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HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA Hematêmese: vômito de sangue vermelho vivo ou escuro, tipo borra de café. É o fenômeno mais comum durante uma HDA. Hematoquezia: eliminação de sangue vermelho vivo pelo ânus. Melena: eliminação de sangue negro pelo ânus, misturado com as fezes. Apresenta um odor fétido. Formas de apresentação: • Hematêmese – mais comum; • Melena (necessidade de perda de sangue de 50-100 ml); • Hematoquezia (necessidade de perda de sangue >1000ml) – sangue passa pelo intestino delgado sem ser digerido; • Oculta – anemia, queda de ferro e ferritina e sangue oculto +. Categorias: • Não varicosa: Doença Ulcerosa Péptica; • Varicosa: relacionada com hipertensão portal – varizes esofágicas e gastropatia hipertensiva portal. Causas específicas de HDA: DUP: 10-15% dos pacientes irão eoluir com HDA; As ulceras duodenais são as mais frequentes, no entanto, as ulceras gástricas são as que causam um maior sangramento; O sangramento é a principal causa de cirurgia e óbito na DUP. É um tipo de HDA NÃO VARICOZA. LACERAÇÕES DE MALLORY-WEIS: São lacerações da mucosa e submucosa próximo à junção esofagogástrica; 60% estão associadas ao etilismo e pacientes gestantes, pois, tais fatores promovem vômitos frequentes que acabam por provocar lacerações da mucosa e lesões de vasos. No entanto, podem ocorrer sem presença de vômitos prévios. GASTRITE POR ESTRESSE: São múltiplas erosões superficiais de todo o estômago, mais comumente em região de corpo; Fatores de risco: dependência do respirador mais de 48 hrs e coagulopatia; É um fator fisiológico. ESOFAGITE: É uma inflamação da mucosa esofágica por exposição repetida ao ácido na DRGE, podendo evoluir com úlceras; Apresentam-se com anemia e sangue oculto nas fezes. LESAO DE DIEULAFOY: São malformações vasculares ao longo da curvatura menor até 6 cm da JEG. É uma telangectasia na mucosa gástrica. ECTASIA VASCULAR DO ANTRO GÁSRICO: Coleção de vênulas dilatadas, com aparência de estrias vermelhas lineares convergindo para o antro longitudinalmente. Presença de anemia e sangue oculto nas fezes. LESÕES MALIGNAS: Anemia crônica + sangue oculto nas fezes positivo; Lesões ulcerativas sangram. FÍSTULA AORTOENTÉRICA: Considerada em todo paciente com hemorragia GI e com diagnóstico de aneurisma de aorta abdominal ou com reparação prévia do mesmo. Qualquer sangramento proveniente do duodeno distal é diagnóstico. HEMOBILIA: Associada à trauma da árvore biliar ou neoplasia hepática; Suspeitar quando paciente apresenta HDA com dor em quadrante superior direito do abdome + icterícia. HEMOSUCCUS PANCREÁTICUS: Erosão de pseudocisto pancreático na A. esplênica; Suspeitar em casos de dor abdominal, hematoquezia e história de pancreatite. SANGRAMENTO IATROGÊNICO: Cirurgias do TGI alto: gastrostomia endoscópica; esfincterectomia na CPRE. HIPERTENSÃO PORTAL: ➔ Gastropatia hipertensiva portal. Dilatação difusa do plexo venoso mucoso e submucoso do estômago associada à gastrite suprajacente. Aspecto de manchas vermelho-cereja. Abordagem clinica inicial da HDA não varicosa: • História bem direcionada e exame físico + ABCDE; • Avaliação hemodinâmica – PA, FC, Sat, débito urinário (não é feito na hora); • 2 acessos venosos calibrosos (14 e 16); • Reposição volêmica com cristalóides – ringer lactato e, se necessário, hemoderivados; • Correção de coagulopatias; • Exames complementares: laboratório, ECG, RX, etc. • Triagem e estratificação clinica de risco. Avaliação e manejo inicial do paciente com hemorragia: • Exame físico – pulso e PA sentado e em ortostase; Se a diferença de pulso subir 20bpm e a diferença de PA cair 10 mmHg, durante aferição de medidas em paciente sentado e, depois, em pé, significa que o mesmo está CHOCADO. Tal verificação é feita em pacientes que se encontram mais estáveis. Perda estimada de sangue de 1000 ml – choque classe II; Hematócrito não é parâmetro útil para avaliar hemorragia, em casos agudos. Fatores de risco: • Idosos > 65 anos; • PAS <100 mmHg; • Comorbidades; • Alteração do estado mental; • Transfusões sanguíneas >2UN. ➔ Todo paciente com HDA deve ser encaminhado para realização de endoscopia. Caso o paciente esteja ESTÁVEL, tem-se até 24 hrs para realização do exame. Caso o paciente esteja INSTÁVEL, tem-se apenas 12 hrs para realização do exame. As formas I, IIa e IIb são as mais graves! Tal tabela avalia o grau de atividade do sangramento. Tratamento: • Clinico; • Endoscopia; • Cirurgia; • Avaliação intensivista; É feito de forma conjunta. Tratamento clínico farmacológico para HDA não varicosa: • Terapia adjunta ao tratamento endoscópico; • Efeitos do pH ácido gástrico: reduz formação de coágulos, promove desagregação plaquetária e favorece a fibrinólise; • Bloqueadores de H2 não são mais indicados; • IBPs: omeprazol 80 mg em bolus + dripping IV por 72 hr (80mg contínuo, em 24 hrs por 72 hrs; ou, ainda, 8 mg/h em bomba de infusão); - reduz risco de ressangramento; - redução de cirurgia de urgência; - redução de mortalidade. Tratamento endoscópico para HDA não varicosa: • Métodos de injeção – vasoconstritores (adrenalina), agentes esclerosantes e adesivos tissulares; • Métodos térmicos – de contato (eletrocoagulação multipolar e heater probe) e sem contato (APC e laser); • Métodos mecânicos – hemoclips, ligadura e endo-loop. • A EDA de urgência deve ser realizada nas primeiras 24 hr; • Cada método hemostático endoscópico isoladamente mostra resultados superiores quando comparados com não-intervenção; • Terapia endoscópica combinada (dois métodos) reduz ressangramento, necessidade de cirurgia e mortalidade; • Métodos térmicos de contato ou métodos mecânicos isoladamente apresentam eficácia semelhante a de quando combinados com adrenalina; • Monoterapia hemostática pela injeção de solução de adrenalina deve ser evitada. • Remoção de coágulo firmemente aderido (Forrest IIb) é uma manobra controversa; • Revisão endoscópica de rotina em 24 hr não é recomendada; • A necessidade de revisão deve ser determinada numa base individualizada; • Em casos de ressangramento, pode ser feita uma nova tentativa de hemostasia endoscópica. Tratamento cirúrgico HDA não varicosa: • Terapia de urgência em caso de falha ou impossibilidade de tratamento endoscópico; • Indicações: - sangramento incontrolável; - falha terapêutica; - pacientes sem reserva funcional; - ulceras gigantes; - localização de risco. VARIZES ESOFÁGICAS PELA HIPERTENSÃO PORTA: Representam 7-20% das HDA, sendo a mais importante complicação de hipertensão porta; A prevalência das varizes chega a 30% no momento do diagnóstico da cirrose e 60% quando possui ascite; 1/3 dos pacientes portadores de varizes apresentam sangramento; O ressangramento ocorre em 60% dos pacientes em menos de 1 ano com letalidade de 30%. Quanto ao calibre das varizes, são classificas em: • Pequeno calibre: pequenas e não tortuosas <3mm; • Médio calibre: aumentadas e tortuosas (3-5mm); • Grande calibre: grandes e tortuosas (>5mm). Quanto maior o calibre, maior o risco de sangramento. 85% delas rompem no 1/3 inferior do esôfago. Betabloqueadores podem ser utilizados na profilaxia primária. Manejo do sangramento relacionado com hipertensão portal: • Ressuscitação volêmica controlada (risco de ressangramento); • Correção dos defeitos de coagulação; • Associação frequente de sangramento e sepse: ofloxacina empírica reduz 50% o risco de sangramento. • Pacientes cirróticos sãomais propensos a quadros infeccioso → ATB. • Durante o manejo clinico, considerar: vasopressina, somatostatina e ocriteodite, pois diminuem a pressão do trato digestivo. • A infusoa IV continua desses agentes resulta em um controle temporário do sangramento e fornece o tempo necessário para as manobras de ressuscitação e para realização de procedimentos diagnosticados e terapêuticos adequados.
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