Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FISIOPATOLOGIA E TERAPIA NUTRICIONAL NO HIPO E HIPERTIREOIDISMO → A tireóide produz: calcitonina, tireoglobulina, tireoperoxidase (enzima que participa da produção de t3 e t4) (TPO), triiodotironina (T3), tiroxina (T4). Regulação e ação da calcitonina → Quando tem baixa concentração de cálcio no sangue, a paratireóide produz PHT que ESTIMULA a liberação de cálcio pelo osso - aumenta a concentração de cálcio sérica → Quando tem alta concentração de cálcio no sangue, a tireóide produz calcitonina que INIBE a liberação de cálcio pelo osso Síntese de T3 e T4 → Ocorre a captação de iodeto* pela tireóide. * iodeto é a forma inorgânica do iodo, é ela que é absorvida pelo intestino. Ele vai ser captado por meio do transportador NIS → Síntese da tireoglobulina (Tg) - a Tg possui 4 resíduos de tirosina. → Oxidação do iodeto pela ação da TPO (incorpora o iodo a tirosina); ocorre a organificação (transformar em iodo orgânico); → Formação da MIT (monoiodotirosina - incorporação de um iodo ao resíduo de tirosina) e formação da DIT (di-iodotirosina - incorporação de 2 moléculas de iodo); → Formação de T3 (MIT + DIT) e T4 (DIT + DIT); TRANSPORTE → A tireóide produz mais T4, e só produz T3 quando precisa dele. → Menos de 1% do T4 se encontra na forma livre, e é nessa forma que ele é metabolicamente ativo. Como o T3 possui maior atividade biológica, então a maior parte do T4 livre vai ser convertido em T3. → Todos os tecidos do corpo humano apresentam receptores de T3 → Quando os hormônios chegam na corrente sanguínea, eles se ligam a algumas proteínas transportadoras plasmáticas como: TGB e TTR. CONVERSÃO → Como secreta mais T4, ela é responsável por gerar T3 através da ação de enzimas deiodinases. → DEIODINASES são selenoenzimas que removem uma molécula de iodo da T4 para formar T3; DIO1 e DIO2 geram T3 e rT3 (tem baixa atividade biológica) FUNÇÕES DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS → Regulam o peso e o metabolismo basal; → Regulam o metabolismo de LP, CHO e PTN; → Regulam o crescimento; → Função GI; → Frequência cardíaca e respiratória; DISTÚRBIOS TIREOIDIANOS → Deficiência ou excessos nutricionais; → Subconversão de T4 em T3; → Hipófise anterior; → Conversão aumentada de T3; → Condição autoimune; → Aumento das proteínas de ligação da tireoide. HIPERTIREOIDISMO → Aumento da síntese e liberação de hormônios tireoidianos; → Associado a hiperplasia da tireóide = doença de Graves; → Também pode ser causada por: doença autoimune, tumor hipofisário secretor de TSH, nódulos, ingestão excessiva de sódio. DOENÇA DE GRAVES = autoimune; tireóide aumentada (bócio) e hiperativa. - Fatores predisponentes: HF; estresse BÓCIO NA DOENÇA DE GRAVES Produção de imunoglobulinas estimuladoras da tireóide, assim, a glândula fica hiperestimulada no crescimento e na síntese excessiva de hormônios. Os altos níveis de T4 no sangue, inibem a produção liberação de TSH pela hipófise SINAIS E SINTOMAS → Exoftalmia (olhos esbugalhados); → Aumento do volume da tireóide e do pescoço; Hipersensibilidade ao calor; → Arritmia; → Ansiedade; Insônia; Irritabilidade; Nervosismo; → Aumento da motilidade intestinal; → Perda de peso pois aumenta o metabolismo; abortos repetitivos; → Perda da libido em homens. AVALIAÇÃO LABORATORIAL T4 ↑ e TSH ↓ = Hipertireoidismo T4 normal e TSH ↓ = Dosar T3 T3↓ = doença não tireoidiana (doença infecciosa/doença renal) T3 ↑ = bócio nodular tóxico TRATAMENTO → Iodo radioativo = as células da tireóide vão absorver o iodo radioativo e vão ser danificadas ou mortas; RESULTA EM HIPOTIREOIDISMO.ko → Tratamento cirúrgico = retirada total ou parcial da glândula; não é tão comum; RESULTA EM HIPOTIREOIDISMO. TERAPIA NUTRICIONAL → Prevenir ou tratar as complicações que acompanham o aumento da taxa metabólica basal (como tratar?) → Recuperar a massa corpórea; → Restabelecer depósitos de glicose; → Restabelecer o balanço energético positivo; → Repor fluidos (perdidos pela diarréia, sudorese e diurese); → Prevenir ou tratar os sintomas oriundos das interações medicamentosas. DIETA = hipercalórica (40kcal/kg); normolipídica; normoglicídica; PTN 1,2g - 1,5g; fibras 25g Atenção ao cálcio pois existe tendência a descalcificação óssea e as vit complexo B. pois são importantes para os processos metabólicos. CONDUTAS IMPORTANTES → Controlar a hiperfagia; → Garantir o suprimento de líquidos; → Acompanhar o peso; → Evitar alimentos muito condimentados pois aumentam o peristaltismo; priorizar fibras solúveis´; → Excluir o álcool pois desencadeia o estado hipoglicêmico; → Ter cuidado com alimentos estimulantes. HIPOTIREOIDISMO → Anormalidades que levam a síntese insuficiente de hormônios tireoidianos; → Geralmente é iniciado por uma autoimunidade que destrói a glândula; → Pode ser causado por: radioterapia; iodoterapia; tratamento cirúrgico para retirada; má formação; fatores nutricionais; carência ou excesso de iodo; FISIOPATOLOGIA → Diminuição da produção de hormônios tireoidianos, provocando aumento nos níveis de TSH; → A secreção diminuida desses hormonios pode ser resultado da estimulação reduzida da glandula devido a diminuição do TRH e TSH; CLASSIFICAÇÃO PRIMÁRIO = intrínseca a glândula; ocorre falência tireoidiana; tireoidite de hashimoto; SECUNDÁRIO = Extrínseca a glândula; deficiência de TSH na hipófise (causada por hipopituitarismo, cirurgia ou irradiação); deficiência de TRH no hipotálamo (hipotireoidismo hipotalâmico). TIREOIDITE DE HASHIMOTO → Autoimune cronica; → O sistema imune ataca e destrói a glandula tireóide (aumento anticorpos anti-TPO e anti-TGB). anti-TPO = anti-tireoperoxidase anti-TGB = anti-tireoglobulina BÓCIO POR DEFICIÊNCIA DE IODO → resulta na incapacidade de sintetizar hormônio tireoidiano suficiente, levando a hipersecreção de TSH. → O hipotálamo não vai receber estímulo, o estímulo vai direto para a hipófise. → A tireóide vai crescer devido o estímulo do TSH aumentado, mas não consegue produzir T3 e T4. SINAIS E SINTOMAS → Cansaço; fadiga; fraqueza muscular; cabelos secos e grossos; depressão; hipersensibilidade ao frio; lentidão de movimentos e da fala; esquecimento; ganho de peso em decorrência da diminuição da TMB; pele seca e descamativa; edema; obstipação devido a diminuição dos movimentos peristálticos. → Fácies mixedematosa (face cansada); ascite volumosa (barriga d'água); AVALIAÇÃO LABORATORIAL T4 normal e TSH normal = eutireoidismo T4↓ e TSH ↑ = hipertireoidismo primário T4↓ e TSH normal ou baixo = hipotireoidismo secundário➜ dosar TRH Resposta excessiva de TRH➜ hipo primário Resposta normal de TRH➜ lesão hipofisária Sem resposta de TRH➜ lesão hipotalámica TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ➜ Levotiroxina (synthroid/eutirox) = deve ser administrado em jejum; ao menos 1h antes da refeição TERAPIA NUTRICIONAL → Atingir peso ideal; → Prevenir ou tratar sintomas oriundos de interação medicamentosa; → Prevenir ou tratar as complicações que acompanham a redução da taxa de metabolismo basal. DIETA = mesma recomendação da hiper, porém, deve-se controlar o peso (diminuir a TMB de 15-20%). ADEQUAR SEMPRE = iodo, selenio, ferro, cobre, zinco, vit A e vit D. → O teor de iodo pode variar de acordo com a forma de preparo: através da fervura (↓ até 58%); através da fritura (↓ até 20%). CONDUTAS IMPORTANTES → Suprimento adequado de fibras, alimentos laxantes e líquidos. → Limitar uso de alimentos com substâncias bociogênicas pois exercem atividade anti-tireoidiana por meio da competição por iodo e por inibição da TPO. SUBSTÂNCIAS BOCIOGÊNICAS = glicosinolatos; hemaglutininas; polifenóis GLICOSINOLATOS = repolho, brócolis, mandioca, couve-flor, agrião (cocção pode diminuir o teor). POLIFENÓIS = chá verde, preto, soja, chocolate, feijão, vinho tinto (cocção pode diminuir o teor). HEMAGLUTININAS (LECTINAS) = leguminosas, trigo, semente de abóbora (remolho e cocção)
Compartilhar