se há invasão de órgãos adjacentes, a cirurgia deve ser radical, com ressecção em monobloco Não é necessária a linfadenectomia, pois não há disseminação linfática GIST TRATAMENTO Durante procedimento, avaliar fígado, fundo de saco de Douglas, epíplon e cúpulas diafragmáticas. Tomar cuidado para a lesão não romper durante o procedimento, evitando disseminação peritoneal. O prognóstico depende de 2 fatores: tamanho do tumor e número de mitoses por campo. A sobrevida em 5 anos, em geral, é de 66 meses, porém pode chegar a 54% ou perto de 100% se a ressecção foi completa macro e microscopicamente, com lesão <2cm Para seguimento pós-operatório, recomenda-se TC a cada 3 a 6 meses. A quimioterapia com imatinibe pode ser usada como neoadjuvância em tumores irressecáveis, como terapia única ou adjuvância após ressecção. GIST Anatomia Doença ulcerosa péptica Úlcera gástrica Úlcera duodenal Obesidade mórbida Síndromes pós cirurgias gástricas Câncer Gástrico Síndromes Gástricas Dúvidas? Obrigada! Caso clínico semana 3 Masculino, 49 anos, com queixa de epigastralgia recorrente, uso infrequente de medicamentos para dor (dipirona, omeprazol), porém refere que pouco adiantou, pois não consegue se alimentar, pois logo após a alimentação tem dores intensas. Nega comorbidades Pratica atividade física regular, é tabagista Sem histórico familiar de neoplasia Sem alterações em exame físico Caso clínico
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