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Isabela Didier - 144 MED TOSSE CRÔNICA Tuberculose é a causa mais grave, mas não é a mais frequente. Tosse · Aguda: < 3 semanas · Infecção, irritação, congestão, quadros alérgicos. · Quadros mais leves, resolução espontânea, independente de resolução (relação com a etiologia) · Uso de sintomáticos e antialérgicos · Subaguda: 3-8 semanas · Agudo que se prolongou (alérgico ou infecção) · Crônica que não passou de 8 semanas · Crônica: > 8 semanas · Tosse de VAS (gotejamento pós-nasal) pode ser quadro inflamatório/alérgico em que há exposição contínua ao alérgeno. · Anti-histamínico (diminui inflamação e reflexo da tosse) + vasoconstrictor nasal · Asma · DRGE · Pirose, regurgitação, tosse como sintoma atípico · Uso de IECA (pril’s) · Câncer de pulmão · Tuberculose TUBERCULOSE · Doença causada pelo Mycobacterium tuberculosis (Bacilo de Koch) Infecção · Elevada infectividade, mas baixa patogenicidade · Transmissão: via aérea por aerossóis (gotículas: tosse, fala ou espirro) · Doença de aglomeração, urbana · Primoinfecção · No Brasil, geralmente ocorre na infância · Nas primeiras semanas bacilo não encontra resistência imunológica · < 3 semanas = proliferação/disseminação de bacilos (pulmão, linfonodo, SNC, TGI...) · 3-8 semanas = imunidade celular específica (cél T e IFN-gama) · Redução dessa imunidade HIV maior propensão se diagnóstico de Tb, rastreio de HIV · Células fazem “cordão de isolamento” ao redor do bacilo impedem chegada de O2 p/ matar o bacilo ou deixá-lo quiescente = granuloma caseoso Granuloma caseoso grande visualizado ao Rx · Primoinfecção · 90% controle da infecção · Tuberculose latente · Pacientes que vão usar imunossupressor faz tratamento · 10% doença · Tb primária (adoece na largada) sem competência imune p/ parar infecção · Tb pós-primária (reinfecção ou reativação) Doença · Pulmonar (80-85%) x Extrapulmonar · Local de entrada, bacilo é aeróbio (precisa da oferta de O2) Tuberculose Pulmonar · Tb primária · No Br, como é endêmico, observa + em criança · Clínica de pneumonia arrastada (tosse, febre, perda de peso, presença de infiltrado) tto com atb e sem melhora · Infiltrado persistente > 2 semanas · Linfonodomegalia hilar unilateral · Raro a presença de cavernas (típico do pós-primário) são comunicações entre via aérea e foco de infecção paciente altamente infectante (tosse expelindo bacilos) · Não são grandes liberadoras de bacilo = paucibacilífera · Além disso, criança é incompetente para escarrar · Forma miliar (micronodular) · < 2 anos · Não vacinados · BCG ao nascimento (proteção contra formas graves miliar e menígea) · Imunodeprimidos Infecção é disseminada no corpo todo · Tb pós-primária · Típico: adulto/adolescente (reativação ou reinfecção) · Imunocomprometido/imunossuprimido (medicamento, infecção, estresse) · Nova infecção redireciona células do granuloma p/ nova infecção e reativa bacilos latentes Bacilo se multiplicando necrose na região do granuloma Infiltrado devido a “guerra imune” Destruição dos tecidos e do granuloma pode formar comunicação direta com via aérea liberação de necrose caseosa na tosse (conteúdo brancacento na tosse) caverna/ forma cavitária · Lesão cavitária (bacilífera) mais característica nas regiões mais aeradas: · Lobo superior: apical (1) e posterior (2) · Lobo inferior: superior (6) · Pacientes mais infectantes · Grandes sequelas estruturais (fibrose e atelectasia) · Complicação: aspergiloma (bola fúngica) Diagnóstico · Ideal: Clínica + radiologia + microbiologia · Critério Clínico-epidemiológico · Tosse >= 3 semanas e/ou febre, sudorese noturna, perda de peso, inapetência · Rx de tórax incompatível · Critério laboratorial (microbiológico – escarro) · Broncoscopia é opção se não obtém escarro (pode ser espontâneo ou induzido = nebulização com solução salina + concentrada) · Baciloscopia/ BAAR não é mais escolha 1. Teste rápido molecular (TRM-TB) preferência a. Ainda avalia resistência à rifampicina b. S >90 % em adulto 2. Baciloscopia (BAAR) 2 amostras a. Procura do bacilo álcool-ácido resistente na microscopia b. 1° amostra no primeiro contato e a 2° é o primeiro escarro da manhã do dia seguinte c. S 60-80% em adulto 3. Cultura a. Maior perfil de resistência b. Demora de semanas Criança (< 10 anos) tem dificuldade de escarro difícil identificar bacilo indicação de procura do bacilo no lavado gástrico (dificuldade prática) score de pontuação p/ diagnóstico · Sistema de pontuação (< 10 anos) C – Clínica (sintomas >=2 semanas) = 15 pts H – História de contato (últimos 2 anos) = 10 pts I – Imagem (Rx alterado >=2 semanas) = 15 pts L – Latente (PT > 10 mm) = 10 pts D – Desnutrição (peso < percentil 10) = 5 pontos · Possível (< 30) e muito provável (>40) · Tratamento a partir de 30 Tuberculose Extrapulmonar Tb Pleural · Forma extrapulmonar mais comum (exceções: HIV+ e criança ganglionar) · Características: adulto jovem com febre + emagrecimento + dor torácica pleurítica · Derrame pleural toracocentese diagnóstica exsudato (grande conteúdo proteico), diminuição da glicose, linfomonocitário (PMN no início) · ADA> 40 U muito sugestivo!!! · Relação com ativação linfocitária (enzima liberada), não é patognomônico · Diagnóstico · BAAR< 5% / TRM-TB 30-50%/ Cultura < 15% · Biópsia pleural 80-90% Tb Meníngea · Não vacinados e imunodeprimidos · Características: meningite subaguda · Cefaleia, náusea e vômitos · Acometimento de par craniano (II, III, IV, VI, VII) · Pode complicar com HIC · Processo inflamaório arrastado pode atrapalhar a drenagem liquórica · LCR: aumento de proteínas, diminuição de glicose, LMN · TC: hidrocefalia · Diagnóstico · BAAR 15%/ TRM-TB 30-80%/ Cultura 50-80% Tratamento Rifampicina (R) + Isoniazida (I) + Pirazinamida (P) + Etambutol (E) · < 10 anos sem etambutol pode causar neurite ótica, nessa idade criança pode não entender a importância ou perceber a alteração visual. · Caso Novo ou Retratamento (6 meses) · 2 RIPE + 4 RI · 2 meses com esquema completo reduzir bacilos circulantes · 4 meses de manutenção (mantém drogas de maior ação bactericida) · Meníngea ou osteoarticular (12 meses) · 2 RIPE + 10 RI · Drogas bactericidas aumentam processo inflamatório no território meníngeo piora clínica neurológica · Se meníngea: corticoide 4-8 semanas · Reações adversas · R, I e P: hepatotóxicas (P é a pior, I é intermediária) · Se paciente com reação, suspende todas e vai introduzindo de uma a uma e reavalia. · R = Rimfampicina urina laranja, nefrite intersticial aguda, penias hematológicas · Se reação, suspende · I: Neuropatia · Repor vitamina B6 (piridoxina), não precia suspender. · P: hiperuricemia, rabdomiólise · Uso de alopurinol · E = Etambutolho · Neurite óptica · Apenas > 10 anos · Seguimento · Baciloscopia mensal na Tb pulmonar (TRM-TB não serve identifica bacilos vivos, mortos e fragmentos não quer dizer pacte não está respondendo ao tratamento) · Espera-se BAAR (-) · TB extrapulmonar não transmite bacilo · Critérios de falência terapêutica · BAAR (+) ao final do tratamento · BAAR (2+/3+) até o 4° mês · BAAR (-) que volta a ser (+) por 2m consecutivos · Se falência cultura + tratamento por sensibilidade Controle · Busca ativa de sintomáticos respiratórios (tosse >- 3 sem) · Mais vulneráveis: índios, HIV, presos, imigrantes, situação de rua não espera 3 semanas, qualquer quadro tussígeno · Notificação e tratamento diretamente observado (TDO) · Pelo menos 3-4 dias na semana · Vacina BCG · Formas graves (disseminada e meníngea) Controle dos contactantes · Assintomático · Pesquisar Tb latente (risco de doença) · PPD/Prova tuberculínica (PT) infiltra fragmentos do bacilo na derme se paciente com linfócitos que reconhecem o bacilo reação dermatológica · PT + quando >=5mm · Ensaio de liberação de INF-Gama (IGRA) exame de sengue joga antígenos e dosa INF gama da reação · Se PPD>=5mm ou IGRA + trata Tb latente · Se PPD negativo repetir em 8 sem · Portador de HIV contactante assintomático sempre trata Tb latente · Déficit nos linfócitos T, mais difícil + pesquisa para Tb latente · Sintomático · PesquisarTb ativa (doença) · Escarro + Rx Tuberculose latente (ILTB) · Conceito: infecção sem doença (assintomático) · Indicações de tratamento (risco elevado de adoecimento) · PT>=5mm ou IGRA + · Contactante/ imunossupressão (corticoide, inibidor de TNF-alfa) · PT>=10mm ou IGRA + · Debilitados (diabetes, silicose, DRC em diálise, QT) · Dez mm de aumento na 2° PT (conversão em 1 ano) · Tratamento · Preferência: isoniazida 270 doses em 9-12 meses · Alternativa: rifampicina 120 doses em 4 meses · Escolha para: > 50 anos, < 10 anos, hepatopatia. · Novidade: isoniazida + rifapentina 12 doses em 3 meses (1x/semana) · Visa facilitar adesão, no SUS desde julho/2020 · Indicação de prevenção (quimioprofilaxia primária) · RN contactante de bacilífero · Conduta 1. Não vacinar para BCG ao nascimento 2. R ou I por 3 meses 3. Fazer PT · < 5mm = vacinar para BCG · >=5 mm = manter (I) 3 meses ou (R) 1 mês; não vacinar para BCG Diagnóstico diferencial Tb Pulmonar Cavernas/morcegos micoses pulmonares/sistêmicas 1. Paracoccidiodomicose · Agente: paracoccidioides brasiliensis (solo) · Atividades agrícolas: BK rural · Forma aguda · Sd mononucleose-like: febre, linfonodomegalia, hepaoesplenomegalia · Crianças/adultos < 30 anos · Forma crônica · Infiltrado pulmonar “em asa de morcego” · Lesões de cutâneo-mucosas · Adultos > 30 anos · DD Tb pulmonar · Diagnóstico · Escarro/ raspado de pele ou mucosa/ aspirado linfonodal roda de leme · Tratamento · Itraconazol 6-18m · Anfotericina B (graves) 2. Histoplasmose · Agente: Histoplasma capsulatum · Fezes de morcegos/galinhas: BK da caverna · Forma aguda: síndrome gripal · Forma crônica · Pneumopatas · Síndromes respiratórios arrastados + infiltrado pulmonar = Tb · Diferenciação por epidemiologia · Diagnóstico · Escarro / sorologia/ medula (disseminada) · Tratamento · Itraconazol 12m · Anfotericina B (graves)
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